O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    richard dos anjos tavares (PUCRS)

Minicurrículo

    Mestrando em comunicação social na PUCRS, é formado em Cinema também pela PUCRS. Atua como roteirista, diretor e diretor de arte. É corroteirista do filme Rifle (67ª Berlinale – Fórum), Melhor Roteiro no 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Dirigiu os curtas Gaveta (28º Festival de curtas de São Paulo), Garry (CineBH 2012), Na hora dos Morcegos (21º Cine Vitória). Em 2012 foi selecionado pelo Talent Campus/BAFICI. É um dos idealizadores do Festival Diálogo de Cinema de Porto Alegre.

Ficha do Trabalho

Título

    Fantasmas, rastros e memórias. 10 anos do filme de André Novais.

Resumo

    Fantasmas, curta-metragem realizado por André Novais Oliveira está prestes a completar uma década. Desde a sua primeira exibição na Mostra de Tiradentes em 2010, o filme gera debates em torno de sua forma e sobre sua maneira concisa de discutir um tema através da linguagem audiovisual. Uma história simples e direta que funde realizador e personagem, propondo ao espectador a um diálogo denso e ao mesmo tempo irônico sobre rastros e memória.

Resumo expandido

    A geração formada após a consolidação do que ficou conhecido como novíssimo cinema brasileiro acabou por construir uma nova e complexa cadeia de produção de curtas-metragens. São muitos os fatores que contribuíram para que o novíssimo obtivesse reconhecimento como um importante momento dentro da história do cinema brasileiro. Para enumerá-los é preciso estabelecer uma forma de classificar o que se entende por Novíssimo.
    “É o caso de pensar menos em um movimento, como em geral se organiza a historiografia do cinema, e mais em um momento, uma geração, ou segmentos dela, aglomerada aqui pela proximidade temporal de afinidades cinematográficas que não necessariamente compartilham o mesmo espaço físico.” (Arthuso, 2015.)

    Isto posto, pode-se então citar alguns dos motores que tornaram possível este importante momento. São eles: a facilitação do acesso e da operação dos equipamentos audiovisuais por conta da evolução das tecnologias digitais; a obtenção de orçamento através políticas públicas voltadas para o audiovisual; a descentralização que permitiu um maior alcance da linguagem cinematográfica; a expansão dos cursos de cinema e a ampliação do circuito de festivais que passaram a abarcar a produção universitária.
    Desse contexto surge em 2010 o curta-metragem Fantasmas, dirigido por André Novais Oliveira. Vê-se durante todo o filme em um enquadramento estranho em uma esquina mal iluminada, um posto de gasolina e carros subindo e descendo a rua do que parece ser uma região periférica de uma grande cidade. Ouve-se então o diálogo despretensioso entre dois amigos carregados de sotaque mineiro, eles conversam sobre temas cotidianos como a próxima partida de futebol, o paradeiro de velhos amigos do bairro e talvez o mais relevante dos seus assuntos: uma dívida no valor de dez reais. No momento em que um deles descobre uma câmera de vídeo, entende-se então que a estranha imagem está sendo registrada, junto de todo o áudio da conversa. Se estabelece então a ideia da ausência do privado. O personagem se usa do mesmo artifício que o realizador: registrar uma ideia e transpor a subjetividade da angustia particular para a narração audiovisual, usando como ferramenta uma simples câmera de vídeo.
    “Essa câmera funciona como uma espécie de câmera de vigilância para seu dono, na verdade uma câmera de confirmação de suspeita, sem, no entanto, ter nada a ver com proteção do posto ou da casa do rapaz. O rapaz quer apenas uma prova de que sua ex-namorada de meses passa por ali. Uma vizinha parece tê-la visto. Ele quer uma confirmação. Por que? Para que? Não importam as respostas ou bom senso. Ele apenas precisa ver essa imagem. Para depois esquecê-la.” (Cleber Eduardo, revista cinética 2010)

    A inteligibilidade com que André Novais conduz a metalinguagem, torna este filme de ficção uma espécie de documento comprobatório da relevância do novíssimo e abre caminho para que demais obras afluentes desaguem no mar do cinema brasileiro contemporâneo.
    O curta-metragem toma um certo cuidado com o espectador por não subestilmá-lo. A imagem despretensiosa se torna instigante por conta da potência narrativa e de sua proximidade com o real, abrindo mão de virtuosidade imagética e de técnicas que se empregadas soariam apenas como amparo na atração do olhar. O filme causa interesse pela crueza na forma de se comunicar.
    “O espectador também age, tal como aluno ou intelectual. Ele observa, seleciona, compara, interpreta. Relaciona o que vê com muitas outras coisas que viu em outras cenas, em outros tipos de lugares. Compõe seu próprio poema com os elementos do poema que tem diante de si.” (Rancière, 2012).

    Os filmes podem ser independentes, tais como seus espectadores. E os trajetos que diluem a faísca motivacional de cada história devem instigar a comunicação e não interferi-la. Fantasmas é um exemplo bem sucedido porque mantém em sua gênese uma estrutura de emoção primária que por vezes parece se perder no processo de realização de um curta-metragem.

Bibliografia

    ARTHUSO, Raul Lemos. Cinema independente e radicalismo acanhado: ensaio sobre o novíssimo cinema brasileiro. São Paulo, 2016. Dissertação (Mestrado) – Programa de pós-graduação em Meios e processos audiovisuais – Escola de Comunicações e Artes / USP;

    BERNARDET, Jean-Claude. O Autor no Cinema. São Paulo: Brasiliense, 1994;

    CALVINO, Ítalo. Seis propostas para o próximo milênio. São Paulo: Companhia das letras, 2004.
    EDUARDO, Cleber. Mais que plano único. 2010. Disponível em http://www.revistacinetica.com.br/taurifantasmas.htm;

    OLIVEIRA, Maria Carolina Vasconcelos. “Novíssimo” cinema brasileiro: práticas, presentações e circuitos de independência. São Paulo, 2016. Tese (doutorado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo;

    ZUMTHOR, Paul. Performance, recepção, leitura. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br