O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Cíntia Langie Araujo (UFPel)

Minicurrículo

    Professora do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e realizadora audiovisual desde 2006. Foi fundadora do Cine UFPel, onde hoje é curadora. Atua na pesquisa acadêmica na área de cinema, com ênfase nas questões relativas a roteiro e circulação do filme brasileiro. Jornalista, Mestre em Comunicação Social, atualmente realiza doutorado em Educação pela UFPel, onde desenvolve uma cartografia de nove salas de cinema localizadas em universidades do Brasil.

Ficha do Trabalho

Título

    Exibir cinema brasileiro na universidade: uma devolução?

Seminário

    Cinema e Educação

Resumo

    O objetivo do texto é pensar a universidade enquanto dispositivo para fazer circular – e restituir de algum modo para a comunidade – os filmes brasileiros aos quais o público normalmente não tem acesso, com aprofundamento conceitual na noção de devolução (DIDI-HUBERMAN, 2015). A trama de pensamento envolve um estudo de caso, o Cine Arte UFF, sala universitária de cinema, cuja curadoria prioriza filmes de relevância artística, resguardando espaço considerável à produção brasileira contemporânea.

Resumo expandido

    A proposta deste texto é pôr em relação o conceito de “devolução” (DIDI-HUBERMAN, 2015) com uma iniciativa de difusão do cinema brasileiro contemporâneo – a sala universitária Cine Arte UFF. Partimos de uma inquietação inicial: como fazer com que o filme brasileiro, realizado majoritariamente com dinheiro público, cumpra seu papel e seja “devolvido” à população? É a partir da noção de devolução ou restituição de Didi-Huberman que reivindicamos condições de acesso às obras realizadas no país.
    Segundo dados da Agência Nacional do Cinema – ANCINE – referentes a 2016, os filmes estrangeiros representam 91,8% dos ingressos vendidos em salas comerciais, enquanto os filmes nacionais ficam com 8,2% do público, caracterizando, ainda hoje, uma situação de condição colonial (GOMES, 2016). Se não há espaço para a produção brasileira nas janelas tradicionais, as universidades podem atuar como dispositivos propícios a tal difusão, já que contam com infraestrutura própria, público espectador e material humano. Mais que isso, ali se pode solidificar o verdadeiro circuito para o filme nacional, pois esses espaços conseguem desenvolver iniciativas com maior flexibilidade, sem visar a resultados esperados. A universidade “trata-se de um privilegiado lugar dentro de um mundo onde tudo parece submetido aos interesses do mercado” (MIGLIORIN, 2015, p. 30).
    O cinema da Universidade Federal Fluminense – criado em 1968 na cidade de Niterói – não tem fins lucrativos e funciona diariamente, com exibição de obras em lançamento, além de mostras, festivais e cineclubes. Devido à atual pesquisa de doutorado sobre salas universitárias, investiguei em 2018, durante cinco meses, o funcionamento desse projeto. O perfil curatorial da sala busca a diversidade cultural, com prioridade a filmes de relevância artística, resguardando espaço considerável à produção brasileira. São promovidas semanalmente sessões gratuitas e debates com realizadores nacionais.
    Para Didi-Huberman, restituir não é atribuir algo a alguém para que este se privilegie, mas há nesse ato de devolução algo de generosidade, pois trata-se de dar sem reter, sem interesse, sem visar ao lucro ou à recompensa. Desse modo, a curadoria do Cine Arte UFF carrega em si a potência de uma generosidade da devolução, já que busca uma ética da imagem, cujo protocolo investe em oportunizar experiências sensíveis. Trata-se de uma possível modéstia na restituição quando pensamos em cinema, visto que as imagens dos filmes brasileiros independentes tornam visíveis diversos aspectos da sociedade que normalmente não estão na mídia de massa. As imagens constituem um bem comum, “elas voltam a nós porque sempre nos concerniram, porque fazem parte do nosso patrimônio comum” (DIDI-HUBERMAN, 2015, p. 212).
    Assim, podemos questionar: qual a vocação do cinema brasileiro contemporâneo, marcado pela vasta produção e pela diversidade? A vocação não seria, a bem dizer, recolher dos recantos desse país as histórias e paisagens, para compartilhar com o público o que nos constitui? E não seria também atuar como um sopro de arejamento de criação, em uma era marcada pela redundância no campo audiovisual, com filmes de mercado cada vez mais repetitivos e previsíveis? Se assim for – e acho que não estamos desejando muito – não seria de extrema generosidade que a universidade e seu material humano pudessem reunir esse conjunto de imagens do cinema brasileiro, dar a ele um tom de relevância, e realizar sessões periódicas ao público? Ainda mais em nosso presente histórico, em que iniciativas como o Cine Arte UFF estão sob ameaça devido aos cortes orçamentários do governo federal? Parece que não se trata somente de fazer as imagens irem além, ou chegarem a algum lugar, mas permitir que existam em liberdade, que se tornem realidade: conteúdo comum a uma dada comunidade. Trata-se de um gesto político da devolução, na defesa de uma relação cada vez mais sólida entre o cinema brasileiro e seu público.

Bibliografia

    BARBALHO, Alexandre. Política cultural e desentendimento. Fortaleza: IBDCult, 2016.

    DIDI-HUBERMAN, Georges. Devolver uma imagem. In: Pensar a imagem. Emmanuel Alloa (Org.). Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

    GOMES, Paulo Emílio Sales. Uma situação colonial? São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

    MIGLIORIN, Cezar; LIMA, Érico Araujo. Estética e comunidade: ocupar o inacabado. In: O que nos faz pensar, Rio de Janeiro, v.26, n.40, p.203-221, jan.-jun. 2017.

    ROLNIK, Suely. Esferas da insurreição: notas para uma vida não cafetinada. São Paulo: N-1 Edições, 2018.

    SAFATLE, Vladimir. O circuito dos afetos. São Paulo: CosacNaify, 2016.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br