O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Erly Milton Vieira Junior (Ufes)

Minicurrículo

    Erly Vieira Jr é Doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ (2012). Professor do Departamento de Comunicação Social da UFES desde 2008, onde é coordenador do grupo de pesquisa Comunicação, Imagem e Afeto. Também integra o corpo docente do programa de pós-graduação em Comunicação e Territorialidades (POSCOM) da mesma instituição. Também atua como curador e realizador audiovisual.

Ficha do Trabalho

Título

    O gasto soberano como modo de existir/resistir no cinema queer

Seminário

    Corpo, gesto e atuação

Resumo

    Como as noções batailleanas de soberania, excesso e gasto/dépense, nos permitem pensar certos modos de existência de sujeitxs LGBTs, como formas de resistência? Para entender isso, buscamos articulá-las a aspectos sensórios e estratégias de encenação presentes em filmes de dois contextos históricos do cinema queer: o da pedagogia sociocultural dos anos 80-90 (Línguas desatadas, The living end) e o da câmera-corpo/ pedagogia dos desejos pós-2000 (Madame Satã, Mal dos trópicos e Na Vertical).

Resumo expandido

    O sol que dá sem nunca receber e que se gastará até sua última chama, servindo a ninguém senão a si mesmo: esta é uma das imagens-sínteses da noção de soberania segundo Bataille. Gastar-se por si só, sem se submeter a nenhum princípio de utilidade ou de acumulação de riquezas e energias – e, assim, mergulhar na potência da diferença, do heterogêneo, contemplar o indizível que aflora de nossos próprios abismos. Embora a obra de Bataille seja originalmente uma crítica ao capitalismo a partir de experiências limítrofes (erotismo, êxtases espirituais), algumas de suas ideias podem ser retomadas para se entender os modos de existir/resistir de sujeitxs queer que não se adequam às “linhas retas da heteronormatividade” (AHMED, 2006) e que, como consequência disso, estabelecem relações diferenciadas e desviantes com outros corpos, objetos, espaços e saberes.
    Aqui, o estar à margem é historicamente reelaborado a partir de uma série de variáveis, como por exemplo, a teatralidade excessiva do camp, a estetização cotidiana do dandismo, a experimentação sexual atrelada à erotização da linguagem, e a ressignificação do fracasso não como derrota, mas como uma arma política de recusa (HALBERSTAM, 2012), prazer e enfrentamento diante da opressão. Uma língua menor, refletida na subversão de diversos aspectos estéticos, narrativos e políticos do cinema sob um viés LGBT/queer, o que nos leva a pensar que modos dissidentes de existência exigem modos também dissidentes de produção de imagens.
    Baltar (2015) identifica a coexistência de duas pedagogias dentro do cinema queer: uma de caráter sociocultural (predominante nos anos 80 e 90), centrada em dar visibilidade às diferenças nas sexualidades não-hegemônicas, trazidas para o centro da ação dramática; e outra, a “pedagogia dos desejos”, a conectar o corpo do espectador numa partilha afetiva e desejante com os corpos filmados e suas potências. A ascensão desse segundo regime de imagens, a partir dos anos 2000, requer a adoção de novos modos de engajamento sensório e estratégias de encenação, capazes de articular os corpos em cena, o corpo fílmico e os corpos espectatoriais a partir da produção e difusão do desejo.
    Neste trabalho, investigamos algumas estratégias com as quais certos filmes traduzem experiências corpóreas desviantes que se aproximam às ideias de excesso, dépense e soberania tais como concebidas por Bataille. Partimos de duas obras audiovisuais do New Queer Cinema, na tensão entre as duas pedagogias: Línguas desatadas (Marlon Riggs, 1989) e The living end (Gregg Arakki, 1992). Aqui, falaremos tanto da produção de excesso camp nos gestos e trejeitos corporais como demarcação identitária, quanto da opção pelo gastar-se irrestritamente como única alternativa à precariedade existencial e à incerteza quanto ao próprio futuro, no contexto da crise da aids na virada dos anos 80 para os 90 (na tensão entre soberania e fracasso/recusa).
    Num segundo grupo de filmes, onde a pedagogia dos desejos atua mais intensamente, nos concentraremos nas estratégias com que a câmera-corpo eclode como instância de desestabilização narrativa, convidando o espectador, por contágio, a experimentar sensível e excessivamente as lógicas desviantes desses sujeitos filmados, dispostos a gastarem-se até o fim: seja pela embriaguez orgíaca da câmera que contagia as três instâncias corporais durante a performance da Mulata do Balacochê, em Madame Satã (Karim Aïnouz, 2002); pela experiência limítrofe do indizível (que muito se aproxima da “experiência interior” batailleana), sobrepondo a banalidade cotidiana e a dimensão espiritual, numa imersão sonora e visual de caráter háptico e erótico em Mal dos trópicos (Apichatpong Weerasethakul, 2004); e no fracasso proposital da jornada do herói empreendida em Na vertical (Alain Guiraudie, 2016), em que o desvio passa a ser a lógica que coreografa os corpos em espaços e papéis sexuais constante e inesperadamente queerizados ao sabor dos desejos e ansiedades do protagonista.

Bibliografia

    AHMED, Sara. Queer phenomenology: Orientations, objects, others. Durham: Duke University Press, 2006.
    BALTAR, Mariana. “Femininos em tensão: Da pedagogia sociocultural a uma pedagogia dos desejos”. In: MURARI, Lucas e NAGIME, Mateus. New queer cinema: Cinema, sexualidade e política. Rio de Janeiro: Caixa Cultural, 2015.
    BARKER, Jennifer. The Tactile Eye: Touch and the cinematic experience. Berkeley: University of California, 2009.
    BATAILLE, Georges. A experiência interior. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.
    __________. A parte maldita – precedida de A noção de despesa. Lisboa: Fim de século, 2005.
    HALBERSTAM, J. Jack. “Repensando o sexo e o gênero”. In: Miskolci, Richard e Pelúcio, Larissa. Discursos fora da ordem. São Paulo, Annablume/Fapesp, 2012.
    SCHOONOVER, Karl e GALT, Rosalind. Queer cinema in the world. Durham/London: Duke University Press, 2016.
    SOBCHACK, Vivian. Carnal Thoughts: Embodiment and Moving Image Culture. Berkeley: University of California Press, 2004.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br