O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    JOUBERT DE ALBUQUERQUE ARRAIS (UFCA)

Minicurrículo

    Doutor em Comunicação e Semiótica (PUCSP), mestre em Dança (UFBA) e bacharel em Comunicação Social/Jornalismo (UFC), com formação artística pelo centro em movimento – c.e.m (Lisboa). Professor adjunto da Universidade Federal do Cariri (IISCA/UFCA), vinculado ao Bacharelado em Jornalismo e à coordenação de projetos em Cultura do Movimento (Procult/UFCA). É artista-dançarino e crítico de dança. Colabora com o PPGDança/UFBA. Escreve no www.enquantodancas.net. Email: joubert.arrais@ufca.edu.br.

Ficha do Trabalho

Título

    COREOPOLÍTICAS AUDIOVISUAIS: VIDEOCLIPES ENQUANTO MANIFESTOS

Resumo

    Propomos uma leitura coreopolítica de duas performances audiovisuais enquanto corposmídia da estética expandida do videoclipe: Boca de Lobo (Brasil, 2018), do rapper brasileiro Criolo, e This is America (EUA, 2018), do rapper estadunidense Childish Gambino (Donald Glover). Em suas distintas videografias comunicacionais, seriam obras artísticas consideradas videoclipes-manifestos que aprisionam nossa fruição no meramente expressivo ou, de fato, deles podem emergir coreopoliticidades dissidentes?

Resumo expandido

    A relação entre coreografia e videoclipe nos instiga pela dimensão ontológica, e também poética, do corpo em movimento, enquanto práxis artística de informação e comunicação. Como evidências, destacamos duas performances audiovisuais: Boca de Lobo (Brasil, 2018), do rapper brasileiro Criolo, e This is America (EUA, 2018), do rapper estadunidense Childish Gambino (Donald Glover).
    Quando coreografias são postas em prática, em geral, elas são dançadas. Mas não se trata apenas de uma “coreopolítica” de corpos no espaço urbano (LEPECKI, 2013), nem de um “corpomídia” como suporte tecnológico (KATZ & GREINER, 2005). Segundo Hewitt (2005), coreografia é a disposição e a manipulação de corpos uns em relação aos outros, juntando estética e política de modo não metaforizado com o social.
    No videoclipe, um produto midiático da cultura pop, evidenciam-se lógicas de pertencimentos transnacionais (SOARES, 2014). Tais lógicas encenam formas particulares de fruição e engajamento sociais, legando aos sujeitos, segundo este autor, “uma vivência estética fortemente pautada pela noção de performance”. Esse caráter performático é intensificado na experiência da convergência midiática.
    Desse modo, o que se propõem é uma articulação teórica na qual as práticas artísticas engendram-se com a sociedade e a política enquanto Coreopolíticas Audiovisuais. Sobre isso: o que há de coreopolítica nestas duas “narrativas audiovisuais”, uma de imagens coreografadas e a outra, de dança-ruído-dispositivo (LEPECKI, 2017, 2013)? Ou do que tais realidades ditas “americanas” são corposmídia de uma visualidade que imuniza (KATZ & GREINER, 2012)?
    O videoclipe Boca de Lobo agencia imagens ficcionais entrelaçadas, coreograficamente, com registros jornalístico-televisuais. Amplia nossa percepção da música e letra homônimas com a realidade brasileira recente, através da eleição presidencial de um candidato ultradireitista, alinhado com um movimento internacional de cunho economizante. Não por acaso, This is America viralizou como suposto manifesto. Foi coreografado pela ruandense Sherrie Silver, com a dança sul-africana Gwara Gwara, superando 300 milhões de visualizações no YouTube.
    O que os aproxima, contudo, está mais naquilo que os distingue. Em ambos, a violência contra corpos negros que move as estruturas da sociedade é denunciada como coreografias de expulsões, exclusões e extermínios. O de Criolo foi chamado de “This is America brasileiro”, diferente dos muitos vídeos-cover produzidos por amadores e profissionais de vários países, alguns como paródias (des)politizantes. É quando a coreopolítica se transforma em coreopolítica.
    Corpos são condicionados a se mover/deslocar por pressões sociais. Estes mesmos corpos passam a ser também vigiados, monitorados, judicializados. Transformados em imagens, já estão pré-coreografados por normas de conduta que esteticizam e enquadram como crime ou contravenção. As próprias imagens passam a ser coreografadas como ações audiovisuais no trânsito dentro-fora em sua processualidade fílmica, quando se comportam como corpos cinemáticos (SHAVIRO, 2015). Neles e com eles, as ações de ver-ouvir-mover referenciam atos e fatos que afirmam coragem e resistência, que são concretos como denúncias audiovisuais.
    Os dois videoclipes – um que coreografa imagens e outro que dança para coreografar imagens – são cúmplices não por serem sínteses imagéticas, muito menos narrativas fechadas em si mesmas. Pelo contrário, são performances audiovisuais que também acionam outras audiovisualidades, a exemplo de muitos vídeos tutorais que explicam e expandem nossos inconscientes estéticos (RANCIÈRE, 2009), “decifrando” posicionamentos políticos controversos.
    Então, o modo de lidar com as visualidades contemporâneas pode imunizar o ver/ouvir a dança de coreografia na coreografia de imagens. A questão é: esses videoclipes-manifestos aprisionam nossa fruição no meramente expressivo ou, de fato, podem tensionar e criar outras coreopoliticidades dissidentes?

Bibliografia

    HEWITT, Andrew. Social Choreography: Ideology as Performance in Dance and Everyday Movement. Durham/London: Duke University Press, 2005.
    KATZ, Helena & GREINER, Christine. Visualidade e Imunização: o inframince do ver/ouvir a dança. Anais do II Congresso da ANDA. São Paulo, 2012.
    KATZ, Helena; GREINER, Christine. Por uma Teoria Corpomídia. In: GREINER, C. O corpo: pistas para estudos indisciplinares. São Paulo: Annablume, 2005.
    LEPECKI, André. Exaurir a dança – performance e a política do movimento.. Trad. Pablo Assumpção. São Paulo: Annablume, 2017. [Exhausting Dance. London: Routledge, 2006] LEPECKI, André. Coreopolítica e coreopolícia. In: Ilha Revista de Antropologia. Online. Florianópolis, jan. 2013.
    RANCIÈRE, Jacques. O inconsciente estético. Trad. Mônica C. Netto. São Paulo: Ed.34, 2009. SHAVIRO, Steven. O corpo cinemático. Trad. Anna Fagundes. São Paulo: Ed. Paulus, 2015.
    SOARES, Thiago. Abordagens Teóricas para Estudos Sobre Cultura Pop. Revista Logos, online, dez. 2014.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br