O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Gabriel Perrone Vianna (UAM)

Minicurrículo

    Doutorando em Comunicação (Universidade Anhembi Morumbi), mestre em Cinema e Audiovisual (Universidade Católica Portuguesa, 2014) e graduado em Comunicação Social: Rádio e Televisão (Unesp, 2004). É membro diretor da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas (ABDC-ES), professor das ações educativas da Federação Internacional de Cineclubes (FIC Brasil) e realizador de cinema.

Ficha do Trabalho

Título

    A casa que Jack construiu em decomposição: entre agressão e crueldade

Resumo

    O estudo trata da análise fílmica sobre A casa que Jack construiu (The house that Jack built, 2018), do diretor dinamarquês Lars von Trier, através da sua elaboração narrativa em articulação aos conceitos das estruturas de agressão de Noel Burch e do Teatro da crueldade de Antonin Artaud. A investigação intende explorar as relações táticas de contato com o espectador no uso de estratégias do incômodo e desenvolver uma reflexão sobre os estados da espectatorialização da violência.

Resumo expandido

    A casa que Jack construiu (The house that Jack built, 2018), do dinamarquês Lars von Trier, traz uma narrativa violenta dos assassinatos cometidos pelo serial killer Jack (Matt Dillon). O protagonista busca defender a brutalidade e a morte como forma de arte e expressão política. Com diálogos satíricos e polemizantes, a obra discute valores morais e a violência na sociedade, propõe uma arte que, ao exibir o que já não existe, mata aquele sujeito ou instante que procura retratar, de acordo com sua potencialidade de ausentar o representado, sendo, portanto, funerária. Nesta função do exercício artístico, a casa corpórea de Jack pede o incômodo reconhecimento de ser, então, uma obra de arte. Trier, apresentando uma didática que se aproxima à pedagogia infantil, coloca o espectador em uma situação labiríntica e parece pedir para que este se posicione ante todos os recursos de manipulação que o cineasta domina (SIMONS, 2003).
    Ao tornar toda definição material e moral ultra flexível, ao banir qualquer rastro de humanidade, o filme propõe uma banalização dos horrores do mundo: o que se mostra é perturbador. Entretanto, a banalização da violência no filme dá indícios de não estar interessada em um simples efeito de choque, mas em uma reflexão sobre a artificialização dos princípios sociais. Se os seres humanos por si só são autodestrutivos contra si mesmos, por que a Arte também não poderia ser a destruição? A presente proposta de comunicação segue o percurso investigativo das táticas que promovem a desestabilização e o estranhamento no espectador, assunto abordado no encontro anterior, e integra o objeto de minha pesquisa de doutorado em andamento sobre um cinema que tem o incômodo como propósito. Alinhada à questão acima levantada, este estudo objetiva a análise das estruturas do filme de Trier ao retratar a violência desvelada. Para isso, tornam-se propícios à análise os conceitos acerca das estruturas de agressão de Noel Burch e o Teatro da crueldade de Antonin Artaud.
    Burch, sobre a representação da violência, defende que os horrores deste tempo, como parte integrante da dramaturgia da história do mundo, pode também integrar a forma representativa da dramaturgia da história do filme. Para o autor, o espírito contestador do artista pode assumir conotação política e significar crítica à violência e à injustiça dos homens, sendo, pois, uma componente poética necessária num momento preciso do filme (BURCH, 2015). A exposição da imagem atroz é concebida exatamente para assaltar as emoções, para criar um potencial traumatizante que convém ao princípio pretendido. “Pelo uso da violência e agressão sob todas as formas, as mais carregadas de emoção pura, são suscetíveis, apesar de tudo, de sublimação por meio da abstração formal, conservando sempre o pleno impacto emocional” (BURCH, 2015, p. 162).
    Antonin Artaud, por sua vez, em seu manifesto, expõe que o teatro pode praticar no espectador a crueldade terrível e necessária para servir à compreensão e que foi criado, em primeiro lugar, para nos ensinar (ARTAUD, 1976). Ao perceber que todos somos potencialmente capazes de agir com crueldade, cria as condições no modo de criação que estimula uma conduta crítica na qual entende que também somos aptos. “A violência no fundamento de todo espetáculo está a serviço de se utilizar da força expressiva do meio para provocar os resultados reflexivos almejados no público” (ARTAUD, 1976, p. 256). Este cinema através do filme em sua crueldade desnudada se alinha ao teatro proposto por Artaud quando nos faz questionar quem somos e nos induz à sensação de repulsa.
    Trier, tido como um radical em seus métodos, discute uma ambivalência na visualização: o horror ante as atrocidades do mundo ou a perda da capacidade de se horrorizar. Exerce seu ofício pelo choque, pela crueldade como forma de expressão que vai além da superfície fílmica, motiva uma intensificação na experiência de contato com o espectador amparada na meta de promover outras percepções.

Bibliografia

    ARTAUD, Antonin. Selected writings. Berkeley: University of California Press, 1976.
    BAZIN, André. O cinema da crueldade. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
    BORDWELL, David. Sobre a história do estilo cinematográfico. Campinas: Editora Unicamp, 2013.
    BURCH, Noel. Práxis do cinema. São Paulo: Perspectiva, 2015.
    FRANÇA, Fagner. Artaud e o cinema da crueldade. Curitiba: CRV, 2018.
    FREY, Mattias. Extreme Cinema: the transgressive rhetoric of today’s art film culture. New Brunswick: Rutgers University Press, 2016.
    HORECK, Tanya; KENDALL, Tina. The new extremism in cinema: from France to Europe. Edimburgo: Edinburgh University Press, 2013.
    KOUTSOURAKIS, Angelos. Politics as form in Lars von Trier: a post-brechtian Reading. Londres: Bloomsbury, 2013.
    SERRA, Rui. Destruição como criação. in: SABINO, Isabel (org.). Com ou sem tintas: composição, ainda?, Lisboa: Universidade de Lisboa, 2013.
    SIMONS, Jan. Playing the waves: Lars von Trier’s game cinema. Amsterdam: Amsterdam University Press, 2003.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br