O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Laís de Lorenço Teixeira (Unicamp)

Minicurrículo

    Laís Lorenço, mestranda em Multimeios (Unicamp), com apoio da CAPES, desenvolve uma pesquisa relacionada a documentários em primeira pessoa, refletindo sobre diretoras latino americanas e suas personagens femininas. Diretora do filme “Além de Mim” (2016), co-direção Gabriela Billwiller, contemplado pelo Edital Curtas Universitários do Canal Futura. Realizou intercâmbio na UNC – Universidad Nacional de Córdoba, na Argentina. Foi bolsista de Iniciação Científica – FAPERJ.

Ficha do Trabalho

Título

    Documentário em primeira pessoa, busca e trânsitos

Resumo

    As obras documentais contemporâneas tendem, em consonância com os discursos atuais – de reflexão da memória e guinada subjetiva -, a refletir com a construção e expressão da subjetividade de “eus” discursivos, como ocorre em diversos documentários em primeira pessoa. Assim, nos interessa pensar como o espaço se coloca como agente de construção e reflexão de memória. Como este se apresenta e é construído, e pensá-lo para além de uma simples apreensão da realidade, mas como construção constante.

Resumo expandido

    Seguindo na esteira do que Jean-Claude Bernardet (2004) chamou de “documentário de busca”, assim como os documentários em primeira pessoa em que a expressão subjetiva do realizador ou realizadora se coloca como atenção central, nos trabalhos, em que este “eu” transita, se constrói e se relaciona, ganha atenção. Objetivamos pensar como a articulação do espaço se apresenta, a partir de alguns exemplos, no documentário latino-americano contemporâneo, de que modo os espaços, o transito entre eles e a dinâmica de busca empreendidas nestes filmes se organizam. Nos interessa questionar como o espaço se articula com a memória (re)trabalhada no documentário.
    A dinâmica espacial chama atenção em muitas destas obras, assim como a dualidade privado e público, que implica dos temas e abordagem nos documentários, e assim, tornam essencial tratar o espaço cinematográfico. Estas obras tocam em temáticas públicas e privadas, no processo fílmico, colocando-as para debate, mas inversamente, tendem a ter estes debates em espaços familiares, íntimos, do cotidiano das personagens. Iniciar a reflexão do por que da eleição destes espaços, assim como de que maneira que são apresentados (ou não) e como implicam em uma dinâmica de encontro, nos parece essencial. Pensar o que é público e o que é privado a partir do momento em que se borram estas linhas através da exposição desses “eus”. Como afirma Perrot na Introdução do quarto volume de História da Vida Privada (1990, p.9), uma vez que se escolhe dar atenção ao que acontece no privado, assim “por uma inversão da ordem das coisas, o privado deixasse de ser uma zona maldita, proibida e obscura: o local de nossas delícias e servidões, de nossos conflitos e sonhos; o centro, talvez provisório, de nossa vida, enfim reconhecido, visitado, legitimado”. Pensar em que implica esse privado e porque temas públicos acabam por ser debatidos nesse âmbito.
    No caminho de contar e construir-se, a memória é elemento central. Essencial pensar como é agenciada de modo a construir uma conjuntura compreensível, que situe as relações da cena, mas não somente, como também apresente o contexto histórico e o espaço em que tal documentário se desenvolve. O processo a partir da construção de uma memória compreensível, no presente da realização documental, implica em uma racionalização do ocorrido, mesclado com o afeto das relações familiares e/ou domésticas.
    O espaço que serve como palco para construção da memória, do discurso político e pessoal dos encontros, os quais constroem estes filmes, é assim compreendido por nós, não apenas como um espaço físico. Mesmo que importante, nos parece essencial pensar além da materialidade, desse modo, refletir como o espaço também pode ser afetivo e propícia os encontros fílmicos. Estes espaços, de acordo com Velasco (2015, p.8), “se constroem em conjunto com as produções temporais cinematográficas, pois, se existe tempo, existe espaço. São blocos, uma coconstituição, que leva em conta todas as suas dimensões”. Se antes, ainda segundo o autor, o espaço cinematográfico era pensado como algo encerrado e os questionamentos que os cercavam eram referentes ao modo como poderia ser apreendido para a tela de cinema. A partir da compreensão de que “o espaço-tempo é uma coconstituição e que podemos analisar de que forma os espaços vão sendo construídos de modo dinâmico, incessante e sempre em busca de uma eventualidade” (VELASCO, 2015, p.10), o que pretendemos é entender como os espaços se constroem nesse tipo de obra, em que o processo de busca pela memória esta aliado a um trânsito por espaços específicos, com a tendência a serem mediados pelas constantes conversas em ambientes domésticos.

Bibliografia

    ARFUCH, Leonor. O espaço biográfico: dilemas da subjetividade contemporânea. Tradução de Paloma Vidal. Rio de Janeiro, RJ: Editora da UERJ, 2010.
    BERNARDET, Jean-Claude. 33 traz novos horizontes aos documentários. Folha de S. Paulo. Ilustrada, São Paulo, 14-03-2004. p. E6. Disponível em: . Acesso em 11 de setembro de 2017.
    GUATTARI, Felix. Micropolitica: cartografias do desejo. Coautoria de Suely Rolnik. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
    PIEDRAS, Pablo. El cine documental en primera persona. Buenos Aires: Paidós, 2014.
    RENOV, Michael. The subject of documentary. Minneapolis: Univ. of Minesota, 2004.
    VELASCO, Diogo Cavalcanti. Imagens-sertões: imagens-espaço de sertões-prosa e sertões-poesia no cinema brasileiro contemporâneo. 2015. 1 recurso online (198 p.). Tese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes, Campinas, SP. Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2018.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br