Trabalhos Aprovados 2018

Ficha do Proponente

Proponente

    Paulo Cunha (UBI)

Minicurrículo

    Paulo Cunha é doutor em Estudos Contemporâneos pela Universidade de Coimbra, docente de Cinema na Universidade da Beira Interior e investigador integrado do LabCom. Co-editou o livro Cinema Português: um Guia Essencial (São Paulo: SESI; 2013). Programador no Cineclube de Guimarães e nos festivais Curtas Vila do Conde e Porto/Post/Doc.

Ficha do Trabalho

Título

    Narrativas sociais no Cinema popular da Guiné-Bissau

Seminário

    Cinemas pós-coloniais e periféricos

Resumo

    Na actualidade, o cinema na Guiné-Bissau sobrevive numa lógica informal e alternativa em relação aos meios convencionais, reconfigurado graças aos novos meios digitais e influenciado pelas práticas produtivas de países africanos com iguais limitações técnicas e financeiras, como Nollywood. O propósito é identificar as narrativas sociais do cinema guineense popular produzido no séc. XXI, nomeadamente o lugar da mulher, da autoridade, do trabalho e da política na sociedade guineense contemporânea.

Resumo expandido

    No pós-independência, o cinema foi uma importante ferramenta para construir e consolidar uma identidade colectiva para a Guiné-Bissau, justificando a criação do Instituto Nacional de Cinema (1978). Décadas volvidas, o cinema guineense foi perdendo protagonismo e pertinência política e social, ao ponto de não existirem actualmente estruturas convencionais de produção, distribuição e exibição cinematográfica.
    Na situação actual, o cinema sobrevive numa lógica informal e alternativa em relação aos meios mais convencionais, reconfigurado graças aos novos meios digitais e influenciado pelas práticas produtivas de países africanos com iguais limitações e condicionalismos técnicos e financeiros, nomeadamente Nollywood.
    Se filmes como O Regresso de Cabral (1978, Sana Na N’Hada), Mortu Nega (1987, Flora Gomes) e Xime (1993, Sana Na N’Hada) foram documentos importantes para consolidar uma narrativa nacional que passava pela memória da luta contra o colonizador pela independência, o que narram agora filmes de produção amadora ou semi-profissional como Baasal ittat Dimaagu (2003, Mamadu Candé), Clara di Sabura (2011, Carlos Lopes), Polícia à tras dos Os como é que é (2013, Umaro Tcham), Cassamenti di Interessi (2014, Rainel dos Santos) ou A Lei da Tabanca (Bigna Tona Ndiba, 2016)?
    O propósito deste trabalho é identificar as principais narrativas sociais do cinema Bissau-guineense popular produzido no séc. XXI, nomeadamente qual o lugar da mulher, da autoridade, do trabalho e da política na sociedade Bissau-guineense contemporânea.

Bibliografia

    BALOGUN, Françoise (2007). “A explosão da videoeconomia: o caso da Nigéria”. In: MELEIRO, Alessandra. Cinema no Mundo: indústria, política e mercado. África. São Paulo: Escrituras Editora, pp. 191-204.
    CUNHA, Paulo (2016). “Transmedialidade no ‘cinema de bordas’: os casos de Cabo Verde e Guiné Bissau”. In: Transescritura, transmedialidad y transficcionalidad. Salamanca: USAL.
    CUNHA, Paulo; LARANJEIRO, Catarina (2016). “Guiné-Bissau: do cinema de Estado ao cinema fora do Estado”. Rebeca, vol. 5, 2.
    DIAWARA, Manthia (2011). Cinema africano: Novas formas estéticas e políticas. Lisboa: Sextante Editora.
    RABAKA, Reiland (2009). Africana Critical Theory. Reconstructing the Black radical tradition, from W.E.B. Du Bois and C.L.R. James to Frantz Fanon and Amilcar Cabral. Nova Iorque: Lexington Books.
    SHOHAT, Ella; STAM, Robert (2006). Crítica da Imagem Eurocêntrica. São Paulo: Cosac Naify.