O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    moema pascoini (UFMG)

Minicurrículo

    Professora substituta do curso de cinema da UFS, doutoranda em Artes (linha: cinema) pela UFMG e mestre em Imagem e Som pela UFSCAR. É também formada em Direção de Fotografia e em Documentário pelo Centro de Formação Profissional do Sindicato da Indústria Cinematográfica Argentina (C.F.P del SICA).
    Realiza pesquisas sobre a bitola super-8 e enquanto profissional da área de audiovisual trabalha com cinema e televisão.

Ficha do Trabalho

Título

    A apropriação do super-8 por mulheres nordestinas nos anos 70 e 80.

Resumo

    Esta apresentação deseja lançar luz sobre o cinema superoitista realizado por mulheres no nordeste entre os anos de 1970 e 80. Pretende-se analisar a maneira como essas mulheres se movimentaram em um meio predominantemente masculino e como o super-8 serviu como ferramenta de acesso à criação cinematográfica, possibilitando a expansão da condição de expectadora ou de personagem para a de realizadora. Como estudo de caso, utilizaremos o curta-metragem O Beijo (Dir: Ilma Fontes; Yoya Wurcsh, 1980).

Resumo expandido

    O suporte fílmico denominado super-8 corresponde a uma evolução técnica da bitola 8mm. A largura da película foi mantida, mas o tamanho das perfurações laterais foi reduzido, permitindo dessa forma, o aumento da área dedicada à fixação da imagem (frame) e a consequente melhoria da qualidade desta última. Foi acrescentado, também, um espaço para uma pista magnética que permitiu a gravação simultânea do som, dispensando a necessidade de um equipamento extra para a captação direta de áudio. A nova bitola foi lançada longe dos holofotes da produção do cinema profissional e surgiu no mercado em 1965, com o objetivo de servir a fins domésticos.
    Rapidamente, no entanto, uma apropriação experimental desse suporte foi realizada para a utilização em filmagens de curtas-metragens, documentários e intervenções. Dessa forma, artistas plásticos, estudantes, adolescentes, militantes políticos e tantas outras figuras passaram a utilizar o super-8 e se viram na posição do registro e da criação.
    No nordeste brasileiro desenvolveu-se um ciclo de cinema superoitista alimentado por cineclubes e festivais dedicados à bitola. Como amostragem inicial, podemos verificar que entre os 92 filmes catalogados pelo Núcleo de Documentação Cinematográfica da Universidade Federal da Paraíba (NUDOC) , 21 foram dirigidos ou co-dirigidos por mulheres, o que nos mostra que a participação feminina era menor que a masculina, sem deixar de ser, no entanto, numericamente relevante. Nesse sentido é interessante notar como a apropriação do super-8, permitiu às mulheres a saída da condição de personagem ou expectadora (inclusive em filmes familiares, onde o uso da câmera está ligado à figura masculina) para a de realizadora, assumindo assim, autonomia frente às suas criações e revelando, através delas uma relação entre o seu universo pessoal e o contexto social no qual estavam inseridas.
    Realizadores superoitistas nordestinos como Edgard Navarro (Bahia), Torquato Joel (Paraíba), Paulo Bruscky ou Jomard Muniz de Britto (Pernambuco) são de maneira justa e acertada estudados e discutidos, porém o mesmo não se dá com realizadoras como Jane Malaquias (Ceará), Ilma Fontes (Sergipe) ou Elisa Cabral (Paraíba), por exemplo. Seriam os seus filmes considerados menos importantes? Conforme analisado por Machado e Campos (2017), esse vácuo dentro dos estudos superoitistas é resultante de uma postura teórica de desvalorização em relação ao cinema realizado por mulheres, como também um reflexo da subordinação à qual a mulher é submetida no momento de produção desses filmes.
    Acredita-se aqui que as obras fílmicas realizadas por mulheres nordestinas ainda não possuem suficiente espaço de reflexão e aprofundamento teórico dentro da academia e que essa problemática é ainda mais aguçada em relação aos filmes realizados em super-8. Dentro deste recorte, para esta apresentação, será feita uma análise do filme sergipano “O Beijo” (7min,1980), das realizadoras Ilma Fontes e Yoya Wursch.

Bibliografia

    GUBERNIKOFF, Giselle. Cinema, identidade e feminismo. São Paulo: Editora Pontocom, 2016.
    HOLANDA, Karla; TEDESCO, Marina Cavalcanti (orgs.). Feminino e plural: mulheres no cinema brasileiro. Campinas: Papirus, 2017.
    KAPLAN, E. Ann. A mulher e o cinema: os dois lados da câmera. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.
    MACHADO JÚNIOR, Rubens L. R.; CAMPOS, Marina da Costa. Protagonismos experimentais femininos no surto superoitista dos anos 1970. In: HOLANDA, Karla; TEDESCO, Marina Cavalcanti (orgs.). Feminino e plural: mulheres no cinema brasileiro. Campinas: Papirus, 2017.
    MORENO, Djaldino Mota. Cinema Sergipano: Catálogo de Filmes. Aracaju: Conselho Estadual de Cultura, 1984. 119 p.
    MULVEY, Laura. Prazer Visual e cinema narrativo. In: XAVIER, Ismail (org). A Experiência do Cinema: antologia. Rio de Janeiro: Edições Graal; Embrafilme,1983, p.437-453.
    ZIMMERMANN, Patricia; ISHIZUKA, Karen. Mining the home movies: excavations in histories and memories. University of California Press, 2008.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br