O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Marina Soler Jorge (Unifesp)

Minicurrículo

    Marina Soler Jorge é professora do Departamento de História da Arte da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Unifesp. Cursou Sociologia e Ciência Política na Unicamp, é Mestre em Sociologia pela Unicamp e Doutora em Sociologia pela USP. Atua nas áreas de Sociologia da Arte, Audiovisual Latino-Americano e Direção de Arte. É autora do livro “Cultura Popular no Cinema Brasileiro dos Anos 90” (2010) e “Lula no Documentário Brasileiro” (2011).

Ficha do Trabalho

Título

    Mulheres em Narcos México e El Chapo (3ª temporada)

Seminário

    Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados

Resumo

    Este trabalho procura analisar as representações femininas em Narcos México e na terceira temporada de El Chapo, séries co-produzidas pela Netflix que tematizam o narcotráfico na América Latina. As temporadas escolhidas para a análise diferem consideravelmente das temporadas anteriores das duas séries, não apenas pela mudança histórica e geográfica de Narcos México, mas porque, sobretudo em El Chapo, personagens femininos passam a ter maior importância narrativa.

Resumo expandido

    Este trabalho procura analisar as representações femininas em Narcos México e na terceira temporada de El Chapo, séries co-produzidas pela Netflix que tematizam o narcotráfico na América Latina.
    Escolhemos este recorte pois trata-se de duas temporadas de narco-séries lançadas em 2018 que dramatizam eventos reais ocorridos no continente americano – no caso, o México – e que se aproximam na linguagem estética “desenraizada”, pensada sobretudo para o público contemporâneo internacional, e que difere de grande parte das narco-telenovelas produzidas tradicionalmente para as TVs latino-americanas.
    As temporadas escolhidas para a análise diferem consideravelmente das temporadas anteriores das duas séries. Em Narcos México temos uma mudança de contexto histórico e geográfico: agora estamos observando acontecimentos que se desenrolam no México e não mais na Colômbia, e que se iniciam com a produção de maconha. No entanto, a maioria das mulheres representadas continua ocupando o papel de esposas, amantes ou namoradas, ainda que a esposa de Felix, Maria Elvira, tenha um papel importante para sua ascensão no narcotráfico. Ela será sumariamente descartada pelo marido ao final da temporada, ao mesmo tempo em que aumenta o desejo de crescimento de Felix na rede de narcotráfico latino-americano. Nesse sentido, não é possível analisar apenas a representação feminina nas séries escolhidas, pois as mulheres inserem-se em uma estrutura masculina que define em grande medida seus lugares, seja como mulheres-troféu, esposas compreensivas ou companheiras de crime. O descarte de Maria Elvira pelo marido funciona como forma de explicitar mudanças ocorridas no interior do narcotráfico mexicano na medida em que este passa a operar a rota da cocaína aos EUA.
    Em El Chapo temos uma mudança especificamente na representação feminina, tema que nos interessa, e personagens femininos passarão a ocupar um lugar muito mais importante em relação às outras temporadas. Já comentamos anteriormente que El Chapo é um seriado muito mais masculino do que Narcos, sobretudo porque lhe faltava a força do núcleo familiar. Na terceira temporada, no entanto, isso muda drasticamente. Em primeiro lugar pois Joaquín Guzmán estará agora fortemente ligado a sua terceira esposa e suas filhas gêmeas, e elas ocuparão parte importante do tempo de tela e da narrativa. Nesse sentido, podemos dizer que El Chapo procura se aproximar da construção familiar das duas primeiras temporadas de Narcos, no qual a família de Pablo Escobar é bastante importante.
    Em segundo lugar, pois surge um personagem feminino na política: Berta Avila, mulher ambiciosa que tem como objetivo autoproclamado chegar à Presidência da República em um país de cultura patrimonialista como o México. Para conquistar esse objetivo, ela abre mão de um ideal de felicidade familiar e casa-se com Conrado Sol, homossexual não-assumido que precisa de uma família de fachada. As atividades profissionais de Berta se constituem como momentos de aberto machismo, de modo que a série passa a tematizar explicitamente as dificuldades que uma mulher enfrenta para se estabelecer na política.
    A teoria de Judith Butler nos chama a atenção para o fato de que a identidade de gênero é performativamente construída em um processo incessante de “imitação persistente”, produzida e ao mesmo tempo reprimida pelas estruturas de poder. As séries que analisamos fazem parte do processo de produção da “mulher” latinoamericana em narconarrativas, ensejando parâmetros com os quais as espectadoras podem ou não identificar-se, tornando-se assim elementos da construção de uma identidade que não é estática, mas que precisa ser continuamente recolocada e redefinida. Seria importante refletir sobre em que medida construções identitárias como estas, frequentemente atualizadas pela indústria cultural no processo de criação de performatividades, atua para inscrever mulheres reais em certos papéis sociais e desabonar as que tentam subverte-los.

Bibliografia

    DE BRAGANÇA, Maurício. A narcocultura na mídia: notas sobre um narcoimaginário latino-americano. Significação: Revista de Cultura Audiovisual, v. 39, n. 37, p. 93-109, 2012.
    DE BRAGANÇA, Mauricio. Imagens de ostentação nas narconarrativas: consumo e cultura popular. Rumores, v. 9, n. 17, p. 147-163, 2015.
    BUTLER, Judith. Problemas de Gênero. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018. Edição Kindle.
    MERCADER, Yolanda. Imágenes femeninas en el cine mexicano de narcotráfico. TRAMAS (36), p. 209-207, 2012.
    ORTIZ, Renato. “Uma cultura internacional-popular”. Mundialização e Cultura. São Paulo, Brasil: Editora Brasiliense, 1994.
    RINCÓN, Omar. Todos temos um pouco do tráfico dentro de nós: um ensaio sobre o narcotráfico/cultura/novela como modo de entrada para a modernidade. MATRIZes, v. 7, n. 2, 2013.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br