O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Luiza Cristina Lusvarghi (FMU SP)

Minicurrículo

    Luiza Lusvarghi é jornalista, pesquisadora, coordena o grupo de Cinema e Audiovisual da
    Associação Latino-Americana de Investigadores de Comunicação. É diretora da Abraccine. É autora de De MTV a Emetevê (2007), Cinema Nacional e World Cinema (2010), O Crime
    como Gênero na Ficção Audiovisual da América Latina (2018), e colaboradora de revistas
    nacionais e internacionais. Atualmente, é professora de Pós-Graduação nos cursos de
    Cinema e Produção Audiovisual na FMU.

Ficha do Trabalho

Título

    Roma: realismos e imaginário mexicano no cinema de Cuarón

Seminário

    Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados

Resumo

    O filme Roma, do diretor mexicano Alfonso Cuarón, vem colecionando polêmicas. Lançado pela Netflix em dezembro de 2018, foi indicado em 10 categorias do Oscar, e ganhou como Melhor Diretor, Melhor Fotografia, nas categorias principais, e Melhor Filme Estrangeiro. Foi premiado no Globo de Ouro 2019, e no Festival de Veneza em 2018. O filme se filia a princípios que nortearam o neo-realismo e vem influenciando a cinematografia latino-americana desde a década de 1950.

Resumo expandido

    O filme Roma, do diretor mexicano Alfonso Cuarón, coleciona polêmicas e contribuiu para um feito histórico. Lançado pela Netflix em dezembro de 2018, foi indicado em 10 categorias do Oscar, ganhou como Melhor Filme e Melhor Diretor, além de receber estatueta como Melhor Filme Estrangeiro, uma conquista levando em conta o boicote da indústria às produções cinematográficas do grupo de streaming. Foi premiado no Globo de Ouro 2019, e no Festival de Veneza em 2018. Roma foi uma das 8 produções originais Netflix em longa-metragem para a América Latina lançadas até 2018, e a segunda produção mexicana após A Cuarta Compania (2017).
    Em preto e branco, longos planos-sequência, o filme remete à estética do neorrealismo italiano, uma característica de obras do chamado circuito independente de cinema de cunho social e político, e aos novos cinemas, presentes na América Latina, mas em outros países como Filipinas, em que desponta a obra de Brillante Mendoza. Certamente, Roma possui ainda vínculos com o movimento realista e nacionalista do próprio cinema mexicano, oscilando entre referências de obras como Maria Candelaria (1944) e Los Olvidados (1950). O filme retrata a vida da jovem como babá de uma família no bairro de elite Colonia Roma, e sua relação apaixonada com as quatro crianças da casa, Toño (Diego Cortina Autrey), Paco (Carlos Peralta), Pepe (Marco Graf) e Sofi (Daniela Demesa), além das idas ao cinema, a única diversão.
    No começo, acompanhamos a primeira experiência amorosa de Cleo com Fermín (Jorge Antonio Guerrero) um rapaz que ela descobre mais tarde estar envolvido em operações paramilitares do grupo Los Falcones. Na cena em que ficam juntos pela primeira vez, os indícios de que o jovem, encantado com artes marciais possa ser uma figura violenta vão lentamente se insinuando, delineados somente pela exibição de suas habilidades. Os homens são figuras ausentes e fugazes no universo doméstico de Cuarón. A figura paterna, representada pelo sr. Antonio (Fernando Grediaga), por vezes é somente um plano detalhe de mãos ao volante. Trata-se de uma família de mulheres, e nela a figura da babá é mais importante do que a da mãe, Sofia (Marina de Tavira) que aparece como uma vítima da sociedade machista, abandonada pelo marido sedutor. O diretor Cuarón teria se inspirado na própria infância para traçar esse retrato sensível dos conflitos domésticos e da exclusão social em seu país durante a década de 1970, quando o Partido Revolucionário Institucional (PRI) promove uma guerra sem tréguas contra a esquerda e os movimentos populares. Na cena em que Cleo entra numa loja de móveis com a avó, a sra Teresa (Verônica Garcia), estudantes são mortos a tiros durante o Massacre de Corpus Christi, também conhecido por El Halconazo, símbolo da desigualdade da pseudodemocracia mexicana. Um filme de impacto, que desnuda as relações entre a classe média mexicana e as camadas mais pobres, e retrata a invisibilidade dos povos indígenas na sociedade mexicana. Em seu mais famoso filme, E sua me também (Y su Mamá también, 2001), personagens como Cleo apenas compunham o ambiente em que se desenvolvia o triângulo amoroso dos protagonistas vividos pelos atores Diego Luna e Gael Garcia Bernal, envolvidos com Maribel Verdú, reafirmando um projeto nacionalista que remete aos projetos da Era de Ouro, em que os indígenas e habitantes da zona rural são vistos de forma idealizada e ingênua.

Bibliografia

    AVELLAR, José Carlos Avellar, A ponte clandestina, teorias de cinema na América Latina, Rio de Janeiro/São Paulo, Editora 34 – Edusp, 1995
    BERNARDET, Jean-Claude. Cineastas e imagens do povo. Companhia das Letras. São Paulo: 2003.
    CANCLINI, Nestor G.. Culturas Híbridas. Estrategias para entrar y salir de la modernidad. Barcelona: Editora Paidós, 2001.
    FABRIS, Maria Rosario. O neo-realismo cinematográfico italiano. EDUSP, São Paulo: 1996.
    GARCÍA RIERA, Emilio, “Historia documental del cine mexicano”, vol.1 Universidad de Guadalajara, et. al., Guadalajara, Jalisco, 1992.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br