O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Natalia de Oliveira Conte Delboni (Unesp)

Minicurrículo

    Doutoranda pela Universidade Estadual Paulista (Unesp, Bauru/SP), pesquisa cinema nacional, com foco em Cinema Marginal. É Mestre em Comunicação Midiática, também pela Unesp, onde dissertou sobre adaptação literária e estética. Pela Universidade do Sagrado Coração possui graduação em Jornalismo e especialização em Comunicação Organizacional. Atualmente é docente na Faculdade IESB (Instituição de Ensino Superior de Bauru), Fabau (Faculdade de Bauru) e Universidade Paulista (Unip).

Ficha do Trabalho

Título

    A abertura da margem: proposta de análise do cinema de Ozualdo Candeia

Resumo

    A história do cinema brasileiro foi marcada pela influência estrangeira, porém, a busca por identidade audiovisual desenvolveu experimentações narrativas e estéticas. É o caso de “A Margem”, de Ozualdo R. Candeias, que une poética e técnica em uma obra que denominaria uma fase histórica: cinema marginal. Esse artigo analisa a abertura interpretativa e a experiência estética, bem como o conceito de poiésis, aisthésis e katharsis aplicados à obra. Os autores Eco e Jauss foram base desse estudo.

Resumo expandido

    INTRODUÇÃO
    A expressão “Cinema Marginal” corresponde ao período cinematográfico brasileiro entre os anos finais da década de 60 e começo de 70. Fase da história nacional em que o país estava dominado por uma ditadura de imprensa e rigorosa fiscalização do conteúdo midiático. Nesse momento, cineastas buscavam em suas produções inflexões de contracultura, ignorando a censura e criticando as tendências realistas do cinema tradicional. A subversão da linguagem cinematográfica ganha foco em detrimento do engajamento político direto que o Cinema Novo propunha, indicando uma forma antagônica de se fazer cinema no Brasil.
    As produções realizadas nesse período ganham destaque pelo seu conteúdo inovador, buscando uma experiência estética desde a sua formação narrativa até a concepção final de sua mise-en-scène. Entre esses ousados cineastas, encontra-se Ozualdo R. Candeias, considerado um dos pioneiros do Cinema Marginal, principalmente com a sua primeira obra: “A Margem”, de 1968.
    Dado ao seu caráter estético da obra de Candeias, o filme “A Margem” é caracterizado por uma produção cinematográfica que foge de padrões tradicionalistas, iniciando com câmera subjetiva, poucos diálogos e precisão fotográfica diante dos olhares de seus personagens.
    Segundo Ramos, em seu estudo “Cinema Marginal (1968/1973): a representação em seu limite”, o fato de “A Margem” ter sido filmado ao redor do rio Tietê e ao lado de uma favela paulistana, onde a visão é tomada pela miséria e pela sujeira, como os personagens transitam nesse ambiente e a narrativa fragmentada é que o tornaria essa obra precursora do marginal. No entanto, alguns aspectos centrais destoam da estética dos filmes que seguiriam a partir de 1968. “Um destes traços é, sem dúvida, a ausência da dimensão irônica da curtição/avacalho e, principalmente, a busca do sublime dentro do abjeto, dimensão totalmente ausente no Cinema Marginal que se desenvolveria a seguir” (Ramos, 1987, p. 87)
    METODOLOGIA
    Iniciado os estudos na Escola de Constance, na República Democrática da Alemanha, em Berlim, a Teoria da Estética e da Recepção orientou a avaliação de “A Margem” durante todo esse trabalho. Segundo Jauss (2002), essa vertente acadêmica tem premissas para investigações científicas de obras de arte em seu tempo, espaço e contraste com a contemporaneidade.
    Para esse apoio interpretativo, Jauss define três práxis sobre as manifestações histórico-artísticas: a poiésis, a aisthésis e a karthasis, ou seja, a experiência estética não se inicia pela compreensão e interpretação do significado de uma obra, menos ainda pela reconstrução da intenção de seu autor. “A experiência primária de uma obra de arte realiza-se na sintonia com seu efeito estético, isto é, na compreensão fruidora e na fruição compreensiva”. (JAUSS, 2002, pg. 69).
    Visto que cada receptor possui um legado de experiências comunicativas e culturais o conceito de “Obra Aberta”, do pesquisador italiano Umberto Eco, se faz pertinente ao refletir que Candeias nos dá espaços não delimitados para a experimentação do prazer estético ao vislumbrarmos o filme “A Margem”.
    RESULTADOS E DISCUSSÕES
    Esse trabalho investigou o prazer estético possível ao fruir pela obra de Candeias. Assim, concepções de estruturação fílmica, condições sociais e históricas e considerações teóricas propiciaram discussões sobre conceitos de abertura interpretativa da obra de Candeias. Através da estética autoral de Cadeias, foi possível reconhecer as instâncias de poiésis, aisthésis e Katharsis proporcionada pela obra, além da valorização do lírico em detrimento da objetividade.
    CONCLUSÕES
    Candeias foi um cineasta que utilizou de recursos não inovadores para propor uma exclusão do espectador diante às cenas dos personagens que vivem à margem de algo. Sua linguagem é mais voltada para o existencialismo que ao objetivismo, ao contrário de grandes filmes no cinema nacional. “A Margem” trabalha com alegorias e a noção do simbólico, o que propõem uma abertura interpretativa maior.

Bibliografia

    CHEVALIER, Jean. Diccionario de los símbolos. Editorial Herder. Barcelona, Espanha. 1986.
    ECO, Umberto. Interpretação e Superinterpretação. Editora Martins Fontes. São Paulo, S.P, 1993
    ECO, Umberto. Obra Aberta. Editora Perspectiva, São Paulo,SP, 2002.
    FERREIRA, Jairo. Cinema de Invenção. Editora Limiar. São Paulo, 2000.
    FIGURELLI, Roberto. Hans Robert Jauss e a Estética da Recepção. Revista Letras, [S.l.], v. 37, dez. 1988. ISSN 2236-0999. Disponível em: . Acesso em: 24 de julho de 2017. doi:http://dx.doi.org/10.5380/rel.v37i0.19243.
    JAUSS, Robert Hans, et al. Coordenação e tradução de Luiz Costa Lima. A Literatura e o leitor: textos de estética da recepção. Rio de Janeiro,RJ. Editora Paz e Terra. 2002.
    Puppo, Eugênio. Portal Brasileiro de Cinema. Acesso em: 20 de junho de 2017. http://www.portalbrasileirodecinema.com.br/
    RAMOS, Fernão. Cinema Marginal (1968/1973) – a representação em seu limite. São Paulo:

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br