O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Leonardo Esteves (UFMT)

Minicurrículo

    Leonardo Esteves é professor do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal de Mato Grosso. Doutor em Comunicação Social pela PUC-Rio com período sanduíche (bolsa CAPES) na Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3. Mestre em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Produz e dirige filmes experimentais desde 2006.

Ficha do Trabalho

Título

    Clémenti autor: sobreimpressão psicodélica, militância e… teoria?

Seminário

    Teoria dos Cineastas

Resumo

    Pierre Clémenti já é um ator estabelecido quando começa a dirigir curtas experimentais a partir de 1967. Entre os títulos iniciais, destaca-se La révolution n’est qu’un début. Continuouns le combat (1968), filme que combina sobreimpressões psicodélicas e militância. A presente comunicação pretende analisar esta obra tomando como ponto de partida a possibilidade de ver nela a construção de uma teoria em convergência com outras, formuladas ao redor do cinema e na contemporaneidade do Maio de 68.

Resumo expandido

    La révolution n’est qu’un début. Continuons le combat (1968), de Pierre Clémenti, é rodado em 16mm. Realizado pelo ator entre Roma e Paris durante maio e junho, permaneceu inacessível durante muitos anos. Como informam as cartelas introdutórias na versão digitalizada, o filme ficou inédito sob a guarda do pintor Frédéric Pardo por mais de 25 anos. Membro da “constelação Zanzibar”, grupo ao qual Clémenti era próximo e que produziu mais de uma dezena de filmes experimentais, Pardo o entregou à pesquisadora Sally Shafto no final dos anos 90. Sobre este filme, e sobretudo em relação a outros produzidos no período pelo “autor” Clémenti, vê-se uma sofisticação que se deve, em parte à inspiração militante embalada pelo Maio de 68. Estaria Clémenti em busca de uma teoria para seu cinema? O que o filme poderia nos dizer sobre esse aspecto?

    As primeiras sequências de La révolution n’est qu’un début ensaiam potencialidades de texturas a partir de sobreimpressões e colorações em torno de imagens da esposa de Clémenti, Margareth. São tomadas que trabalham abstrações psicodélicas, imprimindo movimentos variados com luzes nuançadas, desfoques, velocidades variadas – experimentações que Clémenti vinha desenvolvendo à época, enquanto realizador, também em outros curtas. Alguns planos são intercalados por uma série de takes ligeiros sobre paisagens e ruinas, contrapondo um pouco mais de definição, de informação concreta. As distâncias da câmera parecem também demarcar as distâncias entre o subjetivo e o objetivo. Isto é, entre o pessoal, o sentimental, aquilo que não é mensurável pela representação analógica (como o amor por uma mulher); e entre aquilo que está ao redor, que persiste ao tempo, como monumentos e construções, que é histórico, impessoal. Shafto (2007, p. 135) atribui a mistura entre o público e o privado no filme de Clémenti como uma espécie de “ilustração involuntária” de um dos motes do feminismo americano, que só vai ser cunhado por Carol Hanisch, entretanto, em 1969, “The personal is political”. Hanisch aborda a expressão em um contexto bem particular, da legitimação feminista, estando, portanto, fora do alcance de La révolution – no qual a oposição pessoal/político visa a expressão artística.

    O que está mais nítido até aqui (na renúncia da nitidez) é o gesto de manipular o visual. De compor uma imagem em diversas camadas que se movimentam entre si. As sobreimpressões têm em La révolution um papel fundamental no mecanismo de manipulação do visível. A utilização do recurso aporta também outras questões. Para Noguez (2010, p. 34), as sobreimpressões fariam a ponte entre a vanguarda francesa dos anos 1920 e o New american cinema dos anos 1960, rompendo com o caráter icônico da imagem. O fim estético da sobreimpressão, para o autor, acabaria por transmitir à percepção um “estado selvagem”. Levar a percepção a um “estado selvagem” só poderia contar com um estágio de liberdade que rompa, sobretudo, com as amarras da (história da) arte.

    No caso do filme de Clémenti, a aproximação à pop art e à psicodelia é um dado explícito e também problemático. O parentesco com o New american cinema não é desprezível e repercute uma discussão de maior envergadura, que resvala na pintura francesa contemporânea. Isto é, no trabalho dos pintores da Nouvelle figuration/ Figuration narrative, que se verão incumbidos de trabalhar temas políticos. Esta geração vai conversar com o cinema como tentativa de se distanciar da influência americana, na qual as conformidades plásticas teriam desencadeado a necessidade de demarcar uma figuração européia, que buscaria superar tal semelhança. A justaposição/ sobreprosição de quadros será um artifício característico para demarcar certa autonomia. Já a sobreimpressão excessiva de Clémenti o insere em um debate artístico que não é habitual na prática cinematográfica tida por militante e produzida em 68. É possível, contudo, pensar em uma convergência teórica a partir dela, que incorpore as demais artes?

Bibliografia

    BASSAN, R. Cinéma expérimental. Abécédaire pour une contre-culture. Crisnée: Yellow Now, 2014.

    ESTEVES, L.G. Dialéticas da desconstrução: Maio de 68 e o cinema. 2017. Tese (Doutorado em Comunicação Social) – Departamento de Comunicação Social, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

    GOUMARRE, L. Figurer la revolution. In: BAECQUE, A.; BOUQUET, S.; BURDEAU, E. Cinéma 68. Paris: Cahiers du cinéma, 2008, págs. 201-207.

    MAAREK, P. J. De Mai 68… aux films X. Paris: Éditions Dujarric, 1979.

    NOGUEZ, D. Éloge du cinéma experimental. Paris: Paris Expérimental, 2010.

    ____. Le cinéma, autrement. Paris: Les éditions du Cerf, 1987.

    SHAFTO, S. ZANZIBAR: Les films Zanzibar et les dandys de Mai 1968. Paris: Paris Expérimental, 2007.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br