O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Theo Costa Duarte (UNICAMP)

Minicurrículo

    Pós-doutorando no Departamento de Cinema do Instituto de Artes da Unicamp. Doutor em Meios e Processos Audiovisuais na ECA-USP (2017) e Mestre em Estudos de Cinema e Audiovisual pela UFF (2012) com pesquisas sobre as relações entre cinema experimental e artes visuais no cinema brasileiro e norte-americano. Foi programador do Cine Humberto Mauro (Belo Horizonte / 2010-2011) e co-curador das mostras Cinema Estrutural (Caixa Cultural – RJ/2015) e Visões da Vanguarda (CCBB – SP/2016), dentre outras.

Ficha do Trabalho

Título

    Mangue Bangue, filme-limite

Seminário

    Interseções Cinema e Arte

Resumo

    Busca-se analisar o filme Mangue Bangue (1971), de Neville D’Almeida, tendo em vista a sua proximidade com propostas contemporâneas do parceiro do cineasta, o artista Hélio Oiticica, ressaltando a convergência de ambos na experimentação com a forma cinema em interface com distintas mídias visuais e audiovisuais. Releva-se o contexto de parcerias artísticas em torno da experimentação formal, de busca de ampliação das sensibilidades, catalisada pela precariedade dos meios à disposição.

Resumo expandido

    Pretende-se discutir Mangue Bangue (1971), de Neville D’Almeida tendo em vista a sua proximidade com propostas do parceiro do cineasta, o artista Hélio Oiticica, ressaltando a convergência de ambos na experimentação com a forma cinema em interface com distintas mídias visuais e audiovisuais. Releva-se nessa análise o empenho destes pela experimentação formal, de busca de ampliação das sensibilidades, catalisada pela precariedade dos meios técnicos à disposição mas também por “necessidade e negação” (OITICICA, 1973a, p. 115) às convenções do cinema narrativo-representativo-industrial e ao contexto fraturado do início dos anos 1970 no Brasil, de barreiras quase intransponíveis para a prática artística livre e sua circulação, que existia somente à margem dos ambientes artísticos estabelecidos. É o que Oiticica (1970) denominaria de subterrânia, um termo criado em referência à ideia de clandestinidade do underground norte-americano e da linguagem experimental que o caracterizava, mas diferenciando-se deste por assumir também uma posição ético-política face à repressão.
    Mangue Bangue seria exemplar dessa subterrânia, rarefeita convergência de interesses que se solidificou em obras realizadas em condições de extrema precariedade no país ou no exílio. Liberto das conformações exigidas pelo mercado exibidor e pela censura, o filme pôde consequentemente ser realizado à margem das convenções cinematográficas e expressar mais diretamente a exasperação diante da “super paranoia, repressão, impotência, negligência do viver” (OITICICA, 1970) que marcava o período.
    Mais especificamente, em termos técnico-formais, o filme foi concebido tendo em vista a ausência de diálogos, edição e mixagem de som em razão de falta de recursos disponíveis. Assim, a banda sonora do filme é descontínua, sem relação direta com a montagem visual (como na futura parceria nas “Cosmococas”, um “prolongamento da experiência de cinema de Neville” (OITICICA, 1974, p. 123). A montagem por sua vez é rítmica, conectando as sequências como blocos quase autônomos, com poucas articulações entre si e em torno de uma intriga. Negava assim o privilégio da comunicação e de encadeamentos narrativos constituinte de quase todo o cinema. A partir das limitações da produção negava a predominância das referências teatrais e literárias do cinema enfatizando, ao contrário, a dimensão plástica dos planos, os arranjos espaciais e temporais, o ritmo dos encadeamentos e, eventualmente, planos de pura expressão nos quais o sentido lógico-verbal é suspenso.
    Há também no filme a busca do que Oiticica denominaria como “situações-limite” (1966) em tomadas em longos planos-sequências autônomos de uma espécie de jogo ou ritual a partir dos quais os atores-participantes improvisavam. Pretendia-se assim valorizar o instante e o detalhe imprevisto que poderia surgir nessas condições. Como no cinema de Andy Warhol, o próprio ato da filmagem, o prazer de registro espontâneo de uma comunidade parece interessar mais do que a constituição de uma obra acabada. Assim, no rastro de propostas neovanguardistas de quebra das separações entre arte e vida presentes nas diversas proposições de Oiticica e no que foi a principal inovação do cinema underground (“a invenção do filme como prática mais do que como manufatura” (JAMES, 1989, p. 120) Neville enfatizava a própria prática cinematográfica como performance, como uma atividade descolada de um produto final.
    À margem de mediações institucionais de qualquer ordem o cineasta realizou este “filme-limite” (experiência artística realizada “à beira de um colapso ou abismo entre um tipo de linguagem e (…) negação de linguagem como instituição de produção de resultados (obras)”(OITICICA, 1973b) a partir de uma dinâmica processual, mais próxima àquela dos artistas visuais contemporâneos. Experiência-limite que se repetiria somente no campo das artes visuais ou em alguns poucos esforços individuais no cinema, sem qualquer rastro de uma movimentação de grupo como aqui.

Bibliografia

    BUCHMANN, S.; CRUZ, M. J. H. (orgs.), Hélio Oiticica & Neville d’Almeida: Cosmococa. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2014.
    JAMES, D. E. Allegories of Cinema: American Film in the Sixties. Princeton: Princeton University Press, 1989.
    OITICICA, H. Situação da vanguarda no Brasil [1966]. In: OITICICA, C. (org.). Museu é o mundo. Rio de Janeiro: Beco Azougue, 2011. p. 103-104.
    ______. Subterrânia [1970]. In: OITICICA, C. (org.). Museu é o mundo. Rio de Janeiro: Beco Azougue, 2011, p. 145.
    ______. Mangue Bangue (1973a). In: D’ALMEIDA, N. Além Cinema. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011. p. 113-115.
    ______. Carta a Neville D’Almeida (1973b). In: D’ALMEIDA, N. Além Cinema. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011. p. 136-137.
    ______. HélioTape para Augusto e Haroldo de Campos [1974] In: COHN, S.et al. (orgs.) Hélio Oiticica. Rio de Janeiro: Beco Azougue, 2009. p. 123-133.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br