O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    André Guimarães Brasil (UFMG)

Minicurrículo

    André Brasil é professor do Departamento de Comunicação Social da UFMG, onde coordena o Grupo de Pesquisa Poéticas da Experiência e integra a equipe de editores da Revista Devires – Cinema e Humanidades. Participa do comitê pedagógico da Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.

Ficha do Trabalho

Título

    Filmar, parar de filmar: cinema na encruzilhada

Mesa

    Cinema, território, subjetivação II

Resumo

    Pretendo privilegiar um acontecimento intensamente circunscrito, ocorrido em meio a um laboratório de documentário, paralelo à disciplina Catar folhas: saberes e fazeres do povo de axé na UFMG. Trata-se, como se verá, do momento em que o cinema se encontra em uma encruzilhada, situação definidora de sua prática: permanecer filmando o evento ou interromper a imagem? Gostaríamos de repercutir a segunda opção, aquela do corte e da interrupção; suas implicações éticas, políticas e estéticas.

Resumo expandido

    Em aliança com os modos de transmissão oral, a mediação das imagens tem centralidade nas experiências pedagógicas do Programa de Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG. A partir do registro das atividades e de conversas com mestras e mestres, o Programa têm desenvolvido um amplo acervo de retratos e vídeo-aulas, conferindo a estes formatos, pouco a pouco, diferentes modulações a partir da temporalidade, da performance, das falas singulares de cada personagem, e da cena sensível que a abriga. [Esse repertório de filmes, desenvolvidos sob a coordenação de César Guimarães e Pedro Aspahan, vem sendo disponibilizado no site www.saberestradicionais.org.]

    As imagens têm tido ainda um papel constituinte da dinâmica das aulas e, longe de funcionarem como ilustrações de aspectos da experiência social e cultural das comunidades, são espécies de dispositivos acionadores de diálogos interepistêmicos – ou cosmopolíticos – por meio dos quais concepções herdeiras da tradição escópica ocidental se encontraram com outras, vinculadas a cosmologias xamânicas ou afro-descendentes.

    Em minha apresentação pretendo privilegiar um acontecimento precisa e intensamente circunscrito. Em paralelo à oferta da disciplina Catar folhas: saberes e fazeres do povo de axé, em 2017, ministramos – os professores André Brasil, César Guimarães e Eduardo Rosse – um laboratório de documentário, no intuito de filmar as festas religiosas indicadas por mestras e mestres. Entre elas, registramos a Festa de Caboclo no Manzo Ngunzo Kaiango, terreiro e quilombo urbano de Belo Horizonte. Para fazê-lo, participamos de uma ampla preparação, negociando com os integrantes do terreiro as expectativas em torno das imagens, em vista aos preceitos da festa, seus protocolos e cuidados. Conjuntamente, decidimos por não priorizar o momento ritual, dedicando-nos às atividades de sua preparação: limpar e decorar o salão, coletar as folhas, cortar e dispor as frutas, elaborar a comida de santo, receber os convidados, cuidar das devidas permissões. Decidimos ainda, entre alunos e anfitriões, por evitar filmar filhos e filhas de santo em momento de incorporação, cena que tanto tem atraído, historicamente, o olhar documentarista.

    E, então, o acontecimento: enquanto um breve ritual de oferenda ao caboclo Ubirajara se faz lá fora (na casa onde ele está “assentado”), uma aluna decide permanecer na cozinha, filmando a feitura da comida. Próximos a um fogão à lenha, um grupo cuida dos ingredientes, enquanto, no fora-de-campo, insinua-se o toque para o caboclo. Em meio à conversa miúda, o som dos tambores adentra a cena e parece, gradualmente, afetar os corpos em suas tarefas. Alheia à comunicação entre um e outro espaço – a cozinha e a casa do caboclo -, mas atenta ao enquadramento, a câmera se detém: um e depois o outro, os corpos recebem o caboclo. Diante da inesperada incorporação, a aluna precisa se decidir: permanecer filmando o evento inesperado ou parar de filmar, tal como previamente firmado? A segunda opção leva ao corte, à brusca interrupção da tomada. Gostaríamos, assim, de discutir e repercutir esse corte, de implicações ao mesmo tempo éticas, políticas e estéticas.

    Ao interromper uma via de abordagem da festa (aquela que prioriza a incorporação), o corte abre um conjunto de outras possibilidades para o filme, para o cinema, na relação que estabelece com os sujeitos e os mundos que filma. Nas mãos dos alunos e alunas, as câmeras cinematográficas habitam a periferia do ritual; uma tomada parece reverberar na outra, e o cinema enreda-se numa encruzilhada de ligações, visíveis e invisíveis, dentro e fora de campo, produzindo as imagens e sendo, ele próprio, imaginado.

Bibliografia

    CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. “Cultura” e cultura: conhecimentos tradicionais e direitos intelectuais. In: Carneiro da Cunha, M. Cultura com aspas. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
    CONCEIÇÃO, Efigênia Maria e SILVA, Cássia Cristina da. Manzo: ventos fortes de um kilombo. Belo Horizonte, FAE/UFMG, 2017.
    GUIMARÃES, C.; OLIVEIRA, L.; BRASIL, A.; TUGNY, R.; TAKAHASHI, R.; MOURA, M.A.; OLIVEIRA, F.; ALTIVO, B., e FURIATI, T. POR UMA UNIVERSIDADE PLURIEPISTÊMICA: a inclusão de disciplinas ministradas por mestres dos saberes tradicionais e populares na UFMG. In: Tessituras – Revista de Antropologia e Arqueologia, UFPEL, v. 4, n.2, 2016.
    MARTINS, Leda. Afrografias da memória: o reinado do rosário no Jatobá . Perspectiva: São Paulo, 1994.
    STENGERS, Isabelle. A proposição cosmopolítica. In: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, Brasil, n. 69, p. 442-464, abr. 2018.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br