O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Carolina Goncalves pinto (ECA – USP)

Minicurrículo

    Doutoranda e Mestre em Meios e Processos Audiovisuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, com especialização prática em Audiovisual pelo Le Fresnoy – Tourcoing, França, extensão em prática do documentário na La Fémis e graduada em Cinema e Vídeo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Atua como diretora e roteirista de documentários, curtas metragens e outras audiovisuais. Foi assistente de direção em diversos longas metragens.

Ficha do Trabalho

Título

    O corpo como um lugar de memória em Teatro de Guerra, de Lola Arias

Seminário

    Corpo, gesto e atuação

Resumo

    Ao analisar o filme Teatro de Guerra (2018), Lola Arias, o relacionamos à questão formulada por Mônica Toledo da Silva: “Como lidar com a memória do outro se não for com a imaginação?” (DA SILVA, 2013) No filme, a memória é um campo em disputa, entre os que estiveram em lados opostos nas trincheiras, entre narrativas oficiais e os relatos dos sobreviventes. Dispositivos são criados para convocar estas memórias e o corpo é o vetor no qual se manifestam, através da fala, do gesto, da presença.

Resumo expandido

    Teatro de Guerra (2018) de Lola Arias trata do fato histórico da Guerra das Ilhas Malvinas, ou Ilhas Falkland, pelo viés subjetivo da memória de ex-combatentes, tanto do exército argentino como do britânico. Este filme foi feito concomitantemente à montagem teatral de peça homônima e os processos de criação de ambos aparecem entrelaçados. O filme se vale de dispositivos para evocar memórias destes seis participantes e também introduz um outro aspecto que se revela um importante vetor de canalização destes elementos: o corpo. Através da presença destes corpos, seus relatos e gestos, estas memórias são convocadas e transmitidas.
    A imagem destes corpos que estiveram nos campos de batalha, atestam o que a linguagem não é capaz de traduzir em narrações verbais. A memória se manifesta no corpo, nos lembra Mônica Toledo da Silva; “um cinema do corpo dialoga com com a paisagem do pensamento, na condição de esboço e tensão permanentes.” (DA SILVA, 2013) Reproduzir um gesto, tal qual ele foi feito, buscar recriar, com uso de maquiagem, em outros corpos a visão de ferimentos visto, a encenação teatral, são algumas das formas agenciadas por estes corpos, portadores da experiência e sua parcela de intransmissível.
    Embora se trate de um filme de memória, não estamos diante de um diálogo com imagens de arquivo ou registros dos fatos; vemos apenas os corpos destes seis homens que atuam no resgate de suas memórias. Cabe ao espectador absorver e reconstituir a experiência com a força de sua imaginação. Como pontua Mônica Toledo e Silva, “Como lidar com a memória do outro se não for com a imaginação?” (DA SILVA, 2013) E nos remete à questão colocada por Georges Didi-Huberman a respeito de imaginar o inimaginável. O filme, porém, nos mostra que não há vencedores entre os que estiveram de ambos os lados das trincheiras. A memória que submerge se faz na intersecção de todas as narrativas. Teatro de Guerra aborda o tema com o intuito edificar um trabalho de expurgo através da criação de formas poéticas que contemplam trauma, memória e linguagem. Estes testemunhos incorporam falhas, e limitações ao tentar dar conta do vivido.
    O filme não adere a uma estrutura narrativa convencional, trata-se da articulação de diferentes propostas de enunciação para compor o filme em uma estrutura fragmentada e lacunar, como a da memória. Cenas que comportam desde a leitura de um diário de um dos ex soldados, a montagem de uma cena teatral elaborada a partir de um dos relatos, assim como mesmo testes de elenco que são incorporados à elaboração do filme. Esta estrutura nos faz pensar que uma das questões referentes à memória é que ela possui diversos aspectos, porém nenhum consegue dar conta da totalidade da experiência. Aquilo que escapa como o outro lado da moeda daquilo que foi evocado, ambos com o mesmo peso na construção desta proposta.
    David Macdougall propõem o termo “signos de ausência” (MACDOUGALL, 1992) para se referir a filmes em que colocam em relação o esquecimento, a distorção voluntária, assim como o abismo que separa o acontecimento da memória, contemplando o impacto que o momento presente exerce sobre o fato rememorado. Teatro de Guerra aposta na presença destes sobrevivente como forma de traduzir este acontecimento. As esparsas situações nas quais o filme recorre a imagens históricas e de arquivo, reafirma a preeminência da narração sobre a informação. Citamos um exemplo: as imagens de um navio britânico com soldados acenando efusivamente partindo, precede um relato sobre o regresso ao lar e encontro com familiares daqueles que não haviam sobrevivido e fica evidente a distancia intransponível entre estes dois fragmentos que remetem a um mesmo evento. A memória, portanto, nesta obra, não é o passado, mas o efeito que ela produz sobre o presente. E neste corpo atuante, no agora do registro da imagem.
    Ao propor tal estrutura, o filme problematiza a distância entre experiência, memória e linguagem através do resgate destas memórias de guerra.

Bibliografia

    BIBLIOGRAFIA
    BELTING, Hans. Antropologia da Imagem, Lisboa, KKYM, 2002
    BENJAMIN, Walter. O Narrador, in Obras Escolhidas vol. 2, tradução Sérgio Paulo Rouanet, São Paulo, Brasiliense, 1996
    DA SILVA, Mônica Toledo. Memórias Possíveis: eu em algum lugar, in Performances da Memória org. DA SILVA, Mônica Toledo, Belo Horizonte, Impressões de Minas, 2013
    DIDI-HUBERMAN, Georges. Des Images, Malgrès Tout, Paris, 2003, Les Édiotions de Minuit
    MACDOUGALL, David. Films de Mémoire, in Journal des Anthopologues, nº 47/48, Printemps 1992. Anthropologie Visuelle, PP. 67-86
    NORA, Pierre. Entre Memória e História in Les Lieux de Mémoire, Tradução KHOURY, Yara Aun, Paris, Gallimard, 1984

    FILMOGRAFIA
    ARIAS, Lola. Teatro de Guerra, Argentina, 2018

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br