O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Natasha Romanzoti Graziano (UNICAMP)

Minicurrículo

    Natasha Romanzoti é graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Paraná, especialista em Roteiro de Ficção Audiovisual pelo Senac-SP e mestra em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente, é doutoranda em Multimeios na Universidade Estadual de Campinas, onde pesquisa a importância e a história do roteiro no cinema brasileiro.

Ficha do Trabalho

Título

    Estilo narrativo do cinema brasileiro de 1950 baseado em roteiros

Resumo

    Este trabalho tem como objetivo destacar algumas características narrativas do cinema brasileiro por meio da análise de quatro roteiros dos anos 1950. Apesar dos esforços em termos de industrialização e padronização do cinema na década, paradigmas clássicos como a estrutura de três atos parecem ser de pouco interesse ou inaplicáveis a essa produção cinematográfica. De modo geral, a influência do teatro e do rádio brasileiros podem ser muito mais relevantes para as narrativas do período.

Resumo expandido

    No âmbito acadêmico, a discussão sobre roteiro cinematográfico ficou muitas vezes limitada pelos “manuais” que floresceram durante todas as décadas de história desse objeto de estudo. Estes, dos quais um dos principais expoentes é o “Manual do Roteiro” de Syd Field (2001), são muitas vezes restritos a convenções dramáticas e a um tipo de narrativa conhecida como clássica, preponderantemente hollywoodiana, que com frequência não se aplica a outras cinematografias. A brasileira, por exemplo, é bem marcada por sua diversidade.
    Essa diversidade narrativa pode ser observada na década de 1950, de “extraordinária animação, na prática e no pensamento cinematográfico”, segundo Maria Rita Galvão (1980, p. 13). Foram anos que presenciaram o desenvolvimento das ideias sobre cinema independente no contexto nacional, ideias estas surgidas em contraposição a algumas das maiores experiências ditas industriais do cinema brasileiro.
    O objetivo deste trabalho é mostrar como, apesar dos esforços em termos de industrialização e padronização do cinema brasileiro na década – representados pela atividade dos estúdios cinematográficos, notadamente a Companhia Cinematográfica Vera Cruz e a Atlântida Cinematográfica -, os paradigmas clássicos, como a estrutura de três atos, parecem ser de pouco interesse ou inaplicáveis a essa produção cinematográfica específica.
    Para isso, serão analisadas quatro narrativas da década de 1950, sendo dois roteiros de produções consideradas industriais ou de estúdio – “O Homem do Sputnik” (1959), dirigido por Carlos Manga, escrito por José Cajado Filho e produzido pela Atlântida Cinematográfica, e “Esquina da Ilusão” (1953), dirigido por Ruggero Jacobbi, escrito por Ruggero Jacobbi e Jorge Kraisky, com diálogos de Gustavo Nonnenberg e produzido pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz – e dois roteiros de produções consideradas autorais ou independentes – “O Grande Momento” (1958), escrito e dirigido por Roberto Santos, e “Agulha no Palheiro” (1953), escrito e dirigido por Alex Viany. Essas análises contemplarão a divisão em atos e a evolução da curva da ação dramática das histórias, bem como as marcas de influências narrativas para além do modelo hollywoodiano.
    Por exemplo, mesmo que a Atlântida parodiasse com frequência superproduções americanas e a Vera Cruz procurasse emular Hollywood, um olhar mais apurado demonstra que as narrativas das companhias adotam estratégias nem sempre condizentes com o modelo clássico canonizado pelos grandes estúdios americanos.
    Por sua vez, muitas narrativas com forte viés autoral e categorizadas historicamente como “cinema independente”, influenciadas em grande parte pelo cinema moderno europeu, especialmente o neorrealismo italiano, nem por isso deixam de operar majoritariamente na chave do realismo-naturalismo inerente ao cinema narrativo-dramático clássico.
    As análises também pretendem demonstrar como a influência do teatro e do rádio brasileiros, juntamente com o crescente impacto das novelas, pode ter sido mais relevante para os roteiros brasileiros da década do que estruturas aristotélicas e outras estratégias narrativas clássicas bem conhecidas.
    Segundo Marcos Rey, no Brasil, “os primeiros roteiristas profissionais surgiram no rádio, quando noutros países já proliferavam no cinema e no music-hall” (1989, p. 78). Algumas características dramatúrgicas das radionovelas, enormes sucessos no país nos anos 1940 e 50, parecem ter ecoado nos filmes brasileiros do período, inclusive os chamados “independentes”, como a presença de tramas paralelas densas, evolução do drama em patamares e a tendência a uma resolução tardia do conflito principal.
    Em resumo, este trabalho pretende observar que o estilo narrativo do cinema brasileiro da década é diversificado e pouco padronizado, mesmo quando observado dentro de categorias como “independente” e “industrial” ou “comercial”. Além de múltiplas influências estrangeiras, o contexto nacional favoreceu um diálogo com o rádio.

Bibliografia

    AUTRAN, Arthur. O Pensamento Industrial Cinematográfico Brasileiro. Campinas, SP: tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Multimeios, do Instituto de Artes, Unicamp, 2005.
    BASTOS, Mônica Rugai. Tristezas não pagam dívidas: Cinema e política nos anos da Atlântida. São Paulo: Olho d’água, 2001.
    BOON, Kevin A. Script culture and the American screenplay. Detroit: Wayne State University Press, 2008.
    FIELD, Syd. Manual do roteiro: os fundamentos do texto cinematográfico. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
    GALVÃO, Maria Rita. O desenvolvimento das ideias sobre cinema independente. 30 anos de cinema paulista, 1950-1980. São Paulo: Cinemateca Brasileira, Cadernos da Cinemateca, n. 4, 1980.
    RAMOS, José Mario Ortiz. Cinema, estado e lutas culturais: anos 50, 60, 70. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
    REY, Marcos. O roteirista profissional: TV e cinema. São Paulo: Editora Ática, 1989.
    VIANY, Alex. Introdução ao cinema brasileiro. Rio de Janeiro: Revan, 1993.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br