O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Marcius Freire (Unicamp)

Minicurrículo

    Professor Associado (Livre-docente) do Dept. de Cinema e do PPG em Multimeios da UNICAMP. Autor de Documentário. Ética, estética e formas de representação, além de inúmeros artigos e capítulos de livros sobre o campo fílmico. Organizou com Philippe Lourdou, Université de Paris X–Nanterre, o livro Descrever o Visível. Cinema documentário e antropologia fílmica; coedita com Manuela Penafria, Universidade da Beira Interior-Portugal, o periódico “Doc on-line. Revista Digital de Cinema Documentário”.

Ficha do Trabalho

Título

    Melancolia, memória e autobiografia : em torno de Lehman e Farocki

Mesa

    Enunciação e temporalidade no documentário moderno e contemporâneo.

Resumo

    Harum Farocki dizia que “O cinema é um belo objeto de perda”; “A foto é parte morta do ser”, afirma Boris Lehman. Contemporâneos, ambos os cineastas se serviram de fotografias para construir alguns de seus filmes. O primeiro recuperava clichés e filmes de arquivo para exumar momentos pregnantes da história; o segundo tomou a si mesmo como tema e vem construindo uma obra que é ao mesmo tempo o registro de sua própria vida. Verificaremos como o vetor da melancolia perpassa os dois autores.

Resumo expandido

    O cinema que se constrói em torno do estar no mundo do seu realizador e se desdobra em um leque bastante variado de estratégias narrativas. Seja vasculhando seu próprio passado através de entrevistas, material de arquivo e visita a lugares de memória, como fizeram Maria Clara Escobar em “Os dias com ele” e Flavia Castro em “Diário de uma busca”; ou, ainda, utilizando atores para reconstituições e revelando a equipe de filmagem como indicador evidente dessa reconstituição do passado, como fez Albetina Carri em “Los rubios”. Nesses poucos exemplos, as realizadoras citadas se debruçam sobre suas próprias histórias, mais propriamente, sobre momentos de suas vidas que ficaram esmaecidos pela passagem do tempo. Em alguns casos, apagados pela história oficial. De toda forma, esse passado que as diretoras tentam exumar ou reconstituir se presentifica através de suas presenças, tanto nas imagens quanto na banda sonora. Suas ações, no entanto, decorrem obrigatoriamente da missão que se deram justamente de recuperar esses elos perdidos de suas existências. É em função deles que se materializa o traço distintivo da autobiografia em suas obras, segundo a definição de Philippe Lejeune: “Narrativa retrospectiva (em prosa) que uma pessoa real faz de sua própria existência, a partir do momento em que ela enfatiza a sua vida individual, particularmente a história da sua personalidade”. Mutatis mutandis, é isso que vemos nos três exemplos acima mencionados. No entanto, é preciso considerar que suas autoras não estão se debruçando sobre um vivido que consta de suas memórias, o que, se fosse o caso, implicaria um exercício de rememorar. Como bem disse Chantal Akerman “Como se lembrar de algo que não vivemos?” Portanto, o objetivo será o de reconstituir, juntamente com o espectador, um passado desconhecido. Trata-se, mais bem, de “filmes de busca”, conforme definiu Jean-Claude Bernardet referindo-se aos documentários “33”, de Kiko Goifman, e “Um passaporte húngaro”, de Sandra Kogut.
    Existe, no entanto, uma vertente menos explorada da autobiografia no cinema em que o relato do vivido decorre do fluxo, do transcorrer do presente.[1]Ou seja, as peripécias que o autor experimenta no mundo histórico não decorrem de uma qualquer busca do passado, de eventos que precisam ser reconstituídos, exumados das brumas do tempo, do esquecimento. Aqui é o desenrolar mesmo da vida corrente do cineasta que o espectador tem diante de si. “Sherman’s March”, de Ross McElwee, “Babel. Lettre à mes amis restés en Belgique” ou “Histoire de ma vie racontée par mes photographies”, de Boris Lehman, são exemplos emblemáticos dessa corrente.
    Nosso objetivo é o de tratar este último à luz de duas de suas características: a utilização decisiva da fotografia, que é seu fio condutor e a sua razão de ser, e a melancolia que, acreditamos, se desprende do tratamento a elas dispensado pelo cineasta na construção do seu artefato fílmico.
    O uso de imagens fixas – fotografias -, e a presença da melancolia nos levaram a aproximar Boris Lehman de Harum Farocki. Não é preciso sublinhar que os dois cineastas, em que pese o fato de terem nascido no mesmo ano, numa Europa ainda em guerra, são autores cujos perfis criadores são praticamente antagônicos. Um volta sua câmera para si e transforma sua vida em objeto de seus filmes, como se estivesse elaborando “…um cinejornal escrito no dia a dia, em pequenos pedaços, com migalhas acumuladas”, o outro, em sua vertente mais conhecida[1], praticamente não usa uma câmera, não registra as coisas à sua volta. Ao invés, amealha imagens, fixas e animadas, já consumadas; registros por vezes anônimos, encontrados no mundo. Na mesa de montagem, pedaços de um mundo passado são construídos, reconstruídos, e se tornam presentes.
    É sobre os pontos de contato das obras desses dois cineastas que nossa apresentação será dedicada.[1]Farocki se dedicará também à criação de instalações em galerias de arte. Em alguns dos materiais que as conformam ele próprio aparece

Bibliografia

    Delage, Christian, La vérité par l’image. De Nuremberg au procès Milosevic, Paris: Denoël, 2006.
    Dumont, François, Approches de l’essai, Quebec: Éditions Nata bene, 2003.
    Eiguer, Alberto, Du bom usage du narcissisme, Paris: Bayard Éditions, 1999.
    Elsaesser, Thomas, Harun Farocki : Working on the Sight-Lines, Amsterdam: Amsterdam University Press, 2004.
    Farocki, Harun; Baute, Michael; Benning, James, Harun Farocki (Ed), Against What Against Whom, Köln: Walther König, 2010.
    Insdorf, Annette, Indelible Shadows. Film and the Holocaust, New York: Vintage Books Edition, 1983.
    Lehman, Boris, Histoire de ma vie racontée par mes photographies, Bruxelles: Éditions Yellow Now, 2016.
    Leyda, Jay, Films beget Films, New York: Hill and Wang, 1971.
    Petro, Patrice (Ed.), Fugitive Images. From Photography to Video, Bloomington and Indianapolis: Indiana University Press, 1995.
    Pontremoli, Edouard, L’excès du visible, Grenoble: Éditions Millon, 1996.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br