Trabalhos Aprovados 2019

Ficha do Proponente

Proponente

    Sophia Pinheiro (UFF)

Minicurrículo

    Doutoranda no PPGCine/UFF, mestre em Antropologia Social pela UFG (2017) e graduada em Artes Visuais Bach. em Design Gráfico pela mesma universidade (2013). É pensadora visual, interessada nas poéticas e políticas visuais, etnografia das ideias, do corpo e marcadores da diferença, principalmente em contextos étnicos, gênero e sexualidade. Atua principalmente nas seguintes áreas: processos de criação, antropologia, artes visuais, arte & tecnologia, fotografia, vídeoarte e cinema.

Ficha do Trabalho

Título

    “sentir, pensar e agir”: o fazer cinematográfico de mulheres indígenas

Resumo

    A pesquisa entende como sua principal questão investigativa as práticas estéticas e de linguagem cinematográfica de algumas mulheres indígenas cineastas, de diferentes etnias no Brasil e na América Latina, com a pergunta: como elas podem debater e confrontar o establishment do cinema no mundo? O que o cinema e o audiovisual feito por mulheres indígenas diz sobre a sociedade não-indígena? Diante desses deslocamentos que elas propõem, por que categorizar o cinema indígena de mulheres?

Resumo expandido

    Nessa proposta de pesquisa, parto da hipótese de que há uma nova perspectiva do cinema e da arte indígena contemporâneos com ênfase ao “sentir, pensar e agir” (Walter Mignolo & Gómez Pedro, 2012), alinhadas às estéticas decoloniais. A pesquisa entende como sua principal questão investigativa as práticas estéticas e de linguagem cinematográfica de algumas mulheres indígenas cineastas, de diferentes etnias no Brasil e na América Latina, com a pergunta: como elas podem debater e confrontar o establishment do cinema no mundo? A teorização da colonialidade do saber e do ser, colonialidade política e econômica, da religião que aprisiona a espiritualidade, colonialidade de gênero e da sexualidade, da etnicidade, é extremamente relevante para o atual momento histórico tratar dessas narrativas visuais autônomas, localizando as mulheres indígenas como sujeitas históricas sem inseri-las, necessariamente, em um quadro teórico fechado, respeitando assim suas singularidades étnicas e sociais. Assim, quando essas artistas indígenas estão produzindo arte e cinema contemporâneos, que dimensões elas acionam? Qual a agência política das imagens que elas produzem? Que “outra” arte é essa? Como combatem as representações imagéticas construídas historicamente com suas imagens? Por que a linguagem cinematográfica realizada por mulheres indígenas são tidas como “uma arte menor” ou datadas por um dito “cinema indígena”?

Bibliografia

    BAHRI, Deepika. Feminismo e/no pós-colonialismo. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 21, n. 2, p. 659-688, maio-ago. 2013.
    CAIUBY NOVAES, Sylvia et al. (Org.). Escrituras da imagem. São Paulo: Edusp, 2004. CAIUBY NOVAES, Sylvia. Quando os cineastas são índios. [2000].
    CARELLI, Vincent. Um novo olhar, uma nova imagem. In: CARVALHO, Ana; CARVALHO, Ernesto; CARELLI, Vincent (Org.). Vídeo nas Aldeias: 25 anos. São Paulo: Itaú: Natura, 2011.
    CURIEL, Ochy. Crítica poscolonial desde las prácticas políticas del feminismo antirracista. Nómadas, Bogotá, n. 26, p. 92-101, 2007.
    HOLANDA, Karla (Org.) ; TEDESCO, Marina Cavalcanti (Org.) . Feminino e plural: Mulheres nocinema brasileiro. 1. ed. Campinas: Papirus, 2017.
    STAM, Robert (Coautor). Crítica da imagem eurocêntrica: multiculturismo e representação. São Paulo: CosacNaify, 2006.
    SACCHI, Ângela; GRAMKOW, Márcia M. (Org.). Gênero e povos indígenas. Rio de Janeiro: Museu do Índio/GIZ/Funai, 2012.