O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Luiza Pires Bastos (UTP)

Minicurrículo

    Luiza Pires Bastos mestranda em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), tem pós-graduação em Gestão e Produção de Rádio e TV pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) e graduação em Desenho Industrial Programação Visual pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Analista de marketing de marketing na empresa de cosméticos Racco e professora monitora na Universidade Tuiuti. Interesses de pesquisa abrangem a produção cinematográfica japonesa, com foco na animação.

Ficha do Trabalho

Título

    Jornada da Heroína nos Filmes de Animação Japonesa

Resumo

    Propõe a analisar como as heroínas são presentes nos filmes de animação japonesas, sendo tão relevantes como os heróis. Como elas seguem a Jornada de Heroína proposta por Maureen Murdock e Victoria Lynn Schmidt. O problema de pesquisa busca mostrar as diferenças das heroínas japonesas entre si, comparando as animações do Studio Ghibli com as de Satoshi Kon, busca entender como a heroína japonesa se consolidou no ramo. Traz também os conceitos de cinema de animação e narrativa popular japonesa.

Resumo expandido

    Em 1949 o estudioso Joseph Campbell apresentou um modelo que ficou conhecido como Monomito, cujo objetivo era comprovar que os heróis mitológicos seguiam basicamente a mesma jornada; que começava com um chamado e terminava com a recompensa do herói, depois de ter passado por diversos obstáculos. Todavia, em 1990 a estudante Maureen Murdock achou que a Jornada do Herói não contemplada todas as diversidades da mulher moderna, por isso propôs a Jornada da Heroína. Isso porque, nas pesquisas de Campbell o papel da mulher na trama era quase que exclusivo, como uma recompensa ou uma propriedade de uma figura masculina. Na teoria proposta por Murdock, no entanto, a mulher começa sua jornada renegando tudo aquilo que conhece como feminino, pois numa sociedade patriarcal, o feminino representa a inferioridade, dependência e ilusão com o amor romântico. A protagonista usa do masculino para conquistar o mundo, porém, ao perceber que tudo que conquistou é falso devido ao fato de estar “usando” uma identidade falsa, ela renasce e integra o masculino com o feminino, para então retornar da sua jornada.
    Dez anos depois dos estudos de Maureen Murdock, a pesquisadora americana Victoria Lynn Schmidt desenhou um arco ainda mais completo. Na pesquisa de Schmidt a heroína está iludida com um mundo perfeito, no qual está protegida pelos homens da sua comunidade. Mas depois de uma traição, o mundo perfeito desmorona e a protagonista decide agir. Do decorrer da jornada, ela é tomada pela vergonha e medo de sua decisão, sentimento que se mantem até conquistar sua primeira vitória. Que também não dura muito, pois os homens se negam a ser comandados por uma mulher e tentam sabotá-la. Sem esperanças, a heroína aceita a derrota. Até que aparece uma ajuda de um terceiro e com isso ela encontra sua verdade força, fazendo-a retornar a jornada e por fim aceitar que sua jornada é para conhecimento interno, e não para reconhecimento perante a sociedade.
    Para a presente pesquisa foi usado a teoria de Schmidt, sem excluir, no entanto, alguns conceitos pregados por Maureen. Nos filmes produzidos pelo Studio Ghibli, dirigido por Hayao Miyazaki é possível perceber a presença do arco da heroína, embora em alguns momentos as transições sejam sutis. O que ocorre no filme Serviços de Entrega da Kiki (1989), onde a protagonista Kiki se vê obrigada a viver independentemente com apenas 13 anos. Apesar dos obstáculos iniciais, Kiki acaba sendo bem recebida na cidade onde decide se hospedar, entretanto, perde a esperança ao ver que nem todos os cidadãos são bons. Não se trata de uma sabotagem masculina por medo da ascensão feminina, como prega Schimth, é apenas um conflito interno da própria personagem. Os filmes de Satoshi Kon são ainda mais distantes da teoria. Perfect Blue (1998) conta a história de uma cantora que mesmo contrariada deve iniciar uma carreira de atriz pelo bem estar monetário a sua produtora. O arco é perspectivou até a etapa que a protagonista sente vergonha por ter que gravar uma cena de estupro. Todavia, a partir desse momento, o filme segue uma trama só dele – e até um pouco confusa – onde a protagonista se perde dentro do seu medo interno e retorna em sã consciência apenas ao final do filme. Em Paprika (2006) é perceptível em todas as etapas, principalmente quando Chiba é presa pelo colega que não aceita ser pior que ela. Enquanto o encontro com a deusa se caracteriza por se encontrar com ela mesmo nos sonhos e se redescobrir feminina, trazendo um pouco do conceito de Maureen, onde a protagonista mulher desiste do feminino para retomá-lo apenas ao final. Em Viagem de Chihiro (2001) já começa na etapa da traição, pois Chihiro não queria mudar de cidade devido ao trabalho do pai.
    O fato é que apesar de ser usado nos filmes de animações japoneses, o conceito da Jornada da Heroína se encaixa mais com os ideais culturais americanos, Visto que no Japão a heroína se volta desde o inicio mais para compreender a si mesmo do que ser aceita na sociedade.

Bibliografia

    AS HISTÓRIAS PREFERIDAS DAS CRIANÇAS JAPONESAS. São Paulo: Editora JBC, 2005.
    BAZIN, André. Alemanha Ano Zero. In. O cinema: Ensaios. São Paulo: Brasiliense, 1991. p. 187-190
    CRISTIANE, Sato. Japop: O Poder da Cultura Pop Japonesa. São Paulo: NSP-Hakkosha, 2007.
    CONTOS DE FADAS. 2 Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
    FOSSATTI, Carolina. Cinema de animação: uma Trajetória marcada por inovações. 2009.
    GRAVETT, Paul. Mangá: Como o Japão Reinventou os Quadrinhos. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2006.
    MIYAZAKI, Hayao. Starting Point: 1979-1996. 4 Ed. San Francisco: VIZ Media, 2016.
    MONTAGNANE, Priscila. Narrativa Popular Japonesa: Conceituação e estrutura do mukashi-banashi. Sâo Paulo: Universidade de São Paulo, 2014.
    MURDOCK, Maureen. O livro de jornadas da heroína. Boston: Shambhala Pub, 1998
    JORNADA DA HEROÍNA: a narrativa mítica da mulher. Disponível em Acessado em 11 de Fevereiro de 2019

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br