O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Flavio Pereira (UNIOESTE)

Minicurrículo

    Licenciado e Mestre em Letras Português-Espanhol pela UNESP, campus de Assis. Máster em Filologia Hispânica pelo CSIC, Espanha. Doutorando em Letras (Literatura Espanhola) pela USP. Docente da área de Espanhol da licenciatura em Letras da Unioeste, campus de Foz do Iguaçu. Pesquisador das relações entre literatura e cinema, notadamente no âmbito ibero-americano, com uma tesina de máster em 2007 do CSIC, sobre a representação realista da marginalidade urbana na literatura e cinema sul-americanos.

Ficha do Trabalho

Título

    Memória e ficção na literatura e cinema espanhóis do século XXI

Resumo

    No século XXI, ganha força na Espanha a representação na literatura e no cinema de dinâmicas de resgate da memória coletiva da guerra civil e da ditadura franquista. As narrativas contemporâneas operam este resgate tenso, num país onde ainda há forças sociais em embate em torno à necessidade de fazer isso e das formas como se leva a cabo tal tarefa. Abordaremos algumas obras literárias e cinematográficas ficcionais para verificar, em sua construção, as possibilidades desta poética da memória.

Resumo expandido

    No século XXI, ganha força na Espanha a representação, na literatura e no cinema, de dinâmicas de resgate da memória coletiva da guerra civil e da ditadura franquista. Após três anos de intensa guerra civil (1936-39) e quase quarenta anos de ditadura (1939-1975), o país se redemocratizou e assumiu um tácito pacto de silenciamento sobre a violência do passado recente perpetrada sobretudo pelas forças do Estado e seus apoiadores. Desde o final do século XX, ganha força no campo literário a recuperação da memória coletiva da guerra civil e do franquismo, ao mesmo tempo em que continuam a chegar ao cinema filmes que também estão construídos em torno a uma poética de recuperação da memória do passado recente. As narrativas contemporâneas operam este resgate tenso, num país onde ainda há forças sociais em embate em torno à necessidade de fazer isso e das formas como se leva a cabo tal tarefa. O partido político herdeiro do conservadorismo franquista, o Partido Popular, não apoia as iniciativas de recuperação da memória do passado recente sob a acusação de que elas impedem “fechar as feridas” e conduzem à permanente “crispação” social, enquanto forças de esquerda acusam a sociedade espanhola de não ter feito o esforço necessário para, pelo menos simbolicamente, enterrar os seus mortos, enquanto a ditadura franquista fez isso com os restos mortais de seus apoiadores com toda a pompa e circunstância. Assim, obras de enorme sucesso como Soldados de Salamina (2001), romance de Javier Cercas traduzido a várias línguas, popularizaram esta poética e ao mesmo tempo permitem problematizá-la, devido às tensões que atravessam o reconhecimento de vencedores e vencidos que a obra opera. Sintomaticamente, o mesmo romance foi transposto para o cinema em 2003, em roteiro escrito e dirigido por David Trueba. Em 2011, chegou ao público o filme La voz dormida, de Benito Zambrano, baseado na obra literária homônima de Dulce Chacón, que também contou com sucesso popular e continua sendo editada na Espanha. Assim, verificamos que continua a obter alcance popular obras que plasmam esta poética de busca e reconhecimento de memórias sobretudo dos vencidos pela guerra civil, que durante a ditadura franquista foram extirpadas da memória coletiva do povo espanhol. Pretendemos com este trabalho fazer um rastreamento destas obras, ainda que não exaustivo, com o objetivo de verificar que estruturas subjazem a elas e como se colocam diante do público. Utilizaremos para tanto o arcabouço teórico sistematizado por Northrop Frye em Anatomia da crítica (1973) no ensaio “Crítica dos modos”, para observar se as obras dialogam com o passado numa chave nostálgica e romanesca ou de forma mais problemática, complexa e irônica, assumindo as dificuldades inerentes ao processo de recuperação da memória do passado recente e até mesmo a impossibilidade de efetuar, metaforicamente, o preenchimento do vazio que foi deixado pelo extermínio de milhares de cidadãos. Estes foram perseguidos seja porque tomaram partido a favor da II República durante a guerra civil e por isso foram alvo preferencial da ditadura franquista, seja porque não tomaram nenhum partido, mas estavam em regiões da Espanha onde a II República manteve seu domínio até a derrota ou estavam em regiões da Espanha claramente de maioria franquista e de alguma forma foram alcançados pela violência franquista durante e após o conflito. Desta forma, pretendemos verificar de que formas a literatura e o cinema dão forma a este embate social em torno ao que resta do passado recente da Espanha, levando em conta as reflexões de Paul Ricoeur sobre os transtornos sociais da memória e do esquecimento em La memoria, la historia, el olvido (2007) e o complexo trânsito social da memória coletiva. Por fim, apoiamo-nos nas reflexões de Walter Benjamin sobre a precariedade da memória em tempos de barbárie, posto que as narrativas operam como o Anjo da História benjaminiano, que se ergue sobre uma montanha de escombros para testemunhar.

Bibliografia

    AGUILAR FERNÁNDEZ, Paloma (1995). Memoria y olvido de la guerra civil española. Madrid: Alianza.
    BARAHONA DE BRITO, Alejandra e AGUILAR FERNÁNDEZ, Paloma (2002). Las políticas hacia el pasado: juicios, depuraciones, perdón y olvido en las nuevas democracias. Madrid: Akal.
    BENJAMIN, Walter (1987). “Teses sobre o conceito de história”. Obras escolhidas. Vol. 1. Magia e técnica, arte e política. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, p. 222-232.
    CASTRO, Luis (2008) . Héroes y caídos: políticas de la memoria en la España contemporánea. Madrid: Catarata.
    FERRO, Marc (1980). Cine e historia. Trad. Josep Elias. Barcelona: Gustavo Gili.
    FRYE, Northrop (1973). Anatomia da crítica. Trad. Péricles Eugênio da Silva Ramos. São Paulo: Cultrix.
    LUENGO, Ana (2004). La encrucijada de la memoria: la memoria colectiva de la Guerra Civil Española en la novela contemporánea. Berlín: Edition Tranvía.
    RICOEUR, Paul (2007). La memoria, la historia, el olvido. Trad. Agustín Neira. Madrid: FCE.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br