O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Igor Araújo Porto (UFRGS)

Minicurrículo

    Doutorando em Comunicação pelo Ppgcom (UFRGS), Bacharel em Jornalismo e Mestre em Comunicação
    e Informação pela mesma universidade. Participa do grupo de pesquisa Processos
    Audiovisuais (PROAv-UFRGS).

Coautor

    Guilherme Fumeo Almeida (UFRGS)

Ficha do Trabalho

Título

    Cinema de ficção e memória política durante a Ditadura Civil-Militar

Resumo

    O trabalho propõe pensar como, no contexto da Ditadura Civil-Militar do Brasil, o cinema de ficção funcionou como forma de arquivo da memória nacional (Figueiredo, 2017). A partir de dois filmes produzidos no período, a pornochanchada dramática Os Sete Gatinhos (Neville d´Almeida, 1980) e o drama político Eles Não Usam Black-Tie (Leon Hirszman, 1981), pretende-se problematizar como a ficção exerce o papel de resgate da memória e de registro do cotidiano de um período autoritário.

Resumo expandido

    Enquanto um instrumento de representação dos efeitos do autoritarismo de Estado, como o desaparecimento, a tortura e a dor da perda, a arte une ficção, falsificação, ilusão e realidade, ao mesmo tempo em que assume um compromisso autêntico com a verdade e a denúncia da violência, se posicionando no limiar entre o público e o privado. Ao destacar a noção de arquivo como uma forma de analisar as relações entre memória e esquecimento no contexto brasileiro pós-ditadura civil-militar, Eurídice Figueiredo (2017) pensa a ficção como resgate e ressignificação da violência fruto do autoritarismo estatal. No caso nacional, Figueiredo aponta uma cultura dos vestígios em um contexto de falta de memória, que supriria, através das potencialidades ficcionais, a falta de um arquivo efetivo que permitisse o acesso aos traumas e abusos ocorridos no recente passado autoritário.
    Considerando esta potencialidade da ficção de captar os efeitos do autoritarismo estatal em termos de resgate da memória e de registro do cotidiano durante a ditadura civil-militar, este trabalho pretende analisar dois filmes produzidos durante o período, Os Sete Gatinhos (Neville d´Almeida, 1980) e Eles Não Usam Black-Tie (Leon Hirszman, 1981). Por meio do diálogo entre análise e problematização teórica, busca-se responder a seguinte questão: de que forma, em um contexto de repressão e censura política e moral, o cinema de ficção brasileiro realizado durante a ditadura civil-militar dá vazão a certas ideias, tensões e memórias?
    Enquanto representante dramática do gênero cinematográfico de maior sucesso de público durante a ditadura civil-militar brasileira, a pornochanchada, Os Sete gatinhos, adaptação da peça de Nelson Rodrigues, retrata os dramas familiares do período a partir da decadência moral do contínuo da Câmara dos Deputados Noronha (Lima Duarte), sua esposa e as cinco filhas. Com grande parte de sua trama ocorrendo na casa de classe média baixa em um subúrbio carioca onde Noronha vive com a família, o filme funde a problematização do poder paterno com o declínio deste poder dentro do ecossistema familiar. Esta dinâmica exemplifica o destaque feito por Figueiredo (2017) acerca da capacidade de resgate e arquivamento da ficção produzida sobre e durante um período autoritário e por Ximena Barraza (1980) em relação à habilidade da imaginação artística de captar as dinâmicas da vida cotidiana sob a ordem autoritária, assimilando as subjetividades que se materializam enquanto efeitos da vivência dos indivíduos em tempos de autoritarismo político.
    Já Eles não usam Black-Tie é uma adaptação da peça de Gianfrancesco Guarnieri, abordando o drama familiar de Tião (Carlos Alberto Ricelli), filho do líder grevista Otávio (Guarnieri), que decide furar greve por medo de perder o emprego às vésperas de ter um filho. Ao piorizar o decorrer de sua trama no interior da vida privada e recusar a abordagem mais teleológica que marcaou o contexto do cinema político brasileiro nas décadas anteriores, o filme registra o amadurecer do debate em torno das práxis de luta e resistência e dos limites de sua representação. Tudo isso conectado com uma tendência que pode ser observada nas artes brasileiras, sobretudo na literatura, a partir do processo de abertura política nacional, iniciado em meados da década de 1970 (FRANCO, 2003).
    Esta proposta é um braço comum das pesquisas de doutorado dos autores: a primeira, que busca estudar as relações entre estética e técnica na introdução do som direto em externas durante os anos 1970 e 1980, e a segunda analisa a representação das relações interpessoais sociais nas pornochanchadas brasileiras das décadas de 70 e 80 e conta com auxílio de bolsa CAPES. Ambas são desenvolvidas no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCOM-UFRGS), sob orientação da Prof.ª Drª Miriam de Souza Rossini.

Bibliografia

    BARRAZA, Ximena. Notas sobre a vida cotidiana numa ordem autoritária. In: MAIRA, Luís et. al. América Latina: novas estratégias de dominação. Petrópolis: Vozes, 1980. p. 135-167.

    CARDENUTO, Reinaldo. O cinema político de Leon Hirszman (1976-1981): engajamento e resistência durante o regime militar brasileiro. Doutorado em Ciências da Comunicação, ECA/USP. São Paulo, 2016.

    FIGUEIREDO, Eurídice. A literatura como arquivo da ditadura brasileira. Rio de Janeiro: 7 letras, 2017.
    FRANCO, Renato. Literatura e catástrofe no Brasil: anos 70. In: SELIGMANN-SILVA, Márcio (Org.). História, memória, literatura – O testemunho na era das catástrofes. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2003. p. 351-367.
    XAVIER, Ismail. Alegorias do subdesenvolvimento: cinema novo, tropicalismo, cinema marginal. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
    XAVIER, Ismail. O olhar e a cena – Melodrama, Hollywood, Cinema Novo, Nelson Rodrigues. São Paulo: Cosac Naify, 2003.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br