O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Paulo Souza dos Santos Junior (UFPE)

Minicurrículo

    Doutorando em Comunicação no PPGCOM – UFPE. Mestre em Comunicação pelo PPGCOM – UFPE (2018). Especialista em Fotografia e Audiovisual pela UNICAP (2017) e graduado em Fotografia também pela UNICAP (2015). Professor em disciplinas na área de fotografia e audiovisual na Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP e Centro Universitário Guararapes – UniFG. Tem interesse acadêmico nos estudos ligados aos efeitos do real no cinema, experiência estética, cinema de gênero e fotografia.

Ficha do Trabalho

Título

    Câmeras de vigilância e um novo regime de visualidades

Seminário

    Teorias e análises da direção de fotografia

Resumo

    O presente estudo se propõe a investigar a câmera de vigilância como dispositivo fotográfico. Buscamos lançar olhar sobre uma nova forma de experimentar a relação com a imagem, mediada pelas particularidades que a cinematografia de vigilância oferece. Estilo visual e rupturas narrativas serão discutidos a partir da presença desse dispositivo fotográfico. Analisaremos a presença dos dispositivos em duas obras onde a vigilância surge de forma bastante distinta, Caché e Atividade Paranormal 2.

Resumo expandido

    A ascensão dos meios digitais promoveu uma notável incorporação de aparatos tecnológicos a estrutura diegética: webcams, capturas de tela, celulares, câmeras de vigilância, entre outros dispositivos, passaram a ser reconhecidos e utilizados como dispositivos fotográficos. Os estatutos da invisibilidade e ubiquidade da câmera de cinema foram reformados a partir dessa nova experiência de fotografar, mediada por dispositivos internos à diegese, através de uma presença em cena que impõe restrições e soma novas possibilidades ao fazer fotográfico.
    O presente estudo se propõe a investigar a câmera de vigilância como dispositivo fotográfico. Embora seja natural falar de seus usos e implicações, buscamos aqui, sobretudo, lançar olhar sobre uma nova forma de experimentar a relação com a imagem, mediada pelas particularidades que a cinematografia oriunda de tais aparelhos oferece. Analisaremos a presença dos dispositivos em duas obras onde a vigilância surge de forma bastante distinta, Caché (Michael Haneke, 2005) e Atividade Paranormal 2 (Tod Williams, 2010).
    A cinematografia de vigilância nos oferece uma imagem predominantemente estática e de temporalidade contínua, ou seja, o dispositivo subverte a lógica de dois pilares cinematográficos: tempo e movimento. Diante de uma imagem de vigilância, resta ao espectador percorrer a tela em busca de um acontecimento, uma relação mediada pela natureza do dispositivo, que antecipa que, se há uma câmera de vigilância e se ela está ali exposta, algo pode ocorrer. Incerto saber se algo acontecerá em 5 segundos ou após 5 minutos, ou mesmo se algo acontecerá. A ansiedade pelo evento extraordinário, a surpresa e mesmo o tédio e frustração do não acontecimento, são sentimentos amplamente exploráveis em tal tipo de situação.
    Como aponta Leyda (2016, p. 844) as imagens capturadas por uma câmera de segurança fixa nos obrigam a escanear o quadro continuamente pois, diante da impossibilidade de intervenção, a câmera não selecionará as ações ou detalhes em que o espectador deve focar sua atenção. Essa breve descrição ativa uma contemporânea discussão sobre abalos aos estatutos da montagem narrativa. O conceito de pós-continuidade, cunhado por Shaviro (2016, p. 57), descreve que, ao contrário do cinema clássico, as regras de continuidade passam a ser utilizadas de forma ocasional e oportuna, mais que estrutural e universalmente. O dispositivo vigilante se alia a busca pelo efeito estético, uma relação que passa a promover um novo regime de visualidades, calcado não apenas no sentido narrativo, mas na ativação da materialidade de uma “presença” (GUMBRECHT, 2010) por meio da criação de “atmosferas e ambiências” (GUMBRECHT, 2014). Para discutir esse regime, buscamos analisar a presença da vigilância em Caché, onde o efeito é explorado pela condição do dispositivo, não pela estilização da imagem, pois não há na obra uma preocupação em replicar as imagens de câmeras de vigilância, mas o estatuto da vigilância.
    Cabe ainda discutir a direção de fotografia enquanto solução estilística para recriação da atmosfera e textura das imagens capturadas por dispositivos de vigilância. Lucas (2014, p. 141) utiliza a expressão “realismo de baixa resolução” ao descrever a técnica de intensificação do efeito realista a partir do uso de formatos não profissionais de captura de imagem. Nesse quesito, aderimos ao proposto por Carreiro (2017, p. 19), que qualifica a ideia de câmera diegética não como mero instrumento de captação audiovisual, mas como “princípio estilístico”, condicionado e atendente às restrições da criação cinematográfica. Para tanto, discutimos a vigilância doméstica utilizada em Atividade Paranormal 2, obra que incorpora não só a cinematografia em uma perspectiva vigilante, mas os recursos visuais e a temporalidade dos sistemas de monitoramento e câmeras de segurança.

Bibliografia

    CARREIRO, Rodrigo. A câmera diegética: legibilidade narrativa e verossimilhança documental em falsos found footage de horror. In: Revista Significação, v. 40, n. 40, 2013.
    GUMBRECHT, Hans Ulrich. Atmosfera, ambiência, Stimmung: sobre um potencial oculto da literatura. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014.
    ________. Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir. Rio de Janeiro: Contraponto, PUC-Rio, 2010.
    LEYDA, Julia. The Post-Cinematic in PARANORMAL ACTIVITY and PARANORMAL ACTIVITY 2. In LEYDA, Julia; DENSON, Shane. Post-cinema: Theorizing 21st-century film. Reframe Books, 2016.
    LUCAS, Christopher. “THE MODERN ENTERTAINMENT MARKETPLACE, 2000–present.” In Cinematography, edited by Patrick Keating, 132-58. New Brunswick, New Jersey: Rutgers University Press, 2014.
    SHAVIRO, Steven. Post cinematic affect. John Hunt Publishing, 2010.
    _______. Post-Cinematic Affect. In LEYDA, Julia; DENSON, Shane. Post-cinema: Theorizing 21st-century film. Reframe Books, 2016.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br