Trabalhos Aprovados 2019

Ficha do Proponente

Proponente

    Antonio Carlos Tunico Amancio da Silva (UFF)

Minicurrículo

    Antonio Carlos (Tunico) Amancio. Professor Titular do Curso de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense, ligado ao seu Programa de Pós-Graduação em Cinema e Vídeo), interessado em dramaturgia, roteiros, análise fílmica, políticas públicas e representações do Brasil no audiovisual.

Ficha do Trabalho

Título

    Muitas glorias e algumas aleluias

Resumo

    A partir de representações das “Glorias” nos filmes, tais como a “Gloria” de Cassavetes e a refilmagem de Lumet e aquela de “A Glória e a Graça”, de Tambellini, investigaremos suas recorrências e rupturas. Há mais: a “Gloria” de Lelio e seu remake “Gloria Bell” e ainda a “Gloria, Diva suprema”, de Keller, a de “Praça Paris”, de Murat, e a Verônica, de Maurício Farias, baseada no original americano. Variadas mulheres insubmissas a um destino traçado pelas tradições patriarcais, articuladas

Resumo expandido

    Muitas glorias e algumas aleluias
    Gloria é um nome próprio feminino com um forte componente autoexplicativo, de raízes religiosas, associadas à Virgem Maria. Seus significado se estende para honra e brilho, distinção, alta reputação e nobreza. Diz-se que o antropônimo chegou aos falantes de língua inglesa em 1891, sendo popularizado pela escritora americana Emma Dorothy Eliza Nevette Southworth, ou EDEN Southworth em uma novela com o mesmo nome. Isto nos interessa porque EDEN ficou conhecida por suas mulheres fortes, cheias de virtude e inteligência, aventureiras e rebeldes, aptas a lidar com qualquer situação. E também porque tais atributos nos levam a pensar em algumas representações das “Glorias” no cinema, personagens com enorme capacidade de enfrentar as vicissitudes de um mundo machista e hostil. Assim, de “Gloria” de John Cassavetes (1980) e sua refilmagem em 1999 por Sidney Lumet, filmes de diferentes recepções críticas, a “A Glória e a Graça”, de Flavio Ramos Tambellini, de 2017, vamos investigar recorrências e rupturas na construção dessas figuras femininas, postas em situação dramática em contextos distintos. Há neste intervalo outras aparições, não menos ricas de apontamentos para reflexão: a “Gloria” do chileno Sebastian Lelio de 2014 e seu remake “Gloria Bell”, feito pelo próprio realizador, agora com a chancela americana, em 2018. Fazem parte desta galeria também as personagens do mexicano “Gloria, Diva suprema”(2015), de Christian Keller, sobre um dos ícones pops nacionais, a personagem Gloria do filme “Praça Paris”, de Lucia Murat, (2017) e Verônica ( 2008), na obra homônima de Maurício Farias, esta francamente inspirada no original norte-americano de 1980. São variadas interpretações de mulheres insubmissas a um destino traçado pelas tradições patriarcais, articuladas dramaticamente na valorização da figura feminina demarcada por uma dose de coragem e determinação raras no cinema. A serem observadas as reiterações trágicas que caracterizam o universo ético, social e afetivos dessas figuras da ficção contemporânea.

Bibliografia

    GUBERNIKOFF, Giselle. A imagem: representação da mulher no cınema. Caxias do Sul: Conexão – Comunicação e Cultura, v. 8, n. 15, p.65-77, jun. 2009.
    Kaplan, A.E. A mulher e o cinema: os dois lados da câmara. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.
    Karla Holanda | Marina Cavalcanti Tedesco. FEMININO E PLURAL: MULHERES NO CINEMA BRASILEIRO ( orgs.)- Editora: Papirus, 2017
    Mulvey, L. “Prazer visual e cinema narrativo (1975)”. in: Xavier, I.(org.). A experiência do cinema. 4° ed. Rio de Janeiro: Edições Graal Embrafilme, 1983.