O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Denilson Lopes Silva (UFRJ)

Minicurrículo

    Professor Associado da Escola de Comunicação da UFRJ, pesquisador do CNPq e autor de Afetos, Relações e Encontros no Cinema Brasileiro Contemporâneo (2016) entre outro. Inúteis, frívolos e distantes: À Procura dos Dândis será seu próximo livro em coautoria com André Antônio Barbosa, Pedro Pinheiro Neves e Ricardo Duarte Filho. No momento realiza a pesquisa Dândis, Decadentes e Modernos a partir de Mário Peixoto.

Ficha do Trabalho

Título

    Mário Peixoto, os diários e as amizades

Resumo

    Nesta comunicação vamos nos deter especificamente nos diários inéditos de Mário Peixoto para compreender a experiência da amizade, como ela se configura, quais seus limites, no espaço de, em grande parte, uma homossociabilidade masculina, cruzando fronteiras da homossexualidade e da heterossexualidade, e ensejando uma configuração não homofóbica, longe do espaço da família, seja na Inglaterra, seja em hotéis ou na praia no Rio de Janeiro, para tentar problematizar o isolamento de Mário Peixoto.

Resumo expandido

    Mário Peixoto deixou dois diários inéditos: Díário da Inglaterra e Cadernos Verdes. Nosso interesse é de a partir desse material buscar sugerir uma rede de relações afetivas que se traduzem num circuito intelectual da cidade do Rio de Janeiro no fim dos anos 20 e no inicio dos anos 30 que o distancia do seu propalado isolamento artístico bem como de seu filme “Limite” (1931). O que podemos apreender desde seu contato com o Teatro de Brinquedo, precursor do teatro moderno, bem como com o Chaplin Club, considerado o primeiro cineclube brasileiro, ainda que pareça não ter sido figura central em ambos. De todo modo, Mario Peixoto busca se inserir no cena cultural modernista, tendo seu livro de poema Mundéu, publicado também em 1931, recebido orelha de Manuel Bandeira e resenha de Mario de Andrade, bem como podemos inferir pela correspondência com seu amigo de infância, crítico e romancista Octavio de Faria, inserida nos Cadernos Verdes. Correspondência esta que diz respeito a todo um esforço de marketing de “Limite”, na busca de publicação de críticas que se traduziu numa grande presença midiática do nome de Mario Peixoto que se estende durante as filmagens do nunca concluído “Onde a Terra Acaba”. Parece que este momento de maior visibilidade de Mario Peixoto se encerra em 1935 com a publicação de uma primeira versão do primeiro volume do roman fleuve O Inútil de Cada Um. Sua presença deve ser pensada dentro de um grupo de intelectuais reunidos por uma sensibilidade associada ao que Miceli chamou de cronistas da casa assassinada. Se Limite parece deslocado ao pensarmos talvez exclusivamente na produção cinematográfica brasileira de então, ele se situa claramente numa tradição literária (e a literatura era a arte definidora do campo intelectual) a qual M[ario Peixoto dedicou muito de seu tempo e energia até o fim da vida. Tradição esta marcada pela crise da cafeicultura, já no fim do século XIX, no vale do Paraiba que não encontra uma atividade econômica que a tenha substituido e que vivenciou uma experiência da decadência de uma elite rural e monarquista que, no caso da família de Mário Peixoto, não encontra lugar nem aliança com a burguesia urbana e industrial ou mesmo com uma classe media alta profissional. A opção, na falta de melhor palavra, de Mário Peixoto pela vida celibatária, pela não profissionalização, por uma vida de diletante é marcada pelo gasto da fortuna herdada e pelo estabelecimento de uma rede de amizades que as cartas e alguns poucos registros parecem indicar paralelamente ao encontro poético e definidor com a paisagem litoral do sul do estado do Rio de Janeiro depois de sua volta da Inglaterra e da França no fim dos anos 20, na passagem da adolescência para a vida adulta. Momento este marcado não só por uma sobrevivência do decadentismo encenada na “cidade morta” (Monteiro Lobato), presente em Limite, mas também do dandismo, no construção de sua própria imagem, no seio mesmo do Modernismo, numa linhagem menos conhecida, mais próxima do catolicismo e da intimidade do que do engajamento político e social de esquerda, mais cosmopolita do que interessada na formação da nação e de uma cultura brasileira, que faz da experiência da natureza não uma marca do regionalismo mas de um encontro sensorial, estético traduzido como experiência da catástrofe que se atualiza nos temos entre as duas guerras mundiais e para além.
    Nesta comunicação vamos nos deter especificamente nestes diários para compreender a experiência da amizade, como ela se configura, quais seus limites, no espaço de, em grande parte, uma homossociabilidade masculina, cruzando fronteiras da homossexualidade e da heterossexualidade, e ensejando uma configuração não homofóbica, longe do espaço da família, seja na Inglaterra, seja em hotéis ou na praia.

Bibliografia

    CASTRO, Emil de. Jogos de armar. Rio de Janeiro: Lacerda, 2000.
    MELLO, Saulo Pereira de. Limite. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.
    MICELI, Sérgio. Intelectuais e Classe Dirigente no Brasil (1920/1945). São Paulo: Difel, 1979.
    NAGIME, Mateus. Em busca de um cinema queer no Brasil. Dissertação de Mestrado. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2016.
    PEIXOTO, Mário. Diário da Inglaterra. Rio de Janeiro: Arquivo Mário Peixoto.
    PEIXOTO, Mário. Cadernos Verdes. Rio de Janeiro: Arquivo Mário Peixoto.
    PINTO, César Braga-. A Violência das Letras: Amizade e Inimizade na Literatura Brasileira 1888-1940. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2008.
    SANTOS, Fabricio Felice dos. “A apoteose da imagem”: Cineclubismo e crítica
    cinematográfica no Chaplin-club. Dissertação de mestrado. São Carlos: UFSCAR, 2012.
    VENANCIO, Paulo. A crise da pessoalidade e o outro” modernismo: Cornélio Penna, Oswaldo Goeldi e Mário Peixoto, Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: UFRJ, 1992.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br