O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Marcos Vinicius Yoshisaki (PPGMPA)

Minicurrículo

    Doutorando em Cinema pelo Programa de Pós-graduação em Meios e Processos Audiovisuais (ECA-USP), pesquisa o diretor(a)-personagem em documentários na primeira-pessoa. É mestre em Cinema pelo mesmo programa (PPGMPA). Além de pesquisador é realizador. Dirigiu curtas-metragens e atualmente finaliza seu primeiro longa-metragem, o documentário “Bem vindos de novo”, desenvolvido concomitantemente à pesquisa acadêmica.

Ficha do Trabalho

Título

    O diretor-personagem em “Elegia de um Crime”, de Cristiano Burlan

Resumo

    O objetivo da apresentação é analisar a figura do diretor(a)-personagem, elemento chave no documentário em primeira-pessoa, no filme “Elegia de um Crime” (Cristiano Burlan, 2018). Busca-se compreender as formas com que esta figura, geralmente múltipla e ambígua, compõe-se por meio das estratégias formais e narrativas da direção, em relação ao desempenho performativo do personagem-diretor.

Resumo expandido

    Se na época de seu advento e de sua consolidação, principalmente durante as décadas de 1980 e 1990, o documentário em primeira pessoa representou um avanço na linguagem documentária – ao desestabilizar a relação entre sujeito e objeto, ao esmiuçar traços da vida privada que lançam luzes sobre questões políticas, ao trazer para primeiro plano a subjetividade do cineasta –, estimulando teóricos como Bill Nichols a criar a categoria de “documentário performático” (NICHOLS, 2012) e tantos outros a desenvolverem noções em torno do cinema ensaístico (RASCAROLI, 2009); com o passar das décadas, observou-se relativa mas substancial sedimentação formal dos filmes. Se, em sua etapa inicial, as abordagens na primeira pessoa avançaram sobre as fronteiras e possibilidades até então inexploradas da prática documentária, progressivamente seus métodos e recursos estilísticos passaram a representar uma espécie de gênero de produção e recepção, composto por códigos reconhecíveis e até mesmo antecipáveis, como uso de narrações, materiais de arquivo e a presença em cena do cineasta.
    Diante da possível saturação da abordagem em primeira pessoa – em particular aquela de cunho autobiográfico – e atento às críticas à cultura narcísica da “espetacularização de si” (SIBILIA, 2008), o objetivo da apresentação é abordar o estatuto do diretor(a)-personagem, suas características, efeitos e contradições, por meio da análise de “Elegia de um Crime” (Cristiano Burlan, 2018). Por meio deste caso específico, busca-se tanto mapear as linhagens pelas quais a prática em primeira pessoa se desenvolveu, em particular o “cinéma-vérité” (RENOV, 2004), quanto caracterizar mais genericamente o diretor(a)-personagem enquanto instância mediadora entre filme e espectador.
    “Elegia de um Crime” aborda o assassinato da mãe do diretor, Isabel Burlan, cujo suspeito, identificado como Jurandir Muniz de Alcântara, ex-companheiro da vítima, permanece foragido da justiça. Partindo desta premissa, um duplo movimento se desdobra no filme. Busca-se compor um retrato biográfico de Isabel, que permite tanto a elaboração de uma memória pessoal e familiar, como também oferece subsídios para compreensão do crime, motivado pelo ciúme, na medida em que a beleza de Isabel é a característica recorrentemente evocada nos depoimentos e fotografias. O segundo movimento corresponde à investigação e caçada do foragido. Esta perseguição efetiva-se no e pelo filme, dando a este um aspecto de thriller policial, como aponta Eduardo Escorel (ESCOREL, 2019), mas também o vincula à noção de “documentário de busca”, segundo formulação de Jean-Claude Bernardet (BERNARDET, 2014).
    São nos desdobramentos desses dois eixos narrativo-discursivos que a figura do diretor-personagem de Burlan se estabelece. Uma figura multifacetada, já que além de diretor, o personagem é filho, irmão, sobrinho, justiceiro, cidadão, segundo a situação em que se encontra, incorporando, simultaneamente, variados papéis. A constituição do diretor-personagem inscreve-se justamente no cruzamento entre as decisões de direção, em termos de metodologia, de linguagem e dos procedimentos estilísticos empregados, com o desempenho performático nas diversas instâncias de inscrição de sua presença. Se há o esforço em realizar o filme, este mesmo esforço evidencia-se enquanto traço constitutivo do diretor-personagem, que se delineia no interior das circunstâncias por ele próprio engendradas. Há, portanto, duas trajetórias com as quais ele precisa lidar: uma que diz respeito à realização do filme, e outra que delineia a curva do personagem. A questão que o filme parece constantemente nos colocar (nós, espectadores), na medida em que aborda um evento traumático na vida do diretor é: como o filme lida – formalmente – com o “desejo de vingança” da personagem-filho; e, inversamente, como a personagem estabelece os termos para tornar o filme possível?

Bibliografia

    BERNARDET, Jean-Claude. Documentários de busca. In. Maria Dora Mourão e Amir Labaki (orgs.) O Cinema do Real. Cosac Naify, 2014, pp. 209 – 230.

    ESCOREL, Eduardo. Trilogia do Luto – Filme como Instrumento de Vingança. Revista Piauí, março 2019. Disponível em Acesso em 10/04/2019.

    NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas, SP: Papirus, 2012. Pp. 169-176.

    RASCAROLI, Laura. The Personal Camera: subjective cinema and the essay film. Wallflower Press, London, 2009.

    RENOV, Michael. The subject of documentary. Minneapolis University of Minnesota Press, 2004.

    SIBILIA, Paula. O Show do Eu: a Intimidade como Espetáculo. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br