O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Bruno Saphira Ferreira Andrade (UniJorge)

Minicurrículo

    Bruno Saphira é doutor pelo Programa de Pós Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Faculdade de Comunicação-UFBA. Atua como professor de cinema documentário e realização audiovisual no Centro Universitário Jorge Amado (UniJorge) e como cineasta/diretor audiovisual. Algumas de suas realizacão são os filmes documentários: Pescadores do Iguape (2004), Mestres Populares da Cultura (2005), Lindeiras (2011), Bumba Boi (2018).

Ficha do Trabalho

Título

    Atos políticos cinematográficos e o golpe de 2016 no Brasil

Resumo

    O presente trabalho pretende discutir a noção de política da imagem, do filósofo Jacques Rancière, através da análise de dois filmes brasileiros, significativamente diferentes, que abordam/encenam o atual contexto político do país. São eles: Era uma Vez Brasília (2017) , de Adirley Queirós e O Processo (2018) de Maria Augusta Ramos.

Resumo expandido

    Períodos históricos em que a violência, institucional e simbólica, assume o protagonismo das relações sociais e politicas aguçam atos de resistência por parte, principalmente, de artistas e intelectuais em uma sociedade. Podemos ver na ordem do dia brasileiro diversas frentes de atuação diante das agressões cotidianas que sofremos desde o fomento ao processo de impeachment/golpe que teve início logo após a eleição que confirmou o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff em novembro de 2014. O cenário é vertiginoso, as reações a ele também.
    No campo do cinema brasileiro destacam-se duas obras que abordam nossa atualidade política a partir de posturas absolutamente diferentes, são elas: Era uma vez Brasília (2017) do cineasta Adirley Queirós e O Processo (2018) da cineasta Maria Augusta Ramos.
    A obra de Adirley acentua sua aposta, já vista em Branco Sai, Preto Fica (2014), de uma narrativa que põe junto a irrealidade distópica de uma ficção científica e um contexto real também absurdo, num diálogo estimulante, improvável, lacunar. Já a obra de Maria Augusta segue os procedimentos, que a cineasta já adota em sua cinematografia, inspirados no movimento do cinema direto norte americano das décadas de 1960 e 1970, cujo um dos fundamentos é o acompanhamento de determinado fenômeno social sem uma interferência direta ou ao menos visível/audível da cineasta. Ramos acompanha as etapas que configuram o golpe/impeachment da presidente Dilma Rousseff, nos mostrando as etapas do processo e formando um mosaico complexo das instâncias e atores que agem nesse fato social de grande impacto e mobilização. Duas posturas bastante distintas que orbitam num mesmo ambiente.
    Esse trabalho se propõe analisar essas duas obras a partir da ideia de uma política das imagens, do filósofo Jacques Rancière, que está atrelada e é de certa forma uma derivação de duas de suas formulações centrais que são o regime estético das artes e as noções de política enquanto dissenso. Apesar do corpus está vinculado fortemente a um contexto da política institucional, a análise parte não da identificação do tema como caracterizador da imagem desses filmes como política.
    A discussão passa por avaliar os “atos cinematográficos” – expressão de certa forma metafórica proveniente do Ato Fotográfico de Dubois – que atravessam essas obras e que chegam até nós não como reorganização de um campo de entendimento do contexto abordado/encenado, e possível prescrição de contraposição a ele, mas como expressões vertiginosas que se inserem numa dinâmica política de rupturas e dissensos. Seria a pretensa não intervenção do cinema direto uma postura organizadora da experiência real do golpe? Há caminhos a seguir no mundo devassado e improvável da ficção-documental-científica de Adirley? Questões que, por hora, estimulam esse trabalho.

Bibliografia

    AUMONT, Jacques. Limites de la fiction: considerations actuelles sur l’état du cinéma. Paris: Bayard, 2014.
    COMOLLI, Jean-Louis; RANCIERE, Jacques. Arrêt sur l’histoire. Paris: Centre Georges Pompidou, 1997.
    DUBOIS, Philippe. O Ato Fotográfico. São Paulo: Papirus, 1994.
    GUIMARÃES, César. Documentário, testemunha do presente. In: FURTADO,
    Beatriz [org.]. Imagem Contemporânea: cinema, TV, documentário, videoarte, game. São Paulo: Hedra, 2009.
    GUIMARÃES, Vitor. O Desvio pela ficção: contaminações no cinema brasileiro contemporâneo. In: DEVIRES, v.10 n.2 , 2013.
    MARQUES, Ângela. Política da imagem, subjetivação e cenas de dissenso. In: discursos fotográficos, Londrina, v.10, n.17, p.61-86, jul./dez. 2014
    RANCIÉRE, Jacques. A fábula cinematográfica. Campinas, SP: Papirus, 2013.
    RANCIÉRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Editora 34, 2009.
    RANCIÉRE, Jacques. O Desentendimento. São Paulo: Editora 34, 2018.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br