O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Lyana Guimarães Martins (UFRJ)

Minicurrículo

    Doutoranda em Comunicação e Cultura (PPGCOM – UFRJ) sob orientação de Antonio Fatorelli. Mestre em Estudos Contemporâneos das Artes (PPGCA – UFF). Graduada em Comunicação Social, habilitação em Rádio e TV, pela ECO – UFRJ. Atua como montadora e diretora em projetos para televisão, publicidade e documentários. Como artista, realiza trabalhos em videoarte e videodança, além de fotografia, instalação e videoprojeção.

Ficha do Trabalho

Título

    Imagem, percepção e sensação: o cinema experiencial de Peter Mettler

Resumo

    A partir do documentário Picture of Light (1994), do cineasta e artista canadense-suíço Peter Mettler, pretende-se discutir e refletir sobre a imagem neste cinema que o próprio Mettler chama de “experiencial”. Para tanto, parte-se do pensamento de Gilles Deleuze e Henri Bergson acerca da percepção, procurando relacioná-lo com provocações de autores contemporâneos. Afinal, como se poderia definir esse cinema “experiencial”? E que imagem é essa que Mettler nos apresenta?

Resumo expandido

    No documentário Picture of Light (1994), do cineasta e artista canadense-suíço Peter Mettler, fica evidente um rigor formal no seu trabalho. Sua fotografia é precisa, tanto em composição de quadro quanto fotometria, mesmo quando a câmera é na mão; sua montagem é complexa, com muitos cortes, sobreposições, fluxos, encadeamentos não convencionais; o som é rico em elementos, de ambientes e ruídos a efeitos. Nos seus filmes há o predomínio de entrevistas não formais, realizadas durante caminhadas, dentro de carros, isto é, em situações espontâneas, que são misturadas com momentos de “voiceover”. Mas não se trata de uma narração, de uma descrição ou uma explicação do que vemos: a voz, que geralmente é do próprio Mettler, às vezes não diz nada muito concreto, pelo contrário, quase sempre não tem relação direta com a imagem que é vista simultaneamente. São pensamentos, devaneios, divagações, perguntas. Nesse sentido, se pensarmos a partir de uma lógica da eficiência narrativa, o conteúdo das palavras quase não importa, afinal não elucida nada, uma espécie de “palavra vazia”. Mas se pensarmos por uma lógica da sensação, a voz é fundamental: o que é dito e o ritmo do que é dito nos instiga a sentir, proporciona outras camadas para as imagens e sons.

    Mettler diz que se inspira na música para pensar o seu trabalho, pois para ele ela nos toca sem precisarmos intelectualizar nada, isto é, não é necessário entender um sentido para sermos afetados – o que não significa que não possamos imaginar e criar sentidos a partir de uma música, ou de um filme seu. Afinal, o sentido, a razão, não é um problema para ele, mas sim a imposição de algo prévio a partir de uma lógica de eficiência, como a necessidade de contar algo e ser entendido, tão comum no cinema tradicional. Em vez disso, ele busca as lacunas, os devaneios. Portanto, sua busca pela sensação não se dá por conta de uma recusa do sentido, mas por um desejo de problematizar a hegemonia da razão e a normatividade da percepção em prol de uma abertura a outras possibilidades de experiência com sua obra. É nesse sentido que o cineasta diz que prefere entender o seu trabalho não como um cinema experimental, apenas de quebra e subversão dos códigos e padrões do cinema convencional, mas sim um cinema “experiencial”.

    Mas como se poderia definir esse cinema “experiencial”? Ele dá algumas pistas: seria um cinema que busca sentimentos, em vez de conceitos e regras pré-determinados, de forma a instigar no público uma viagem pessoal, sem um sentido prévio a ser compreendido. Em vez de impor uma narrativa tradicional, com encadeamentos lógicos em prol de um final fechado, ele prefere deixar tudo em aberto. Talvez seja possível aproximar o seu cinema do conceito de imagem-tempo discutido por Deleuze, uma vez que podemos identificar nos seus filmes uma predileção por situações ótico-sonoras puras, nas quais vemos os personagens (às vezes, o próprio diretor) absortos em uma observação, em uma reflexão, em vez de comprometidos com uma ação. Mas se Deleuze diz que no cinema moderno o personagem vira uma espécie de espectador (DELEUZE, 2007, p. 11), no cinema de Mettler é o espectador que parece virar personagem, pois há sequências nas quais quem parece ficar imerso em uma deambulação não é o personagem, mas nós que estamos assistindo o filme. São momentos que parecem existir apenas para o espectador: uma situação ótica-sonora pura, não para quem está dentro da tela, mas para quem está fora dela. Mas não se trata de uma interatividade, de uma quebra da quarta parede, do espectador fazer parte da história: mergulhamos nessa imagem-tempo – será que ainda podemos chamá-la assim? –, participamos dela, coexistindo com o filme. Então, que imagem é essa que Mettler nos apresenta? Talvez as discussões em torno de instalações imersivas possam contribuir nesta reflexão. Afinal, é possível perceber em Mettler muitos cruzamentos, principalmente quanto à experiência do espectador com a obra.

Bibliografia

    BERGSON, Henri. Matéria e memória. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
    DELEUZE, Gilles. A imagem-tempo. São Paulo: Brasiliense, 2007.
    GIL, Inês. A atmosfera no cinema. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2005.
    GONÇALVES, Osmar (Org.). Narrativas sensoriais: ensaios sobre cinema e arte contemporânea. Rio de Janeiro: Editora Circuito, 2014.
    GUMBRECHT, Hans Ulrich. Atmosfera, ambiência, Stimmung. Rio de Janeiro: Contraponto : Ed. PUC-Rio, 2014.
    JAFFE, Ira. Slow Movie – Countering the cinema of action. Nova York: Wallflower Press, 2014.
    MANOVICH, Lev. The language of new media. Cambridge: The MIT Press, 2001.
    MARKS, Laura. Touch: sensous theory and Multisensory Media. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2002.
    TEIXEIRA, Francisco Elinaldo. Cinemas “não-narrativos”: experimental e documentário – passagens. São Paulo: Alameda, 2012.
    XAVIER, Ismail (Org.). A experiência do cinema: antologia. Rio de Janeiro: Edições Graal; Embrafilme, 2008.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br