O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Augusto Ramos Bozzetti (CAV)

Minicurrículo

    Augusto Bozzetti é mestre em Comunicação Social pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e é Coordenador de Formação do Centro Audiovisual de São Bernardo do Campo – CAV. É produtor, diretor, roteirista e animador, com inúmeros trabalhos produzidos para a TV e o cinema, incluindo a série de animação “X-Coração”, exibida nos canais Disney XD e TV Brasil e o longa-metragem de ficção “Eu não vou dizer eu te amo”.

Ficha do Trabalho

Título

    Imagem Pensamento: tempo e movimento nas imagens dos desenhos animados

Resumo

    O cinema de animação tradicional cria a ilusão do movimento a partir de imagens estáticas, cuja ação não tem referencial no mundo natural da mesma forma que o cinema tradicional feito com atores. Com base nas ideias de DELUZE (1985), procuramos entender de que tipo de operação os desenhos animados se valem, tendo o efeito psicológico não só como finalidade, mas também como origem, resultando no que percebemos como a Imagem Pensamento deste tipo de filme.

Resumo expandido

    Em nossos estudos a respeito da natureza dos desenhos animados, percebemos que sua relação com as máquinas que operam seus objetos se constitui num problema primordialmente tecnocultural: a criatividade humana resta subordinada às condições impostas pelo meio técnico de forma radicalmente inédita nos conteúdos audiovisuais. Não significa dizer que estes filmes animados são menos “humanos” do que qualquer outra mídia, muito pelo contrário. Recorrendo a BERGSON (2005), a respeito do mecanismo cinematográfico do pensamento, entendemos que a natureza da inteligência humana é a de justamente apenas perceber a duração da realidade através de pontos de repouso, de um objetivo alcançado para outro, através de uma série de pulos, extraindo do movimento uma imagem impessoal e abstrata, tal qual o funcionamento do cinematógrafo, que reconstrói artificialmente o devir das coisas.
    Assim, as manifestações técnico/artísticas que se potencializam na era da reprodutibilidade técnica, podem, portanto, ser consideradas tão ou mais humanas que qualquer outra forma de expressão analógica ou artesanal que as precederam, de forma que essa pesquisa pretende também entender o quão humano e o quão maquínico pode ser o desenho animado, desvendando o quanto há de máquina na lógica humana e o quanto há de humano na lógica das máquinas.
    Sob essa perspectiva e ancorando nossos pressupostos em DELUZE (1985, 2009) a respeito de imagens-tempo e imagens-movimento, procuramos entender uma característica fundamental na produção de efeito de movimento do cinema de animação que o distingue de maneira substancial do cinema tradicional feito com atores, onde o segundo produz suas imagens captando os movimentos do mundo natural e os codificando em vários quadros estáticos e o primeiro parte justamente desse código de imagens impessoais e abstratas para produzir o efeito do movimento. Paul Wells, baseando-se nas ideias do animador experimental Norman McLaren, sugere que o que determina mais adequadamente um entendimento sobre como age a técnica da animação é a operação que ocorre entre os frames, de forma que sua ação é antes de tudo, psicológica. Surge daí a ideia que procuramos perceber como Imagem Pensamento, que produz efeitos de movimento, ação e tempo a partir de imagens que não se utilizam da duração da mesma forma que o cinema tradicional faz.
    Entender os desenhos animados como uma mídia que se vale do psicológico sobre o físico permite adentrar em questões filosóficas que podem dar pistas sobre sua natureza, complexificando um tipo de objeto que tradicionalmente encontra-se circunscrito ao guarda-chuva conceitual do cinema, mas que, sob a ótica aqui proposta, sugere possuir outra genealogia. Analisar, portanto, os desenhos animados na ordem do quadro a quadro torna-se fundamental na medida em que suas imagens são assim também concebidas.
    Dessa maneira, como forma de operacionalizar o movimento arqueológico em torno de nossos materiais empíricos, lançamos mão do procedimento da “Reconstituição”, que consiste em reproduzir os objetos que dão origem às imagens-movimento dos desenhos animados em análise, filmando pequenos trechos e comparando-os com os originais. Esse agir intenciona colocar a pesquisa em contato direto com os materiais que se perderam no tempo e no espaço, permitindo tensionar na prática nossos movimentos feitos no campo teórico. Se os desenhos animados são produzidos como um código, implica dizer que eles podem ser reescritos a partir do momento em que esse código é decifrado, algo que não pode ser feito com outros cinemas que não se baseiam na abstração da forma como o cinema de animação faz. Ao reconstituir cada frame com o grau de exatidão que a técnica fragmentada da animação permite, podemos também tentar alcançar aquilo que mais nos interessa: o que acontece entre cada um deles.

Bibliografia

    BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, Arte e Política. Obras Escolhidas I. São Paulo: Brasiliense, 1985.
    BERGSON, Henri. A evolução criadora. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
    DELEUZE, Gilles. Cinema 1: A imagem-movimento. São Paulo: Brasiliense, 1985.
    ______. Cinema 2: A imagem-tempo. São Paulo: Brasiliense, 2009.
    HUHTAMO. Erkki; PARIKKA, Jussi. Media Archeology: Approaches, Applications, and Implications. Berkeley, California : University of California Press, 2011.
    SANTAELLA, Lucia. RIBEIRO, Daniel Melo. A arqueologia benjaminiana para iluminar o presente midiático. In: MUSSE, Christina Ferraz; SILVA, Herom Vargas;
    SCHEIMER, Lou. MANGELS, Andy. Creating the Filmation Generation. Raleigh: TwoMorrows Publishing, 2012.
    SHAW, Debra Benita. Technoculture: The Key Concepts. Oxford: Berg Publishers, 2008.
    WELLS, Paul. Understandig Animation. Londres: Routledge, 1998.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br