O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Cristiana Miranda Soares de Moura (PPGARTES/UERJ)

Minicurrículo

    Cineasta experimental e professora do ensino superior no campo das artes da imagem, da fotografia e do cinema. Graduação em Sociologia pela PUC-RJ, Mestrado pelo PPGCOM/UFRJ. Doutoranda em artes no PPGARTES/UERJ. Como curadora, organiza a mostra Dobra Festival Internacional de Cinema Experimental (Rio de Janeiro) e realizou diversos programas de cinema experimental para Festivais Internacionais. Em 2017, foi agraciada com uma retrospectiva de seus filmes na Cinemateca do MAM-RJ.

Ficha do Trabalho

Título

    Por um cinema líquido – interrogar a história e experimentar o cinema

Resumo

    Apresentar o cinema como uma experiência líquida que se realiza a partir de uma imersão no ambiente de escuridão onde se dá a revelação da imagem. O uso livre e criativo do antigo maquinário do cinema analógico dentro de uma proposta “digitópica”. A experiência líquida da revelação e a recuperação dos processos imaginativos associados aos experimentos visionários. Interessa não apenas o que está visível na imagem, mas também o processo de criação dessa visibilidade.

Resumo expandido

    A proposta de cinema aqui apresentada parte de uma posição desavergonhadamente utópica. Pretendo apresentar um outro cinema, disposto a superar os limites daquilo que se costuma chamar “o cinema dominante”. Essa proposta está irremediavelmente ligada ao cinema independente e experimental, ainda que não procure recuperar a sua tradição. Trata-se principalmente de desmistificar o processo de produção cinematográfica e perturbar a barreira existente entre o “público” e o “produtor”.
    Com as “sucatas tecnológicas” do cinema que são as antigas câmeras 16mm, filmes vencidos que encontro em cinematecas e produtoras e a revelação manual das imagens criadas, faço um cinema de “gambiarrotecnologias”. Um cinema que lança um olhar crítico para os padrões impostos pelo uso comercial das máquinas cinematográficas. Proponho filmes que fazem uma crítica à forma como ideias e imagens coloniais, machistas e racistas são apresentadas como verdades auto evidentes. Um cinema que está atento a política da representação e busca entender seus diversos códigos e estratégias para criar novas imagens, que expressem anseios dissidentes.
    Minhas maravilhosas máquinas “gambiarrotecnológicas” que filmam com mecanismos de corda, habitam os lugares da luz e os lugares da sombra. Quando se filma com película é preciso revelar a imagem para que ela surja no filme. Nesse momento entramos na cozinha do cinema. O laboratório cinematográfico é uma sala escura e úmida, onde o filme é submetido aos banhos do processamento fotoquímico.
    Filmar com câmeras 16mm em plena segunda década do século XXI não é uma escolha inconsequente. Para defende-la gostaria de evocar um conceito proposto pelo cineasta Jonh Akomfrah, ainda que num primeiro momento ele pareça referir-se a um projeto cinematográfico incompatível com o uso do filme. Trata-se da ideia de “digitopia”. A tecnologia digital chega ao mundo da imagem na década de 80 do século passado, em nosso chamado terceiro mundo ela se torna majoritariamente usada pelos profissionais da imagem apenas na virada do milênio. O século XXI trouxe, já na sua primeira década, o desmonte da indústria cinematográfica analógica e sua substituição por novas máquinas de imagem, fabulosas máquinas digitais que traziam consigo empolgantes promessas.
    O novo estatuto da imagem surgido com a tecnologia digital implicou não apenas em um novo parque tecnológico, ele trouxe também um parque abandonado, cujo maquinário se tornou obsoleto. As antigas máquinas analógicas, descartadas pela tecnologia da imagem digital, tornaram-se disponíveis para um outro uso. Filmar em 16mm hoje é uma aposta nas possibilidades transformadoras que surgem quando as potências criativas do material fílmico são experimentadas de forma livre. Proponho usar a câmera 16mm e processar manualmente a imagem sem as amarras dos padrões fotoquímicos da indústria do entretenimento, cujo padrão é racista e colonial. Nesse sentido a digitopia pode incluir também a libertação das antigas máquinas analógicas. Lançadas aos porões do desuso comercial, elas têm seu uso recriado por novas propostas, atentas a dimensão histórica das tecnologias da imagem enquanto proposições perceptivas mágicas e libertadoras.
    O cinema é uma experiência de imersão que tem raízes muito antigas. Antes do cinematógrafo os dispositivos óticos do século XVIII já alimentavam o desejo por um espetáculo de ilusionismo total que sempre motivou as utopias cinematográficos. Essa imersão que caracteriza o cinema é uma experiência que precisa acontecer dentro da escuridão. Todos sabemos o quanto é frustrante ver a projeção de um filme em ambiente de muita luz, mas para o cinema analógico a escuridão é necessária não apenas no momento da exibição do filme, ela também é fundamental no aparecimento da imagem. Dentro do laboratório cinematográfico a criação da imagem é resultante do processo de estar no escuro. Nessa escuridão o filme mergulha nos líquidos da revelação.

Bibliografia

    Akomfrak, John. Espectros da diáspora. Rio de Janeiro: CCCBB, 2017.
    BENJAMIN, Walter. Textos escolhidos Sociologia. São Paulo: Editora Ática, 1985.
    BLANCHOT, Maurice. L’espace littéraire. Paris: Gallimard, 1955.
    BRENEZ, Nicole. Cinémas d’avant garde. Paris: Cahiers du Cinémas, 2002.
    DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. São Paulo: Contracampo, 2016.
    DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos, o que nos olha, São Paulo: Editora 34, 1998.
    FARGE, Arlette. Lugares para a história. Belo Horizonte: Autêntica. 2011.
    FOSTER, Hal. O retorno do real. São Paulo: Cosac&Naif, 2014.
    FREUD, Sigmund. (1899) Lembranças Encobridoras. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, vol. III. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
    LACAN, Jacques, O Seminário Livro 11: Os quarto conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008.
    MACHADO, Arlindo. Made in Brasil: três décadas do video brasileiro. São Paulo: Iluminuras, 2007.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br