O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Esmejoano Lincol da Silva de França (UFPB)

Minicurrículo

    Esmejoano Lincol da Silva de França é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e membro do Grupo de Estudos em Cinema e Audiovisual, coordenado pelo professor doutor Bertrand de Souza Lira (UFPB). Estuda metalinguagem no cinema e na televisão e produção e ressignificação de sentidos no audiovisual.

Ficha do Trabalho

Título

    Juliana Rojas e Marco Dutra: um lobisomem brasileiro no cinema

Resumo

    O presente painel tem como objetivo analisar a ressignificação do mito do lobisomem a partir da inserção simbólica ou presentificada da criatura nos filmes “Trabalhar Cansa” (2007) e “As Boas Maneiras” (2018), de Juliana Rojas e Marco Dutra, bem como o atravessamento de questões sociais nestas obras. Resgataremos através das Estruturas Antropológicas do Imaginário a origem do mito e a confrontaremos com a decomposição/recomposição imagética da criatura realizada pelos cineastas.

Resumo expandido

    Parte da filmografia dos diretores Juliana Rojas e Marco Dutra é composta de imagens aterrorizantes que povoam o nosso imaginário coletivo. As narrativas fílmicas desses diretores, que frequentemente flertam com o horror e o suspense, podem recorrer à lendas urbanas consagradas na contemporaneidade, como a suposta malignidade presente no boneco do personagem Fofão – imagem do filme “Quando Eu Era Vivo” (2014), assinado apenas por Dutra –, ou aos mitos mais ancestrais, como a lenda do lobisomem, personagem mítico explorado nos filmes “Trabalhar Cansa” (2007) e “As Boas Maneiras” (2018) – estes assinados por ambos os diretores.

    No entanto, o modo como a imagem do lobisomem aparece nas duas obras acima difere da abordagem regular das obras de horror e de suspense que utilizam esta lenda. Em “Trabalhar Cansa”, por exemplo, o mito é despido de corporeidade e se apresenta de forma etérea, quase sugerida: o lobisomem não aparece como um monstro feroz, que faz vítimas e que só pode ser derrotado com uma bala de prata, segundo a lenda; ele surge na forma de um cadáver, concretado à parede do supermercado que Helena (Helena Albergaria) e Otávio (Marat Descartes) tentam fazer prosperar. O monstro exercita seu poder destrutivo não mais através de um ataque direto, mas como uma presença maligna assombrando o local.

    Já no segundo longa que destacamos neste painel, “As Boas Maneiras”, a figura do lobisomem aparece personificada, tanto na figura de Ana (Marjorie Estiano), transformada em monstro ao se relacionar com um homem desconhecido, quanto na figura de seu filho Joel (Miguel Lobo), criado por Clara (Isabél Zuaa). Mas, nesse filme, outro dado a ser considerado no exercício imagético do mito é o atravessamento das questões sociais. Em “As Boas Maneiras” o lobisomem marca presença ora como personagem, ora como elemento que sedimenta e altera relações entre diferentes classes sociais. A existência simbólica do lobisomem em “Trabalhar Cansa” também pode ser lida no plano das discussões sociológicas, funcionando como uma espécie de “entrave econômico” para os microempresários Helena e Otávio, ajudando a discutir, por conseguinte, a economia e as relações de trabalho notadas no país.

    O enviesamento sociológico desse gênero fílmico não é novidade. Daniel Medeiros (2016) rememora as primeiras experiências do horror no cinema, notadas durante o expressionismo alemão da década de 1920, como “O Gabinete do Dr. Calligari” (1920) e “Nosferatu” (1922) (MEDEIROS, 2016); estas foram impactadas, sobretudo, pela Primeira Guerra Mundial. Mais recentemente, o realizador americano Jordan Peele pode discutir através dos seus filmes “Corra!” (2017) e “Nós” (2019) os horrores da sociedade americana: o racismo e a xenofobia fizeram as vezes de monstros nas obras deste diretor.

    Tendo exposto as peculiaridades sobre o exercício imagético desta figura mitológica em “Trabalhar Cansa” e “As Boas Maneiras”, o objetivo desse painel é analisar a ressignificação do mito do lobisomem a partir da inserção simbólica ou presentificada desta criatura nos filmes Juliana Rojas e Marco Dutra e o atravessamento de questões sociais destes filmes mediada pela presença etérea ou corporificada do personagem mítico.

    Para isso, resgataremos através das Estruturas Antropológicas do Imaginário, classificação de arquétipos e símbolos proposta por Gilbert Durand (2012), as imagens que possivelmente deram origem ao mito e compararemos este resultado com a ressignificação imagética notada nas obras Rojas e Dutra. Em seguida, faremos o recorte das questões sociológicas apresentadas nos filmes, tentando entender como a figura do lobisomem pode enriquecer e ajudar essas narrativas no tocante à exposição dos problemas socioeconômicos do país. De modo a sedimentar nossa bibliografia sobre os filmes de horror e sua relação com o social, recorreremos a trabalhos como os de Daniel Medeiros (2016) e Igor Noboa (2010).

Bibliografia

    DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia geral; tradução de Hélder Godinho. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012.

    ______. O retorno do mito: introdução à mitologia. Mitos e sociedade. Revista Famecos: Mídia, Cultura e Tecnologia, Porto Alegre v. 11, n. 23, p. 7-22, 2004.

    MEDEIROS, Daniel Lucas. O início do horror: o nascimento do gênero de terror no cinema e sua relação com a guerra. In: 4º Encontro Rede Sul Letras, 2016, Palhoça. Anais do 4 Encontro Rede Sul Letras, 2016. p. 283-287.

    NOBOA, Ígor Carastan. Filmes do fim do mundo: ficção científica e Guerra Fria (1951/1964). 2010. Dissertação (Mestrado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. doi:10.11606/D.8.2010.tde-18102010-153611. Acesso em: 2019-04-19.

    SOUZA, Gustavo Marques de. Licantropia nos percalços da história. Miguilim – Revista Eletrônica do Netlli, Crato, v. 2, n. 1, p. 57-67, 2013.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br