O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Paola Barreto Leblanc (IHAC – UFBA)

Minicurrículo

    Paola Barreto é professora de Artes, Estéticas e Materialidades na Universidade Federal da Bahia. Graduada em Cinema pela UFBA, Mestre em Tecnologias e Estéticas pela UFRJ e Doutora em Poéticas Interdisciplinares pela Escola de Artes Visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua produção teórica e prática é baseada em circuitos de vídeo analógicos e digitais, arqueologia de mídias e sistemas híbridos, desdobrando-se entre intervenções urbanas, fantasmagorias e ficções científicas.

Ficha do Trabalho

Título

    “Eu rezei uma missa bárbara”: filme e culto na Bahia

Seminário

    Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil

Resumo

    A maioria das terras da região central da capital baiana é de propriedade da Igreja Católica, e chama a atenção o fato de que um dos primeiros locais a oferecer um programa regular de cinema na cidade tenha sido o Cine Recreio São Jerônimo, inaugurado em 1917 em uma sala na biblioteca dos Jesuítas, dentro da antiga Sé. Que imagens, corpos, discursos e práticas a aliança entre Igreja Católica e Cinema trata de invisibilizar em Salvador? Como pensar, hoje, novas encruzilhadas entre filme e culto?

Resumo expandido

    Esse trabalho analisa complexidades do centro religioso, administrativo e comercial de Salvador através da ascensão e queda da atividade de projeção de filmes.
    Na influência no trânsito ao redor das praças, no ritmo de circulação de pedestres, na normatização de hábitos e horários: cinema e catedral, filme e missa, espectador e crente são figuras que se alternam e complementam no “santíssimo da Cinelândia”, para usar a expressão de Vilém Flusser. Salvador não chegou a ter a sua “Cinelândia”, como o Rio de Janeiro ou São Paulo, mas o número de cinemas abertos em torno de sua região central ao longo do século 20 chegou a quase duas dezenas, e o papel das ordens religiosas em sua manutenção e gestão não é pequeno.
    A maioria das terras da região central da capital baiana é de propriedade da Igreja Católica, e chama a atenção o fato de que um dos primeiros locais a oferecer um programa regular de cinema na cidade tenha sido o Cine Recreio São Jerônimo, inaugurado em 1917 em uma sala na biblioteca dos Jesuítas, dentro da antiga Sé.
    A Igreja Católica, desde as primeiras décadas do século XX, expressou oficialmente sua preocupação com o cinema, e em 1936 o Vaticano publica a encíclica Vigilanti Cura, incorporando a “nova mídia” como plataforma para a ação pastoral e evangélica. Nessa mesma década grandes salas são inauguradas no centro de Salvador por ordens religiosas: caso do Cine Excelsior, na Praça da Sé, pela Congregação Mariana, em 1935 e Cine Pax, na Baixa dos Sapateiros, pela Ordem Terceira de São Francisco, em 1936. Durante pelo menos três décadas – entre os anos 1930 e 1960 – os franciscanos desempenharam importante papel no mercado exibidor da cidade, inicialmente exibindo fitas relacionadas a personagens ou festas cristãs, mas aos poucos ampliando e diversificando sua programação, que incluía até mesmo shows de música. A partir dos anos 80, com mudanças na configuração do centro, o fim de linhas de bonde e de ônibus, e a migração do comércio e centros de lazer para outros bairros, a região do centro entra em decadência e os cinemas dos religiosos se mantém, controversamente, exibindo programação de conteúdo pornográfico, para enfim fechar as portas antes da virada do novo século.
    Em 2005, o Cine Pax foi ocupado pelo Movimento dos Sem Teto de Salvador. Cerca de 60 famílias ali se instalaram, mas foram removidas pelos franciscanos interessados em alugar o espaço para um “camelódromo”. O camelódromo nunca foi feito e o prédio ainda encontra-se fechado. O Cine Excelsior também está abandonado e sua porta cimentada para impedir a entrada dos desabrigados que vivem nos arredores da Sé.
    Sabemos que o cinema chega a Salvador como parte de um projeto civilizatório que pretende higienizar e “desafricanizar” (termo comum no jargão jornalístico do início do século) territórios na capital. É digno de nota que a primeira sessão de cinema na cidade ocorra na Rua do Politeama no dia 4 de dezembro de 1897, dia de Santa Bárbara, que na cidade é historicamente sincretizada com o Orixá Iansã, ou Oyá. Segundo a sábia Griô Egbomi Cici, podemos dizer que existe uma ligação entre Oyá e as artes da projeção: “Ela projeta o que não existe, mas fica guardado. Todas as vezes que você projeta, você evoca. Tem realmente a ver com Oyá.” Seguindo essa pista, podemos considerar que os espetáculos de projeções do cinematógrafo Lumière que chegam de Paris a Salvador se associam não apenas ao poder hegemônico da Igreja Católica, dona de prédios e terrenos, mas também ao imaginário das festas religiosas populares e às formas de culto, incorporação e invocação afrodiaspóricas dos terreiros.
    O que o cinema desterritorializa, quando reterritorializa o centro da cidade? Que imagens, corpos, discursos e práticas a aliança entre Igreja Católica e cinema trata de invisibilizar em Salvador? Como pensar hoje novas encruzilhadas entre filme e culto?

Bibliografia

    BOCCANERA JR, Silio. Os cinemas da Bahia, 1897-1918. Salvador: EDUFBA, 2007
    FONSECA, Raimundo Nonato da Silva. Fazendo fita: cinematógrafos, cotidiano e imaginário em Salvador, 1897 – 1930. Salvador: EDUFBA, 2002
    FLUSSER, Vilém. Da cinelândia (= Cinemas) Vilém Flusser Archiv, Berlin – no. de referência– 2340 – Essay – Coisas – 07 – M3-42 112. 1965
    GINZBURG, Carlo. Mitos, Emblemas, Sinais: Morfologia e História. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1989
    GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 1996
    KILOMBA, Grada. “The Mask” In: Plantation Memories: Episodes of Everyday Racism. Münster: Unrast Verlag, 2010
    ROCHA, Glauber. Revolução do Cinema Novo. São Paulo: Cosac Naify, 2004
    RUFINO, Luiz. Exu e a Pedagogia das Encruzilhadas. Seminário dos Alunos PPGAS-MN/UFRJ. Rio de Janeiro, 2016
    SILVEIRA, Renato da. O candomblé da Barroquinha: Processo de constituição do primeiro terreiro baiano de Ketu. Salvador: Edições Maianga, 2006

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br