Trabalhos Aprovados 2019

Ficha do Proponente

Proponente

    Luis Stéfano Murillo Reyes (PPGIS-UfScar)

Minicurrículo

    Stéfano Murillo Reyes de Quito-Equador, é formado em Cinema e Audiovisual pela Univesidade Federal Fluminense em 2014. Atualmente é mestrando do Programa de Pós-graduação em Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos com o projeto de pesquisa: Chonewood: uma história paralela do cinema equatoriano.

Ficha do Trabalho

Título

    Uma pequena época de ouro do cinema equatoriano.

Resumo

    Durante a década de 1920 a produção cinematográfica no Equador teve grande aumento. O investimento estrangeiro no país cresceu graças às reformas econômicas, o que estimulou a produção cinematográfica realizada por empresas privadas e voltada a propaganda governamental. Nesse cenário formaram-se algumas das produtoras que impulsionaram a produção desse período, que ficou conhecido como pequena época de ouro.

Resumo expandido

    Apesar da histórica descontinuidade da produção cinematográfica equatoriana a década de vinte foi prolífica para o cinema nacional. Devido principalemente ao apoio do Estado e investimento de capitais privados foram realizadas cerca de cinquenta produções documentais e ficcionais.
    O país encontrava-se em um período de recessão economica e instabilidade política o que provocou em 1925 a instauração de Dr. Isidro Ayora no governo provisório do Equador. Durante seu governo a missão norte americana Kemmerer estrutura um modelo de institucionalidade estatal que fortalece o setor público, propiciando maiores investimentos norte americanos respaldados por esta funcionalidade do Estado.
    Vinculado a isto a produção cinematografica do país dá um salto, um grande capital é investido consolidando a exibição e em alguma medida também a produção nacional. Cabe mencionar que em 1920 em Guayaquil existiam vinte salas de cinema e em Quito apenas quatro. Essa diferença significativa devia-se ao fato de que nesse período o número de habitantes em Guayaquil era o dobro de Quito, além de ser pólo economico e principal porto do país.
    Já nesse período o cinema norteamericano ocupava quase totalmente o espaço de exibição dessas salas. Em 1921 foi enviado ao Equador um representante da Cía. de Teatros y Cinema de Lima, subsidiária de empresas norte americanas, para realizar um estudo do mercado equatoriano. A partir disso, em convênio com as empresas de distribuição Ambos Mundos e Cines de Quito são realizadas exibições de obras vinculadas a Metro Golden Mayer, Fox, Pathe de New York e Warner Bros.
    Com a construção de mais salas de cinema surgem as primeiras revistas especializadas. Começa a circular em 1920 a revista Cine Mundial a Colores que compilava notícias e informações sobre Hollywood, em 1921 a revista Proyecciones del Edén compilava notícias sobrecinema e teatro e em 1922 foi criada a coluna Teatros y Cinema no jornal El Telégrafo de Guayaquil.
    Nesse panorama de crescimento do circuito exibidor articulam-se banqueiros, comerciantes e pequenos industriais junto ao Estado que retomam a ideia do cinema como propaganda de gestões governamentais e atividades econômicas privadas, a fim de atrair investimentos estrangeiros no país. Já em 1920 em seu discurso de posse o presidente Luis A. Tamayo sinalizava todo seu apoio a cinematografia que, segundo ele, popularizou as maravilhas da ciência, das letras e da indústria e fazia conhecer o progresso das nações.
    Desse modo é com o apoio do Estado que se formaram empresas vinculadas a produção e distribuição dentro do país, principalmente de cine jornais e revistas de atualidades. Algumas empresas distribuidoras e exibidoras que já existiam passaram a realizar suas próprias produções, entre elas têm destaque nesse período: Olmedo Films, Rivas Films, Gráficos del Ecuador, Gráficos Miranda, Ocaña Films y Ambos Mundos.
    Cabe ainda destacar que neste período referido pela historiografia como época de ouro foram realizados os primeiros filmes de enredo de longa metragem no Equador. As produções estiveram a cargo do guayaquileno Augusto San Miguel que ao cabo de oito meses exibiu, durante o ano de 1924, três películas sendo elas El Tesoro de Atahualpa, Se necesita una Guagua e Un abismo y dos almas (Augusto San Miguel, 1924). Os filmes tiveram certo êxito nas salas de exibição e para além das produções San Miguel, em parceria com o italiano Carlo Bacaccio, fundou em 1923 em Guayaquil a Arts Flms, uma academia destinada a formação de atores para o cinema nacional.

Bibliografia

    LEÓN, Christian. Historia del cine ecuatoriano. Publicado en Diccionario del Cine Iberoamericano. España, Portugal y América; SGAE, 2011; Tomo Tomo 3, pags. 405-412. http://pantallacaci.com/ibermedia-digital/contexto-historico/historia-del-cine-ecuatoriano/
    LUZURIAGA, Camilo. “La industria cinematográfica ecuatoriana”. Quito, Ecuador. 2014. http://www.incinenet.info/incineojs/index.php/inmovil/article/view
    GRANDA, Wilma : El cine silente en Ecuador 1895-1935, Quito, CCE/Unesco, 1995.
    GRANDA, Wilma, Catálogo de películas ecuatorianas de patrimonio 1922-1996, Quito, UNESCO- CCE, 2000.
    GRANDA, Wilma: La cinematografía de Augusto San Miguel: lo popular y lo masivo en los primeros argumentales del cine ecuatoriano. Guayaquil 1924-1925. 2007. http://repositorio.uasb.edu.ec/bitstream/10644/906/1/T412-MEC-Granda-La%20cinematograf%C3%ADa%20de%20Augusto%20San%20Miguel.pdf
    TORRES, Galo. Cine Ecuatoriano: Los susurros de la imagen. 2007. http://www.lafuga.cl/cine-ecuatoriano/30