O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Tiago José Lemos Monteiro (IFRJ)

Minicurrículo

    Tiago José Lemos Monteiro é Doutor em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (2012), com estágio pós-doutoral realizado junto à Universidade Anhembi Morumbi entre 2016 e 2017. Professor do Bacharelado em Produção Cultural e da Pós-Graduação Lato Sensu em Linguagens Artísticas, Cultura e Educação do IFRJ – Campus Nilópolis, desenvolve pesquisas em torno do insólito audiovisual em suas múltiplas manifestações, com ênfase no horror e no exploitation brasileiro e iberoamericano.

Ficha do Trabalho

Título

    Exploração de exportação: o díptico de horror satânico de Fauzi Mansur

Mesa

    História(s) do horror brasileiro: memórias, circuitos e legados

Resumo

    Em 1989, o diretor Fauzi Mansur (associado ao ciclo da Boca do Lixo paulistana) e o produtor J. D’Ávila envolveram-se na realização de dois filmes de horror de exploração endereçados ao mercado externo. Atração satânica e Ritual macabro podem ser apreendidos como “vestígios possíveis” de um cinema brasileiro deslocado para as bordas do cânone, em que temáticas de apelo internacional aparecem articuladas a personagens e ambientações características do universo popular-massivo de gênero nacional.

Resumo expandido

    As conexões entre a produção audiovisual oriunda da Boca do Lixo paulistana durante as décadas de 1970-1980, e outras vagas de cinema popular-massivo de gênero pautadas por uma lógica de exploração e situadas em contextos nacionais diversos (como o italiano, o espanhol e o mexicano), já foram delineadas por alguns autores no decurso do recente interesse dos estudos fílmicos brasileiros e internacionais por este universo. Tais debates, entretanto, costumam ser pautados pelo mapeamento e discussão das influências estéticas e estilísticas que a produção nacional sofreu ao se apropriar de tais matrizes “estrangeiras”, ficando ainda por investigar a existência de um fluxo inverso desta dinâmica, qual seja: em que medida a produção popular-massiva de gênero brasileira foi capaz de ultrapassar as fronteiras de seu mercado interno e alcançar outros circuitos de distribuição e consumo. Em um segundo momento, caberia questionar qual a representatividade deste fluxo, e quais os valores a ele agregados como índice de distinção e legitimidade, em um mercado cada vez mais saturado de títulos considerados obscuros e “exóticos”, sobretudo em função do advento das distribuidoras de nicho a partir da década de 1990 e até os dias de hoje.
    Em que se pese a dificuldade de acesso a alguns dados relacionados a este período do cinema brasileiro, é sabido que o ciclo de filmes de women in prison popularizado mundialmente a partir de The Big Doll House (1970) e The Big Bird Cage (1972) fomentou uma prolífica vaga de similares nacionais, de nomes sugestivos como A prisão (1981), Curral de mulheres (1982) ou As prisioneiras da selva amazônica (1987), e todos com registro de distribuição além-fronteiras – onde foram, respectivamente, rebatizados de Women behind bars, Amazon Jail e Amazon Jail 2. De forma análoga, a Synapse Films, especializada no lançamento de obras exploitation e softcore, parece ter identificado no repertório da Boca do Lixo um segmento digno de promoção, tendo incluído em seu catálogo títulos como Pornô! a.k.a. Porno (David Cardoso, Luiz Castellini & John Doo, 1981), Violência na carne a.k.a. Violence and flesh (Alfredo Sternhein, 1981) e Volúpia de mulher a.k.a. A chick’s ability (John Doo, 1984).
    Em finais da década de 1980, o diretor Fauzi Mansur e o produtor J. D’Ávila se aventuram na realização de duas obras de horror endereçadas ao mercado externo desde sua concepção. Rodados praticamente em simultâneo, Atração satânica [Satanic attraction] e Ritual macabro [The ritual of death] (ambos de 1989) integram uma subvertente do gênero conhecida como splatter-gore, caracterizada pela representação excessiva e explícita de cenas envolvendo mutilação corporal, sangue e vísceras. Ao mesmo tempo em que efetua uma apropriação consciente de temáticas recorrentes no repertório horrífico internacional do período, reforçando o caráter supostamente “universal” da produção, o díptico de Mansur investe na evocação de elementos marcadamente brasileiros, tanto no que diz respeito à ambientação das tramas quanto na escalação do elenco e na tipificação de alguns personagens, com diferenças substanciais neste sentido verificáveis entre um título e outro.
    Este trabalho tem por objetivo situar Atração satânica e Ritual macabro em seus respectivos contextos de produção, distribuição e recepção, a partir de uma dupla apreensão das obras: por um lado, ambos os filmes são entendidos como “vestígios possíveis” de um cinema brasileiro de horror historicamente deslocado para as bordas do cânone em função de suas múltiplas ambivalências; por outro lado, interessa discutir como a própria disponibilidade dos títulos é consequência de sua condição de produto de exportação, e em que medida o mapeamento desses trânsitos além-fronteiras poderia ampliar nosso acesso a filmes considerados perdidos (contribuindo, dessa maneira, para a construção de uma memória plural do cinema brasileiro popular-massivo e de gênero).

Bibliografia

    CÁNEPA, Laura Loguércio. Medo de quê? – uma história do horror nos filmes brasileiros. Tese (Doutorado em Multimeios) – Instituto de Artes, UNICAMP. Campinas, 2008.

    COWAN, Douglas E. Sacred terror: religion and horror on the silver screen. Waco, Texas: Baylor University Press, 2008.

    CURTI, Roberto; LA SELVA, Tommaso. Sex and violence: percorsi nel cinema estremo. Torino: Lindau, 2003.

    JANISSE, Kier-La; CORUPE, Paul (orgs). Satanic panic: pop-cultural paranoia in the 1980s. Toronto, Ontario: Spectacular Optical, 2015.

    MILLER, Cynthia J.; VAN RIPER, A. Bowdoin (orgs.). Divine horror: essays on the cinematic battle between the sacred and the diabolical. Jefferson, North Carolina: McFarland & Co., 2017.

    PIEDADE, Lúcio F. Reis. A cultura do lixo: horror, sexo e exploração no cinema. 2002. 150 p. Dissertação (Mestrado em Multimeios) – Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br