O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Alexandre Silva Wolf (UTP / FAE)

Minicurrículo

    Possui graduação em Bacharel em Artes Cênicas – Habilitação: Direção pela Faculdade de Artes do Paraná (2006). Especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea pela Escola de Música e Belas Artes do PR (2009). Mestre em Comunicação e Linguagens, linha de pesquisa Cinema, pela Universidade Tuiuti do Paraná (2012). Doutorando em Comunicação e Linguagens, linha de pesquisa Cinema, pela Universidade Tuiuti do Paraná (2018). Professor da FAE centro Universitário em marketing e comunicação.

Ficha do Trabalho

Título

    Da adaptação a intratextualidade: o alter-ego de Woody Allen.

Resumo

    Woody Allen é conhecido por seus trabalhos que realizam diálogos com os mais diferentes objetos. Estes são derivados de adaptações e chegam a construções intertextuais e intratextuais. Em seu filme Bananas (1971), adaptado de Richard Powell, aprimora seu alter-ego que em Desconstruindo Harry (1997) é multi-facetado, sendo encontrado intratextualmente em Meia Noite em Paris (2011). Sua narrativa evolui dialogando com o outro e consigo mesmo, revisionando elementos propostos anteriormente.

Resumo expandido

    A prática do cinema contemporâneo estabelece a intertextualidade como um elemento dialógico que permite a construção de novos produtos cinematográficos. O uso do texto de um outro, na construção de filmes e roteiros, na busca de uma nova obra comunicacional, não pode ser entendido como mera repetição pois, a partir de novos contextos, esse novo texto acaba por se apresentar em diferentes significados. A intertextualidade tem por base o dialogismo de Bakthin, que entende que todo homem constrói sua linguagem a partir de diálogos de outro e com outro, determinando assim que para se construir um discurso leva-se em conta o discurso do outro que está inevitavelmente presente no seu também. Julia Kristeva, a partir do pensamento bakthiniano, estabeleceu que a intertextualidade acontece onde “o enunciado poético é um subconjunto de um conjunto maior que é o espaço dos textos aplicados em nossos conjuntos” (KRISTEVA, 1974, p. 174). Para Robert Stam, dentro da concepção do dialogismo e voltando-se para o fazer cinemático, “o artista cinematográfico torna-se um orquestrador, o amplificador das mensagens em circulação” (STAM, 2009, p.230), sejam estas séries literárias, visuais, musicais, cinematográficas, publicitárias ou outras de caráter comunicacional. Sendo assim, se estabelece a possibilidade do uso dessa ferramenta na praxis do cinema atual.
    Dentre os diretores cinematográficos contemporâneos, Woody Allen é conhecido por seus trabalhos que realizam diálogos com os mais diferentes objetos. Seus filmes podem ser derivados de adaptações, colagens e mesmo paródias, com base literária ou cinematográfica, dialogando diretamente com o autor da obra num relacionamento intertextual. O novo produto apresenta características semelhantes ao originário, muitas vezes óbvias, entretanto transformadas pelo talento e habilidade do cineasta. Uma outra característica de seu trabalho é a utilização de uma personagem, recorrente em várias de suas narrativas, que muitas vezes é entendido como seu alter-ego, na maioria das vezes vividas pelo próprio diretor em cena. Nos seus filmes iniciais essa personagem aparece e, durante toda sua filmografia podemos encontrá-la novamente porém transformada, com novas nuances e mesmo interpretada por outros atores. Essa característica da narrativa proposta por Allen pode ser entendida a partir do caráter intratextual, onde encontramos o diálogo do artista consigo mesmo. Harold Bloom entende esse diálogo entre textos quando estes se interpenetram e influenciam um ao outro em suas formulações estéticas, em seus significados, numa “Relação Intrapoética”. Para ele “ poetas fortes quando enfrentam a tradição, quando enfrentam aos seus precursores ou antecessores, aos quais “roubam”, saqueiam, mas também transfiguram ou recriam” (BLOOM, 2002, p.128). Dessa forma, podemos estabelecer que é recorrente o uso de diálogos intertextuais e intratextuais de Allen no seu fazer cinematográfico.
    Analisando comparativamente três obras do cineasta e, colocando em foco a construção dessa personagem característica de sua narrativa, podemos encontrar elementos que evidenciam sua habilidade na construção de diversos diálogos textuais. Em seu filme Bananas (1971), adaptado a partir do romance de Richard Powell, “Dom Quixote Americano”, Allen aprimora seu alter-ego, já presente em seu filme anterior, Um Assaltante bem Trapalhão (1969), num diálogo intertextual com a personagem principal do livro de Powell. Em Desconstruindo Harry (1997), seu alter-ego é multi-facetado, vivido pelo cineasta em cena e também por diversos atores, estabelecendo um diálogo intratextual. Em Meia Noite em Paris (2011) encontramos mais um diálogo intratextual que resume os diálogos anteriores, onde a personagem aparece representada por outro ator, mostrando que sua narratividade evolui dialogando com o outro e consigo mesmo, revisionando elementos e provando ser uma ferramenta de consolidação poética do cineasta.

Bibliografia

    BLOOM, Harold. A angústia da influência: uma teoria da poesia. Trad. Marcos Santarrita. Rio de Janeiro: Imago, 2002.
    GAUDREAULT, Andre. JOST, François. A Narrativa Cinematográfica. Brasília: Editora UNB, 2009.
    HUTCHEON, Linda. Uma Teoria da Adaptação. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2011.
    KRISTEVA, Julia. Introdução à Semanálise. Trad. Lúcia Helena França. São
    Paulo: Perspectiva, 1974.
    POWELL, Richard. Don Quixote Americano. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.
    SIJLL, Jennifer Van. Narrativa Cinematográfica: Contando Histórias com Imagens em Movimento. São Paulo: Martins Fontes, 2017.
    STAM, Robert. Introdução à Teoria do Cinema. Campinas: Papirus, 2003.
    Filmes:
    ALLEN, Woody. Bananas. 1971.
    ALLEN, Woody. Desconstruindo Harry. 1997.
    ALLEN, Woody. Meia Noite em Paris. 2011.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br