O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    JOSE CLAUDIO SIQUEIRA CASTANHEIRA (UFSC)

Minicurrículo

    José Cláudio Siqueira Castanheira é doutor em comunicação pela Universidade Federal Fluminense, com estágio doutoral na McGill University – Canadá. É professor do curso de Cinema da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e líder do grupo de pesquisa GEIST/UFSC (Grupo de Estudos em Imagens, Sons e Tecnologias) – CNPq. Pesquisador nas áreas de cultura digital, música, estudos do som e cinema.

Ficha do Trabalho

Título

    A sobrevivência dos arquivos: materialidades e memória

Seminário

    Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil

Resumo

    Este trabalho procura discutir a dimensão material da experiência cinematográfica não apenas como condicionadora de práticas e afetos, mas também como perpetuadora de uma memória física do mundo. Propõe-se a memória como um registro nos corpos da existência das coisas. O espaço físico – como a sala de cinema – é o local em que corpos entram em choque e onde se produzem tais marcas. Arquivos físicos se colocam como uma alternativa ao apagamento – acidental ou não – das mídias digitais.

Resumo expandido

    Recentemente, ao receber o prêmio FIAF 2019, Jean-Luc Godard comentou que lamentava o fim de uma determinada maneira de se ver filmes, relacionada especificamente às mídias físicas: “Hoje, outra perda, na minha opinião, será, de uma certa maneira, o fim dos DVDs. Com o novo… como é chamado, Netflix e tudo mais? … As pessoas usam para assistir a um filme do jeito que querem, e elas não vão mais aos cinemas” (apud DRY, 2019). Essa afirmação traz, embutida, a óbvia e profunda relação que tanto o cinema quanto as demais manifestações artísticas – até este momento – têm com suportes materiais. Não apenas isso, indica que tais suportes têm a capacidade de modelar a fruição da obra e o comportamento dos diferentes públicos.
    Em outra matéria online (WOOD, 2019), publicada em abril deste ano, a sobrevivência dos arquivos digitais (entre eles imagens, filmes e músicas) é colocada em xeque por conta do apagamento – acidental ou intencional – de informações de milhões de usuários de sites como MySpace, Facebook e Google. Muitos desses arquivos jamais serão recuperados e levam consigo muitos anos de trabalho, pesquisa, memórias etc. Resgatar essas “imagens” significa reavivar não apenas as “obras” em si, mas também os rostos de seus criadores. Como diz Didi-Huberman, a partir de Warburg, “a imagem […] deveria ser considerada, portanto, numa primeira aproximação, o que sobrevive de uma população de fantasmas.” (DIDI-HUBERMAN, 2013, p. 35). Godard, em sua fala, afirma que o cinema deve ser pensado como arquivo. Tratá-lo assim, materialmente, permitiria que ele pudesse falar de si mesmo e de sua história através de sua própria matéria que seriam os sons e as imagens.
    O apagamento de arquivos digitais e, mais preocupante, a incapacidade ou a falta de interesse em sua preservação, significa a supressão de vestígios que não interessam politicamente, socialmente ou ideologicamente. Principalmente, essa ação abre caminho para a reconstrução desses vestígios e consequente reordenação política do cotidiano. O ethos digital proclama como algumas de suas virtudes a permanência através de cópias sempre idênticas, a infalibilidade e a uniformidade. As cópias analógicas, inversamente, são sempre distintas. A matéria, transgressora e opaca, não contribuiria, em tese, para a proliferação das imagens digitais e, portanto, não interferiria negativamente em sua sobrevivência.
    O arquivo físico, para Godard, é múltiplo e não-uniforme. Justamente por isso, ele tem o poder de falar do cinema com mais propriedade. Ele demanda um trabalho árduo de preservação e de pesquisa ao mesmo tempo que arquivos digitais reconhecidamente ofereçam uma exploração mais rápida e eficiente. Bases de dados são vendidas como repositórios inesgotáveis de arquivos, catalogados e acessados com facilidade. Contudo, em um modelo um tanto distinto das práticas piratas de décadas atrás, o caráter colonialista e hegemônico dos arquivos disponibilizados online acentua-se a cada dia. A diversidade de vozes esconde-se em poucas redes que estão sempre sob a ameaça de serem apagadas ou em suportes físicos que ainda preservam alguns dos conteúdos que não podem ser vistos por streaming. Os colecionadores (museus, cinematecas, arquivos públicos), responsáveis pela guarda e organização das imagens em sua forma material, exercem o papel de arcontes. Mais do que a proteção, a eles cabe a exposição e interpretação dos arquivos.
    Este trabalho procura discutir a dimensão material da experiência cinematográfica não apenas como condicionadora de práticas e afetos, mas também como perpetuadora de uma memória material das coisas. Propõe-se a memória como um registro nos corpos da existência das coisas, uma afetação em que cada um dos elementos guarda uma parcela do outro. O espaço físico – como a sala de cinema – é o local em que corpos entram em choque e onde se produzem tais marcas. Vestígios materiais, ainda que gastos e decadentes, conservam essa memória e são capazes de reviver fantasmas.

Bibliografia

    DERRIDA, J. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.

    DIDI-HUBERMAN, G. A imagem sobrevivente: história da arte e tempodos fantasmas segundo Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

    DRY, J. Jean-Luc Godard Laments Advent of Streaming, Compares it to the End of Silent Film. Publicado em 16 de abril de 2019. Disponível em: . Acessado em 18 de abril de 2019.

    WOOD, M. If it’s online, it’s not permanent. Internet archives can disappear. Publicado em 9 de abril de 2019. Disponível em: . Acessado em 18 de abril de 2019.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br