O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Estevão de Pinho Garcia (IFG)

Minicurrículo

    Coordenador e professor do curso de Cinema e Audiovisual do Instituto Federal de Goiás. Doutor em Meios e Processos Audiovisuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, mestre em Estudos Cinematográficos pela Universidade de Guadalajara, México, e bacharel em Cinema pela Universidade Federal Fluminense. Foi professor visitante da Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Pesquisador atuante em pesquisas e publicações sobre o cinema latino-americano.

Ficha do Trabalho

Título

    Júlio Bressane, Miguel Bejo e o filme de horror autorreflexivo

Seminário

    Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados

Resumo

    Barão Olavo, o horrível (Júlio Bressane, Brasil, 1970) e La familia unida esperando la llegada de Hallewyn (Miguel Bejo, Argentina, 1971) são dois filmes vanguardistas que estabelecem suas conexões com o gênero horror pela intertextualidade e pela livre apropriação de seus códigos e não pela completa adesão. Neles, por mais que o gênero seja introduzido para dentro de seus interiores, sempre será uma exterioridade. Objetivamos, por meio da análise fílmica, examinar a articulação desse diálogo.

Resumo expandido

    “Barão Olavo, o horrível” e “La familia unida esperando la llegada de Hallewyn” são filmes que estabelecem suas conexões com o horror pela intertextualidade e pela livre apropriação de seus códigos. O distanciamento e a postura analítica ao gênero poderiam classificá-los mais como dois filmes vanguardistas que dialogam com o horror do que como filmes de horror propriamente ditos. Tanto o filme de Bressane quanto o de Bejo apresentam como núcleo narrativo central a família burguesa e a mansão como espaço privilegiado de investigação. Porém, se em “Barão Olavo” encontraremos analogias entre ambiente doméstico e Estado autoritário, no filme argentino veremos, através do espaço familiar, uma alegoria política mais explícita. A própria mansão burguesa é a Argentina. A casa será utilizada como ponto de referência. A família, isto é, os que moram na mansão, são “os de dentro” e os empregados domésticos e os seres do “submundo” em geral são “os de fora”. Torna-se explícita uma diferença classista, de um lado a burguesia e do outro o povo excluído. Ambos esperam a chegada do misterioso Hallewyn, sendo que a primeira o espera com medo e o segundo, com esperança. Hallewyn é a alegoria de Juan Domingo Perón, então no exílio. A narrativa é estruturada pela espera da chegada do personagem-título que, na quase totalidade do longa-metragem, o vemos através da imagem pouco nítida do cavaleiro extraído de “O chicote e o corpo” (Mario Bava, Itália, 1963). Para o filme, a espera da família por Hallewyn é mais importante que o próprio Hallewyn. “La familia…” vai tentar explicar a sensação de horror, percebida mais em termos coletivos que individuais, através de uma alegoria de seu país. Com o intuito de obter uma base especificamente cinematográfica na construção imagética dessa alegoria singularizada pelo horrorífico, Bejo foi beber na fonte do cinema de horror. E será através da extração, algumas vezes literal, das imagens desse cinema que fará remissão ao contexto histórico argentino. Se Bressane é menos alegórico que Bejo, se revelará igualmente um mixador e o propósito de suas apropriações será o de estabelecer um diálogo com o universo do horror. A postura de quem está disposto a estabelecer conexões com este mundo, mas deixando claro um certo distanciamento crítico e a ciência de que esse mundo lhe é exterior, já aparece na construção do protagonista. Barão Olavo é o “monstro” desse filme de horror autorreflexivo. Se por acaso a ilusão dessa monstruosidade por vezes parecer frouxa, isso não apresenta nenhuma relevância. Ele, assim como os ruídos típicos do gênero articulados ao longo do filme, é o resultado de uma mixagem e não o som original. Barão Olavo contém nele próprio um histórico de vilões do cinema de horror. Instalar o clima do horror, que em muitos casos pode aparecer, desaparecer e aparecer novamente em uma mesma cena, é mais importante que narrar uma história de horror. Uma narrativa condizente ao gênero usualmente é estruturada pelo suspense, calibrado cronologicamente, que culmina no elemento chave: a consumação do medo. No filme de Bressane não há um crescendo atmosférico e sim a atmosfera abruptamente inserida e abruptamente retirada. Na verdade, não é que “Barão Olavo” não está preocupado em contar uma história de horror e sim, de que não está preocupado em contar qualquer história. A autonomia das cenas em sua referência ao gênero não se concretiza somente pela ausência de progressão dramática ou de uma cena seguinte que lhe confira um princípio de continuidade mais urdido e sim, muitas vezes, pela repetição. As cenas se repetem continuamente. Bressane não quis realizar um filme que se aproximasse do horror através de seus aspectos narrativos e sim que com ele estabelecesse uma transfusão por meio da releitura de seus clichês. Objetivamos, portanto, analisar como esses dois filmes latino-americanos, realizados no começo da década de 1970, dialogaram com o horror gênero e com o horror do cotidiano de seus países.

Bibliografia

    CARROL, Noel. A filosofia do horror ou os paradoxos do coração. Campinas: Papirus, 1999.

    MESTMAN, Mariano. (Org.). Las rupturas del 68 en el cine de América Latina: contracultura, experimentación y política. Buenos Aires: Akal, 2016.

    BEJO, Miguel. Un cine de transición. Hablemos de cine, Lima, n.65, 1973.

    BRESSANE, Júlio. Júlio Bressane: Cinema inocente: catálogo. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 2002.

    GARCIA, Estevão de Pinho. Esa es violenta: las películas de Júlio Bressane hechas en la productora Belair in VILLARROEL, Mónica (Org.) Memorias y representaciones en el Cine Chileno y Latinoamericano. Santiago de Chile: Lom Ediciones / Fundación Cultural Palacio La Moneda, 2016.

    WOLKOWIKS, Paula. Vanguardia y política. El cine underground argentino de los años setenta. Tese de Doutorado. Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Buenos Aires, Buenos Aires, 2015.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br