O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Marcia Antabi (PUC-Rio)

Minicurrículo

    Cursando Doutorado em Comunicação Social na PUC-Rio. Mestre em Fotografia e Mídias Relativas pela School of Visual Arts de Nova Iorque (1997) e jornalista graduada (1990), é professora de Edição em Audiovisual do Departamento de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, desde 2001. É editora-executiva da TV PUC-Rio, núcleo de TV do Projeto Comunicar da mesma universidade. Diretora e editora de vídeos, fotógrafa, jornalista. Atuando na área de Comunicação

Ficha do Trabalho

Título

    A epifania dos arquivos abandonados e inacabados da Shoah

Seminário

    Montagem Audiovisual: reflexões e experiências

Resumo

    A importância da reutilização de filmes de arquivo produzidos durante dois períodos específicos da Shoah: na abertura do campo de concentração de Bergen-Belsen (1945) e no gueto de Varsóvia (1942). A partir dos documentários Memória dos Campos (1945) e Um Filme Inacabado (2010), restos de películas encontrados que sobreviveram à destruição atroz da cultura de um povo são revisitados e, durante a montagem, reconstroem uma nova memória cultural.

Resumo expandido

    Em junho de 2011, Georges Didi-Huberman fez uma visita ao museu de Auschwitz-Birkenau, na Polônia. Trouxe consigo três cascas de bétulas, algumas fotografias e indagações sobre a potência das imagens e a memória da Shoah. As bétulas (Birken) são as árvores que deram o nome ao maior campo de extermínio em massa do Terceiro Reich. O crítico e historiador da arte, neto de judeus poloneses executados naquele Lager , coletou três pedaços de casca de bétula, “três lascas de tempo. Meu próprio tempo em lascas: um pedaço de memória, essa coisa não escrita que tento ler, um pedaço de presente, aqui, sob meu olhos […]” (DIDI-HUBERMAN, 2017, p. 10). Diante dos restos, ele provoca uma questão primordial: “Eu morto, o que pensará meu filho quando topar com esses resíduos?”
    Os fragmentos de bétulas atravessaram o caminho do filósofo enquanto rastros de sinais aleatórios que o acaso deixou sem inscrição prévia; são vestígios sem intenção de transmissão ou de significação; não foram criados – como o são outros signos culturais – e sim, deixados ou esquecidos (GAGNEBIN, 2002). Nesse sentido, Didi-Huberman coleta para pensar o contexto histórico e político – a memória. O que restará das fotos que tiramos? O que resistirá de nosso arquivo? Serão imagens em risco de tornarem-se eternamente invisíveis?
    Em “Arquivologia: Walter Benjamin e as práticas do filme de arquivo”, Catherine Russell (2018), argumenta que muitos filmes de arquivo permanecem sob risco de desaparecimento em decorrência da falta de recursos, negligência ou deterioração. Para a teórica do cinema, a arquivologia como prática criativa experimental utiliza sistematicamente o armazenamento e o acesso ao material como gesto de escavação. Através de restos de filmes encontrados, pedaços reassociados revisitam e reacessam, constroem uma nova memória cultural e deslocam a memória oficial. A arquivologia é, portanto, uma prática da retomada do passado.
    As imagens dos arquivos de filmes esquecidos filmados durante a Shoah (nos períodos de 1942 e 1945), como rastros do acaso, atravessam o eixo da pesquisa em andamento. De acordo com Didi-Huberman (2012) nunca a imagem – e o arquivo desde o momento em que se multiplica – se impôs com tanta força em nosso universo estético, técnico, cotidiano, político, histórico. Em “A arqueologia do saber”, Foucault já fazia, em 1969, uma crítica do documento, indagando não apenas sobre o que eles queriam dizer, mas se eles diziam a verdade, se eram sinceros ou falsificados, autênticos ou alterados. O filósofo constatou que o que era tratado como linguagem de uma voz agora era reduzido ao silêncio e que o recurso para interpretar uma historicidade não-linear era perceber o arquivo como representação de uma “fronteira do tempo” (RUSSELL, 2018, p. 12, tradução nossa).
    Com isso, é possível pontuar algumas questões, tendo como base um dos documentos mais significativos do pensamento crítico de Walter Benjamin. A partir das teses do filósofo, “Sobre o conceito da História” (1940), atravessamos um momento em que as imagens do passado despertam centelhas de esperança em uma história descontínua e repleta de agoras. Tanto para Didi-Huberman como para Russell, Walter Benjamin é um fio condutor no sentido de nos debruçarmos: o que sobrevém quando o valor e a ética da realidade de imagens tão lancinantes passam a ser colocados em dúvida? Como olhar para essas imagens repletas de lacunas? As imagens dos arquivos de filmes considerados aqui impressionam. Didi-Huberman (2011) focaliza que, “nós queremos fechar nossos olhos, mas os mantemos arregalados” (p. 102, tradução nossa).

Bibliografia

    BAZIN, André. Montagem proibida. In: O Cinema: ensaios. 1ª edição. Editora Brasiliense, 1991.
    BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: 3ª edição. Editora Brasiliense, 1987.
    COMOLLI, Jean-Louis. A última dança: como ser espectador de Memory of the Camps. In: Devires, Belo Horizonte, v. 3, n. 1, p. 8-45, jan-dez., 2006.
    HUBERMAN-DIDI, Georges. Cascas. São Paulo: Editora 34, 2017.
    ______. Imagens apesar de tudo. Lisboa, Portugal: KKYM, 2012.

    ______. Opening the Camps, Closing the eyes. In: POLLOCK, Griselda; SILVERMAN, Max. Concentrationary Cinema. New York: Berghahn Books, 2011.
    FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 7ª edição, 2008.
    GAGNEBIN, Jeanne Marie. O rastro e a cicatriz: metáforas da memória. In: Pro-Posições – vol. 13, N. 3 (39) – set.-dez., 2002.
    LEVI, Primo. Os afogados e os sobreviventes. 3ª edição. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz & Terra: 2016.
    RUSSELL, Catherine. Archiveology: Walter Benjamin and archival film practices.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br