O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Elisa Fonseca (UFSM)

Minicurrículo

    Doutoranda e Mestra em Comunicação Midiática, linha Mídia e Identidades Contemporâneas, na Universidade Federal de Santa Maria, possui Especialização em Cinema (2014), Especialização em Projetos de Mídia (2009) e graduação em Jornalismo pela Universidade Franciscana(2008). Tem experiência na área de Comunicação em audiovisual, atuando profissionalmente nas áreas de televisão, publicidade e cinema; e pesquisas em temas relacionados a audiovisual, representação de identidades e períodos históricos

Ficha do Trabalho

Título

    Apontamentos sobre a ditadura civil-militar no cinema brasileiro atual

Resumo

    O artigo propõe-se a discutir a forma como o cinema contemporâneo representa a história e memória da sociedade brasileira, em específico a ditadura civil-militar. Realizou-se uma análise dos filmes O Ano em que meus pais saíram de férias, que mobiliza a temática sob uma abordagem mais intimista e lúdica; e do filme Tatuagem, que problematiza questões artísticas de resistência. Para a reflexão teórica foram convocados autores como Joel Candau, Maurice Halbwachs, Jacques Le Goff, Jacques Ranciére.

Resumo expandido

    A questão maior que perpassa a reflexão aqui proposta é: como a memória de um período histórico é configurada pela ficção brasileira? Como distintas narrativas apresentam o período da ditadura militar brasileira em suas tramas? Quais tensionamentos ganham destaque em detrimento de outros? Nesta proposição, dialoga-se com os autores Jacques Aumont, Joel Candau, Maurice Halbwachs, Jacques Le Goff, Jacques Ranciére, entre outros. O artigo será estruturado nas seguintes seções: Sobre representação, história e memória; Sobre narrativas históricas; Dos instrumentos de análise; e Sobre as representações nos filmes. Na esteira do que afirma Rancière, que “o real precisa ser ficcionado para ser pensado” (2009, p. 58), é a partir dessa premissa que se acredita ser possível pensar os filmes que retomam períodos históricos e suas memórias. No diálogo/articulação entre história, memória e representações, o passado pode se transformar em memória coletiva, constituída por referentes sociais, abrangentes e inerentes à sociedade (Halbwachs, 2006). Para evocar o seu passado, muitas vezes são acionados referentes externos. Atenta-se para o fato de, muitas vezes, tais ferramentas de rememoração são midiáticas e esse passado pode ser selecionado e ressignificado por suas narrativas. Os estudos sobre memória são plurais e para que se diferencie os conceitos caros à discussão, cita-se Le Goff, que a define como “ciência da mutação e da explicação dessa mudança” (1990, p. 15), e acredita que ela de há muito ultrapassou as limitações da transmissão oral do passado, pois, com a constituição de bibliotecas e arquivos, passou a se constituir como uma macronarrativa. Já a memória é de caráter subjetivo, seletivo e particular, visto que está em contínua reconstrução (Candau, 2011). Uma narrativa audiovisual, muitas vezes, instiga no espectador a ideia de que o que é mostrado é real. Quando a narrativa representada é baseada em fatos históricos e verídicos, essa compreensão se torna ainda mais latente. Rossini (2006, p.117) atenta que o cinema pode ser “uma escrita que trabalha com a internalização do verossímil, e atualmente são as verdades construídas a partir desse universo verossímil que, em última análise, dão sentido ao mundo”. Ao que concerne o cinema brasileiro contemporâneo, na segunda década dos anos 2000, é possível encontrar um número representativo de produções que abordam o período histórico da ditadura civil-militar em suas narrativas. Com vistas a elucidar como o cinema atual pode representar este macro período, optou-se examinar dois filmes: O Ano em que meus pais saíram de férias, que mobiliza a temática da ditadura sob uma abordagem mais intimista e lúdica, ressignificando o cenário repressor através de um olhar infantil; e Tatuagem, que mobiliza questões de resistência de um grupo de teatro, assim como afetivas e proibitivas à época. Toma-se como baliza a análise de imagem proposta por Aumont e Marie (2010) e considera-se que os filmes examinados, centralizados em seus peculiares personagens, impregnam a memória do período em suas narrativas – através das espacialidades apresentadas, cenografia, vestuário, trilha sonora, e mais. Dentro de seus conflitos particulares, ambas as tramas parecem exaltar possíveis pontos de fuga para um contexto histórico hostil. Há pretensos microcosmos, zonas de escape, que dizem respeito às atividades culturais, relações afetivas e desfechos dos protagonistas. São configurados pelo menos dois modos de status quo, dois direcionamentos, o que, conjectura-se, possibilita a construção ficcional de distintas ditaduras. Tal interpretação, preliminar, instiga a pensar, se tais representações podem deflagrar um esvaziamento da carga histórica necessária sobre o período, visto que se direciona a parcialidades da sociedade; ou se tal pluralidade de representações pode ampliar a compreensão sobre as decorrências do regime ao país. Muito ainda há para refletir e questionar este passado que subjaz o presente do Brasil.

Bibliografia

    AUMONT, Jacques; A Imagem. São Paulo: Papirus, 2002.
    AUMONT, Jacques e MARIE, Michel. A análise do filme. Lisboa: Texto e Grafia, 2010.
    ASSMANN, Aleida. Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural. Editora da Unicamp, 2011.
    CANDAU, Joel. Memória e identidade. Trad. Maria Letícia Ferreira. São Paulo: Contexto, 2011.
    FIORIN, J. O regime de 1964: discurso e ideologia. Atual Editora, 1988.
    LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Editora da Unicamp, 1990.
    HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Trad. Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2006.
    RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível. Estética e Política. São Paulo: Editora 34, 2009.
    LOPES, Antônio Herculano; VELLOSO, Mônica Pimenta e PESAVENTO, Sandra Jatahy (orgs.). História e linguagens: textos, imagem, oralidade e representações. Rio de Janeiro: 7 letras, 2006. pp. 113-120.
    WHITE, Hayden. Historiography and historiophoty. The American historical review, Chicago, v. 93, n. 5, dec. 1988, p. 1193-1199.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br