O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Patricia Furtado Mendes Machado (PUC-Rio)

Minicurrículo

    Patrícia Machado é doutora em Comunicação e Cultura pela ECO-UFRJ, com sanduíche na Université Sorbonne Paris 3, e professora da PUC-Rio.

Ficha do Trabalho

Título

    Condensação e ressignificação: a retomada dos arquivos no cinema.

Seminário

    Cinema brasileiro contemporâneo: política, estética, invenção

Resumo

    Nossa proposta é pensar como o cinema brasileiro contemporâneo atualiza o duplo gesto de retomar imagens de arquivo e, no processo de remontagem, construir para elas novos sentidos. Estratégias como condensação ou ressiginificação de sentidos serão pensadas a partir de curtas brasileiros recentes realizados com arquivos audiovisuais: Autopsia (2016), de Mariana Barreiros e O golpe em 50 cortes ou A corte em 50 golpes (2017) de Lucas Campolina e Impeachment (2016, Diego de Jesus).

Resumo expandido

    Em recente artigo publicado no Brasil, o crítico e cineasta francês Jean Louis Comolli faz uma afirmação categórica: “os arquivos audiovisuais são hoje o lixo do mundo espetacular” (2017, pg.10). Diante do excesso e da circulação veloz de imagens televisivas, publicitárias e de entretenimento, da sua fabricação instantânea e disponibilização facilitada, do armazenamento e esquecimento em poucas horas, Comolli encarna uma espécie de pessimismo que dá a entender uma disposição ao discurso radical. No entanto, conhecendo a sua trajetória, os trabalhos que realizou com imagens de arquivo, suas inspirações filosóficas e teóricas e, principalmente, aprofundando a leitura do texto, entendemos que a frase é uma espécie de provocação.
    Se até a Segunda Guerra, os arquivos audiovisuais eram preciosos porque enigmáticos e raros, Comolli passa a encará-los como restos e sobras na medida em que se tornam excessivos e excedentes. Para extrair dessas imagens e sons novas potências, a remontagem desse material na produção de documentários torna-se uma estratégia instigante. No cinema brasileiro contemporâneo, arquivos audiovisuais de diferentes procedências tem sido retomados e a montagem usada como estratégia para retirar das imagens os sentidos nelas cristalizados, para contrapor discursos consolidados, para condensas efeitos suspensos no fluxo contínuo de publicização desse material.
    Nossa proposta é pensar como o cinema brasileiro contemporâneo atualiza o duplo gesto de retomar imagens de arquivo e, no processo de remontagem, construir para elas novos sentidos. Estratégias como condensação ou ressiginificação de sentidos serão pensadas a partir de curtas brasileiros recentes realizados com arquivos audiovisuais: Autopsia (2016), de Mariana Barreiros e O golpe em 50 cortes ou A corte em 50 golpes (2017) de Lucas Campolina e Impeachment (2016, Diego de Jesus).
    Esses filmes são importantes porque fazem parte de um cenário estabelecido na última década em que notamos um crescimento expressivo no volume de filmes brasileiros que possuem como recurso central a retomada de imagens pré-existentes. Esses materiais heterogêneos, de vários formatos e origens, consistem em filmes amadores, familiares, industriais, militantes e publicitários, cinejornais, imagens operatórias como as de câmeras de segurança, além de programas de TV e vídeos publicados em redes sociais e sites da internet.
    São essas imagens, inseridas em um fluxo contínuo de informação e entretenimento, que Comolli chama de “testemunhas da nossa passagem coletiva por esse mundo”, motivo suficiente para nos “fazer tremer” (2017, pg.11). No entanto, o próprio Comolli propõe que, diante do inevitável, diante dessas imagens que nos atravessam mas que não as enxergamos, o que nos resta é se perguntar: “como olhar o que não nos olha? Como desejar o que não nos deseja?” (2017, pg.11). A sugestão é desmontar as imagens para depois remonta-las e fazer com que o cinema ganhe desse modo uma função didática: que nos ensine a reaprender a ver, escutar e desejar.
    A montagem é a estratégia solicitada por Comolli e pelos curtas que serão analisados para enfatizar sentidos congelados, para estabelecer novas relações entre sons e imagens, para aproximar o que está distante, tornar visível o invisível e experimentar novos modos de perceber, sentir e se relacionar com o mundo.

Bibliografia

    AGAMBEN, Giorgio. Difference and repetition: on Guy Debord´s films. In: Art and the moving image- a critical reader. Tate, Afterall 2008
    COMOLLI, Jean-Louis. Limpeza espetacular das imagens passadas. Revista ECO POS- Imagens do presente, vol.20, n.2, 2017.
    Debord, Guy e WOLMAN, Gil. Mode d’emploi du détournement. Les Lèvres nues. Bruxelas, n.8, maio, 1956.
    LEANDRO, Anita. Desvio de Imagens. Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós Graduação em Comunicação. E- Compós. Brasília, vl.15, n1, jan/abril 2012.
    MACHADO, Patrícia. Efeito de real e reversão dos sentidos: o uso dos arquivos no cinema brasileiro contemporâneo. Catálogo da Mostra Tiradentes. Universo Editora, 2018.
    RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. Lisboa, Orfeu Negro, 2010

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br