Programação completa de trabalhos 2018

 
 

23/10/2018


Palestra de abertura – As rupturas de 1968 no cinema da América Latina” – Prof. Mariano Mestman – Buenos Aires – Argentina

23/10/2018 às 19:00 – Sala Teatro Asklepiós – Faculdade de Medicina da UFG

 
 

24/10/2018


ST Cinema Negro africano e diaspórico – Narrativas e representações – sessão 1

24/10/2018 às 09:30 – Sala 1
Cinema Negro brasileiro hoje: narrativas e experiências estéticas.
Janaína Oliveira (IFRJ / FICINE)
Há poucos anos atrás falar em cinema negro no Brasil era falar de um projeto em construção. Hoje, após de quatro décadas de existência, o cinema negro nacional consolida-se em um movimento incontestável. O presente trabalho pretende ir além das análises contextuais que tradicionalmente abordam o tema e compreender o cinema negro em um diálogo interno com as manifestações culturais negras brasileiras e a afirmação de uma estética cinematográfica negra.
‘A deusa negra.’ Imaginários em torno da Africa no Brasil dos 1970.
Paula Halperin (SUNY)
O presente trabalho analisa como “A deusa negra” (1979) do diretor nigeriano Ola Balogun funcionou como uma expressão histórica do declínio da imagem brasileira como democracia racial na década de 1970. O filme expressou uma conjuntura histórica de intensa exploração das raízes africanas e da violência intrínseca presente na escravidão. Balogun desafiou as conhecidas formas de representação dos anos 1970 adotadas pelo cinema popular que tinham como emblema nacional a harmonia racial.
Afroperspectivismo e documentário: artepensamento decolonial
Gilberto Alexandre Sobrinho (UNICAMP)
O objeto principal da comunicação é a defesa do afroperspectivismo como um campo teórico decolonial voltado para o documentário em contexto diaspórico. Identidade, resistência e sobrevivência são termos conceituais acionados para essa reflexão que inclui pesquisa acadêmica, relações de ensino-aprendizagem e realização artística. Para isso, farei uso da interdisciplinaridade e da recuperação de lugares de fala estratégicos. A comunicação também inclui reflexão sobre minha prática como realizador.

ST Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados – Brasil e América Latina

24/10/2018 às 09:30 – Sala 2
“¡Escándalo!” e “A última noite” ou Pode o cinema ser levado a sério?
Luís Alberto Rocha Melo (UFJF)
Esta comunicação apresenta como estudos de caso o filme “¡Escándalo!” (Jorge Délano, 1941) e o roteiro “A última noite”, escrito por Alex Viany em 1949. Parte-se da constatação de que, nos anos 1940-50, o cinema foi representado em filmes dramáticos chilenos, enquanto que no caso brasileiro foi tematizado apenas em comédias. Seria o cinema uma atividade indigna de ser representada em filmes sérios? Ou, contrariamente, uma atividade séria demais para ser figurada pelo cinema brasileiro?
Los 40 Cuartos, Era o Hotel Cambridge e os sem-teto latino-americanos
Marcelo Vieira Prioste (PUC-SP)
Abordaremos um mote que frequentemente é trazido pela cinematografia latino-americana: a precariedade das condições de moradia das classes populares. Em dois países e em momentos históricos distintos, Los 40 Cuartos (Argentina, 1962) e em Era o Hotel Cambridge (Brasil, 2016), observaremos como uma dialética entre a dramatização ficcional e o documentário foi adotada como estratégia para dar sustentação às representações condizentes com seus respectivos contextos históricos.
A disputa territorial (da) doméstica no cinema latino-americano
Licia Marta da Silva Pinto (UFF)
O artigo aborda a representação fílmica da personagem empregada doméstica sob um viés de disputas territoriais nos espaços micro ou macropolíticos, marcados por limites físicos e/ou simbólicos. Pretende discutir como a empregada doméstica se constitui como um ser estrangeiro (CANCLINI, 2016) no espaço onde trabalha, tanto por ser migrante quanto oriunda de locais periféricos. Para tal, faremos uso dos filmes La Teta Asustada (2009) e Que Horas Ela Volta? (2015).

ST Cinema brasileiro contemporâneo: política, estética, invenção – Sessão 1

24/10/2018 às 09:30 – Sala 3
Heranças do popular e do cinema de Leon Hirszman no filme “Arábia”
Reinaldo Cardenuto Filho (UFF)
No filme Arábia, de Affonso Uchoa e João Dumans, dois legados relacionados ao Brasil encontram-se na essência do processo criativo. No enredo, o caderno de um operário acidentado, encontrado ao acaso por um adolescente, materializa-se como transmissão da herança existencial e política da classe popular. Na experiência estética e dramatúrgica, a composição a partir de cenas presentes na obra de Hirszman sugere a retomada do legado cinemanovista para a leitura das contradições do tempo presente.
As estratégias estéticas de “Arábia” em perspectiva comparada
Pedro Vaz Perez (UFF)
Investigaremos Arábia, de Affonso Uchôa e João Dumans, a partir das estratégias estéticas escolhidas para construir imagens de uma obra que tem como fio condutor a narração off, levando em consideração a encenação e as funções desempenhadas pelo quadro. Realizaremos uma aproximação com a obra de Hirszman, sobretudo São Bernardo, evidenciando escolhas em comum para o desenvolvimento da narrativa fílmica, visando iluminar a experiência com os dois projetos em suas relações estéticas e políticas.
Mil e uma noites na cidade industrial: A figura do operário em Arábia
LUÍS FELIPE DUARTE FLORES (PPGCOM-UFMG)
Arábia apresenta um regime de sensibilidade renovado no espectro das representações do trabalhador no cinema brasileiro. Nele, a figura do operário apresenta rastros de uma herança cinemanovista, com ênfase em Leon Hirsman, mas remete também a tradições realistas marcadas pelo uso vigoroso dos artifícios fílmicos, como Ford e Straub-Huillet. Pretendemos investigar, a partir das abordagens precedentes, quais são os traços e estratégias específicos que constituem essa figura na obra em questão.

Eu, na tela, ser o outro. Aproximações ao filme em primeira pessoa

24/10/2018 às 09:30 – Sala 4
Autobiografia, autoficção e autorretrato. A Babel Boris Lehman
Marcius Freire (UNICAMP)
Filme diário, filme autobiográfico, filme autoficcional…, as formas de identificação do filme em primeira pessoa são múltiplas e todas encerram suas particularidades essenciais. Tendo como ponto de partida a obra “Babel. Lettre à mes amis restés en Belgique”, do cineasta Belga, de origem polonesa e nascido na Suíça, Boris Lehman, nossa proposta é refletir sobre as nuances dessas “modalidades fílmicas” averiguando como elas se acomodam no interior do gênero documentário no qual estão alojadas.
Documentário, Autobiografia e a contingência da morte: Silverlake Life
Gabriel Kitofi Tonelo (UNICAMP)
Silverlake Life: the view from here (Tom Joslin e Peter Friedman, 1993) aborda o desenvolvimento da AIDS no corpo do cineasta Tom Joslin, registrado por meses e que culmina em sua morte. Destacaremos os elementos narrativos que singularizam a empreitada autobiográfica do filme. Enfatizaremos a análise da construção de sua temporalidade, alicerçada em uma espécie de “presente-futuro” diante da expectativa da morte do cineasta-autobiógrafo e que flexiona particularmente seu ato autobiográfico.
Travessia do herói e pertencimento a ordem do coletivo
Henri Arraes de Alencar Gervaiseau (USP)
O filme Lost, lost, lost recompõe o percurso de uma travessia iniciada com um involuntário processo de distanciamento do território de origem. Mostrarei que se, em função do entrelaçamento enigmático das matérias de expressão, é árdua a análise da narrativa, podemos entretanto apreender o desenho proposto da travessia. E que a apontada recomposição final pelo narrador do seu próprio eu está relacionada a emergência de sentimentos de pertencimento que remetem a dimensão do coletivo.

Glauber Rocha

24/10/2018 às 09:30 – Sala 5
50ANOS DE TERRAEM TRANSE:PARADOXOS DA CONSCIÊNCIA DO POPULAR EMGLAUBER
Fernão Pessoa Ramos (UNICAMP)
Paulo Martins, protagonista de Terra em Transe, traz consigo um tormento, uma grande culpa: despreza o povo, “seu sangue sem vigor”. No entanto, não dispõe lidar com o sentimento de modo passivo, purgá-lo na compaixão. A negação do povo alienado tem um fundo ambíguo, equivalente àquele que nutre a negação cristã do filho, ao Pai, na cruz. Em “Eztetyka do sonho”, 1971, Glauber lida afirmativamente com o transe místico, antes manifestação cultural reificada, agora liberto da âncora da consciência.
1968 – O Silêncio de Glauber.
José Umbelino de Sousa Pinheiro Brasil (UFBA)
A proposta enfoca a realização do documentário “1968”, de Glauber Rocha. Observa o agitador cultural e a análise da cena política cultural do seu tempo. Discute a subjetividade contida no 1968 glauberiano a partir da construção de imagens que traduzem toda a turbulência do enigmático ano do século XX, 1968.
Glauber Rocha, Teat(r)o Oficina e a Epifania Final
Josafá Marcelino Veloso (UFF (PPGCA))
A partir da análise crítica do filme A Luta II – O Desmassacre, dirigido por Eryk Rocha, (quinta e última parte da transcriação teatral de Os Sertões de Euclides da Cunha levada a cabo pelo Teatro Oficina), pretende-se evidenciar o diálogo deste com a estética do cineasta Glauber Rocha. O gosto pela alegoria, o anseio de totalização, o ritual entre o mito e a história, o sagrado e profano nos trabalhos do Oficina e de Glauber.

ST Teorias e análises da direção de fotografia – Sessão 1

24/10/2018 às 09:30 – Sala 6
Heloisa Passos: interpelando uma trajetória a partir do gênero
Marina Cavalcanti Tedesco (UFF)
A direção de fotografia é, em todo o mundo, uma área onde as mulheres são sub-representadas, tendo dificuldade em ingressar e também em permanecer nela. Partindo de uma pesquisa sobre mulheres na equipe de fotografia de longas-metragens brasileiros, que realizamos desde 2014, propomos como estudo de caso a carreira da fotógrafa Heloisa Passos. Avaliamos que sua trajetória, dada a longa duração, pode condensar diversas questões com as quais nos deparamos ao longo destes anos de investigação.
Cinema, corpos e território: a fotografia dos filmes Paulina e Guarani
Francieli Rebelatto (UNILA/UFF)
Este ensaio pretende apontar representações de fronteira territorial e de gênero nos filmes Paulina (2015) e Guarani (2016), a partir da relação cinema, corpos e território expressos nos elementos da direção de fotografia. Os filmes foram gravados na fronteira entre Argentina e Paraguai, carregando assim elementos específicos de um determinado território. Além disso, tratam de histórias de mulheres e o papel estrutural do patriarcado. Relaciono análise contextual das obras e análise fílmica.
Gênero e sexualidade: uma análise a partir da direção de fotografia
Agnes Cristine Souza Vilseki (UFPR)
Esta pesquisa propõe analisar como a direção de fotografia constrói discursos de gênero e sexualidade no filme O Céu Sobre os Ombros (2011), de Sérgio Borges, buscando compreender em que medida o filme reforça performatividades normativas e binárias ou possibilita outros olhares sobre as identidades de gênero.

ST Cinema e Educação – Sessão 1

24/10/2018 às 09:30 – Sala 7
1968: Paulo Emílio e o diabo solto, a tolice e os incentivos.
Adriana Mabel Fresquet (FE/UFRJ)
Paulo Emílio Sales Gomes foi um intelectual com consciência de seu “lugar de fala” e de suas circunstâncias, e garantiu nesse lugar sua voz de professor, para além de qualquer espaço de sala de aula. Reflexões publicadas em diferentes jornais da época, trazem luz para refletir sobre a censura e seu papel inibitório nos avanços do cinema, na qualidade de sua produção e no diálogo com o público. Três artigos escritos em 1968 expressam sua preocupação com a formação do leitor e expectador.
Rebentos do Cinema Ayoreo
Bernard Belisário (UFSB)
‘Ujirei’ (2017, 55’) é o título do filme documentário realizado por Mateo Sobode Chiqueno a partir das oficinas do Projeto de Vídeo Ayoreo (2015-16) no Paraguai. Partindo da prática do cinema como método de aprendizagem e de pesquisa, tomamos alguns procedimentos fílmicos constituintes de problemas e decisões construídas no momento da edição, para então analisamos, na forma do filme, a emergência de figuras da experiência Ayoreo no Gran Chaco paraguaio.

1968 – 1

24/10/2018 às 09:30 – Sala 8
A imaginação no poder? Olhares sobre o Maio de 1968 parisiense
Laécio Ricardo de Aquino Rodrigues (UFPE)
Nesta apresentação, pretendemos avaliar três documentários que abordam o Maio de 1968 parisiense, buscando mapear suas ressonâncias estéticas e políticas, bem como identificar as estratégias singulares mobilizadas por cada cineasta. São eles: Morrer aos 30 anos (1982), de Romain Goupil; Noites longas e manhãs breves (1978), de William Klein; e No intenso agora (2017), de João Salles.
Juventude e cotidiano em “O levante da juventude – maio 1968”
FABIO RADDI UCHOA (UTP)
Além de aproximar “O levante da juventude – maio 1968”, de Maurice Lemaître, em relação às tendências narrativas do cinema letrista, objetivo dessa comunicação é debater a sua releitura dos eventos de 1968. Isso abrange duas linhas de questionamento: a) a construção da juventude enquanto classe social externa, identificando influências das ideias de Isidore Isou ([1949]); e b) os contatos com uma crítica da vida cotidiana, que toma a cotidianidade como espaço de transformação (LEFEBVRE, 1947).
O CINEMA NOVO NO INTENSO 1968
Maria do Socorro Sillva Carvalho (UNEB)
A partir de um conjunto de filmes do núcleo fundador do Cinema Novo, realizado em torno de 1968, busca-se discutir as estratégias dos cineastas para filmarem frente ao regime de censura prévia, que dificultava ou até mesmo impedia a exibição dos filmes produzidos, gerando grandes prejuízos financeiros. Além disso, os filmes precisavam também atingir o grande público. Assim, entre 1967 e 1969, o Cinema Novo toma novos caminhos estéticos, que de resto não garantiram a continuidade do movimento.

Memória, arquivo, ética

24/10/2018 às 09:30 – Sala 9
A política e a poética nos filmes de Henrique Dantas
Marise Berta de Souza (UFBA)
Essa comunicação aborda os filmes “Sinais de Cinzas, A Peleja de Olney Contra o Dragão da Maldad”e (2013) e “A noite escura da alma” (2016), de Henrique Dantas, cineasta que tem se ocupado em resgatar a memória do período ditatorial instaurado a partir do golpe civil militar de 1964, em que se apropria de materiais de arquivo, entrevistas e dialoga com a performance em arranjos renovados, demonstrações da sua inquietação e investimento na complexidade da estrutura do filme documentário.
Rastros de arquivo, restos de revoluções: “No intenso agora” (2017)
Mariana Duccini Junqueira da Silva (UNICAMP)
Propomos a análise do filme ‘No intenso agora’ (J. M. Salles, 2017), observando como o emprego de materiais de arquivo problematiza os efeitos de atestação em nome da construção de relações que fazem emergir o caráter sintomático das imagens, marcado pela inscrição, nos fragmentos, de uma temporalidade anacrônica (entendida não como uma falha cronológica, mas como a coexistência de diferentes regimes de verdade, sublinhando a potência de imagens que resistem e a ressignificação da experiência).
O sujeito (extra)ordinário: ética e estética em Eduardo Coutinho
Josué da Silva Bochi (UFF)
A partir da constatação da contradição entre a ordinariedade de sua matéria e do efeito extraordinário dos documentários de Eduardo Coutinho, em sua capacidade de nos fazer perceber o outro como mais do que aparenta ser, proponho a interpretação do caráter (extra)ordinário do sujeito a partir de um modo “estético” e de um modo “ético”. O objetivo é mostrar como a relação entre ética e estética na obra de Coutinho é um processo em aberto e como tal processo é determinante para a evolução da obra.

ST Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil – Sessão 1

24/10/2018 às 09:30 – Sala 10
Alguns ramas: a onda anamórfica chega ao Brasil
João Luiz Vieira (UFF)
Anos 50 e a novidade das telas largas e sua novas imagens e sons animam o mercado exibidor no país. Primeiras exibições nos principais centros e a conversão das salas de cinema. A disputa pelo primeiro filme em formato panorâmico realizado no Brasil e suas inesperadas consequências para o que, uma vez mais, seria um sopro de ânimo para o desenvolvimento, sempre, de uma indústria nacional.
A projeção por transparência nos cinemas brasileiros no período mudo
Rafael de Luna Freire (UFF)
No mais conhecido modo de projeção, o projetor é localizado atrás do público enquanto projeta o filme numa tela reflexiva à frente dos espectadores. Já na chamada “projeção por transparência”, o projetor está localizado atrás da tela, projetando o filme numa tela translúcida para o público localizado do outro lado. Apontaremos como esse modo alternativo foi largamente utilizado nas salas de cinema brasileiras no período silencioso, discutindo suas origens, características e consequências.
Os cinemas de Vitória da Conquista e o mercado exibidor brasileiro
Filipe Brito Gama (UESB)
O mercado exibidor brasileiro sofreu significativas mudanças ao longo de sua história, passando por transformações tecnológicas e estruturais desde o início de sua atividade. Em Vitória da Conquista, no interior da Bahia, as salas de cinema acompanharam as modificações do cenário nacional. Este trabalho pretende, portanto, construir uma relação entre a estrutura do parque exibidor nacional e a trajetória das salas de cinema em Vitória da Conquista.

Televisão

24/10/2018 às 09:30 – Sala 11
O passo atrás de Lucrecia: disputas discursivas entre cinema e séries
Marcel Vieira Barreto Silva (UFPB)
Esta apresentação refletirá sobre as disputas discursivas entre o cinema e as séries televisivas no debate contemporâneo. Ao compreender o audiovisual como um campo de atravessamentos e misturas, analisaremos os argumentos da diretora Lucrecia Martel contra as séries de TV a partir de três eixos: experiência espectatorial, forma narrativa e modelo de negócio. Vamos, assim, problematizar os seus argumentos sem perder do horizonte a natureza distintiva da disputa simbólica em curso.
Vai Que Cola: complexidade de estilo televisivo?
ANA MÁRCIA ANDRADE (UAM)
No presente trabalho, procura-se dialogar sobre a especificidade do estilo televisivo de Vai Que Cola (Multishow, 2013-). A gravação sobre o palco traz aos episódios do programa características típicas de um sitcom tradicional. No entanto, VQC explora para além do palco ao utilizar também estratégias televisivas da sitcom não tradicional. A partir da análise da narrativa textual simples, teatralidade, single-camera e multiple-camera, essa hibridização leva a um estilo televisivo complexo ou não?
O documentário francês e a televisão, uma cooperação vital
Teresa Noll Trindade (UNICAMP)
O presente trabalho busca analisar o mercado audiovisual do documentário francês através de um breve histórico da produção realizada nos últimos anos. Para tanto busca-se trabalhar com um universo de dados estatísticos sobre este setor no que tange à exibição na televisão francesa, e também com a análise da regulação do mercado do documentário na França, a qual tem possibilitado que obras documentais possam ocupar atualmente esta janela.

Ensaio

24/10/2018 às 09:30 – Sala 12
Filme-ensaio e subjetividade
Francisco Teixeira (UNICAMP)
A inscrição da subjetividade do ensaísta nos processos de criação do filme-ensaio constitui um traço essencial de sua prática. Dois modos ganharam relevo e se intensificaram na contemporaneidade: sua presença em corpo na imagem visual e sua presença em voz na imagem sonora, muitas vezes com a simultaneidade de ambos os modos. Mas há um terceiro modo dessa inscrição em que sua presença se virtualiza, atualizando-se na criação de “intercessores”/”personagens conceituais”.
A Casa: Mário Peixoto e o ensaio fílmico
Palmireno Couto Moreira Neto (UNICAMP)
Situado na Ilha Grande, em Angra dos Reis, o Sítio do Morcego possui uma edificação construída no período colonial onde o cineasta e escritor Mário Peixoto tentou, sem sucesso, criar um museu e realizar um filme na década de 1970. A apresentação abordará a trajetória de Mário na região, o roteiro e o material fotográfico produzido para o filme, comparando esse projeto cinematográfico a concepções contemporâneas de documentário subjetivo e ensaio fílmico.
Mise-en-presença em um vídeo-ensaio de Rogério Sganzerla.
Régis Orlando Rasia (UNICAMP)
América, o grande acerto de Vespúcio, é um vídeo de 1992, de Rogério Sganzerla, captado inicialmente como uma espécie de laboratório para O signo do caos (2003). Por intermédio da atuação do ator Otávio Terceiro, trata-se de uma experiência audiovisual que enfatiza a construção da mise-en-scène do ator, sobretudo convalidada pela presença do próprio realizador na imagem.

As formas do documentário 1

24/10/2018 às 09:30 – Sala 13
Notas de pensar no documentário: Trilogia do Luto, de Cristiano Burlan
Patricia Rebello da Silva (UERJ)
Este artigo desenvolve reflexão em torno do documentário brasileiro contemporâneo, optando por um recorte que contempla produções orientadas pelo mecanismo de auto-inscrição do realizador e pela projeção de memórias no contexto da mise en scène. Essa produção subjetiva tem se mostrado território rico em experimentações. Este texto busca pensar os filmes “Construção” (2007), “Mataram Meu Irmão” (2013) e “Elegia de um crime” (2018) tanto como rastro quanto como sintoma desse estado de coisas.
Documentários de filiação: uma aproximação a Rocha que Voa
Francisco Alves dos Santos Junior (UFBA)
Partindo da definição de narrativas de filiação como um tipo de escrita no qual o autor investiga a sua condição genealógica, reinventando, assim, a sua relação com o pai, a mãe, e outras figuras parentais, nos propomos a pensar a possibilidade de definição de documentários de filiação, tomando como exemplo Rocha que Voa (2002), dirigido por Eryk Rocha e construindo em torno de Glauber Rocha, pai do realizador.
RUMOS DO DOCUMENTÁRIO: FILME DE FAMÍLIA, DO PARTICULAR PARA O PÚBLICO
Eliane Vasconcelos Diógenes (UNIFOR)Bruno Chiarioni (Univ. São Judas)
Este estudo investiga o percurso histórico das migrações do filme de família da esfera íntima para o espaço público do documentário. Examinamos os modos de apropriação desses registros particulares na história do documentário, destacando as singularidades de alguns filmes brasileiros de longa-metragem. Verificamos que, por meio da linguagem cinematográfica, o apoderamento do material de arquivo privado potencializa a construção da memória coletiva.

ST Teoria dos Cineastas – Sessão 1 – Propostas dos cineastas: a teoria, o sensível e o poético

24/10/2018 às 09:30 – Sala 14
O enunciado teórico e o sensível das imagens na Teoria dos Cineastas
Bruno Leites (IFRS)
Nesta comunicação, problematizo a relação entre os enunciados teóricos dos realizadores e a dimensão sensível das imagens na Teoria dos Cineastas. Investigo a possibilidade de teoria que surge do agenciamento entre os enunciados teóricos dos realizadores e o sensível das imagens, agenciamento este potencializado pelo pesquisador. Como exemplo empírico, analiso a proposição da “Teoria do Monstro”, de Marçal Aquino, e sua relação com a imagem em “O invasor”.
Tempo, observação e poesia no pensamento e na arte de Andrei Tarkovski
Beatriz Avila Vasconcelos (UNESPAR)
Dentro de uma investigação mais ampla sobre relação entre cinema e poesia no pensamento e na obra cinematográfica de Andrei Tarkovski, este estudo explora pontualmente a ideia de observação do tempo, a partir de reflexões do cineasta realizadas principalmente em sua obra teórica Esculpir o Tempo, bem como em seus Diários e em outros de seus depoimentos, com vistas a perceber, em um segundo momento, como tal ideia se materializa esteticamente em seus filmes, inserindo-os no modus da poesia.
Do Teatro ao Cinema de Poesia – Primeiros Movimentos
Flavio Kactuz (Flávio C. P. de Brito) (PUC-Rio)
Este trabalho se propõe a realizar uma certa genealogia do conceito de Cinema de Poesia, que ficou mais conhecido em 1965 através da célebre conferência de Pier Paolo Pasolini no Festival de Pesaro, mas que já se fazia reconhecer em seus fundamentos na obra de Germaine Dulac, Sergei Eisenstein, Luis Buñuel e outros cineastas dos anos 1920 e 1930, assim como na relevante querela teatral desenvolvida na aurora do século XX envolvendo a construção e o valor de uma encenação anti-naturalista.

Mesa Redonda – “A formação para as imagens em Goiás: cinema e audiovisual” – Convidados: professores José Eduardo (UEG), Renato Prado (IFG) e Angelita Lima (UFG). Mediação: Georgia Cynara

24/10/2018 às 11:30 – Sala Centro de aulas D da UFG

ST Cinema Negro africano e diaspórico – Narrativas e representações – sessão 2

24/10/2018 às 11:30 – Sala 1
BLACK PANTHER (2018): O RENASCIMENTO DA NEGRITUDE E DO PAN-AFRICANISMO
Jéssica Fabrícia da Silva (UNICAMP)
Esse trabalho pretende analisar a construção dos movimentos Negritude e Pan-africanismo na obra cinematográfica Black Panther (2018), do diretor Ryan Coogler. Para compreender a problemática do renascimento dos discursos Negritude e Pan-africanismo, utilizar-se-á os teóricos Stuart Hall (2008), Kwame Anthony Appiah (2016) e Achille Mbembe (2017).
Corpoeidade negra, performance e religião no cinema afrocaribenho
Thiago de Abreu e Lima Florencio (Urca)
Refletir sobre a experiência estética e política da corporeidade negra, com enfoque na relação entre cinema e transe das religiosidades de matriz africana em dois filmes afrocaribenhos: Anita (1981), dirigido por Rassoul Labouchin, considerado um marco do cinema moderno haitiano; e Ogun (1991), primeiro longa-metragem da cineasta cubana Gloria Rolando.d

ST Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados – Gênero, poesia e política

24/10/2018 às 11:30 – Sala 2
Eu tô bandida: protagonismo feminino no audiovisual latino-americano
Luiza Cristina Lusvarghi (ESPM-USP)
Esta comunicação pretende analisar o protagonismo feminino e as relações de gênero efetuado a partir de um estudo sobre cinema e séries latino-americanas criminais. O justiceiro é sem dúvida um desdobramento perigoso e bastante associado à ideia de bandido social, explorada por Hobsbawn (2015). Bandidas por acaso, as protagonistas femininas nas narrativas criminais latino-americanas no cinema e na televisão alimentam o conceito de marginal romântico, presente no imaginário narco e no cangaço.
A Representação Feminina em Narcos e El Chapo
Marina Soler Jorge (Unifesp)
A pesquisa exposta neste projeto tem como objetivo analisar a representação feminina em duas narco-séries produzidas pela Netflix, lançadas com poucos anos de diferença, e que tem como tema a trajetória dois dos narcotraficantes mais conhecidos tanto no mundo político-policial quanto na cultura de massas: Narcos, que aborda Pablo Escobar e os irmãos Rodríguez Orejuela, colombianos, e El Chapo, que se concentra na vida de Joaquín Guzmán Loera, mexicano.
COMPARAR: ANÁLISE E HISTÓRIA – O CASO “SUZANA: LA MUJER DIABÓLICA”
YANET AGUILERA VIRUEZ FRANKLIN DE MATOS (UNIFESP)
Os processos comparativos são geralmente bem-vindos desde que não assumam conceitos superados, como por exemplo, o de influência, na versão de causa e efeito ou de correlato. Comparar é pensar a relação entre análise imanente e narrativa histórica, que pode ser traduzida pela comparação entre imagens e textos. A análise de “Suzana, la mujer diabólica”, de Buñuel busca entender leituras possíveis do filme como um processo comparativo entre estas duas instâncias cinematográfica

ST Cinema brasileiro contemporâneo: política, estética, invenção – Sessão 2

24/10/2018 às 11:30 – Sala 3
Encontros e fraturas: do testemunho verbal ao visual
Maria Del-Vecchio Bogado (PPGCOM/ECO/UFRJ)
A comparação entre Serras da Desordem(2006) e Martírio(2016) mostra aproximações na elaboração de uma ética do encontro que não dissimula a distância entre os diretores e os grupos que filmam Os filmes afirmam a impossibilidade de compreensão total do outro como possibilidade para o questionamento de si Percebe-se uma mudança de contexto significativa:o último plano de Martírio mostra a recente emergência da possibilidade de grupos em situações de risco produzirem imagens com valor de testemunho
Um cinema nacional em levante: sintomáticos gestos desobedientes
Ana Caroline de Almeida (UFPE)
Resistência ora poética, ora raivosa, ora orgasmática. Mas em todos os casos, sempre uma resistência que nasce do disfarce e é criada no ponto cego do panóptico social. Em várias sequências do cinema nacional contemporâneo, há a repetição do gesto de uma desobediência silenciosa. O objetivo deste artigo é, a partir de uma prancha com algumas dessas sequências, entender de que modo, juntas, elas podem apontar para a existência de um Levante, de natureza coletiva e pública, do próprio cinema.
Entre a reforma e a demolição: Era o Hotel Cambridge e o indiscernível
PEDRO PEREIRA DRUMOND (UFF)
Um edifício entre a reforma e a demolição, ocupado por um movimento social de luta por moradia, intercedido por um filme a ser feito coletivamente. Há, em Era o Hotel Cambridge (Eliane Caffé, SP, 2016), uma vocação para fabricar e habitar um espaço de incertezas. O trabalho investiga as operações de distinção e a mirada à indiscernibilidade mobilizada pelo filme em seus modos de encenação,

1968-2018: insurreições e imagens da história no cinema brasileiro

24/10/2018 às 11:30 – Sala 4
Montagem e estratégias políticas do cinema brasileiro entre 68 e 70
Anita Leandro (UFRJ)
A partir do retorno a filmes brasileiros de meados de 68, evocaremos a inquietante atualidade de duas obras centrais desse período: Manhã cinzenta, de Olney São Paulo (1968) e Você também pode dar um presunto legal, de Sérgio Muniz (1970). Diante da urgência da história, Olney São Paulo retoma imagens documentais numa ficção e cria, assim, uma memória possível; Sérgio Muniz, por sua vez, insere imagens ficcionais num documentário e aborda, por essa via, um tema arriscado, os esquadrões da Morte.
Insurreições: estética e política em “Feminino Plural” (1976)
Alcilene Cavalcante (UFG)
O longa-metragem de ficção Feminino Plural (1976), da cineasta Vera de Figueiredo, ainda pouco conhecido no Brasil, é um filme emblemático sobre as derivações de 1968, tanto em termos políticos quanto estéticos. Veremos como essa obra, excluída da historiografia do cinema brasileiro e apresentando cortes pela censura devido à eficácia de sua chave de leitura da ditadura civil-militar, se insere num contexto de turbulências como um “contra-cinema” feminista.
“Os subversivos”: sua representação no Cinema Brasileiro (1968-2013)
Sheila Schvarzman (UAM)
1968 foi vivido no Brasil como um momento de insurreições e repressão. Menos do que resgatar a mitologia que domesticou seu significado imediato, interessam os seus ecos. A reapropriação, a partir da Redemocratização (1985) até o presente, de eventos como o sequestro do embaixador americano e de protagonistas opositores, como os militantes Carlos Lamarca e Carlos Mariguella, na ficção e no documentário. De que forma os filmes participam da reconstrução da memória sobre a política e o engajamento

Cinema experimental e cinema expandido

24/10/2018 às 11:30 – Sala 5
Abstração e Memória no Cinema Brasileiro Contemporâneo
Denise Trindade (UNESA)
Nesse artigo verificaremos nas narrativas de três filmes brasileiros atuais a presença de imagens abstratas que em uma relação plástica com as vanguardas cinematográficas e o cinema expandido propõem deslocamentos temporais, colocando em cena a memória como acontecimentos de imagens. Os diversos usos do vídeo realizam imagens figurais estendendo a temporalidade fílmica, afirmando a intensidade e apreensão corporal dos fenômenos no encadeamento de imagens.
Encruzilhadas de sentido: RIOOIR, de Meireles, e Ouvir o Rio, de Lordy
Maria Cristina Mendes (UEPG)
O mote de RIOOIR (disco de vinil, Cildo Meireles, 2011) e Ouvir o Rio: uma escultura sonora de Cildo Meireles (documentário, Marcela Lordy, 2012) são os rios do Brasil. Se a arte reorganiza sentidos (MELENDI, 2017) e imaginário e cinema mantêm estreitos laços (MORIN, 2014), que tipos de interseções podem ser revelados na análise da relação entre as obras? Em uma espécie de reelaboração do projeto a partir da observação, disco de vinil e filme apontam singulares aspectos da Arte Contemporânea.
O anacronismo nas montagens de “Tom Tom, the piper’s son” (1905-2008)
Arthur Ribeiro Frazão (UFRJ)
Entre 1969 e 2008, o cineasta Ken Jacobs reempregou as imagens de “Tom Tom, the piper’s son” (Estados Unidos, 1905) em uma série de performances, filmes e vídeos. Esta comunicação propõe uma reflexão téorica sobre o anacronismo nas diversas montagens produzidas com estas imagens, de 1905 a 2008. Para isso, pretende-se rastrear o contexto de produção de cada trabalho e analisar estas obras audiovisuais como um único e complexo objeto histórico de longa duração.

ST Teorias e análises da direção de fotografia – Sessão 2

24/10/2018 às 11:30 – Sala 6
A cinematografia realista de Walter Carvalho em “Justiça”
Alexandre Gomes do Nascimento (USP)
Pretende-se desenvolver uma reflexão sobre a criação de imagens realistas em suportes audiovisuais sob mediação digital. Utilizaremos a minissérie “Justiça” como objeto de pesquisa para que seja feita uma análise da poética cinematográfica de Walter Carvalho, evidenciando as estratégias discursivas do diretor de fotografia na materialização de conceitos e a influência dos dispositivos digitais de enunciação para o aumento do coeficiente de realidade.
A Erva do Rato: quando a luz e a sombra criam sentidos
Ana Carolina Roure Malta de Sá (UnB)Susana Dobal (UnB)
A luz e a sombra no filme A Erva do Rato (2008), de Júlio Bressane, atuam como condutores da narrativa, produzindo uma atmosfera obscura habitada pelo desejo. A direção de fotografia de Walter Carvalho cria sombras e duplos que deambulam entre as cenas. Eles estão relacionados ao desejo e a temas como o voyeurismo, o exibicionismo, a pulsão de morte, o sadismo e o abjeto. Referências ainda a uma utilização da luz própria à pintura barroca fazem da direção de fotografia uma arte de fazer ver.
Intensidade da imagem: procedimentos fotográficos em Central do Brasil
Cyntia Gomes Calhado (PUC-SP/FIAM-FAAM)
Esta comunicação visa demonstrar que o acionamento de certos procedimentos fotográficos contribui para experiências intensivas com a imagem. A análise figural segue a abordagem das extremidades, tendo como objeto a cena da romaria de Central do Brasil (Walter Salles, 1998). Realizada por Walter Carvalho, trata-se de uma externa que conta com velas como fonte de iluminação. Buscamos evidenciar como sua fotografia instaura acontecimentos plásticos, capazes de ampliar a experiência sensória.

ST Cinema e Educação – Sessão 2

24/10/2018 às 11:30 – Sala 7
A pedagogia do dispositivo
Cezar Migliorin (UFF)
Marcada pela filosofia da diferença e pelas práticas cinematográficas que se desenham entre o documentário e o cinema experimental, a “pedagogia do dispositivo” se apresenta como prática que engaja sujeitos e grupos no fazer cinematográfico, sem ter, propriamente, o cinema como fim. Nos limites entre uma dimensão clínica e uma produção estética, tal pedagogia é experimentada em ambientes educacionais. É no tecer dessas redes entre o cinema e a subjetividade que inserimos essa comunicação.
Professores e Cineastas: a escola indígena sob o risco do cinema
Samuel Leal Barquete (UFF)
A partir da experiência do Ponto de Cultura Apowẽ, localizado na aldeia xavante Wederã, Terra Indígena Pimentel Barbosa (MT), propõe-se pensar as relações entre cinema e educação em um contexto de mediação de contato interétnico. Procura-se entender como a escola e o cinema, dispositivos estrangeiros em uma aldeia xavante, operam práticas de produção de comunidade, atuando ao mesmo tempo como interface coletiva de relação intercultural e potência expressiva individual.
Cinemações – entre o cinema e o espaço
Gustavo Jardim (UFMG)
A comunicação pretende explorar nuances da construção de uma metodologia para processos formativos em audiovisual partindo das relações entre o filme e a captura do espaço. O objetivo está ancorado no sentido de desencadear relações criativas com moradores da Ocupação Eliana Silva, Belo Horizonte. A partir da proposta inicial busca-se entender os filmes e os processos para envolver o espaço da morada em suas virtualidades e atingir singularidades passíveis de fabulação em intervenções fílmicas.

1968 – 2

24/10/2018 às 11:30 – Sala 8
Marzo de 1968, Mar del Plata. El cine entre la vigilancia y la censura
Paulina Alejandra Bettendorff (UBA)Agustina Pérez Rial (FSOC-UBA)
En 1968 se realizó en Mar del Plata la IX edición del Festival Internacional de Cine. La reciente apertura de un archivo de inteligencia permitió acceder a documentos secretos acerca de la vigilancia ideológica a los cineastas, que se sumó a la presencia inédita de la censura. A partir de una reflexión general sobre los archivos, buscamos revisar esta historia poco conocida del control cinematográfico y reflexionar a propósito de las relaciones entre cine y política en los inicios de ese año.
Tóquio e o imaginário de 1968: filmes de Matsumoto, Oshima e Terayama
Regiane Akemi Ishii (USP)
Esta comunicação dedica-se à análise de produções realizadas em Shinjuku, distrito de Tóquio, em torno da efervescência política, intelectual e sexual da contracultura presente na virada da década de 1960 para 1970. Trata-se de filmes que realizaram experimentações estéticas e investimentos espaciais: “Diário de um ladrão de Shinjuku” (1969), de Nagisa Oshima, “Parada funeral de rosas” (1969), de Toshio Matsumoto, e “Jogue fora seus livros, manifeste-se nas ruas” (1971), de Shuji Terayama.

Conflito, luta política, experimental

24/10/2018 às 11:30 – Sala 9
Meu nome é ninguém: imagem, (re)existência e luta política.
Roberto Robalinho Lima (UFF/EKART Tübingen)
Esta comunicação irá justapor imagens do grupo operário Medvedkine realizadas em Maio de 68 com imagens e gestos nas ruas que agenciam o desaparecimento do pedreiro Amarildo durante as jornadas de junho de 2013. A partir dessa aproximação, espera-se refletir como os dois acontecimentos inventam processos radicais de subjetivação e ação política, o que chamaremos de processos de (re)existência. Quais continuidades entre as práticas políticas e estéticas de Maio de 68 e Junho de 2013?
Um militante cinema para um filme militante: “Era o Hotel Cambridge”
Marília Xavier de Lima (UAM)
Era o Hotel Cambridge (2017), Eliane Caffé, é um filme militante sobre a ocupação em um edifício abandonado no centro de São Paulo. Com uma produção coletiva, tendo os próprios moradores como atores, o longa permite pensar em outras formas de se fazer cinema, afastando-se de um modo industrial de realização. O tema e a sua forma de representação, juntamente com o compartilhamento de uma experiência comum de criação, tornam o filme militante para o movimento social das ocupações e para o cinema.
Diferenças e Similitudes do“Coreocinema” em Maya Deren e Busby Berkley
Maria de Lurdes Barros da Paixão (UFRN)
O artigo apresenta uma pesquisa em andamento inscrita na história do Cinema Experimental e dos musicais da Broadway. Adota-se na presente pesquisa o referencial teórico-metodológico de estudos comparativos, visando dar suporte à proposta investigativa sobre as diferenças e similitudes do “Coreocinema” no Cinema Experimental e nos Musicais da Broadway.
Palavras-chave: Dança; Cinema Experimental; Musicais.

ST Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil – Sessão 2

24/10/2018 às 11:30 – Sala 10
O clássico e a forma panorama ante a compressão espaço-tempo
Denise Costa Lopes (PUC-Rio)
Quando a compressão espaço-temporal das mídias digitais beira o limite do insuportável, formas discursivas do passado são recuperadas e reinventadas. Ao voltarem a momentos da “descoberta” da perspectiva artificialis e “invenção” da paisagem, e ao se utilizarem de recursos panorâmicos, artistas, como Peter Greenaway e Lech Majewski, estariam perfazendo o desejo de ancoragem identificado por Andreas Huyssen e apontando por Jonathan Crary como saída para o nosso desconforto perceptível atual.
DO CINEMATÓGRAFO AO CELULAR: tão longe e tão perto
Adriano Chagas dos Santos (Estácio)
O cinematógrafo e o telefone celular contribuíram e contribuem para a reconfiguração de paradigmas de produção e exibição de imagens audiovisuais. Os filmes e vídeos gravados com câmeras de telefones celulares criaram uma relação de coexistência com as imagens técnicas do cinema e da televisão. Assim, esta investigação questiona se é possível observar algo realmente novo no fazer de usuários amadores, desconhecidos e inexperientes, exatamente pela falta de domínio da linguagem estabelecida.
GIFs sobre “cinemas de rua”, loops projetados: visualismo in progress
Wilson Oliveira da Silva Filho (UNESA)Márcia Bessa (Márcia C. S. Sousa) (ECO/UFRJ)
Esse trabalho apresenta e discute imagens em loop, tendo uma dupla articulação: GIFs sobre “cinemas de rua” ainda em funcionamento no Rio de janeiro e como projetar imagens destinadas fundamentalmente a telas pequenas em grandes superfícies. Partindo de um work in progress, do coletivo A/v DUO2X4, pensamos em uma atualização e (re)significação da temática das salas de exibição cinematográficas urbanas e de cinemas tidos como experimentais que primavam pelo loop, movimento e projeção.

Ficção seriada

24/10/2018 às 11:30 – Sala 11
A temporalidade do “quase” na comédia romântica seriada
CAROLINA OLIVEIRA DO AMARAL (UFF)
A ficção seriada atual oferece exemplos de como o que chamamos de “temporalidade do quase”, característica da comédia romântica, se encaixa na estrutura do gancho narrativo, prolongando a resolução para a próxima cena, o próximo episódio ou a próxima temporada, intensificando o desejo entre personagens e também entre espectador e narrativa. Este artigo analisa como a série de TV New Girl (2011-2018) emprega tal adiamento constante e contínuo, a fim de criar tramas seriais de comédias românticas.
Deslocamentos, distensões e nostalgia: relações temporais em TwinPeaks
LETICIA XAVIER DE LEMOS CAPANEMA (UFMT)
Esta apresentação analisa a terceira temporada de Twin Peaks (2017) a partir de sua construção temporal nas dimensões narrativa (deslocamentos), estética (distensões) e de releitura do passado (nostalgia). Nossa proposta é refletir sobre o retorno da série, compreendendo-a como um gesto criativo que relaciona obra, criadores e contexto e que reflete uma visão de mundo sobre o seu tempo.
Estilo como possibilidade de metodologia de análise da ficção seriada
Ludmila Moreira Macedo de Carvalho (UFRB)
O trabalho pretende considerar o conceito de estilo como ferramenta metodológica para a análise de obras ficcionais seriadas. Compreendendo estilo como o uso sistemático e expressivo da linguagem audiovisual, pode-se questionar de que modo o uso da paleta de cores (Mad Men), das movimentações de câmera (The West Wing) ou de manipulações temporais (Breaking Bad), entre outros, pode sustentar uma identidade tal que mesmo as transformações sofridas com o tempo contribuem para obras coerentes.

Indústria, crítica, patrimônio

24/10/2018 às 11:30 – Sala 12
Fellini segundo a crítica paulista e carioca
Mariarosaria Fabris (USP)
“Fellini visionário” é um bom paradigma para o estudo da recepção da obra do cineasta italiano entre nós: textos do passado e mais contemporâneos oferecem um apanhado de como a obra do diretor foi lida por autores brasileiros. Este apanhado será ampliado para englobar outros autores, analisando o distanciamento de Fellini do Neorrealismo, a fragmentação da narrativa, o componente autobiográfico, sua relação com as personagens, o mito das mulheres fellinianas e seu diálogo com outros diretores.
O que entendemos por indústria? Uma revisão das publicações da Socine.
Debora Regina Taño (UFSCar)
Com o objetivo de mapear o que se entende por indústria cinematográfica e audiovisual no campo acadêmico brasileiro, propomos uma revisão bibliográfica sistemática das publicações da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine). Pretende-se, assim, discutir quais conceitos e abordagens estão presentes nos estudos sobre o tema e seus possíveis desdobramentos. Entre o material estão os livros, a revista Rebeca, anais de resumos e textos completos dos encontros da Sociedade.
Patrimônio cinematográfico: dilemas e fragilidades conceituais
NEZI HEVERTON CAMPOS DE OLIVEIRA (UFF)
Questionamentos sobre os dilemas que envolvem a definição do conceito de patrimônio cinematográfico e de seus possíveis processos de patrimonialização. Parte de dois pressupostos: o primeiro concebe os arquivos e a historiografia como os principais agentes dessa operação simbólica de reconhecimento e valoração de filmes. O segundo considera que a atribuição de valor simbólico a alguns filmes em detrimento de outros é fruto da dialética de lembranças e esquecimentos de cada momento histórico.

As formas do documentário 2

24/10/2018 às 11:30 – Sala 13
A vigilância no cinema documentário contemporâneo
Viviana Echávez Molina (Unicamp)
A presente comunicação pretende desenvolver uma análise sobre como o documentário contemporâneo representa as formas que a vigilância toma nos dias de hoje. A reutilização de imagens de vigilância, relatos autobiográficos onde se narra a experiência de estar sob vigilância, metodologias de vigilância na realização de filmes, experiências de ativismo, resistência e contra vigilância no cinema serão nosso foco através da análise fílmica de alguns documentários produzidos a partir do ano 2000.
Uma longa viagem, de Lucia Murat: um exercício narrativo epistolar.
Josette maria alves de souza monzani (UFSCar)Rafaella Maria Bossonello Bianchini (UFSCar)
O documentário Uma longa viagem (2011), de Lucia Murat, parte da correspondência do irmão da diretora com sua mãe, nos anos de 1970, período em que ele viajou pelo mundo. As cartas parecem ter dado início ao processo de criação de Murat que constrói o imbricamento das histórias de vida dos três irmãos: sobre a base piramidal das vivências de Lucia e Heitor, vivos, a narrativa ‘projeta’ a figura de Miguel, falecido. o passado vai ganhando ‘formas’, sobras ao ser revivido e representado na tela.
A encenação na trilogia da justiça, de Maria Augusta Ramos
Daniela Duarte Dumaresq (ICA/UFC)
Esta comunicação se propõem a analisar a trilogia Justiça (2004), Juízo (2007) e Morro dos Prazeres (2013) de Maria Augusta Ramos, a fim de entender como utilizando-se de uma construção formal esses filmes propõe certo modo de engajamento do espectador, em que o “estar perto” não se contrapõe a reflexão sobre as personagens e situações.

ST Teoria dos Cineastas – Sessão 2 – Os cineastas e o experimental: autoria, estrutura e corpo

24/10/2018 às 11:30 – Sala 14
A FORMULAÇÃO TEÓRICA DO(NO) CINEMA COREOGRÁFICO DE MAYA DEREN
Cristiane do Rocio Wosniak (UNESPAR)
Nesta investigação intento apresentar a coerência teórica da cineasta, fotógrafa, dançarina e coreógrafa Maya Deren a partir de sua práxis cinematográfica, atravessada pelo conceito de câmera-corpo, que se propõe a subverter a continuidade espaço-temporal, pelo uso reiterado da montagem em fração de cena. O interesse da investigação recai sobre suas notas, ensaios, cartas, entrevistas e filmes na busca de uma possível formulação teórica calcada em experimentos coreográfico-cinematográficos.
Brakhage, Deren, Mekas: o “amateur” como concepção poética
RAFAEL ROSINATO VALLES (PUCRS)
Este trabalho pretende analisar três textos de autores que buscaram construir uma concepção poética sobre a questão do “amateur”: “Amateur versus Profesional” (Maya Deren, 1959), “In defense of amateur” (Stan Brakhage, 1971) e “A linguagem mutante do cinema” (Jonas Mekas, 1962). Parto do ponto de que estes textos não só revelam uma concepção do “amateur” que estes autores desenvolveram nas suas obras fílmicas, como também trouxeram uma perspectiva para pensar a relação entre o autor e a imagem.
Meditações sobre um primeiro cinema: O caso dos filmes estruturais
Lucas Bastos Guimarães Baptista (USP)
É proposta aqui a descrição de um conjunto de filmes e textos de meados dos anos 1970, quando a tendência conhecida à época como “cinema estrutural” suscitou discussões acerca das origens e dos possíveis caminhos para o cinema. Na comparação de nomes como Peter Kubelka, Hollis Frampton e Paul Sharits, encontramos tanto a defesa de uma “redução axiomática” do cinema a seus materiais básicos, como um verdadeiro programa educativo sobre o qual a “composição fílmica” poderia ser explorada.

ST Estilo e som no audiovisual – Sessão 1: Análises musicais

24/10/2018 às 14:30 – Sala 1
Voz over e colagens musicais em documentários de Marker e Varda
Luíza Beatriz Amorim Melo Alvim (UFRJ)
Analisamos documentários de cineastas da Margem Esquerda da Nouvelle Vague francesa com predominância de voz over e presença de música preexistente, especialmente Carta da Sibéria (Chris Marker, 1958) e Elsa la Rose (Agnès Varda, 1965), investigando a relação entre os elementos sonoros e imagéticos. Nesses filmes, a voz over é signo de modernidade e a música preexistente faz parte de uma colagem musical, sendo que ambos os elementos sonoros se relacionam de modo irônico ou cômico com as imagens.
André Abujamra e a autoria camaleônica em trilhas do cinema brasileiro
GEÓRGIA CYNARA COELHO DE SOUZA (USP / UEG)
Revelamos as principais características autorais da música de André Abujamra no cinema brasileiro, em longas ficcionais a partir da Retomada (1995). Por meio da análise fílmica, pesquisa bibliográfica e entrevistas com o próprio compositor e parceiros, evidenciamos o processo criativo do artista, sua equipe e modo de produção, sua compreensão da funcionalidade da trilha musical, a relação das composições para filmes com elementos de suas canções em disco e as implicações narrativas de sua obra.
Fresa y Chocolate: uma análise das músicas não-originais diegéticas
Marina de Morais Faria Novais (UFMG)
O objetivo do artigo é analisar de que forma as músicas não-originais diegéticas do filme cubano Fresa y Chocolate (1993) se relacionam com suas cenas e desenvolvimento da história. A pesquisa parte de conceitos trabalhados por Chion (2008) e Borwell & Thompson (2013). Foram analisadas nove músicas, em oito cenas. Observou-se que as músicas tem relação direta com cada um dos protagonistas (David e Diego) e que se dividem entre funções de pontuação, antecipação e reforço de ações e acontecimentos

ST Cinemas pós-coloniais e periféricos – Abertura

24/10/2018 às 14:30 – Sala 2
Baixada filma – a periferia, da representação à autoapresentação
Liliane Leroux (UERJ)
Analiso o movimento “Baixada Filma”, pontuando o seu afastamento estético e político tanto das inciativas de ONGs (o cinema propagado na forma de “projeto social”), quanto de ações situadas dentro do fenômeno “periferia orgulho”, que contestam séculos de uma periferia estigmatizada a partir de uma afirmação de si no lugar mesmo onde sempre se esteve: da periferia, do pobre, do favelado. No “Baixada Filma”, ao contrário, trata-se de uma experiência de transição entre dois (ou mais) mundos.
Memória, identidade e corpo em Vênus Negra
Catarina Andrade (UFPE)
Neste artigo, buscamos os possíveis desdobramentos discursivos sobre a representação do corpo feminino no cinema a partir do filme Vênus negra (Abdellatif Kechiche, 2010). Assim, analisamos de que modo a protagonista, Saartije Baartman, se insere e atua na história colonial e como o cinema intercultural se faz dispositivo de representação de uma história cultural e de uma memória por meio do papel que o corpo (objeto, lugar, fronteira, vestígio) desempenha.

ST Cinema comparado – Abertura – O cinema e os pensadores: interpelações

24/10/2018 às 14:30 – Sala 3
O Ensaio fílmico segundo René Descartes: uma sugestão filosófica
Mateus Araujo Silva (ECA-USP)
Muito discutido de uns anos para cá, o ensaio fílmico costuma ser pensado à luz do célebre “O ensaio como forma”, de Adorno, e remetido por seus historiadores ao modelo dos Essais (1580) de Montaigne. Apostando no diálogo entre a teoria do cinema e a tradição filosófica, a comunicação procura testar porém um outro modelo filosófico para o ensaio fílmico: a teoria cartesiana das funções mentais, e notadamente do entrosamento entre as operações do entendimento e as representações da imaginação.
A construção do espaço comum em Kelly Reichardt e Henry David Thoreau
Cesar de Siqueira Castanha (UFPE)
O trabalho pretende analisar a construção de um espaço comum na apresentação da paisagem estadunidense pelo cinema de Kelly Reichardt — especificamente os filmes Wendy and Lucy (2008) e Movimentos noturnos (2013) — e pela obra literária de Henri David Thoreau. Para alcançar essa análise, é resgatada uma formação da representação (literária, pictórica e cinematográfica) da paisagem do país, tomando em consideração sua ambivalência entre espaço privado e espaço natural.
Uso e abuso da referência a Casa-Grande & Senzala pelo campo do cinema
Vitor Zan (Paris 3)
Críticos, cineastas e acadêmicos fazem incontáveis referências ao livro Casa-grande & Senzala ao comentarem filmes como O som ao redor, Doméstica, Que horas ela volta? e Aquarius. A maioria dessas alusões não condiz, entretanto, com a perspectiva de Gilberto Freyre, e tampouco leva em conta aquilo que distancia os filmes do pensamento do sociólogo. Restringindo-se à esfera do conteúdo, tais aproximações deixam ainda inexploradas uma vasta gama de correspondências possíveis.

Painel – sessão 1: Cinema, história, arquivos: uma estética do passado – Coordenação: Ricardo Lessa Filho

24/10/2018 às 14:30 – Sala 4
Entre amizade e história: Uma vez entrei num jardim, de Avi Mograbi
Ana Luiza Rocha de Siqueira (UFMG)
Em Uma vez entrei num jardim (Avi Mograbi, 2011), a complexa experiência histórica que reúne e opõe judeus e palestinos é abordada através da conversação entre o diretor e seu amigo e professor de árabe Ali Al-Azhari. Negociado e compartilhado diante do espectador, o filme enlaça e desloca eventos da história oficial com experiências e memórias individuais, por meio da rememoração, arquivos e visita a espaços que foram sucessivamente se reconfigurando ao longo das décadas e dos conflitos.
48, DE SUSANA SOUSA DIAS: VIRTUALIDADES DAS IMAGENS DE UMA DITADURA
Ilma Carla Zarotti Guideroli (Unifesp)
O presente trabalho busca propor ideias e argumentos para uma leitura do filme 48 (de 2009, referência à duração da ditadura salazarista em Portugal, de 1926 a 1974), da cineasta e artista portuguesa Susana de Sousa Dias (1962-), tendo como mote as virtualidades que atravessam e movimentam as imagens, uma vez que as mesmas são aqui compreendidas enquanto matéria viva e pulsante. Interessa-nos buscar aproximações e tessituras nas relações entre arquivo, memória e montagem.
As muitas camadas de uma imagem de arquivo
Vanessa Maria Rodrigues (UFJF)
Os arquivos contêm vestígios e fissuras que ajudam a elaborar e multiplicar experiências sobre passado e presente e a refletir sobre questões sociais, comportamentais e políticas de uma sociedade e época. Compreendemos também que eles não são o acontecimento em si, mas um recorte sobre uma situação específica, e por isso, devem ser cruzados, montados, reinventados com outros materiais a fim de gerar outros olhares sobre o mundo. Com base nisso, analisaremos trechos do curta Cemitério da Memória.
Cinema e História: análise dos filmes iniciais de Scorsese (1967/1973)
Caroline Liamare Magnaguagno Pereira (UNICAMP)
A pesquisa problematiza a relação dialética entre Cinema e História, levantando a hipótese de que o filme é, ao mesmo tempo, um produto de sua conjuntura e um produtor de memória histórica. Para tanto, adotará como fonte principal, as obras fílmicas Quem bate à minha porta?, de 1967; Sexy e Marginal, de 1972 e Caminhos Perigosos, de 1973 dirigidas pelo cineasta Martin Scorsese. Os objetivos visam depurar o contexto de produção da obra e a conjuntura histórica e estética que a permeiam.

Painel – sessão 9: Estudos de recepção em obras audiovisuais – Coordenação: Maria Teresa Mattos de Moraes

24/10/2018 às 14:30 – Sala 5
Diante da tela: o espectador entre a imersão e a consciência
Daniel Filipe de Souza Santos (UFC)
Analisando filmes que trazem o espectador como parte de suas narrativas (‘Cinema Paradiso’, ‘A Última Sessão de Cinema’, ‘Tabu’), propomos uma reflexão do lugar do espectador no cinema, desde o clássico ao contemporâneo. Com o auxílio de Marie-José Mondzain, Edgar Morin e Ismail Xavier, demonstraremos como a relação imagem-espectador provocou um estado de imersão ou de consciência ao longo do tempo; e como um lugar entre esses dois estágios se faz possível no cinema contemporâneo.
A recepção da “Trilogia de frutas tropicais” do cinema brasileiro
Vitor Ferreira Pedrassi (UFSCar)
A partir de pesquisas nos jornais e revistas impressos dos anos 1930 e 1940, como A Scena Muda, Cinearte, Jornal do Brasil e Correio da Manhã, procuramos entender o processo de recepção dos filmes musicais brasileiros da época. Centraremos nosso estudo em Banana da terra (1939), de Ruy Costa, Laranja da China (1940), do mesmo diretor, e Abacaxi azul (1944), de Costa e Wallace Downey, que formam a chamada “Trilogia de frutas tropicais”, produzida pelo próprio Downey e pela empresa Sonofilmes.
Recepção de Garotas do ABC – entre a ousadia e a apelação
Lorena Duarte de Oliveira (ECA-USP)
Neste trabalho farei uma análise da recepção do longa Garotas do ABC, de Carlos Reichenbach. Por recepção eu entendo tanto a recepção pública de fato, expressa em jornais e revistas de cinema, como também as expectativas do autor na feitura do filme. Estudar a intenção do autor convém ao pesquisador que se propõe a analisar o que há no entorno de uma obra, o que será determinante para um aprofundamento sobre as relações que se estabelecem entre o ambiente de recepção e a obra na sua imanência.
As visões de Brasil pela crítica estrangeira de Que Horas Ela Volta?
Tomas Santos Lopes de Freitas (UFJF)
O presente trabalho pretende analisar as visões de Brasil presentes na crítica internacional – especialmente de língua inglesa – de Que Horas Ela Volta?. Objetivamos perceber se as transformações sofridas pelo país a partir de 2002, principalmente nos governos Lula, influenciam a recepção do longa, legitimando-o como um retrato “legítimo” da sociedade brasileira que vê a classe média ascender e novos setores sociais atingirem a Universidade pública.

ST Corpo, gesto e atuação – Sessão 1 – Estudos Atorais

24/10/2018 às 14:30 – Sala 6
O ator experimental no cinema
Pedro Maciel Guimaraes Junior (Unicamp)Sandro de Oliveira (UEG/ Unicamp)
Inventário inicial de modos de aparecimento do ator experimental no cinema, circunscrevendo sua pertinência histórica e metodológica. Visa-se uma taxonomia de figurações desse ator que foge do escopo do ator naturalista e estender a terminologia usada para descrever um tipo de cinema distante das exigências econômicas e estéticas dominantes para registros de atuação, encontrados não apenas em filmes experimentais, mais também dentro de universos estéticos narrativos e figurativos tradicionais.
Corpo e personagem feminina reinventados na trajetória de Helena Ignez
ANNA KARINNE MARTINS BALLALAI (ECA/ USP)
Este trabalho investiga a trajetória da atriz/cineasta Helena Ignez nas décadas de 1960-70, sob o prisma da reinvenção do corpo e da personagem feminina. Aqui, o foco se dá na análise comparativa da personagem feminina em “O padre e a moça” e “A mulher de todos”. Se tais filmes se opõe em termos de projetos fílmicos e de estilos de encenação; eles se aproximam do ponto de vista do rigor formal de construção de personagens, do protagonismo das figuras femininas e do caráter subversivo das mesmas.
A performance dos atores em Auto da Compadecida
Rodrigo Cássio Oliveira (UFG)
Trata-se de uma análise fílmica interessada na performance dos atores no filme Auto da Compadecida (Guel Arraes, 2000). Aventamos a hipótese de que Auto da Compadecida desenvolve um terceiro esquema em relação aos padrões levanta-e-fala e caminha-e-fala, definidos por David Bordwell em seus estudos sobre o cinema narrativo clássico. Por meio do esquema que poderíamos chamar de vira-e-fala, o filme de Guel Arraes cria soluções para a continuidade intensificada no limite entre cinema e televisão.

Cinema, educação, diáspora

24/10/2018 às 14:30 – Sala 7
ENSAIOS SOBRE O VIDIGAL: O CINEMA, A ESCOLA, E A MEMÓRIA DA FAVELA
Marta Cardoso Guedes (UFRJ)
Encontro do projeto de cinema da escola Djalma Maranhão no Vidigal, RJ, com as memórias de luta e resistência à remoção da favela nos anos 1970. Como ficção de memória, o projeto busca compreender em que medida imagens feitas atualmente com os moradores/ativistas da época, pelos alunos do projeto, somadas às imagens Super-8 de uma cineasta amadora nos anos 70, podem dar a ver a experiência de um grupo de pessoas que lutava por uma causa comum e constituir acervo de memória para além da escola.
NEPA: EXPERIÊNCIAS VISUAIS E POÉTICAS COM AUDIOVISUAL
Rosiane de Jesus Dourado (CPII)
O presente resumo visa relatar a experiência do NEPA – Núcleo de Ensino e Pesquisa em Audiovisual, projeto desenvolvido desde 2015, no Colégio Pedro II, campus Centro, na cidade do Rio de Janeiro. O projeto tem por objetivo o desenvolvimento do estudo e da experimentação das possibilidades artísticas, estéticas e dialéticas em audiovisual pela comunidade escolar. A metodologia é experimental e investigativa.
PALAVRAS-CHAVES: Audiovisual. Educação. Cinema. Arte.
Genealogia imaginativa do cinema afro-diaspórico: Maldoror e Bulbul
Izabel de Fátima Cruz Melo (USP/UNEB)Lúcia Ramos Monteiro (ECA-USP)
Nosso objetivo é relacionar a obra de Sarah Maldoror, fundamental para o cinema das independências africanas, ao cinema brasileiro afro-diaspórico, a partir da análise comparada de Monangambeee, de Maldoror (1968) e Alma no olho, de Zózimo Bulbul (1973), atenta às confluências entre de formulações estéticas e pensamentos de Maldoror e cineastas brasileiros afro-diaspóricos como Bulbul, que trazem à tona as questões ligadas ao racismo e às persistências coloniais por meio do sublime e do poético.

Políticas públicas do audiovisual

24/10/2018 às 14:30 – Sala 8
Arranjos produtivos regionais no Fundo Setorial do Audiovisual
MARTA CORREA MACHADO (UFSC/FGV)
Este artigo estabelece uma relação entre o programa de estímulo aos arranjos produtivos regionais do Fundo Setorial do Audiovisual e a literatura sobre coordenação federativa no Brasil. A coordenação federativa se refere aos esforços do governo federal em sincronizar políticas locais com diretrizes estabelecidas por ele oferecendo, em muitos casos, uma contrapartida financeira aos estados que aderem a essas políticas.
FINANCIAMENTO E FOMENTO PÚBLICO AO AUDIOVISUAL: REFLEXÕES INICIAIS
André Ricardo Araujo Virgens (UFBA)
Este trabalho tem como objetivo promover reflexões sobre as noções de fomento e financiamento, a partir de sua aplicação ao setor audiovisual. Dividiremos este ensaio em dois momentos: o primeiro debatendo as noções de fomento e financiamento no campo da cultura. E, em seguida, aplicando essa discussão ao contexto das políticas públicas para o setor audiovisual em âmbito federal, através da Secretaria do Audiovisual do MINC, da Agência Nacional de Cinema, e do Conselho Superior de Cinema.
Inovação em políticas públicas para o cinema – o caso Spcine
Noel dos Santos Carvalho (Unicamp)
Nesta comunicação faço uma reflexão sobre inovação em políticas públicas para o cinema e o audiovisual a partir da experiência da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo – Spcine, criada em 2015 durante a gestão do prefeito Fernando Haddad (2013-2016). Em seguida apresento alguns dados sobre o impacto socioeconômico de duas das suas ações: o Circuito Spcine e o Film Commission.

Cinema, adaptação e gêneros literários

24/10/2018 às 14:30 – Sala 9
Quase memória – representações da memória na adaptação
MARCELA DUTRA DE OLIVEIRA SOALHEIRO CRUZ (PUC-RIO)
O presente artigo objetiva desenvolver uma elaboração a respeito das questões inerentes à adaptação no que tange a construção do narrador, a representação da sua subjetividade e de seu fluxo de consciência para diegese fílmica. Para tanto, partiremos da análise do filme Quase Memória (2018) de Ruy Guerra, baseado no romance de Carlos Heitor Cony (1996). Utilizaremos os conceitos de Munsterberg sobre a representação da memória no cinema e de Robert Stam acerca da adaptação cinematográfica.
Entre Bronson e Memória Impura: A adaptação literária no cinema.
Roberto Gustavo Reiniger Neto (UAM)
No campo do audiovisual, cinema e literatura ainda sobrevivem e entrelaçam seus discursos. Sua teoria, porém, por vezes não atenta integralmente para as intertextualidades e interdisciplinaridades presentes nesta união. Aqui, sob os conceitos de Robert Stam e Hans Ulrich Gumbrecht, propõe-se uma investigação possível sobre essa questão, tomando como objeto desta abordagem, as relações entre o filme Bronson (2008), de Nicolas Refn, e o livro Memória Impura (2012), de Luiz Vadico.
O Eu é o mundo: Correspondência(s) de si em José Luis Guerín e Jonas Mekas
Barbara Cristina Marques (UEL)
Na literatura, as cartas sempre provocaram algo de profundamente atraente por compartilharem emoções, segredos, obsessões e outros afetos de um “Eu” em estado de presença. Nesse trabalho, pretendo tratar do filme-carta Correspondencias (2011), dos cineastas José Luis Guerín e Jonas Mekas, de modo a investigar uma série de preocupações/questões relativas a uma poética cinematográfica construída sob a perspectiva de um entrelaçamento diarístico e missívico.

Cineasta como crítico, como educador, como cineasta

24/10/2018 às 14:30 – Sala 10
O crítico-cineasta das mil faces
Alexandre Figueirôa Ferreira (UNICAP)Claudio Roberto de Araujo Bezerra (UNICAP)
Esta comunicação pretende discutir como as múltiplas atividades desenvolvidas pelo cineasta Fernando Spencer, como crítico, programador de cinema de arte e diretor da cinemateca da Fundação Joaquim Nabuco estão presentes em sua obra cinematográfica, compondo uma identidade para o conjunto de sua obra em suas múltiplas faces e integrada no universo da cultura pernambucana.
A viagem permanente de Herbert Duschenes, educador e cineasta
Paola Prestes Penney (ECA-USP)
Esta proposta aborda os filmes amadores realizados pelo professor de história da arte alemão Herbert Duschenes e por ele projetados em sala de aula, entre os anos sessenta e noventa, na FAAP, como ferramenta fundamental de uma metodologia de ensino que visava desenvolver junto aos alunos um olhar sobre o mundo ao mesmo tempo crítico e sensível. O êxito do método de trabalho e da metodologia do professor-cineasta convida para a reflexão sobre a articulação entre cinema, ensino e aprendizado hoje.
Paulo Emílio e Os filmes na cidade (1966)
Rafael Morato Zanatto (UNESP)
Trata-se de apresentar o resultado da pesquisa e recomposição do curso Os filmes na cidade (1966), ministrado pelo crítico e historiador de cinema Paulo Emílio Sales Gomes. No curso, Paulo Emílio trata de temas centrais da formação econômica e cultural brasileira, a fim de estabelecer uma noção de sociedade aliada à descrição dos espaços públicos e privados de divertimentos nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo nos séculos XIX e XX, raiz da explicação que procura para o sucesso da chanchada

ST Interseções Cinema e Arte – Sessão 1 Temporalidades

24/10/2018 às 14:30 – Sala 11
Aceno da Aura no Cinema Expandido de Bill Morisson
Barbara Bergamaschi Novaes (PPGCOM – UFRJ)
Susan Sontag afirmava que o tempo acaba colocando a maior parte das fotografias no nível da arte. Já Walter Benjamin identificava uma beleza naquilo no que está em vias de desaparecer. Novas formas de discurso sobre a “Aura” e a presença das imagens parecem despontar nas investigações do cineasta Bill Morrison. Ao explorar o processo de decomposição imanente da película enquanto potência poética afetiva, seus filmes em myse-en-abime engendram diferentes modos de historicidade do cinema .
Como o cinema tornou-se duracional?
Hermano Arraes Callou (UFRJ)
Esta comunicação pretende discutir a genealogia da duração como procedimento dentro do cinema experimental americano. O nosso ponto de partida será uma crítica à historiografia oferecida por Adams Sitney, que localiza a duração como uma invenção do cinema de Andy Warhol. Pretendo mostrar que a duração fez parte das preocupações dos artistas fluxus, em obras que antecipam ou são contemporâneas a Warhol. Em segundo lugar, mostro que a origem em comum deve ser encontrada na música experimental.
Intensidades do tempo em Bill Viola: articulações na história
Christine Pires Nelson de Mello (PUC-SP)
Com o objetivo de apresentar a obra de Bill Viola para análise de experiências relacionadas à intensidade do tempo nas intersecções entre Cinema e Arte, a presente comunicação propõe com isso algumas articulações na história.

ST Montagem Audiovisual: reflexões e experiências – #1: Rizoma e Montagem/Edição Audiovisual

24/10/2018 às 14:30 – Sala 12
Montadores @ BR: práxis, aesthesis e techné
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O que se passa na ilha-de-edição? Em depoimentos, experientes montadores brasileiros compartilham conosco sobre suas trajetórias profissionais, formação e processos de trabalho nessa abertura do primeiro ano do Seminário Temático “Montagem Audiovisual: reflexões e experiências”. No cinema, a prática da montagem é tanto uma operação técnica como criativo-reflexiva. Se diz respeito à prática, também é questão nas discussões teóricas. Em permanência a pergunta gira em torno do que é a montagem.
Montagem e pensamento nas imagens do real: ensaio, hipertexto e VR360
Alberto Greciano Merino (UFES)
Na busca de uma dramaturgia ajustada aos recursos tecnológicos e epistemológicos do dispositivo de imagens esféricas e interativas (VR360) o uso criativo-reflexivo da montagem oferece possibilidades visuais e hápticas para experimentar o real como uma assimilação transformativa do conhecimento. Propõe-se uma análise estética da montagem no documentário expandido para apontar que a reformulação do campo midiático passa pela conversão das tecnologias da visão em instrumentos de pensamento-ação.
Getty Images – Banco de dados e Montagem de filmes publicitários
Guilherme Bento de Faria Lima (PUC-Rio / UFF)
Softwares de edição funcionam a partir de uma lógica não-linear. Ou seja, o processo de criação não necessita respeitar uma cronologia. Desta forma, assim como as imagens em acervos digitais estão disponibilizadas como lista de itens sem uma ordenação prévia, como proposto por Manovich, os programas de edição reproduzem este padrão. Através de uma visualização em thumbnails, informações numéricas apresentadas como imagens são selecionadas para uma posterior organização narrativa digital.

ST Mulheres no cinema e audiovisual – Sessão 1 – Latino-americanas

24/10/2018 às 14:30 – Sala 13
Ensaiar o vídeo, montar a marcha, forjar o gesto, devolver o olhar
Alessandra Soares Brandão (UFSC)Ramayana Lira de Sousa (UNISUL)
A partir de um percurso sobre o gesto ensaístico no cinema, buscamos um modo de reorganizar imagens de mulheres do cinema latino-americano na forma do vídeo-ensaio. Com ênfase nas operações de olhar da e para a mulher – que constituem ponto nevrálgico para pensar o gênero no cinema-, bem como no gesto de sair à rua, tomar estradas e, portanto, agenciar seu próprio movimento, propomos uma abordagem insubmissa da montagem: um ver e dar a ver que se manifesta na dialética do olhar que se devolve.
“Sibila” e “O Pacto de Adriana”: encontro documental entre mulheres
Laís de Lorenço Teixeira (Unicamp)
“Sibila”, de Teresa Arredondo e “O Pacto de Adriana”, de Lissette Orozco; são documentários em primeira pessoa em que as realizadoras retratam mulheres, nesse caso, suas tias. As obras são construídas por atritos e quebras de expectativas, assim, o objetivo é compreender os modos como são organizadas e negociadas a imagem dessas mulheres e a relação diretora-protagonista e de que maneira estes elementos forjam a narrativa e são constitutivos da (auto)representação das mulheres nos filmes.
Cine peruano hecho por mujeres: trajetórias e ausências em políticas
Carla Daniela Rabelo Rodrigues (UNIPAMPA)
O artigo ‘Cine peruano hecho por mujeres: trajetórias e ausências em políticas cinematográficas’ discute a trajetória de mulheres na produção cinematográfica do Peru desde os anos 1910 até a eclosão do primeiro Festival de Cine Peruano Hecho por Mujeres. Busca-se traçar um levantamento da presença feminina no cinema peruano caracterizando sua luta em processos decoloniais e os principais obstáculos num contexto de carências em políticas cinematográficas no país.

Cinema europeu: do moderno ao pós-moderno

24/10/2018 às 14:30 – Sala 14
OS CORPOS E O TEMPO EM ULYSSE, DE AGNÈS VARDA
Ana Costa Ribeiro (UERJ)
O trabalho investiga as dinâmicas entre corpo e tempo através das múltiplas formas de relação que se pode estabelecer com a memória. Com base no pensamento de Jeanne-Marie Gagnebin, nas pegadas de Walter Benjamin, analisamos a narrativa do filme Ulysse, de Agnès Varda. O texto aborda questões como memória e esquecimento; memória voluntária e involuntária; memória e lembrança.
Efeito de igualdade em Alain Resnais
Isadora Meneses Rodrigues (UFPE)
Em suas análises sobre a ficção moderna, Jacques Rancière contesta o clássico estudo de Roland Barthes sobre o efeito de real na literatura. Buscando dar conta da dimensão política envolvida no excesso realista, Rancière faz uso do termo efeito de igualdade. À luz desse conceito, o objetivo desta comunicação é examinar as formas de realização dessa democracia estética no cinema de Alain Resnais, mais especificamente no filme Hiroshima mon amour (1959).
Uma construção “mestiça”
Nizia Villaça (UFRJ)
Busca-se com a análise do filme Dançando no escuro, de Lars von Trier, dar seguimento às linguagens que exploram a construção/desconstrução corporal no relato e reflexão sobre o encontro entre dança e cinema, e fazer a leitura da recusa das diferenças da tcheca Selma pelos padrões americanos.

ST Estilo e som no audiovisual – Sessão 2: O som na história do cinema

24/10/2018 às 16:30 – Sala 1
Nas margens dos momentos musicais: outros ângulos da música em cena.
Suzana Reck Miranda (UFSCar)
Esta pesquisa observa momentos musicais (no sentido em que Amy Herzog dá ao termo) de filmes hollywoodianos das décadas 1940 e 1950 nos quais há pequenos conjuntos de apoio em cena para que as estrelas principais se exibam. O recorte centra-se na participação de membros do Anjos do Inferno em filmes mexicanos e norte-americanos. Seus corpos e gestos – ora essenciais, ora marginais – nos forçam a observar as funções dos momentos musicais a partir de outros ângulos.
Não Tem Tradução? O Cinema Falado de Noel, Rogério e Caetano
Marcos Pierry (UFMG)
A comunicação pretende abordar o trânsito da canção “Não Tem Tradução” (1933), de Noel Rosa, por três diferentes momentos do cinema brasileiro: o estabelecimento do cinema sonoro no país, no início dos anos 1930; o longa-metragem A mulher de todos (1969), de Rogério Sganzerla; e o longa-metragem O cinema falado (1986), dirigido pelo cantor e compositor Caetano Veloso.
O som do cinema não ficcional mudo
Renan Paiva Chaves (Unicamp)
A partir de fontes primárias – manuais, cue sheets, partituras e indicações sonoras –, pretendo abordar na apresentação aspectos estilísticos do acompanhamento sonoro do filme não ficcional que se fizeram presentes nas décadas de 1910 e 1920, tal como repertório tocado, estrutura narrativa/temporal da composição/compilação, sugestões/guias presentes nos manuais, organização do material para os músicos, andamentos musicais, formação musical e colaboração entre as partes da equipe realizadora.

ST Cinemas pós-coloniais e periféricos – Sessão 1

24/10/2018 às 16:30 – Sala 2
Pós-colonialismo(s) e o cinema brasileiro
Michelle Cunha Sales (UFRJ)
Este artigo pretende abordar a questão pós-colonial no cinema brasileiro do ponto de vista histórico, recuperando o pensamento politico do cinema latino-americano dos anos 1960 e 1970 através dos textos de Glauber Rocha e Fernando Solanas, propondo uma atualização desta problemática. O ponto de partida é a análise do filme Vazante (2017) e do discurso da diretora Daniela Thomas (autora do mesmo) em torno da noção do lugar de fala.
Envolvimentos, redutos e indisciplinas no presente
VINICIOS KABRAL RIBEIRO (UFRJ)
Esta proposta de comunicação é uma divulgação preliminar da pesquisa “Formas de habitar o presente: políticas de localização de corpos e saberes nas artes e nas imagens”. Em linhas gerais, o interesse maior é na produção de saberes disruptivos, insurgentes, rebeldes e que confrontam as noções e narrativas coloniais estruturantes da sociedade brasileira. Para tal esforço é necessário entender como os sujeitos constituem redes epistêmicas, artísticas, coletivas e de sobrevivência.
Jean Rouch e os filmes que mudaram meu passado.
Luciane Garcia Moreira Bustamante (PUC-RJ)
Nesse seminário, pretendo investigar a capacidade do cinema intercultural em reconstruir narrativas que de alguma forma foram negligenciadas pela história oficial ou que a lembrança individual não é capaz de recriar por ela mesma. Mergulhando na sensorialidade das imagens da filmografia do cineasta francês, procurei reproduzir em fragmentos a história de uma infância passada na África, do lugar de um imaginário infantil e na qualidade de uma expatriada, igualmente colonizada por um país europeu.

ST Cinema comparado – Sessão 1 – Abordagens comparatistas: do moderno ao contemporâneo

24/10/2018 às 16:30 – Sala 3
O texto instável em Rivette (1968-74): uma abordagem comparativa
Maria Leite Chiaretti (ECA – USP)
Nesta comunicação pretendemos comparar momentos distintos do cinema de Jacques Rivette em que ele conjuga liberdade na encenação de adaptações literárias e radicalidade na experimentação do jogo dos atores. Dado o nosso interesse por filmes exemplares para a noção de instabilidade no cinema, privilegiaremos a relação entre texto e mise en scène inaugurada em “L’Amour fou” (1968), radicalizada em “Out 1” (1970-71); até desembocar em “Céline et Julie vont en bateau” (1974).
Composição do plano cinematográfico em “O Renascimento” e “Beaubourg”
Nikola Matevski (USP)
Em “O Renascimento”, de Roberto Rossellini, os movimentos de câmera estão a serviço de uma mise-en-scène da frontalidade, contribuindo ao arcaísmo estilístico que abandonava o plano-contraplano analítico em prol do tableaux primitivo. No filme institucional “Beaubourg, Centre d’art Georges Pompidou” (1977), o plano longo, dispensado da enunciação do texto histórico, pôde emancipar-se em movimentos altamente elaborados, favorecendo o extracampo.
Da ausência: um diálogo entre os cinemas de Antonioni e Zvyagintsev
Henrique Codato (UNIFOR/UFC)
Este trabalho propõe colocar em diálogo os filmes “A Aventura” (1961), de Michelangelo Antonioni , e “Desamor” (2017), de Andrey Zvyagintsev, a partir de uma perspectiva comparativista, pensando em questões formais e narrativas provocadas pelo desaparecimento de um dos personagens da cena, enigma que atravessa as duas obras. Por meio dos signos da ausência e da errância, interessa-nos refletir sobre as articulações entre o visível e o invisível construídas pelos cinemas moderno e contemporâneo.

Painel – sessão 2: Eduardo Coutinho e documentário: narrativas, memórias e o Outro – Coordenação: Régis Orlando Rasia

24/10/2018 às 16:30 – Sala 4
O cinema de conversação e efeito de presença na produção de Coutinho
César Ramos Macedo (UFJF)
Este trabalho se propõe a estabelecer relações entre o conceito de presença proposto por Hans Ulrich Gumbrecht e a metodologia utilizada pelo documentarista Eduardo Coutinho na produção de suas obras audiovisuais. Para isso nos aprofundaremos em relação às técnicas adotadas pelo diretor durante o processo de captação de seus filmes, que buscava privilegiar o encontro com o outro desenvolvendo o que o próprio diretor denominou enquanto um cinema de conversação.
O dispositivo “performance” no documentário de Eduardo Coutinho
Lucas Hideki da Silva Nakamura (UFG)
O presente trabalho propõe uma aproximação entre o emergente campo de Estudos em Performance e o pensamento teórico sobre o Documentário, a partir da análise de uma seleção de filmes do documentarista Eduardo Coutinho, os procedimentos utilizados durante a realização, seu pensamento sobre o cinema documentário e o modo particular de interlocução com as personagens de seus filmes, em que a performance surge como conceito-chave, dispositivo e perspectiva metodológica.
Drama e Representação em Edifício Master
Wendell Marcel Alves da Costa (UFRN)
O objetivo deste trabalho é produzir uma análise antropológica do discurso fílmico construído em Edifício Master. Neste documentário, moradores de um edifício residencial no Rio de Janeiro são entrevistados acerca de suas histórias de vida. Afere-se o edifício como um organismo social, um lugar de vivências e memórias, onde as narrativas dos moradores são construídas a partir de dramas e representações sociais. Indica-se um olhar antropológico fílmico sobre as etnografias dos espaços privados.
O relato pessoal no documentário em primeira pessoa
Raquel Valadares de Campos (UFJF)
Há quem tenha sobrevivido a traumas e catástrofes. Sobre essas pessoas recai o dever de testemunhar. Alguns cineastas, como Lúcia Murat, Rithy Panh e Patricio Guzmán, realizam documentários em primeira pessoa com alto teor testemunhal. A camada discursiva do relato pessoal ressignifica a imagem presente, presentifica o passado e inscreve um índice do invisível da imagem e do inexprimível do acontecimento. Analisemos, pois, as cenas em que esse recurso de linguagem torna-se mais evidente.

Painel – sessão 10: Estudos de gêneros cinematográficos – Coordenação: Guilherme Almeida

24/10/2018 às 16:30 – Sala 5
Phoenix (2014) e o percurso melodramático de Christian Petzold
David Ken Gomes Terao (UNICAMP)
A comunicação visa apresentar Phoenix (2014) como a obra que melhor sintetiza a abordagem de Petzold em relação ao melodrama. Se em seus filmes anteriores o uso dessas convenções se dava pela via da rarefação, em Phoenix essa baixa frequência dramática é aplicada em uma mise-en-scène clássica auto-reflexiva que revisita Hitchcock, o filme de holocausto e os temas do cinema alemão. Por esses meios então, Petzold questiona no filme a natureza do pathos melodramático e da crença do espectador.
Cinema, micronarrativas e internet: um olhar sobre o app Studio+
Emilly Belarmino (UFPE)
O trabalho pretende examinar as produções audiovisuais encontradas no aplicativo Studio +, plataforma que se caracteriza por exibir narrativas fílmicas e seriadas de curta duração, realizadas para exibição em dispositivos móveis, tais quais telefones celulares, tablets e smartphones. Interessa-nos pensar a renovação dos modelos de produção, circulação e consumo do audiovisual na web, tendo como foco as relações entre as linguagens audiovisual do cinema e da internet.
Nas fronteiras do Western contemporâneo: De McCarthy aos irmãos Coen
Luiz Felipe Rocha Baute (UNICAMP)
Exploraremos as intersecções entre o romance Onde os Velhos Não Têm Vez (2005), de Cormac McCarthy e o filme Onde os Fracos Não Têm Vez (2007), de Joel Coen e Ethan Coen. Defendemos que ambas as obras compartilham estruturas do gênero Western, porém apresentam desenvolvimentos distintos. Por meio de uma análise comparativa, traçaremos diálogos entre as obras e o gênero, e discutiremos, sobretudo na adaptação cinematográfica, suas potencialidades e desdobramentos na contemporaneidade.
A Virtude do Pragmatismo: analisando o melodrama em “House of Cards”
Giancarlo Casellato Gozzi (ECA-USP)
Esta apresentação consiste em analisar a estrutura melodramática presente na série televisiva “House of Cards”, a partir de uma análise textual em particular de sua terceira temporada. Nela, pretendo examinar como que a estrutura melodramática é aqui utilizada para dar legibilidade moral aos personagens e positivar certas atitudes políticas, em particular o pragmatismo político positivado ao longo das primeiras temporadas, mas a partir da terceira ganhando uma nova faceta moral.

ST Corpo, gesto e atuação – Sessão 2 – Corpo no documentário e mídias sociais

24/10/2018 às 16:30 – Sala 6
A auto-mise-en-scène no cinema de Eduardo Coutinho
Luíza Zaidan (UNICAMP)
De que forma a autorrepresentação determina a estética dos documentários de Eduardo Coutinho? A apresentação abordará a relação entre realizador, personagem e ator nos filmes “Jogo de Cena”, “Moscou” e “As Canções”. Utilizaremos o conceito de auto-mise-en-scène, adotado pelo ensaísta Jean-Louis Comolli, para compreender os mecanismos através do quais o sujeito filmado produz sua própria mise-en-scène e como isso conflui para uma construção compartilhada da mise-en-scène do filme.
A batalha do passinho: corpo, performance, mise-en-scène documentária
Cristiane da Silveira Lima (UFSB)
Propomos uma breve reflexão sobre corpo e performance na mise-en-scène documentária, tomando como ponto de partida o filme A batalha do passinho (Emílio Domingos, 2013), que aborda o fenômeno da dança do passinho nas periferias cariocas. Para além da gestualidade e do saber-fazer que os corpos colocam em cena, a noção de performance permitirá abordar a globalidade do processo, que envolve formas de sociabilidade, circulação de afetos e desejos, bem como conformações de ordem social.
Só um tapinha? Corpo e política no audiovisual nas redes sociais
Adil Giovanni Lepri (UFF)
Pretende-se produzir uma reflexão sobre o audiovisual no contexto das redes sociais a partir de dois exemplo de vídeos ligados ao discurso político, tomando um exemplo do canal “Mamaefalei” e uma paródia deste. A partir de elementos como a intertextualidade, interatividade, o uso do corpo e da retórica do excesso através da repetição deseja-se revelar uma forma de ativismo midiático que traz a afetação corpórea como elemento central na disputa do discurso político através do audiovisual.

Territorialidades: cinema indígena, meio ambiente

24/10/2018 às 16:30 – Sala 7
Territorialidades audiovisuais: narrativas sobre um desastre ambiental
DANIELA ZANETTI (UFES)
Considerando as práticas audiovisuais como dispositivos de produção de territorialidades, o artigo traz análises de vídeos de caráter documental disponibilizados no YouTube que tratam das consequências ambientais e sociais provocadas pelo rompimento de uma das barragens da empresa Samarco em Mariana, Minas Gerais (MG), em novembro de 2015. Os materiais audiovisuais examinados têm como foco os modos como esse desastre, que poluiu todo o Rio Doce, afetou diversos territórios e grupos sociais.
Cinema indígena: transbordamentos estéticos e políticos
GILSON MORAES DA COSTA (UFMT)
Para reafirmar a identidade étnica, lideranças de diferentes etnias agem, estrategicamente, no sentido de tornar o audiovisual um dispositivo central da afirmação cultural dos povos indígenas, propiciando a emergência de um cinema descolonial que apresenta suas singularidades no “campo”[domínio da imagem] e no “ante-campo” [domínio das estratégias de produção]. O corpus desta análise tem como base um conjunto de produções audiovisuais realizadas por cineastas indígenas da etnia Xavante.
Transetnografia em Xapiri: experimentações fílmicas no ritual yanomami
Caio de Salvi Lazaneo (USP-SP)Thomaz Marcondes Garcia Pedro (PUC-sp / Anhembi)
A comunicação propõe uma reflexão a partir de uma entrevista realizada com Laymert Garcia dos Santos e Stella Senra (LAZANEO, PEDRO, 2017) a propósito do filme “Xapiri” (2012) um documentário experimental, poético-obervativo (NICHOLS, 2012) que retrata um ritual xamânico em uma aldeia yanomami. A partir do conceito “cine-transe” (ROUCH, 2003) interessa-nos observar as aproximações e disjunções com o documentário etnográfico (HIKIJI, 2003; RIBEIRO, 2007) e propor a categoria de transetnografia.

Painel – sessão 16: Representações audiovisuais do Brasil – Coordenação: Lívia Perez de Paula

24/10/2018 às 16:30 – Sala 8
Telenovelas brasileiras, mulheres e o problema da drogadição
MARIANA DE ALMEIDA FERREIRA (PPGCLC-Unama)
A telenovela ocupa espaço significativo na Academia como objeto de estudo e nessa investigação nos propomos a discutir as relações que ela estabelece com a realidade social do país, tendo como suporte o gênero do melodrama, e como essa conexão se dá na abordagem de problemáticas como a drogadição a partir de personagens femininas: Mel, de O Clone (2001), Santana, de Mulheres Apaixonadas (2002) e Larissa, de Verdades Secretas (2015), considerando as relações de gênero constituídas nesse processo.
A emergência do personagem nordestino no cinema brasileiro (1923-1969)
Nuno Camilo Balduce Lindoso (UFAL)
Essa pesquisa busca compreender as transformações na representação da masculinidade nordestina no cinema brasileiro no período entre 1923 a 1969, momento de consolidação do nordestino enquanto personagem cinematográfico nacional. Nos filmes do Ciclo de Cinema do Recife (1923-1931), do gênero nordestern e do Cinema Novo (1962-1969) os cineastas buscaram performatizar a masculinidade nordestina a partir de objetivos distintos, porém compartilhando de uma determinada visão sobre o nordeste.
Morte e Sangue Menstrual – O Abjeto em: Amor, Palavra Prostituta
RODRIGO AUGUSTO FERREIRA DE MORAES (UFRJ)
O presente trabalho faz parte de uma pesquisa mais ampla acerca da representação do erotismo e do uso do abjeto na filmografia de Carlos Reichenbach. Para esse seminário será utilizado o filme “Amor, Palavra Prostituta” realizado em 1981, no qual o diretor parte da filosofia pré-existencialista de Soren Kierkegaard para construir uma narrativa que debate as relações de vida e morte e dos abortos clandestinos, utilizando-se do abjeto (morte e sangue) para esse fim.
Luiz Fernando Carvalho e os Brasis saídos do galpão de arte
Victória Ester Tavares da Costa (UFPA)
Luiz Fernando Carvalho tem peculiar maneira de dirigir seus projetos audiovisuais. Em um galpão, põe as ideias para serem observadas, escritas, expressas, discutidas em oficinas ou conversas com os atores e em diálogo com diversos tipos de arte. Esta assinatura transpassa para as atuações, narrativas, cenários e concepções visuais de suas novelas, filmes e séries. Assim, destacarei em suas obras “Hoje é dia de Maria”, “Suburbia”, Velho Chico” e “Dois Irmãos” as interseções artísticas presentes.

Intermidialidade

24/10/2018 às 16:30 – Sala 9
Intermedialidade e Imagem-síntese em As Mil e Uma Noites- volume 2
Thalita Cruz Bastos (Infnet)
A intermedialidade esteve sempre muito próxima da atividade cinematográfica. Nossa proposta é que, nos estudos de cinema contemporâneos, a intermedialidade atua como catalisadora de imagens-síntese no interior das narrativas. Para tal, será analisado o segundo filme da trilogia As Mil e Uma Noites, de Miguel Gomes, o Volume 2 – O Desolado. A reflexões de Ágnes Pethö, Jacques Rancière, Alain Badiou e Thalita Bastos servirão de base para a análise a ser desenvolvida.
Intermidialidade realista, realismo de confronto e historiografia
Marcela de Souza Amaral (UERJ)
O presente artigo abordará a relação entre intermidialidade e realismo no filme O invasor (Beto Brant, 2001), se concentrando na relação entre a música e o cinema; e investigando de que forma a intermidialidade pode ser compreendida como uma ferramenta historiográfica e de produção de uma visão social crítica. Além disso, busca-se responder, na relação com o realismo, se seria o caso de falarmos de uma “intermedialidade realista”?
Palco e intermidialidade no filme O Ébrio (1946) de Gilda de Abreu
Margarida Maria Adamatti (UFSCar)
O Ébrio (1946) de Gilda de Abreu compõe um projeto integrado em cinco mídias, realizado a partir de uma sucessão de transposições intermidiáticas. Se o filme privilegiou o diálogo com a montagem teatral, nossa proposta é avaliar como a presença de uma mídia anterior, no caso o teatro, incidiu na forma fílmica, seja no enredo, na linguagem e na montagem. Nesse sentido, as relações entre palco e tela surgem como instrumento privilegiado de análise fílmica.

Economia política do audiovisual

24/10/2018 às 16:30 – Sala 10
Polo Audiovisual da Zona da Mata: Aceleradora Transmídia
João Carlos Massarolo (UFSCar)
Os arranjos produtivos locais (APL Audiovisual) são territórios econômicos estruturados com o apoio de políticas públicas, com o objetivo de promover a diversidade da produção audiovisual regional. Pretende-se assim, discutir a iniciativa ‘Aceleradora Transmídia’, integrada ao Projeto Estações Criativas do Polo Audiovisual da Zona da Mata, que busca gerar novos formatos e produtos, bem como alcançar novos públicos, e expandir o o acesso às obras audiovisuais para além dos mercados tradicionais.
Economia da dádiva como marca na produção de cinema para web
Miriam de Souza Rossini (UFRGS)
Partindo de mapeamento e entrevistas feitos para a pesquisa Cinema dos Novos Tempos: experimentação de formatos audiovisuais narrativos e a circulação em múltiplas telas, desenvolvido no PPGCOM/UFRGS, a proposta é discutir o modelo de financiamento das produções audiovisuais ficcionais para web, a partir da discussão teórica sobre a Economia da Dádiva, e o modo como esse modelo repercute no cinema brasileiro de baixo orçamento, moldando um projeto político-estético para essas produções.

ST Interseções Cinema e Arte – Sessão 2 Movimento/Estase

24/10/2018 às 16:30 – Sala 11
Algumas perspectivas sobre a filmagem de objetos estáticos
Ian de Vasconcellos Schuler (UERJ)
Nesse trabalho abordamos um debate bastante particular para as teorias do filme: como a câmera (cuja “inovação” técnica em boa parte se define pelo registro do movimento) pode se comportar diante de objetos estáticos, que levam a ação (força motriz da narrativa) a um estado de inércia? De outro modo, como uma “arte temporal”, o cinema, pode se comportar diante de modalidades fixas, como a pintura? Apresentaremos algumas perspectivas, delineadas por distintos cineastas e teóricos.
Tableau vivant como dispositivo: uma análise de Na Ventania
NINA VELASCO E CRUZ (UFPE)
O filme estoniano Na Ventania (2014) chama atenção do espectador por ser construído em sua quase totalidade com planos-sequência formado por travellings de cenas completamente estáticas, remetendo ao dispositivo dos tableaux vivants. O artigo explorará os elementos constitutivos desse dispositivo, ressaltando sua potência estética fundada na dialética entre estaticidade e movimento, e discutindo a função narrativa que possui no filme em questão.
Três estratégias do fotográfico no cinema
Annádia Leite Brito (PPGCOM-UFRJ)
Através da análise dos curtas-metragens A festa e os cães, de Leonardo Mouramateus, Monstro, de Breno Baptista, e Flash Happy Society, de Guto Parente, percebem-se suas formas de uso do fotográfico (BELLOUR) no cinema. Investigam-se a permanência do índice (ROSEN) e a remediação das mídias analógicas do cinema e da fotografia nas tecnologias digitais utilizadas (BOLTER; GRUSIN), observando nos meios de realização a presença de uma carga histórica das tecnologias de formação de imagem anteriores.

ST Montagem Audiovisual: reflexões e experiências – #2: Cartografias da Montagem Cinematográfica

24/10/2018 às 16:30 – Sala 12
Efeitos visuais de transição nos vencedores do Oscar de Montagem
Vinicius Augusto Carvalho (ESPM)
A pesquisa apresenta o mapeamento dos efeitos visuais de transição (fade, fusão, wipe) realizado nos 84 filmes vencedores do Oscar de Melhor Montagem (1935-2018). O objetivo foi investigar as pontuações visíveis nas narrativas fílmicas e analisar possíveis relações com inovações tecnológicas. O levantamento permitiu identificar a evolução histórica no emprego das transições nos períodos pré e pós edição não-linear, revelando a tendência de queda no uso de pontuações no conjunto pesquisado.
Afogando em Números: Digitalização e a Força de Trabalho da Montagem
Silvia Okumura Hayashi (ECA – USP)
A digitalização provocou mudanças no mundo do trabalho dos profissionais que fazem do audiovisual o seu ofício. Com desaparecimento do suporte físico do filme, parte do trabalho da montagem pode agora ser atomizado e delegado para o comando de softwares. Se protagonismo da montagem no audiovisual digital se mostra cada vez mais evidente, a atuação do montador se encontra paradoxalmente num momento de instabilidade diante do potencial das recentes tecnologias de automação da montagem.
Francisco Sérgio Moreira, montador
Elianne Ivo Barroso (UFF)
Traçar a trajetória profissional de Francisco Sérgio Moreira (1950-2016) como montador de diversos curtas e longas metragens brasileiros buscando compreender o potencial criativo do seu trabalho e se há um estilo próprio de montagem. Pretende-se também avaliar qual o papel da sua formação de montador no desempenho de suas outras atividades no audiovisual tais como pesquisador de imagem, preservador e sobretudo como restaurador de filmes.

ST Mulheres no cinema e audiovisual – Sessão 2 – Cinema e Feminismo

24/10/2018 às 16:30 – Sala 13
Hito Steyerl e Virginie Despentes: cinema como estética de resistência
Gabriela Machado Ramos de Almeida (ULBRA)
Esse trabalho aborda a obra fílmica e teórica de Hito Steyerl e Virginie Despentes. Realizadoras de filmes situados entre o documentário, a autoficção e a ficção, essas artistas podem ser pensadas à luz do que Preciado (2007) chama de um feminismo lúdico que encontra no audiovisual, na literatura ou na performance seus espaços de ação. Busca-se questionar, assim, se é possível pensar nessa produção como mecanismo estético de resistência às normatividades sexuais no capitalismo.
À SOMBRA DA FEMME FATALE: algumas personagens femininas em Tarantino
Carolina de Oliveira Silva (UPM)
Este artigo discute aspectos da infantilidade como construção das personagens femininas nos filmes Kill Bill, À Prova de Morte e Django Livre de Quentin Tarantino. Ao analisar as protagonistas, explicamos os desdobramentos designados a figura da femme fatale em meio as prerrogativas do pós-feminismo. Utilizando autores como Helen Hanson (2007), Slavoj Zizek (2009) e Beatriz Preciado (2014), expomos não apenas a ênfase na vitimização ou sexualização da figura feminina, mas em sua criticidade.

Cinema português

24/10/2018 às 16:30 – Sala 14
Identidade e Humanismo: ecos do projeto “Os Gigantes do Douro”.
Mariana Veiga Copertino Ferreira da Silva (UNESP FCL/Ar)
Esta comunicação tem como intenção observar, na obra de Manoel de Oliveira, as remissões do projeto “Os gigantes do Douro”, argumentado pelo realizador português em 1934. Para tanto, propõe-se a análise desse aspecto em filmes como Acto da Primavera (1963), Vale Abraão (1993), O estanho caso de Angélica (2010), dentre outros.
O animal errante: natureza, corpo e paisagem em O Ornitólogo
João Victor de Sousa Cavalcante (UFPE)
O trabalho elabora questionamentos sobre a relação entre corpo e paisagem no filme O Ornitólogo (2016), com o intuito de pensar a floresta como um espaço limítrofe e heterogêneo, que emerge na narrativa fílmica como uma zona autônoma. Interessa-nos pensar como a interação do personagem com o ambiente aciona uma ecologia fílmica que problematiza a relação fronteiriça natureza-cultura, a partir do processo de imersão na paisagem e na vivência com o animal.
Os pobres no cinema épico de Glauber Rocha e no de Manoel de Oliveira
Renata Soares Junqueira (UNESP)
Esta comunicação propõe uma comparação de ACTO DA PRIMAVERA (1963), de Manoel de Oliveira, com BARRAVENTO (1961), de Glauber Rocha. O meu intuito é demonstrar como a representação dos pobres se faz, em ambos, por meio de um método disjuntivo de articulação do discurso cinematográfico que tende a evitar, à maneira do teatro épico de Brecht, a identificação compassiva ou precipitada do espectador com o pseudo-heroísmo ou com o pathos das personagens.

Lançamento de Livros

24/10/2018 às 18:00 – Sala Centro de aulas D da UFG

Fórum da Pós-Graduação

24/10/2018 às 19:00 – Sala Centro de aulas D da UFG

 
 

25/10/2018


ST Cinema Negro africano e diaspórico – Narrativas e representações – sessão 3

25/10/2018 às 09:30 – Sala 1
Sankofa: Afrofuturismo, diáspora negra e temporalidade
KENIA CARDOSO VILACA DE FREITA (UNESP)
A partir de uma análise do filme “Sankofa” (1993) de Haile Gerima esta comunicação se propõe a pensar a utilização do recurso da viagem temporal nas narrativas fílmicas negras. No filme de Gerima, a protagonista Mona é transportada dos anos 1990 para o passado em uma fazenda escravocrata do sul dos EUA. A partir dessa viagem temporal. Mona é confrontada com seus traumas históricos individuais e coletivos. A discussão será feita com suporte do campo estético e político do afrofuturismo.
Encenar deslocamentos, povoar imagens: o cinema de A. Sissako
Hannah Serrat de Souza Santos (UFMG)
Propomos investigar o cinema de Abderrahmane Sissako, a partir dos filmes “A vida sobre a terra” (1998) e “Heremakono” (2002). Interessa-nos compreender como, ao colocar em cena deslocamentos e migrações, seu cinema constitui modos de aparição dos povos africanos, tendo em vista especialmente os pensamentos políticos de Frantz Fanon e Achille Mbembe. Buscamos analisar, ainda, como esses filmes abordam, poética e politicamente, experiências diaspóricas contemporâneas no oeste africano.

ST Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados – Colonização/descolonização e fronteiras

25/10/2018 às 09:30 – Sala 2
Escapando da Colonia: Zama e Joaquim
Antonio Carlos Tunico Amancio da Silva (UFF)
Dois filmes latino-americanos contemporâneos, Zama e Joaquim, têm muito a dizer sobre suas sociedades ( argentina e brasileira) e sobre o modo como está sendo reescrita a história por suas cinematografias, tanto enquanto modalidade retórica quanto re-escritura política.
O genocídio no rio Putumayo em filmes da Amazônia brasileira e peruana
Sávio Luis Stoco (USP)
Seis filmes realizados por Silvino Santos durante 1910 e 1920 tematizaram a região do oriente peruano no contexto das acusações de tortura e extermínio de indígenas trabalhadores na região do Rio Putumayo ou Içá. Essas produções foram demandadas pela elite comercial do Peru e do Brasil. Os filmes em questão são Rio Putumayo (1913), Indios witoto do rio Putumayo (1916), Scenas amazônicas (1919), O oriente peruano (1920), Amazonas, maior rio do mundo (1920) e No paiz das Amazonas (1922).
Fronteiras audiovisuais: cruzamentos clandestinos México – EUA
Maurício de Bragança (UFF)
Pensamos as narrativas audiovisuais sobre o muro México-EUA como lugar de destaque nos repertórios de ambos os países. Liminaridade e ambivalência permeiam esses relatos e elegemos três aspectos comparativos: o trânsito dos indocumentados, o narcotráfico e o estatuto do mexicano-americano. Percebemos o muro não apenas nos fluxos de seu atravessamento, mas também na permanência deste emblema da interdição na experiência deste sujeito em novas territorialidades marcadas pelos ilegalismos.

ST Cinema brasileiro contemporâneo: política, estética, invenção – Sessão 3

25/10/2018 às 09:30 – Sala 3
A domesticação de imagens públicas em No intenso agora.
Patricia Furtado Mendes Machado (PUC-Rio)Thais Blank (CPDOC/FGV)
Propomos analisar o uso das imagens públicas e privadas em No intenso agora, de João Moreira Salles. Tendo como ponto de partida as imagens amadoras produzidas por sua mãe em uma viagem à China, o cineasta reflete sobre acontecimentos políticos que marcaram a década de 1960, como o maio francês, a Primavera de Praga e ditadura militar no Brasil. Nos interessa investigar como o filme transporta para a esfera familiar e doméstica essas imagens que foram produzidas no espaço público.
Retratos de identificação: entre mug shots e imagens clandestinas
Ricardo Lessa Filho (UFPE)
Retratos de identificação oferece, a partir de sua montagem arquivista e cinematográfica, uma nova legibilidade histórica para as imagens realizadas pela Ditadura Militar Brasileira. No caso, os mug shots e as imagens capturadas de maneira clandestina pelos militares para acusar os então “inimigos” do regime. Alçadas ao tempo, tornadas arquivos, estas imagens comprovam toda a violência e toda a perversão perpetradas pelos órgãos militares a partir de 1964.
Fazer ver, fazer cidade: o reemprego como desvio e invenção
Aline Bittencourt Portugal (–)Érico Oliveira de Araújo Lima (UFF e Paris 3)
Esta proposta visa discutir a íntima relação entre operações de visualidade (como mostrar, o que mostrar, em qual velocidade), e a produção do espaço urbano. Nos debruçaremos sobre curtas brasileiros recentes que realizam um reemprego crítico de imagens associadas aos poderes de gestão da vida social, visando perceber de que maneira – através de seus procedimentos cinematográficos – os filmes esgarçam ou torcem as lógicas visuais desses poderes, e inventam outros projetos de cidade.

Painel – sessão 3: Cinema brasileiro contemporâneo: estéticas, poéticas e narrativas de si – Coordenação: Marília Xavier de Lima

25/10/2018 às 09:30 – Sala 4
Ideais de Modernidade no Cinema Brasileiro de Ficção Científica
Maria Estela Silva Andrade (USP)
A partir do discurso que atravessa gerações e diz que “o Brasil é a nação do futuro”, investigamos se essa expectativa se faz presente no cinema brasileiro de ficção científica contemporâneo, tendo como metodologia a união da semiótica greimasiana a métodos de análise fílmica. Como resultado, esperamos revelar nas produções que compõem o corpus, sentimentos e opiniões acerca do projeto de nação implementado no passado recente do país.
A Protagonista Nordestina no Cinema Brasileiro Contemporâneo
Maysa Santos da Silva (UFS)
Este estudo pretende refletir sobre a representação das mulheres nordestinas no contexto do cinema brasileiro contemporâneo a partir de protagonistas de filmes que foram realizados no Nordeste, abordando elementos estéticos, históricos, culturais e identitários dessas protagonistas a partir da análise de obras que retratam o tempo presente. Tendo como objeto o longa metragem “Aquarius” (2016), de Kleber Mendonça Filho, e sua protagonista “Clara”, interpretada por Sônia Braga.
O uso eficiente do foto-filme no cinema de Kleber Mendonça Filho
Reginaldo do Carmo Aguiar (UNICAMP)
Este trabalho tem como objetivo avaliar o uso e a apropriação de imagens fixas montadas em movimento de 5 filmes importantes do diretor Kleber Mendonça Filho. O trabalho analisou as variáveis técnicas visuais e sonoras no tempo e espaço; o conteúdo e as emoções produzidas por meio da teoria e prática cinematográfica de Noël Burch. A análise revelou o uso eficiente do foto-filme pelo diretor de maneira criativa, estratégica, estética, contextual, emocional, rápida e econômica.
DISTOPIA E REPARAÇÃO POLÍTICA NA CEILIÂNDIA DE ADRIRLEY QUEIRÓS.
Mariana Lucas (PUCSP)
Objetiva-se por meio deste, analisar os longas metragens do diretor Adirley Queirós: “A Cidade é uma só?” (2011) e “Branco sai, preto fica” (2014). Através do signo da disputa territorial enquanto alegoria dos limites da democracia brasileira, à medida em que do esgotamento, novas estratégias formais emergem enquanto tentativa de resposta a conjuntura de crise.

Painel – sessão 11: O vetor do ensaio fílmico – Coordenação: Maria Leite Chiaretti

25/10/2018 às 09:30 – Sala 5
O ensaísmo em Sans Soleil e Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo
Natália Lago Adams (UTP-PR)
O trabalho apresenta uma análise comparativa entre o documentário ‘Sans Soleil’ (1983), de Chris Marker, e o drama ficcional ‘Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo’ (2009), de Marcelo Gomes e Karim Aïnouz. O objetivo da pesquisa é apontar cruzamentos entre realidade documental e ficção no segundo filme, a fim de aproxima-lo do estilo de filme-ensaio, ao qual pertence a obra de Marker, por meio da identificação elementos desta no longa-metragem brasileiro em questão.
One Way Street e Notas Flanantes: o cinema australiano e brasileiro
Sofia Carolina da Silva (UNICAMP)
A proposta de painel pretende analisar comparativamente os possíveis encontros que há entre o média metragem ‘Notas Flanantes’ (2009) da cineasta e artista plástica brasileira Clarissa Campolina com o filme One Way Street (1992) do diretor australiano John Hughes. A exposição pretende dialogar, principalmente, com os conceitos de filme ensaio apresentados por RASCAROLI (2009) e TEIXEIRA (2015).
A iconografia suja em O Jardim das Espumas: contribuições à videodança
Elisson Tiago Barros Amate (UFBA)
Rosemberg Filho herda do maio francês de 1968 a atitude contestatória de um dispositivo anti-Hollywood, infundindo-se da experiência cinemanovista que pensa o corpo nos trópicos. Seu segundo longa-metragem, O Jardim das Espumas (1970), evidencia a crítica ao espetáculo moderno a partir de um laboratório corporal que incide sobre a miséria, a violência e o caos. Essa “iconografia suja” prenuncia experimentações contemporâneas em corpo-câmera na contramão da forma dança-cinema.
Súbitas aparições de Jafar Panahi
Breno Almeida Brito Reis (UFC)
Sendo o gesto de autoinscrição pivotal na resistência do realizador iraniano Jafar Panahi à proibição judicial de exercer seu ofício, analisamos os modos de Panahi se inserir e atuar em seus filmes Cortinas fechadas (2013) e O Espelho (1997). A partir das relações entre o engajamento corporal do realizador e a autorreflexividade fílmica, demonstramos como a presença intrusiva de Panahi modula a cena para tornar sensíveis as interdições das visibilidades.

ST Teorias e análises da direção de fotografia – Sessão 3

25/10/2018 às 09:30 – Sala 6
Fotografia cinematográfica no filme documentário
Matheus José Pessoa de Andrade (UFPB)
Qual a diferença da fotografia cinematográfica entre os filmes de ficção e documentário? Nosso intuito é apontar algumas especificidades da fotografia cinematográfica no filme documentário. Nessa perspectiva, discorremos sobre ficção e documentário enquanto estilo fotográfico. Amparando-nos numa análise comparativa a partir do conceito de diegese, empregado ao filme de ficção clássico, acreditamos poder refletir sobre fotografia cinematográfica do documentário, considerando-o como não-diegético.
Chiaroscuro na cinematografia de Cabra Marcado Para Morrer
André Fonseca Besen (ECA-USP / PPGCOM)
A proposta desse trabalho é analisar o desenvolvimento conceitual e técnico do trabalho da Direção de Fotografia, através da pesquisa de um elemento imagético, a manipulação de claro e escuro, chiaroscuro. O intuito é localizar a importância do chiaroscuro no paradigma técnico cinematográfico e, através dessa análise, distinguir o exercício técnico e conceitual da cinematografia, justificando o chiaroscuro, também, como um elemento com potencial conceitual de significação.
A profundidade de campo como recurso narrativo e estilístico
Bertrand de Souza Lira (UFPB)
A profundidade de campo, técnica aliada do cinema desde a sua origem, e a encenação em profundidade, estão presentes na mise-en-scène de diferentes diretores em todo mundo, do cinema clássico ao contemporâneo. Pretendemos discutir aqui o seu uso enquanto elemento estético e narrativo em Cidadão Kane (Orson Welles, 1941) e Elegia de Osaka, (Kenji Mizoguchi, 1936), o primeiro com o propósito de intensificar o drama e o segundo de desdramatizar a ação principal ao encená-la em planos distanciados.

ST Cinema e Educação – Sessão 3

25/10/2018 às 09:30 – Sala 7
A presença negra em Abolição: uma perspectiva pedagógica Decolonial
Fábio José Paz da Rosa (UFRJ/UNESA)
Este trabalho visa compreender de quais formas a presença negra se constitui em Abolição (1988), de Zózimo Bulbul, por meio de corporeidades, estéticas e histórias. O cineasta propõe uma pedagogia singular em que o filme evidencia novas epistemologias quando os conhecimentos são presentificados pelas análises de intelectuais negros. Dessa forma, o documentário constitui uma pedagogia decolonial ao questionar as opressões e reconceituar a existência por meio de oralidades antes subalternizadas.
Oficina de cinema com mulheres: na busca por uma pedagogia feminista
Maíra Norton (PPGE UFRJ)
O caráter pedagógico do cinema se encontra na possibilidade de fabulação e recriação do mundo. No entanto, essa reorganização criativa do mundo a partir das imagens se deu predominantemente sob o prisma da desigualdade sexual, racial e social. De que maneira então o debate sobre gênero se apresenta dentro do campo de cinema e educação? Temos por objetivo investigar as possibilidades de trabalhar sob uma perspectiva feminista as experiências pedagógicas das oficinas de cinema com mulheres.
VIOLÊNCIA NA ESCOLA – O QUE O CINEMA TEM A VER COM ISSO?
Alexandre Silva Guerreiro (UFF)
As discussões acerca dos modos como o cinema pode/deve estar na sala de aula contribuem para o debate da violência na escola. Partindo de duas propostas de exibição do filme “Vazante” no contexto escolar, propomos refletir sobre como esta exibição pode ser marcada, por um lado, pela invisibilização das desigualdades sociais, e por outro lado, por uma efetiva contribuição ao combate à violência na escola através dos estudos de recepção (ODIN, 2005) e da dimensão estética do filme.

Painel – sessão 8: Gênero e sexualidades, corporalidades e desejos: imagens da diferença – Coordenação: Carolina de Oliveira Silva

25/10/2018 às 09:30 – Sala 8
Câmara de Espelhos e o Feminismo do Cinema Independente Contemporâneo
Yanara Cavalcanti Galvão (UFS)
No presente trabalho traçamos uma breve descrição do documentário Câmara de Espelhos (Déa Ferraz, 2016) para em seguida apontarmos potências estéticas e políticas do cinema independente contemporâneo feito por mulheres. Para tanto, revisitamos textos balizares da literatura feminista do cinema com o ensaio Prazer visual e cinema narrativo, da realizadora e crítica feminista Laura Mulvey (1983) e A tecnologia de gênero, da historiadora Teresa de Lauretis (1994).
Relações de gênero e representação em filmes de Ozualdo Candeias
Susana Aparecida dos Santos (UFSCar)
A proposta deste trabalho é apresentar uma análise, a partir da teoria feminista, de três filmes dirigidos por Ozualdo Candeias na década de 1980. O objetivo é reler a contrapelo essas obras, focando na linguagem cinematográfica para encontrar aberturas/fendas para representações de gênero dissidentes da estrutura conceitual tradicional (de oposição entre os sexos biológicos), ou que demonstrem o funcionamento do sistema de gênero na representação das personagens femininas.
Fissuras na representação da sexualidade feminina: Desejo e Repressão
Virgínia Jangrossi (UFSCar)
Através do estudo de duas personagens femininas do seriado Grey’s Anatomy (Shonda Rhimes, 2005 – ) visa-se analisar o modo como a série apresenta a objetificação gerada pelo olhar masculino e a expressão dos desejos e impulsos sexuais das mulheres, com o intuito de mostrar se elas sofrem algum tipo de punição ou culpa. Assim, tem-se como objetivo avaliar se, historicamente, a série traz avanços na representação ativa do desejo feminino ou se mantém uma perspectiva conservadora.
“New Queer Cinema” e traços de heroísmo no cinema gay de Karim Aïnouz
Everaldo Asevedo Mattos (UFBA)
Propõe-se a análise, à luz dos enunciados da teoria “queer” e do “New Queer Cinema”, da representação da sexualidade dos protagonistas homossexuais dos filmes “Madame Satã” (2002) e “Praia do Futuro” (2014), ambos roteirizados e dirigidos pelo cineasta brasileiro Karim Aïnouz, bem como o possível enquadramento da construção narrativa da jornada destes personagens sob os moldes do herói monomítico/clássico ou do herói moderno/anti-herói, de forma a ressaltar o valor simbólico desta representação.

Cinema e feminismo

25/10/2018 às 09:30 – Sala 9
A experiência do movimento Mulheres no Audiovisual PE
Cristina Teixeira Vieira de Melo (UFPE)
Nesse trabalho, a partir da noção de dispositivo bem como dos estudos de Foucault sobre ética e estética da existência, buscamos pensar o movimento Mulheres no Audiovisual de Pernambuco (MAPE) como uma comunidade de mulheres que a partir de seus laços de amizade, valores e sentimentos opera um contradispositivo que faz ver e faz falar um sujeito feminista que reivindica para si outras formas de olhar e ser olhado.
MULHERES CINEASTAS E ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA: TESSITURAS DA OBRA-VIDA
Juslaine de Fátima Abreu Nogueira (Unespar)
Esta trabalho debruça-se sobre a filmografia de duas cineastas – Agnès Varda e Petra Costa – e suas conexões com a produção de um pensamento ético-político-estético que persegue a elaboração da vida na e como obra de arte. Para tanto, busca-se amparo nas contribuições de Foucault sobre estética da existência, mobilizando a questão sobre como a arte e a vida corporificada podem reverberar, indissociavelmente, uma atitude que busca criar outros modos do viver consigo mesma e do viver-em-comum.
O Cinema de Marta Nassar e Jorane Castro
Alexandra Castro Conceicao (Unicamp)
O presente projeto trata sobre as obras cinematográficas de duas cineastas paraenses, Marta Nassar e Jorane Castro, o objetivo deste vai além apenas de retratar ou registrar as obras de ambas artistas, o objetivo maior é dar a devida importância para a participação feminina na história do cinema paraense, a qual se possui pouco, ou quase nenhum, registro ou informações sobre as mulheres que participam da criação e desenvolvimento do cinema no Pará.

ST Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil – Sessão 3

25/10/2018 às 09:30 – Sala 10
Um lugar não tão silencioso: mecanismos de domesticação da plateia
JOSE CLAUDIO S CASTANHEIRA (UFSC)
Este trabalho propõe a análise de determinadas práticas de silenciamento na sala de cinema. A sofisticação de mecanismos de som e imagem faz parte das estratégias de treinamento e domesticação das plateias. O silêncio produz um efeito de autorreflexão, pondo em questão a posição passiva da audiência. Ao mesmo tempo, ao evidenciar uma série de elementos não narrativos, estimula um tipo de percepção háptica do filme e do espaço e uma relação de troca entre o corpo do espectador e o corpo do filme.
Espectadores gays, salas de cinema e estratégias de sociabilidade
JOCIMAR SOARES DIAS JUNIOR (PPGCine-UFF)
Tendo como ponto de partida os estudos de Brett Farmer, que teorizam as espectatorialidades homossexuais e suas decorrentes estratégias de sociabilidade dentro e fora das salas de cinema, este trabalho procurará esboçar maneiras de pensar a questão da espectatorialidade gay no Brasil. Para isto, serão articuladas as ideias de autores como Shari Roberts e Fernando Balieiro acerca da figura autoparódica de Carmen Miranda como locus de releituras e reapropriações por espectadores gays.
Assimetrias raciais e de gênero sob a perspectiva da recepção fílmica
Ceiça Ferreira [Conceição de Maria Ferreira Silva] (UEG)
A partir de um estudo de recepção fílmica em grupos, realizado com a aplicação do modelo codificação/decodificação de Stuart Hall, este trabalho analisa as leituras das/dos participantes sobre as assimetrias vivenciadas pelas personagens femininas (Maria e Virgínia) no filme Bendito Fruto (Sérgio Goldenberg, 2004) e como estas interpretações conformam, negociam e/ou ressignificam os imaginários sobre gênero e raça vigentes na sociedade brasileira.

Realidade virtual, dispositivos, interatividade, imagens complexas

25/10/2018 às 09:30 – Sala 11
Dispositivo, ambiente web e estrutura narrativa em Amizade Desfeita
Jamer Guterres de Mello (UAM)Juliana Monteiro (UAM)
Este trabalho procura analisar a estrutura narrativa de Amizade Desfeita (Unfriended, Levan Gabriadze, 2014) e investigar de que modo um novo ambiente de exibição proporciona alterações no sistema formal do filme (BORDWELL; THOMPSON, 2008). A discussão se baseia ainda na adequação do produto audiovisual ao meio de dispersão (LOBATO, 2012) e em novos recursos expressivos no ambiente web (MURRAY, 2003). A análise será proposta de modo comparativo a outros tipos de narrativas cinematográficas.
Sentir com: o espectador empático das instalações em realidade virtual
CRISTIANE MOREIRA VENTURA (IFG)
Em tempos de hiperconectividade, de excessos de informações, como afetar o espectador, causando empatia às realidades sociais e sensoriais alheias? A partir das obras de realidade virtual Carne y Arena (virtualmente presente, físicamente invisible) de Iñárritu, e Notes on blindness: into darkness de Peter Middleton and James Spinney, analisamos como as tecnologias potencializam o “sentir com”, na experiência sensorial, constituindo outros níveis de compreensão e empatia com e do outro.
Imagens complexas da alteridade em narrativas audiovisuais de conflito
José Augusto Lobato (USJT)
Este trabalho propõe investigar a representação da alteridade em narrativas audiovisuais em plataformas digitais, tomando como objeto vídeos publicados na série multimídia “Um Mundo de Muros” (Folha de S. Paulo). Com base nas teorias da imagem e nos estudos de linguagem, discutimos aspectos relacionados à complexidade visual na contemporaneidade e observamos como a enunciação de conflitos é feita nos materiais, com foco na ênfase testemunhal, na tradução de alteridade e na evocação afetiva.

Estendendo a ideia de gênero no cinema brasileiro

25/10/2018 às 09:30 – Sala 12
A Revitalização do Cangaço no Cinema Brasileiro Contemporâneo
Marcelo Dídimo Souza Vieira (UFC)
O Cangaço foi retratado no cinema brasileiro em épocas distintas e de diversas formas. O gênero teve seus primórdios nos anos 1920, criou raízes na década de 1950, se fortaleceu a partir de 1960, entrou em crise na década seguinte e ressurgiu nos anos 1990. No novo milênio, o Cangaço somente foi reaparecer nos anos 2010, revitalizando o gênero com os filmes: Os Últimos Cangaceiros (Wolney Oliveira, 2012); Aos Ventos que Virão (Hermano Penna, 2014); e A Luneta do Tempo (Alceu Valença, 2016).
Avacalha e se esculhamba? Cinema Cafajeste, paródia e mal-estar
Daniel P. V. Caetano (UFF)
Conforme é observado nos estudos dedicados ao período, a maior parte dos filmes agrupados dentro do chamado Cinema Marginal rompia com as convenções narrativas, entre outras razões, pela recusa a aspectos de apresentação de tramas e motivações dos personagens. Outra parte dos filmes daquele período, no entanto, se caracterizava por cumprir essas convenções numa chave explicitamente irônica. Esta apresentação pretende retornar ao mal-estar daquele cinema e compreender sua persistência.
Trânsitos narrativos e produtivos entre pornochanchada e telenovela
Guilherme Fumeo Almeida (UFRGS)Vanessa Kalindra Labre de Oliveira (UFRGS)
Esse trabalho tem por objetivo analisar os trânsitos narrativos e de profissionais entre a pornochanchada e a telenovela, ocorridos na década de 1970. Considerando-os enquanto gênero cinematográfico comercial e de produção teledramatúrgica, respectivamente, leva-se em conta tanto suas especificidades quanto o contexto social, político e cultural que criou as bases para a existência desse diálogo.

Cinema brasileiro 1

25/10/2018 às 09:30 – Sala 13
A pedra no sapato de Carlos: leituras camuseanas em São Paulo S.A.
Juliano Rodrigues Pimentel (IFRS)
Este estudo dá conta dos primeiros resultados de uma investigação mais ampla sobre a constituição de um modelo narrativo existencialista dentro do cinema brasileiro dos anos 60 distanciado das questões do cinema novo. Neste estudo de caso, foram averiguadas possíveis aproximações entre a materialidade filosófica e narrativa do Mito de Sísifo de Albert Camus e a trajetória narrativa do personagem Carlos em São Paulo S.A. de Sérgio Person.
BRASÍLIA, BRASÍLIA. Dois olhares sobre juventude no cinema brasileiro.
Flávia Seligman (Unisinos)
Este trabalho analisa a representação da juventude dos anos 1980 na cidade de Brasília em dois filmes diferentes, um feito no calor da hora , O SONHO NÃO ACABOU (1982, Sérgio Rezende) e o outro feito duas décadas depois e inspirado numa das músicas mais famosas da Banda Legião Urbana, FAROESTE CABOCLO (René Sampaio 2013). Nestas duas representações vamos olhar para a questão do jovem e suas particularidades, seus sonhos, suas expectativas e também suas amarguras como o tráfico de drogas.
O imaginário do indigesto no cinema brasileiro
Guilherme Lobão de Queiroz (UnB)
A partir do cruzamento entre a experiência estética do paladar desenvolvida por Perullo e o conceito heideggeriano de ser-em, analisamos manifestações notoriamente estapafúrdias, proibidas, repulsivas e perturbadoras do processo de degustação ou deglutição alimentar usando como referência o imaginário concebido pelo cinema brasileiro, a partir de três filmes: A marvada carne, O monstro legume do espaço e Estômago.

ST Teoria dos Cineastas – Sessão 3 – Propostas dos cineastas: pesquisa, métodos e conceitos

25/10/2018 às 09:30 – Sala 14
(Des)Construindo a função do pesquisador na Teoria dos Cineastas
Marcelo Carvalho da Silva (UFRJ)
Esta proposta tem como objetivo pensar a função do pesquisador de cinema na abordagem Teoria dos Cineastas. Tomaremos a obra de Pier Paolo Pasolini com o intuito de refletir sobre os procedimentos utilizados na pesquisa. Teremos por base o pensamento subjacente em seus filmes, bem como a investigação sobre seus textos que deu origem ao artigo de nossa autoria “Do cinema aos filmes: a semiologia geral da realidade de Pier Paolo Pasolini”, publicado no 1º vol. do livro Teoria dos cineastas.
A noção de verdade na obra documentária de Werner Herzog
Jéssica Pereira Frazão (UFPR)
Esta comunicação tratará do conceito autoral do diretor Werner Herzog denominado Verdade Extática, termo usado para representar momentos sublimes em suas narrativas documentárias. O método utilizado considera tanto os filmes quanto as asserções herzoguianas sobre a ideia de verdade. Dentro da ampla filmografia documentária do cineasta, optou-se por analisar tal perspectiva nas obras O Grande Êxtase do Entalhador Steiner (1974) e Gasherbrum – A montanha luminosa (1984).
Filmes de conversação: uma proposta
Alexandre Rafael Garcia (Unespar, UFPR)
Este trabalho apresenta a hipótese de “filmes de conversação”. São filmes ficcionais sobre situações mundanas, produzidos com equipes técnicas reduzidas, baixos orçamentos e com total atenção dramática no embate verbal entre personagens. A ação se dá pelo ato da conversa, e não necessariamente por acontecimentos externos e/ou provações físicas. Nomes como Rossellini, Rohmer, Linklater e Sang-soo estão ligados a estas produções e compartilham características estéticas, narrativas e de produção.

Mesa Redonda – “A pesquisa sobre imagem e tecnologia na Pós da UFG” – Professores: Ana Rita Vidica (FIC), Alice Martins (FAV), Daniel Chistino e Rodrigo Cássio (Performances/FCS). Mediação: Lara Satler

25/10/2018 às 10:30 – Sala Auditório do Centro de aulas D da UFG

Mesa redonda – Imagem, tecnologia e processos de pesquisa Professores: Ana Rita Vidica (FIC/UFG), Alice Fátima Martins (FAV/UFG, CNPQ), Daniel Chistino e Rodrigo Cássio (Performances/FCS/UFG)

25/10/2018 às 11:30 – Sala Centro de aulas D da UFG

ST Cinema Negro africano e diaspórico – Narrativas e representações – sessão 4

25/10/2018 às 11:30 – Sala 1
Retomar o passado: a escravidão em filmes africanos
Marcelo Rodrigues Souza Ribeiro (UFBA)
Embora exista uma diversificada iconografia da escravidão transatlântica, imaginar a experiência da escravidão é, em alguma medida, confrontar o inimaginável. Por meio da análise exploratória de filmes ficcionais africanos que se dedicam a essa confrontação e ao dever imaginativo que a ela corresponde, esta comunicação interroga as configurações narrativas que conferem legibilidade à história do fenômeno e as articulações de imagem e som que tornam possível inscrevê-lo em formas sensíveis.
Entre o não ser e o ser outro: o cinema decolonal de André Novais
Juliano Gomes (PPGCOM ECO UFRJ)
A proposta deste trabalho é analisar como três curtas do realizador mineiro André Novais (Fantasmas, Pouco mais de um mês, Quintal) se estruturam a partir da construção gradativa de uma indefinição. Os filmes se encaminham para uma espécie de estatuto de incerteza da sua forma de ser, de seu registro. Analisaremos as imagens em diálogos com as ideias de “zona de não ser” (Fanon) e fugitividade (Moten&Harney), em busca de pavimentar um pensamento acerca um cinema decolonial hoje.
Narrativas do urbano nos cinemas africanos – Uma análise de “Félicité”
Ana Camila de Souza Esteves (UFBA)
A partir da relação entre cidade e cinema, analisamos a narrativa do urbano em “Félicité” (2017), de Alain Gomis, e como apresenta, articula e discute aspectos da cultura urbana na cinematografia africana contemporânea. Articulada aos estudos sobre a experiência de cidade neste espectro, esta comunicação é parte de uma pesquisa mais ampla sobre as narrativas do urbano nesta cinematografia, voltando o olhar para as experiências do sujeito africano moderno narradas em seus filmes.

ST Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados – Historiografia, cultura e vanguarda

25/10/2018 às 11:30 – Sala 2
1968 no cinema latino-americano: contracultura e vanguarda
Estevão de Pinho Garcia (USP/IFG)
A Belair, produtora de Rogério Sganzerla e Júlio Bressane, surge em 1970. A tendência do Cine Subterráneo (Edgardo Cozarinsky, Júlio Ludueña, Miguel Bejo) se inicia em 1971. Ambas dinâmicas podem ser compreendidas como expressões do cinema latino-americano que respondem a um contexto global: o emblema 1968. Assim, a partir das noções de contracultura e vanguarda analisaremos a incidência da atmosfera pós-1968 no Brasil e na Argentina através da comparação entre Belair e Cine Subterráneo.

ST Cinema brasileiro contemporâneo: política, estética, invenção – Sessão 4

25/10/2018 às 11:30 – Sala 3
A nação partida: desenvolvimento e cosmopolitismo
Raul Lemos Arthuso (USP)
A partir do cotejo das obras Brasil S/A (Marcelo Pedroso, 2014) e Copa de Elite (Vitor Brandt, 2014), o presente trabalho ensaia um olhar para o retrato da nação realizado pelos filmes, apontando caminhos para o modo como as fraturas da sociedade brasileira foram abordadas no cinema brasileiro contemporâneo, tanto em sua vertente mais autoral quanto no campo do cinema comercial.
“Por Trás dos Escudos”: A violência do Estado e a posição do Cinema
Sylvia Beatriz Bezerra Furtado (UFC)
“Por Trás dos Escudos”, de Marcelo Pedroso, é um filme que se faz no front da guerra que o Estado instaurou sob o comando da polícia de choque. Ao optar por dar visibilidade aos horrores instalados pelo exercício militar da violência contra manifestações populares, o filme se põe a pergunta feita por Jean-Louis Comolli: Como filmar o Inimigo?
Urgência, imaginários fílmicos e construção da memória em “O Processo”
Gabriela Alcântara de Siqueira Silva (AESO)
A apresentação propõe uma reflexão acerca dos modos de produção e estéticas do documentário brasileiro contemporâneo, a partir de um estudo do filme “O Processo” (2018), de Maria Augusta Ramos. Interessa-nos olhar para este filme a partir das considerações acerca do acontecimento e de suas urgências. Levantamos ainda questões acerca dos cruzamentos entre estética, política, adversidades e incertezas ao filmar o aqui e agora. Palavras-chave: Documentário; Memória; Imagem e imaginário.

Painel – sessão 4: Os diversos usos das sonoridades no Cinema Brasileiro – Coordenação: Renan Chaves

25/10/2018 às 11:30 – Sala 4
A vida secreta dos aparelhos: o ruído como regime de opacidade
Igor Araújo Porto (UFRGS)
O trabalho propõe pensar a presença de ruídos de aparelhos como um regime de opacidade no som de cinema. Para isso parte-se da definição dos regimes de opacidade e transparência, segundo Xavier (2012), e de sua relação com o “real”. Depois discute-se o impacto das viradas tecnológicas do cinema para esta problemática. Por fim, pontuaremos exemplos de como os ruídos podem contribuir para um regime de opacidade do dispositivo som no cinema a partir de filmografia recente de Pernambuco.
O filme científico de B. J. Duarte: apontamentos consonantes ao som
Fernanda Teixeira Mendes (UFJF)
Esse trabalho tem por meta refletir sobre alguns aspectos sonoros de seis documentários científicos produzidos pelo paulista B. J. Duarte durante a década de 1960. Como seu intuito era produzir filmes que tivessem valor científico e didático, mas também artístico e como o som é uma ferramenta audiovisual altamente flexível, buscaremos compreender como esse elemento era pensado e construído pelo cineasta.
SONÁRIO DO SERTÃO: experiências sonoras no sertão nordestino
camila machado garcia de lima (UnB)
Esta pesquisa investiga o imaginário sonoro a partir de um acervo de sons registrados pelos sertões da Bahia e Pernambuco pela própria pesquisadora. Entendendo o som como caminho epistêmico para os estudos na comunicação e tendo como alicerce noções como a cultura do ouvir, paisagem sonora, sonosfera e sonoridade dos espaços, esta pesquisa pretende realizar um inventário sonoro da região e entender sua importância afetiva, cultural e social.
Palavras-chave: imaginário, sertão, cultura do ouvir.

Painel – sessão 12: Documentário: forma e conteúdo – Coordenação: Ana Luisa Coimbra

25/10/2018 às 11:30 – Sala 5
Interseções entre o cinema documentário e o cinema experimental.
ANTOINE NICOLAS GONOD D ARTEMARE (UFRJ-ECO)
A apresentação busca explicitar as interseções entre o cinema documentário, o experimental e as artes plásticas na produção contemporânea, a partir do estudo de Cartas à Lumière (2017) de Fabiano Mixo. Pretendemos demonstrar como esse filme, por meio de um dispositivo imersivo, não só desloca as noções clássicas de ponto de vista, enquadramento e instância narrativa, como também propicia uma nova experiência perceptiva e sensível, apresentando novos caminhos estéticos para o cinema documentário.
Ficção seriada e falso documentário em Community
Melissa Fontenele (UFPB)
Este trabalho propõe examinar a construção de episódios singulares que emulam o falso documentário dentro do fluxo padrão das séries de televisão contemporâneas, com foco em Community (2009-2015). Para tal, partimos dos conceitos de efeito de real, de Roland Barthes, pensando-o em relação às obras audiovisuais, e Cultura das Séries, de Marcel Silva. Nesse sentido, procuramos perceber como o estilo do falso documentário se mostra como experimentação narrativa e estilística nas séries atuais.
Com Aleta Valente de Jogo de cena a Ex_Miss_FEBEM
Amanda Brum de Moraes Ponce Devulsky (UERJ)
Este trabalho pretende reunir, apresentar e discutir de uma perspectiva relacional as trajetórias da artista Aleta Valente em sua experiência com imagens de si mesma desde sua participação como personagem no longa-metragem Jogo de cena (2007), de Eduardo Coutinho, até Ex_Miss_FEBEM (2015-2017), obra realizada por ela a partir de postagens de fotografias e vídeos na plataforma Instagram.
A morte em Titicut Follies: O nada como ferramenta dialética
Bruno Alves Ferreira (UFPE)
A partir de uma análise fenomenológica de uma cena de morte no documentário Titicut Follies (Frederick Wiseman, 1967), tenta se compreender os limites representativos deste tipo de imagem e como a montagem dialética é utilizada pelo diretor para lidar com uma característica particular da experiência da morte: o vazio em seu âmago.

ST Teorias e análises da direção de fotografia – Sessão 4

25/10/2018 às 11:30 – Sala 6
O olhar ameaçado: a fotografia dos found footage de horror
Paulo Souza dos Santos Junior (UFPE)
O trabalho analisa como as escolhas de cinematografia imprimem nos found footage de horror um efeito de ameaça, intensificando a sensação de medo e tornando críveis os eventos ameaçadores em tela. Identificamos como pilares construtivos desse conjunto de filmes a visão em primeira pessoa, a câmera diegética, a estética documental e um estilo amador, investigando como a fotografia, sobretudo sob o viés da câmera e textura da imagem, colabora para produção dos efeitos desejados pelos realizadores.
Imagens do Desvario: narrativa visual de estados alterados
TAIS A S NARDI (ECA-USP)
Esta apresentação discute como a direção de fotografia pode contribuir para a representação de estados alterados de percepção, por meio da análise de três filmes brasileiros – Estorvo (2000), de Ruy Guerra, Filme de Amor (2003), de Julio Bressane e A Concepção (2005), de José; Eduardo Belmonte. Partindo da identificação do ponto de vista do narrador e de seus modos de expressão através da imagem busca-se reconhecer um imaginário sobre o desvario no cinema brasileiro dos anos 2000.
A Cinematografia e a Plasticidade Dramatúrgica
Rogério Luiz Silva de Oliveira (UESB)
Estabelecendo interlocução entre sequências de filmes e os estudos de Constantin Stanislavski, propõe-se um exercício conceitual que possibilite refletir sobre a contribuição da direção de fotografia – e seus recursos como operação de câmera e luz -, para a construção da personagem no cinema. A proposição está alicerçada em três unidades estéticas extraídas do pensamento stanislavskiano sobre a atuação: a plasticidade, a expressividade corporal e a perspectiva.

ST Cinema e Educação – Sessão 4

25/10/2018 às 11:30 – Sala 7
Cinema de horror, infância e o governo de corpos femininos
Diogo Oliveira Teles (UFS)Marcos Ribeiro de Melo (UFS)Raul Marx Rabelo Araujo (PPGCine/UFS)
Esta pesquisa propõe, inspirada pela etnografia de tela, analisar o filme “A órfã” de Jaume Collet-Serra (2009). Entre o “real” e o “monstruoso”, o longa nos põe em contato com os “outros” da infância e do feminino, que ameaçam e aterrorizam nossas certezas sobre o que eles são. A proposta visa desestabilizar saberes e poderes sobre o que é ser criança e o que é ser mulher, problematizando o governo de suas condutas e questionando os sentidos a eles atribuídos.
Cinema-ensaio e memória: ensaísmo como prática pedagógica
Álvaro Renan José de Brito Alves (UFPE)
O ensaísmo no cinema cumpre papel importante na construção de uma memória social e histórica do mundo e do cinema. Por operar a partir do pensamento sobre a imagem, a prática ensaística devolve tanto ao realizador quanto ao espectador a responsabilidade sobre os sentidos presentes na articulação entre imagem e som. Trata-se de uma operação eminentemente ética e estética, portanto, política. A partir de conceitos como ensaio, rememoração e jogo, investigamos agora suas possibilidades pedagógicas.

Sonoridades, horror, temporalidade

25/10/2018 às 11:30 – Sala 8
O Espírito da Mídia: assombrações digitais no cinema de horror
Klaus Berg Nippes Bragança (UFES)
Fantasmas vêm assombrando o cinema desde sua origem. A partir da formação de códigos específicos para o horror, espectros tornaram-se um recurso de linguagem frequentemente renovado através de inúmeras técnicas de representação visual. A invisibilidade do mundo sobrenatural foi gradativamente possuída pela materialidade fílmica do horror até finalmente ser digitalizada pela tecnologia de mídia. Este trabalho investiga as evocações espirituais da mídia digital representadas pelo cinema de horror.
À Procura de Um Lugar Silencioso Nas Salas de Cinema
Mauricio Gomes da Silva Fonteles (UnB)
O ato de ir ao cinema é um ato de interpretação sonora, uma ato de se colocar para ouvir um filme, além das imagens, porém os filmes se demonstram cada vez mais ruidosos. No artigo construiremos uma relação entre os filmes: Um Lugar Silencioso (2018) e “In Persuit of Silence” (2015). Que por mais diferentes em termos de gênero, nos convidam a tentar compreender o lugar das construções e representações sonoras cinematográficas enquanto um meio de discussão das paisagens sonoras contemporâneas.
Tempo narrativo cinematográfico: o caso de “O som ao redor”
Vitor Soster (USP)
Para refletir criticamente sobre o tempo cinematográfico, tomo como referência o filme “O som ao redor” (Mendonça Filho, 2012). Nele, distingo três aspectos temporais – ordem, duração e frequência (CASETTI; DI CHIO, 1996) – que formariam um “suspense crônico”, traduzindo cinematograficamente, desta forma, a experiência atual da classe média brasileira. É, pois, pela inserção histórica da forma fílmica que busco pensar o cinema brasileiro contemporâneo e sua inserção política.

Super 8

25/10/2018 às 11:30 – Sala 9
Céu sobre Água: O Corpo coletivo de Agrippino e Maria Esther Stockler
Geraldo Blay Roizman (USP)
José Agripino de Paula e Maria Esther Stockler experimentaram gestos libertários no teatro, na dança e no cinema. Por trás do despojamento do filme Super-8 Céu sobre Água, haveria todo um saber cultivado na experiência estética ligada á contracultura e que colocaria aqui toda a sua fé criativa numa possibilidade de organicidade entre o ato de filmar e dançar como anti-espetáculo.
Esconder e revelar: narrativas do corpo no Super 8 experimental
Christiane Quaresma Medeiros (UFPE)
O artigo aborda o modo como o corpo foi representado em um corpus representativo do experimentalismo superoitista nacional. Tem por objetivo observar os modos de representação possíveis de acordo com o tratamento do dispositivo cinematográfico, se recorrendo ao processo filmado ou animado. Propõe, em resumo, que existem diferentes potencialidades em ambos os processos, permitindo a estes esconder ou revelar distintas facetas do corpo.

ST Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil – Sessão 4

25/10/2018 às 11:30 – Sala 10
Darwin nos palcos: entre cômicos, telepatas, fantoches e Pixinguinha
Sancler Ebert (UNICEP)
Nesta comunicação iremos analisar as programações dos cineteatros nas quais Darwin, imitador do belo sexo, estava inserido. Interessa-nos entender quais eram as outras atrações de palco programadas juntas ao transformista, como cantores, ilusionistas, bonecos, cômicos, entre outros. A partir dessa análise, poderemos compreender como o trabalho de Darwin, que fez sucesso nos cineteatros cariocas entre os anos de 1914 e 1933, poderia ser entendido naquela época.
O enterro da discórdia: notas sobre consumo cinematográfico carioca
Pedro Vinicius Asterito Lapera (UFF/FBN)
Esta comunicação pretende analisar a formação de uma cultura de classe média no Rio de Janeiro do início do século XX, considerando as práticas em torno do consumo cinematográfico. Tendo como foco um protesto de estudantes universitários contra um exibidor cinematográfico, lançamos, como questão principal: em que medida a realização de um protesto contra o proprietário de um cinematógrafo revela fontes de tensão entre os exibidores cinematográficos e o público?
O “Estado promocional” americano e o mercado de exibição no Brasil
Pedro Butcher (UFF)
A partir de 1890, os EUA iniciaram um processo de expansão econômica e cultural incentivado pelo governo por meio de um aparato batizado por Emily Rosenberg de “Estado Promocional” (ROSEMBERG, 1982, p. 38), que, entre outros meios, se utilizava da infraestrutura de consulados para coletar informações sobre as economias locais. Este trabalho analisa os relatórios sobre o mercado de cinema no Brasil elaborados entre 1922 e 1929, particularmente os que tiveram como foco o circuito exibidor.

Cinema como escrita, cinema como olhar

25/10/2018 às 11:30 – Sala 11
A máquina de escrever como objeto metonímico da escrita
Maria Castanho Caú (UFF/UFRJ)
Mais que a pena ou a caneta, ou mesmo o computador, o objeto que o cinema convencionou associar ao escritor e que parece materializar o próprio ofício literário é a máquina de escrever. A mística em torno desse utensílio é tal que ele por vezes ganha poderes mágicos. Este trabalho pretende analisar essa faceta sobrenatural do instrumento e sua relação com o ato da escrita nos filmes Mais estranho que a ficção (2006) e Ruby Sparks – a namorada perfeita (2012).
Câmera como Olhar, Não Apenas Espelho: Linguagem Audiovisual e Youtube
Marco Antonio Pereira do Vale (FCL)
Esta pesquisa propõe a análise de canais do Youtube, internacionais e nacionais, que têm se apropriado criativamente, em seus discursos audiovisuais, de linguagens narrativas inspiradas em formatos cinematográficos e televisivos. São realizadores que questionam o discurso restrito às imagens estáticas de pessoas falando para as câmeras dos Youtubers convencionais. Como os horizontes comunicacionais destes influenciadores digitais estão sendo ampliados com tais experiências?
ESCREVER COM A CÂMERA: AÇÃO CRIATIVA E POLÍTICA NO ENSINO TÉCNICO
Edvânea Maria da Silva (IFPE)
Para Bakhtin (1997), só podemos buscar os processos do ato criador na obra. Partindo dessa premissa, o objetivo deste trabalho é investigar como se dá a construção do curta-metragem “Overdrive, de Manuel Bandeira a Chico Science: a dicotomia da cidade que não para” (2017), produzido por alunos do Curso Técnico Integrado do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), observando como o leitor (aluno/realizador) evoca os sentidos na construção de um novo objeto artístico.

Teoria(s) do cinema, teoria(s) no cinema 1

25/10/2018 às 11:30 – Sala 12
Deleuze e Merleau-Ponty: o cinema em seu renascimento continuado
Julio Bezerra (UFRJ)
É possível sentir a presença de Merleau-Ponty e Deleuze na teoria do cinema ao longo das reviravoltas afetivas e sensoriais. O que chama a atenção é a falta de interesse em explorar um movimento de reaproximação entre eles. Nossa aposta é em uma espécie de comunhão entre eles. Ambos nos ajudam a entender que a imagem cinematográfica se percebe e se expressa antes de articular seus significados. O que se vislumbra, é uma maneira de ver e se aventurar pelo cinema em seu contínuo renascimento.
Imagens-espaço: uma forma alternativa de análise espacial fílmica
diogo cavalcanti velasco (UFS)
A teoria cinematográfica sempre se debruçou sobre a categoria espacial, mas em sua maioria ela foi teorizada como resultado de processos perceptivos, montagem e encenação, que garantiam características tais como fixidez, imobilidade e homogeneidade. A seguinte pesquisa busca dar mais abertura para o espaço cinematográfico, apresentando uma nova forma de análise, em busca de compreender como se dão espacializações dinâmicas, abertas e heterogêneas, a partir de teóricos do cinema e da geografia.
REVISÃO DA VALIDADE DA PSICANÁLISE COMO FERRAMENTA NA ANÁLISE FÍLMICA
Carlos Gerbase (PUCRS)
A psicanálise foi, durante o século 20, uma das disciplinas mais utilizadas por críticos e teóricos para a análise fílmica. Perguntamos: ainda faz sentido, após as descobertas recentes da psicologia evolutiva e da neurociência, continuar trabalhando com os conceitos de Freud e de seus discípulos? Onde a psicanálise triunfou e segue ajudando a explicar fenômenos estéticos, e onde já está superada?

Musicalidades

25/10/2018 às 11:30 – Sala 13
Pane no sistema: o pós-humano em “2001: uma odisseia no espaço”
Fabio Camarneiro (UFES)
“2001: uma odisseia no espaço” (Stanley Kubrick, 1968) usa a peça musical “Also sprach Zarathustra”, de Richard Strauss, e o conceito de “Übermensch”, de Friedrich Nietzsche, para ilustrar a narrativa de grandes ciclos históricos que envolvem uma superação da própria condição humana. Aqui, a partir do conceito de “ciborgue” de Donna J. Haraway, trataremos de “2001” como indicador da possibilidade de seres “desviantes”, amálgamas que superam os binarismos entre o ser humano e a máquina.
Antropofagia e distanciamento em “A$suntina das Amérikas” (1975)
Renato Pannacci (Unicamp)
“A$suntina das Amerikas” (1975), de Luiz Rosemberg Filho, subverte convenções do gênero musical hollywoodiano, numa perspectiva própria ao conceito de Antropofagia Cultural para refletir acerca da influência da cultura de massa e do cinema norte-americano na sociedade brasileira. O filme dialoga também com o “V-effekt” (efeito de distanciamento) pensado por Bertold Brecht. Interditado integralmente pela censura federal, “A$suntina” foi liberado apenas para exibições no exterior.

ST Teoria dos Cineastas – Sessão 4 – Cinemas à margem, cineastas disruptivos

25/10/2018 às 11:30 – Sala 14
Da mise-en-scène à mise-en-salle: cinema violento e violentado
Leonardo Esteves (UFMT)
A presente comunicação pretende estabelecer uma reflexão em torno da filmografia de Serge Bard, cineasta associado ao Grupo Zanzibar e que filmou apenas em torno do Maio de 68. Esta reflexão leva em consideração a transformação da mise-en-scène em mise-en-salle, como propõe o diretor em um manifesto que alude a um “cinema violento”. Como consequência, pretende-se firmar um paralelo entre um cinema violento e um cinema violentado, que vai justamente subverter a ideia de mise-en-scène.
Tropical Underground: A noção de Trópico em filmes-manifestos
Ivana Bentes (UFRJ)
A teoria de diferentes cineastas/filmes sobre a noção de trópico se articula com um pensamento brasileiro moderno e contemporâneo, no qual o cinema sai do gueto para constituir um arsenal teórico e estético potente e crítico, mesmo que distópico, acerca do Brasil. A conceituação desse “tropical underground” a partir de filmes-manifestos e teorias vindas dos próprios cineastas no período dos anos 60/70 no Brasil. Vamos apresentar filmes-sínteses desses trópicos pelo avesso e suas teorias.
FILMAR SÃO PAULO E O CINEMA CORSÁRIO DE CARLOS REICHENBACH
Bruno Vieira Lottelli (ECA – USP)
Em 1965, Rogério Sganzerla publicou dois artigos chamados Filmar São Paulo – I e Filmar São Paulo – II, criticando a tradição dispendiosa e melodramática do cinema paulistano, que a deixaria de filmar aquilo que São Paulo tinha de mais fotogênico: o frenesi urbano da metrópole. Buscaremos, neste trabalho, cotejar os postulados sganzerlinos apresentados nesses artigos com o cinema corsário de Carlos Reichenbach, que dedicou grande número de suas obras à registrar a paisagem paulistana.

ST Estilo e som no audiovisual – Sessão 3: Som, cultura pop e tecnologia

25/10/2018 às 14:30 – Sala 1
Esticando o som para ajudar os ouvidos a sentir
Filipe Barros Beltrão (UFPB)
O artigo apresenta um panorama do desenvolvimento criativo dos sons no cinema especificamente no que tange a trilha musical e como ela vem se transformando a partir da utilização das novas ferramentas digitais. Neste trabalho focaremos nos procedimentos que permitem a manipulação da altura e duração do som por meio dos algoritmos de time stretching e pitch shifting, onde é possível conseguir resultados sonoros únicos ampliando as possibilidades criativas para os compositores.
O simbolismo da música do teatro kabuki no cinema de fantasma japonês
Demian Albuquerque Garcia (UPJV e UNESPAR)
A simbologia da música no teatro kabuki é muito importante. A identificação dos códigos culturais e sua utilização nos filmes de forma direta e indireta serão a base desta comunicação. Partindo de várias adaptações cinematográficas de historias fantásticas tradicionais, até chegar nos filmes contemporâneos da J-Horror, vamos analisar como se apresentam esses códigos musicais e sonoros do teatro kabuki na escritura sonora desses filmes, e como eles participam da construção de emoções e do medo.
Música Anacrônica e Modernidade: do Western Italiano ao filme de Wuxia
Gabriel Bueno Lisboa (Unicamp)
Durante as décadas de 1960 e 1970 vários gêneros cinematográficos sofreram rupturas e revisões formais. Dentro destas estaria o uso de trilhas musicais anacrônicas e experimentais em westerns e filmes de artes marciais. A escolha de uma instrumentalização elétrica ou eletrônica para gêneros ambientados, recorrentemente, num passado idealizado revelaria não só a intenção de atingir novos públicos, mas de romper com formas tradicionais da música incidente e da montagem “invisível” no cinema.

ST Cinemas pós-coloniais e periféricos – Sessão 2

25/10/2018 às 14:30 – Sala 2
A catástrofe do agora em A Terra das Almas Errantes
Andressa Caires Pinto (UFJF)
A proposta desta comunicação é analizar o filme A Terra das Almas Errantes (1999), de Rithy Panh, sob a ótica do conceito de testemunho como fonte documental para compreensão dos impulsos de resistência do Camboja pós-colonial. O cinema como instrumento de reflexão sobre o cotidiano do cambojano em busca da retomada de consciência social. Uma representação que denuncia o peso de um passado recente e o contexto de miserabilidade cujos agentes ainda se encontram à deriva de sua própria história.
De Yvones e de Margaridas: Compartilhando Memórias Desencantadas de Mo
Cid Vasconcelos de Carvalho (UFPE)
Analiso dois filmes do cinema “moçambicano” contemporâneo, “Yvone Kane” (2014), de Margarida Cardoso e “Virgem Margarida” (2012), de Licínio Azevedo, e suas formas de se relacionar com a história recente do país, através de estratégias estéticas, ideológicas e de produção distintas do momento que lhes antecede na produção cinematográfica e contexto político do país, e inclusive em enfrentamento com aspectos desse, sendo igualmente grandemente distintas entre si em relação aos tópicos em questão.
Narrativas sociais no Cinema popular da Guiné-Bissau
Paulo Cunha (UBI)
Na actualidade, o cinema na Guiné-Bissau sobrevive numa lógica informal e alternativa em relação aos meios convencionais, reconfigurado graças aos novos meios digitais e influenciado pelas práticas produtivas de países africanos com iguais limitações técnicas e financeiras, como Nollywood. O propósito é identificar as narrativas sociais do cinema guineense popular produzido no séc. XXI, nomeadamente o lugar da mulher, da autoridade, do trabalho e da política na sociedade guineense contemporânea.

ST Cinema comparado – Sessão 2 – Abordagens comparatistas : os motivos visuais

25/10/2018 às 14:30 – Sala 3
O milagre como fenômeno cinematográfico
Pedro de Andrade Lima Faissol (USP)
A representação do milagre no cinema é um problema. O seu caráter descontínuo, apresentando-se como uma ruptura no tecido fílmico, requer do(a) realizador(a) uma tomada de posição: esconder as marcas das operações fílmicas, camuflando-as em prol de uma transparência, ou explicitar sem disfarces os artifícios empregados. Para verificarmos essas alternativas, analisaremos comparativamente as soluções usadas na representação de três milagres dos Evangelhos: Anunciação, cura do cego e Ressurreição.
Ecos sinfônicos de Berlim em São Paulo nos anos 1920.
Rubens Luis Ribeiro Machado Júnior (ECA-USP)
Numa análise comparada de São Paulo, a sinfonia da metrópole (1929), de Adalberto Kemeny & Rodolpho Rex Lustig, e Berlim, a sinfonia de uma grande cidade (1927), de Walther Ruttmann, é fácil perceber na versão paulistana uma perda da radicalidade vanguardista da berlinense em favor de convenções conservadoras. O pouco conhecido eco brasileiro das sinfonias urbanas europeias do entre-guerras, a sinfonia paulistana de 1929 veio na esteira da berlinense de 1927, lançada na capital paulista em 1928.
Cinema Tentacular: Poéticas das Profundezas e a Imagem do Octópode
Erick Felinto de Oliveira (UERJ)
Pretende-se examinar uma série de diferentes obras nas quais os cefalópodes podem ser pensados como criaturas particularmente “cinematográficas”. Das representações populares, em filmes como The Navigator (1924), aos documentários, como Hunt for the Giant Squid (2011), ou a trabalhos experimentais, como Mon Homme (Poulpe) (2016), a meta deste percurso será esclarecer, por uma via “tentacular”, por que razão a animalidade constitui uma das vias de acesso privilegiadas ao cinema, segundo Bellour.

Painel – sessão 5: O cinema sobre Maio de 68: ressonâncias e linguagens da história – Coordenação: Estevão de Pinho Garcia

25/10/2018 às 14:30 – Sala 4
O Ritual dos Sádicos entre maio de 68 e a ditadura militar no Brasil
Giancarlo Backes Couto (PUCRS)
Esta exposição tem como tema a relação do filme O Ritual dos Sádicos, de José Mojica Marins, e os acontecimentos sociais dos anos 1960, tanto em escala global, como o maio de 68 francês, quanto nacional, como a ditadura militar. O painel parte do pressuposto de que o filme trabalha em sua narrativa com temas em voga na época, como os movimentos de libertação sexual e de contracultura e tem como objetivo analisar cenas da película, a fim de averiguar esses pressupostos.
Prata Palomares (1971): censura e tropicalismo no contexto pós-1968
Adriano Del Duca (PPGCINE/UFF)
O filme Prata Palomares (André Faria, 1971), realizado no contexto emblemático do pós-1968, tem elementos estéticos e históricos marcantes da produção cinematográfica deste período. A obra de ficção é produto da experimentação cinematográfica coletiva do Teatro Oficina no final dos anos 1960. Censurado em 1971, permaneceu bloqueado para exportação até 1977 e para a exibição nacional até 1979. Desconhecido, é uma das expressões contundentes do cinema brasileirona virada para os “anos de chumbo”.
No intenso agora: rastros e restos na história a contrapelo de 1968
Rafael de Souza Barbosa (UFMG)
Povoado de imagens de arquivo e registros amadores, No intenso agora (2017), de João Moreira Salles, narra a história a contrapelo de 1968. A proposta deste trabalho é lançar em discussão o filme-ensaio de JMS a partir de uma perspectiva benjaminiana. Ao entrecruzar conceitos como testemunho, rastro, memória e imagem dialética com excertos da obra, busca-se compreender questões relacionadas à natureza material das imagens e, assim, contribuir para os estudos sobre o documentário de arquivo.
Subjetividade feminina e uso dos arquivos na ditadura civil-militar
Letícia Marotta Pedersoli de Oliveira (UFMG)
Propomos analisar como o cinema, nos filmes “Retratos de Identificação” (Anita Leandro, 2014), “Em busca de Iara” (Flávio Frederico, 2013) e “70” (Emília Silveira, 2014) possibilita uma sobrevida aos ausentes e ausências da história da ditadura civil-militar brasileira a partir de um recorte da subjetividade feminina e do uso dos arquivos na montagem dos filmes.
A experimentação estética e o engajamento político de Santiago Alvarez
Tainá Carvalho Ottoni de Menezes (UFF)
O trabalho parte do postulado de que a riqueza estético-formal transcende a circunstância imediata que marcou a criação do cine-cronista oficial da Revolução Cubana, Santiago Alvarez. Considerando as diversas transformação políticas, que acirraram o debate entre experimentação estética e engajamento político, durante sua atuação, de 1960 à 1991, buscamos verificar de que maneira Alvarez rompe limites estéticos e formais, que deveriam ser respeitados, nos diferentes momentos de sua produção.

Painel – sessão 13: Estudos de roteiro e narratividade – Coordenação: Guilherme de Souza Castro

25/10/2018 às 14:30 – Sala 5
A busca por Stimmung no roteiro de Chicanery, de Better Call Saul.
RODRIGO ARAGAO QUIRINO (UFPB)
A forma narrativa da série Better Call Saul é definida desde da construção do roteiro. A partir dos estudos de PRICE (2013) que criam uma separação entre roteiro explícito, o roteiro literário, e roteiro implícito, aquele visto na adaptação fílmica do roteiro. Passamos a analisar a busca por um Stimmung (GUMBRECHT, 2014) no desenvolvimento da escrita do roteiro.
Os símbolos em A forma da água: uma mitocrítica de gêneros
Esmejoano Lincol da Silva de França (UFPB)
Este trabalho pretende fazer um estudo dos símbolos presentes no longa-metragem A forma da água (2017) sob as égides da análise fílmica e das teorias do imaginário de Gilbert Durand, revisitadas por Danielle Pitta. A partir da catalogação de símbolos em regimes diurno e noturno da imagem e estendendo essa polarização em características masculinas e femininas, analisaremos como a narrativa simbólica sublimar contribui para a polarização dos personagens na narrativa principal do longa.
No papel: o roteiro no cinema brasileiro dos anos 1950
Natasha Romanzoti Graziano (UNICAMP)
Este trabalho conduz uma tentativa de privilegiar o roteiro em um percurso de investigação histórica e estética do cinema brasileiro a partir de um recorte temporal: a análise de quatro roteiros da década de 1950. Por se tratarem de quatro projetos com modos de produção distintos, a comparação não apenas dos elementos narrativos e dramatúrgicos, mas também dos aspectos formais desses roteiros pode revelar dados interessantes sobre as suas relações com as demais etapas da criação de filmes.
Mundos possíveis na ficção científica: analisando Stranger Things
Jéssica Maria Brasileiro de Figueiredo (UFPB)
Esta apresentação se propõe a examinar como ocorre a exposição de dois mundos na série Stranger Things. Para tal, o trabalho parte da noção de “mundo estruturalmente possível” proposta por Umberto Eco (1989), além de considerações do autor sobre a ficção científica. Com isso, procuramos verificar como a série apresenta dois mundos paralelos, que se entrecruzam, permitindo a passagem de um para outro e ainda a existência de um espaço vazio entre eles, acessado apenas por uma personagem.

ST Corpo, gesto e atuação – Sessão 3 – Gestos, não gestos e afetos

25/10/2018 às 14:30 – Sala 6
A natureza do gesto do [no] cinema: corpos e instrumentos conjugados
Andrea C. Scansani (UFSC)
Esta apresentação tem por objetivo primeiro desenvolver uma linha de pensamentos que coloque em relevo a riqueza das reflexões acerca da natureza do gesto para que possamos delinear com certa precisão o que entendemos por gesto cinematográfico. A partir deste exercício epistemológico, cotejaremos seus desdobramentos com o próprio ato de criação fílmica no exato momento de sua concretização.
A estética da imobilidade na Trilogia do Ser Humano, de Roy Andersson.
Natália Flávia Maia Lima (PPGCOM-UFC)
O recorte para a proposição deste trabalho tem por base os filmes que compõem a Trilogia do Ser Humano: Canções do Segundo Andar (2000); Vocês, os vivos (2007) e Um pombo pousou num galho refletindo sobre a existência (2014), de Roy Andersson, partindo das suas estratégias de encenação, que traçam diálogos com a pintura, a fotografia e o teatro, para tentar compreender de que forma estas opções estéticas se refletem na política da imagem.
A micropolítica dos gestos e afetos em “Las Acacias”
Mariana Dias Miranda (UFF)
A presente comunicação se propõe a delinear os aspectos políticos inerentes ao conceito de afeto,
estabelecendo, dessa forma, uma aproximação com o que Jacques Rancière (2014) define como
dissenso. Nesse sentido, busca-se apontar uma relação entre a estética e a política no cinema
argentino contemporâneo por meio da análise do filme Las Acacias, visando destacar, dessa forma,
o papel do corpo em movimento e dos gestos como lócus de disputas.

A poética da cor e da luz no exercício da direção de arte

25/10/2018 às 14:30 – Sala 7
Tinha sangue por todo lado. Imagem artifício em Mate-me por Favor.
TAINA XAVIER PEREIRA HUHOLD (UNILA)
Mate-me por favor (Anita Rocha da Silveira, 2015) aborda o universo de meninas adolescentes da Barra da Tijuca cujas vidas são abaladas pela onda de assassinatos de vítimas, na maioria femininas, de idades semelhantes às suas. Através de uma imagem que privilegia o artifício em detrimento do discurso e da representação, o olhar que Anita Rocha propõe para aqueles acontecimentos efetiva-se em atmosferas e afetos gerados, dentre outros, pelos elementos plásticos da imagem como as cores e o espaço.
Por que não falar de flores? A cor em Amor à flor da pele de Kar-Wai
Elizabeth Motta Jacob (UFRJ)
O objetivo deste artigo é tratar do uso das cores na criação de atmosferas e sensações hápticas no filme Amor à flor da pele de Wong Kar-Wai. Visamos analisar o processo de valorização da superfície e da materialidade da imagem a partir da construção e emprego das cores como elemento expressivo capaz de nos introduzir no universo de experiências sensoriais e sinestésicas.
As cores vivas das lembranças – a Quase memória de Ruy Guerra
Carolina Bassi de Moura (UNIRIO)
O presente artigo busca demonstrar por meio da análise do filme Quase memória (2018), de Ruy Guerra, uma adaptação literária do romance homônimo de Carlos Heitor Cony, o uso expressivo da cor como elemento constitutivo da linguagem da direção de arte. Apoiando-se num uso mais plástico da cor, criou uma separação bastante impactante para a representação do tempo presente, em tons monocromáticos, e em tons vibrantes, para as memórias do protagonista.

Circuitos de exibição

25/10/2018 às 14:30 – Sala 8
Quinta essência: cineclubismo e práxis cinematográfica
Maria Noemi de Araujo (CLIPP (EBP))
A partir da análise de Quinta essência (1981) discutiremos de que modo o cineclubismo propôs uma interface entre cinema e discurso político. Produzido e realizado por integrantes do Cineclube Antônio da Mortes (CAM), este documentário poético experimenta articular linguagem fílmica e realidade do manicômio, dança e loucura. De que modo os cineclubistas encontraram no Cinema um tipo de mediação entre a resistência e um silêncio imposto pela Ditadura por intermédio de uma experiência estética?
Preservar, restaurar, difundir: de volta às telas, o caso de KEAN
Vivian Malusá (PARIS 8)
Nas últimas décadas, festivais de filmes de arquivo, promovidos por cinematecas em todo mundo, tem investido na valorização de seus trabalhos de preservação e na promoção do acesso a filmes restaurados. Quando uma restauração é finalizada, o trabalho de distribuição se inicia. Em geral, esses filmes circulam em uma rede de mostras e festivais com tais perfis. Esta comunicação traz um estudo de caso do filme Kean ou Désordre et génie, restaurado pela Cinemateca Francesa em 2016.
Cinemas em Paris: práticas de exibição e espectação nas periferias
Ryan Brandão Barbosa Reinh de Assis (UFF)
Esta comunicação pretende examinar as sociabilidades relacionadas às práticas de exibição e espectação cinematográficas ocorridas nas periferias parisienses depois da Segunda Guerra Mundial, momento em que a França experimentou um crescimento econômico significativo, devido, principalmente, à influência dos imigrantes, em especial os de origem norte-africana, que, com o término do conflito armamentista, para lá se dirigiram.

Cinema brasileiro 2

25/10/2018 às 14:30 – Sala 9
Brasil de tempos em tempos: Memórias, Tradições e Releituras
Elizabeth Maria Mendonça Real (Ancine)
Este trabalho parte de “O Rei da Vela”, de José Celso Martinez Correa e Noilton Nunes. Fragmentado em uma colagem de imagens e sons, o filme provoca o espectador, apresentando-se como um painel poético que se constrói na desordem de um fluxo vertiginoso da memória. Baseando-se na montagem de uma obra que pode ser considerada um “clássico” da dramaturgia modernista, o filme nos acena com uma metodologia, uma forma de pensar a cultura brasileira e a arte em geral, que aponta em várias direções.
The UFA in Brazil: cinemas, entrepreneurs, and audiences
Wolfgang Fuhrmann (USP)
Very little is known about the international network of one of the most famous German film companies, the UFA (Universum Film AG). Brazil was an important export market for the German film industry. The paper disucusses from a German perspective UFA’s marketing strategy in Brazil in the 1920s until the 1930s. It introduces Ufa’s distribution partners in Brazil, major venues as the UFA palácio in São Paulo and UFA’s expansion plan for Brazil in the late 1930s.
Apontamentos sobre nacional/popular no cinema independente brasileiro
Maria Cristina Couto Melo (Unicamp)
A questão do nacional/popular permeia a história do cinema brasileiro, indicando a necessidade de afirmação do cinema nacional frente à presença do cinema estrangeiro, e a busca por inserção no mercado e conquista de público. A noção de cinema nacional é fundamental, na medida em que legitimiza e resulta desse processo de afirmação. O presente trabalho propõe a reflexão em torno do modo como tais questões foram desenvolvidas no pensamento cinematográfico independente de 1952 a 1980.

Mortos-vivos, bruxas e a imagem-zumbi

25/10/2018 às 14:30 – Sala 10
O gesto dos mortos: a imagem-zombie e o cinema mainstream dos anos 90.
Diego Paleólogo (UFRJ/UERJ)
Nos anos 90, a última década do século XX, a sensibilidade de uma morte-em-vida (ética, política, estética) fez-se presente no imaginário ocidental. Através do ridículo, do grotesco, do inusitado, do apocalipse ou apenas através de uma outra “forma de habitar o mundo”, mortes e devir-mortes tomaram as imagens. A partir da percepção do cinema mainstream como um campo de forças em tensão, esse gesto tem como objetivo abrir as imagens e fazê-las pulsar em outras vibrações: apocalipses como sintoma.
MONTAGEM ACELERADA E TENDÊNCIAS ESTILÍSTICAS EM DESPERTAR DOS MORTOS
Filipe Tavares Falcão Maciel (UFPE)
Muito mais do que um importante diretor e roteirista para o cinema de terror, George Romero também editou alguns dos seus filmes. Com fluxo narrativo bastante acelerado para 1978, Despertar dos mortos é marcado por planos curtos, alguns com um segundo. Vamos investigar, de acordo com o paradigma problema/solução, como Romero utilizou planos curtos não apenas para dar ritmo ao filme, mas para mascarar o baixo orçamento com o qual trabalhava criando assim tendências estilísticas nas suas obras.
O Sabbat das Bruxas: “Corra!” e os 50 anos de “O Bebê de Rosemary”.
Douglas Deó Ribeiro (UFPE)
Esta análise compara cenas de um conjunto de filmes, em particular os filmes “O Bebê de Rosemary” e “Corra!”, além de outros textos, como o “Fausto” de Goethe. O foco da análise são as cenas em que reuniões, em geral de cunho macabro ou funesto, de grupos de personagens emulam o imaginário mítico dos Sabás das Bruxas, ritos que marcavam as mudanças de estação, anunciando os frutos e agouros do futuro e que persistem no imaginário da cultura ocidental como reflexo de nossos temores.

ST Interseções Cinema e Arte – Sessão 3 Política

25/10/2018 às 14:30 – Sala 11
Maio. Dezembro. Sessenta e Oitos.
Marcus Vinicius Fainer Bastos (PUC-SP)
Uma leitura em imagens de 1968, ano de acontecimentos discrepantes, dos protestos de estudantes e trabalhadores, como o Maio em Paris, ao acirramento de Ditaduras ao redor do mundo. No Brasil, o ano termina com as vaias em rede nacional à Caetano Veloso, no III Festival Internacional da Canção, e a assinatura do AI-5. Um roteiro visual, em diálogo com as mnemosynes de Warburg e os pensamentos e práticas de montagem em cineastas como Eisenstein e Godard.
Narrativas constelacionais: o cinema desmonstado de Allan Sekula
Fernando do Nascimento Gonçalves (UERJ)
O paper discute as estratégias das narrativas visuais do teórico, fotógrafo, realizador e ativista Allan Sekula. Em diálogo com conceito de conhecimento por montagem em Didi-Huberman, busca-se analisar, a partir de dois de seus documentários, Lottery of the Sea (2006) e The Forgotten Space (2010), o papel performático das imagens de Sekula na criação de uma cartografia poética e política das relações históricas, materiais e simbólicas que constituem a geopolítica do comércio marítimo global.

ST Montagem Audiovisual: reflexões e experiências – #3: Estéticas nos Gestos de Montagem

25/10/2018 às 14:30 – Sala 12
A montagem como gesto político: leitura do filme O Desolado
Vanessa Cordeiro Marques (PUC)
Essa proposta busca perceber, partindo do filme O Desolado – segundo volume da trilogia As mil e uma noites (Miguel Gomes, 2015) – como a obra lida com o processo de montagem para pensar as questões políticas de Portugal. Cabe aqui refletir, em que medida, através de elementos heterogêneos de montagem e um atravessamento entre a realidade e a ficção, o filme produz o dissenso (no sentido de Jacques Rancière) fazendo pensar as relações entre estética e política.
A montagem operística de King Hu
Cecília Antakly de Mello (USP)
Nessa comunicação, procurarei explorar o que chamo de ‘montagem operística’ no cinema do diretor chinês King Hu, pioneiro da renovação do estilo wuxia em Hong Kong e Taiwan nos anos 1960 e 1970. A análise levará em consideração principalmente sua obra-prima A Touch of Zen (俠女, 1971) para sugerir que a relação intermidiática entre o cinema e a a Ópera de Pequim foi determinante para a consolidação do estilo de montagem altamente inovador de King Hu.
O Processo (ou ¿Pandora: Do Digital Aesthetics Dream of Mouldy Cloud?)
MILENA SZAFIR (ufce)
Tal qual o choque na montagem eisensteiniana, a páthos é avessa ao lógos. Aesthesis nos fala sobre sensações, aquilo que a razão não consegue definir por completo (ou por complexo). Todo objeto de cultura testemunha uma barbárie: tela cinema, tv, computador, celular são como superfícies efêmeras onde engramatizam nossa memória. A retórica audiovisual, como linguagem simbólica, produz seus efeitos sobre o participador na afecção da alma via sons e imagens. Pedagogia da potência da expressividade.

ST Mulheres no cinema e audiovisual – Sessão 3 – Militância e Resistência

25/10/2018 às 14:30 – Sala 13
Mulheres em luta e em cena
Geisa Rodrigues (UFF)
No cenário político contemporâneo inúmeros materiais audiovisuais têm sido produzidos e difundidos nas redes sociais e espaços de protesto para efeito de registro e disseminação das lutas feministas. A partir da análise de dois vídeos produzidos e difundidos por coletivos, será problematizada a questão da representação (Butler) bem como a instauração de nomadismos (Braidotti) de corpo para o feminismo em tais obras, em sua proposta de redimensionar o papel político do corpo da mulher.
A experiência pioneira de Rita Moreira
Lívia Perez de Paula (ECAUSP)
O estudo apresenta a experiência audiovisual da diretora Rita Moreira no contexto do desenvolvimento de lutas populares pela ampliação da noção de direitos e cidadania de grupos sociais considerados ocorrido no início do anos oitenta no Brasil. Interesso-me pela proeminência da realizadora como pioneira do vídeo tanto nos Estados Unidos como no Brasil, bem como pela temática feminista de sua obra, relacionando sua trajetória à aspectos gerais deste panorama.
A agência das mulheres indígenas com o cinema
Clarisse Maria Castro de Alvarenga (UFMG)
Historicamente, o cinema indigenista aponta para a relação de dominação a que as mulheres indígenas foram – e ainda são – submetidas (chamando atenção nesse caso para a interseção da relação colonizadora com a de gênero e raça). A emergência do cinema indígena realizado pelas mulheres, no entanto, aponta para as maneiras como a mulher interfere nessa relação, resistindo, interrogando ativamente o mundo ao seu redor, apontando para outras formas de fazer, saber e ver com o cinema.

ST Estilo e som no audiovisual – Sessão 4: Filmes silenciosos

25/10/2018 às 16:30 – Sala 1
“Um lugar silencioso” e o som como protagonista
Rodrigo Carreiro (UFPE)
O objetivo da comunicação é apresentar uma análise da banda sonora do filme “Um Lugar Silencioso” (2018), destacando o uso do silêncio como elemento dramático central para o fluxo narrativo. Os conceitos de ponto de escuta, som fora de quadro (CHION, 1994) e continuidade intensificada (SMITH, 2013) serão utilizados com a finalidade de lançar luz para os artifícios sonoros arrojados de que o longa lança mão para fazer o espectador experimentar o filme inteiro na rara condição de escuta reduzida.
POR UMA ESCUTA DO SILÊNCIO:O ESTILO SONORO DE LISANDRO ALONSO
ROBERTA AMBROZIO DE AZEREDO COUTINHO (UFPE)
Nesta comunicação, a partir da perspectiva de estilo trazida por Bordwell, nos propomos a refletir sobre o efeito de silêncio como um recurso estilístico recorrente na produção do diretor Argentino Lisandro Alonso. Para o alcance deste fim e por meio da análise fílmica, intencionamos investigar as estratégias de criação sonora exploradas nas películas do diretor como uma forma de problematizar a existência de um estilo sonoro em sua obra baseado no engendramento de um efeito de silêncio ubíquo.
A outra voz: o uso da língua de sinais na linguagem cinematográfica
TATIANE MONTEIRO DA CRUZ (UAM)
A língua de sinais tem sido instrumento bastante utilizado na linguagem cinematográficas dos últimos anos. O presente estudo enfoca o uso da língua nos filmes A Gangue (2014), A Forma da Água (2017) e Um lugar silencioso (2018), com o objetivo de explorar os efeitos de som e silêncio. Para isso, adota-se como metodologia uma análise fílmica ancorada nas abordagens teóricas de Chion (2011) Schafer (1991; 2001) e Orlandi (2003; 2007)

ST Cinemas pós-coloniais e periféricos – Sessão 3

25/10/2018 às 16:30 – Sala 2
Raul Solnado, comediante, entertainer e one-man-show português
Afrânio Mendes Catani (USP)
Raul Solnado (1929-2009) foi o cômico português mais popular e criativo entre os anos de 1960 e o final da década seguinte, entre a geração de António Silva e Vasco Santana e a de Herman José e seus discípulos. Fez operetas, revista comédia, rádio, TV, talk-shows, gravou discos com monólogos cômicos, foi entertainer, one-man-show, trabalhou muito no Brasil e filmou cerca de 15 vezes, destacando-se Dom Roberto (1967), As pupilas do Senhor Reitor (1961) e A balada da Praia dos Cães (1987).

ST Cinema comparado – Sessão 3 – Abordagens comparatistas: confrontos brasileiros

25/10/2018 às 16:30 – Sala 3
Vadiação e Dança de Guerra: a capoeira no cinema
Ana Luisa de Castro Coimbra (UFMG)
A partir dos documentários Vadiação (1949), de Alexandre Robatto Filho e Dança de Guerra (1968), de Jair Moura o que propomos é observar tanto no enredo, como nos procedimentos estéticos adotados, de que forma a capoeira aparece na narrativa e o que a sua abordagem nos diz sobre as relações entre quem filma e quem é filmado. O que pretendemos com esse gesto aproximativo é perceber possíveis diálogos e as relações de alteridade que se estabelecem entre as obras.
Glauber, Saraceni e as origens do Cinema Novo (1959 e 1962)
Livia Azevedo Lima (ECA-USP)
Apesar das distâncias, as obras dos cineastas Glauber Rocha e Paulo César Saraceni apresentam intersecções e influências mútuas. Nesta comunicação, analisaremos a correspondência entre os realizadores, os comentários de Saraceni sobre Glauber em seu livro de memórias e as críticas de Glauber aos filmes de Saraceni entre 1959 e 1962. Esse período, em que ambos passam do curta para o longa-metragem, coincide com as origens do Cinema Novo.
Eryk Rocha, João Moreira Salles e os arquivos audiovisuais
Arlindo Rebechi Junior (UNESP)
Em perspectiva comparada, esta comunicação analisa as formas de uso de arquivos audiovisuais em dois filmes contemporâneos do cinema brasileiro: Cinema Novo (2016), de Eryk Rocha, e No Intenso Agora (2017), de João Moreira Salles. Ambas as obras, cada uma a seu modo, se reapropriam de imagens e sons de material audiovisual pré-existente, produzido em grande parte nos anos 1960, com vistas a refletir sobre o tempo presente sob os seus aspectos políticos e estéticos.

Painel – sessão 6: Cidade, espaço e presença: o elemento da estância – Coordenador: Francieli Rebelatto

25/10/2018 às 16:30 – Sala 4
Produção de presença nos filmes sobre periferias de Carlos Reichenbach
Geovany Hércules Mendes Limão (UAM)
Este artigo observa a representação das periferias de Carlos Reichenbach em três de seus
filmes que abordam esse universo, Anjos do Arrabalde – As Professoras (1987), Garotas
do ABC – Aurélia Schwarzenega (2003) e Falsa Loura (2007), através dos conceitos do
teórico da literatura Hans Ulrich Gumbrecht, como produção de presença, stimmung e
acoplagem. O objetivo é demonstrar que a produção de presença é elemento fundamental
na representação humana e afetiva das periferias de Reichenbach.
A paisagem urbana e o não pertencimento no cinema de Chantal Akerman
Larissa Veloso Assunção (UFPE)
O trabalho pretende analisar os filmes Notícias de casa (1977) e Os encontros de Anna (1978), da cineasta belga Chantal Akerman, a partir de um olhar voltado às questões do espaço. Busca-se refletir sobre a sensação de não pertencimento presente nesses filmes e estudar a relação das personagens, bem como da própria cineasta, com a paisagem urbana, estudo este auxiliado por conceitos como espaço, lugar e não-lugar, em uma reflexão interdisciplinar dos filmes.
Sinfonia de uma metrópole – as cidades filmadas
Thaís Itaboraí Vasconcelos (UFJF)
A formação das grandes cidades e o olhar do cidadão em relação ao urbano permeiam a história do cinema. Propõe-se pensar sobre essa relação da cidade e cinema dando enfoque as “sinfonias da cidade” e o momento histórico no qual surgem as primeiras produções associadas a essa tradição e as características que são vistas como marcas dessa corrente. Busca-se ao final, pesquisar possíveis reverberações urbano sinfônicas na contemporaneidade.
Corpos Fronteiriços: Identidade e Alteridade no Cinema de Claire Denis
Juliana Soares Lima (UFPE)
Este trabalho propõe uma revisão de parte da filmografia da realizadora francesa Claire Denis à luz de conceitos como alteridade, eurocentrismo e interculturalidade para investigar de que forma a relação antagônica que define a biografia da cineasta, entre reconhecer-se no Outro africano e ocupar em sua origem a posição de colonizadora, influencia o seu olhar sobre os corpos e paisagens da África.

Painel – sessão 14: Políticas de cinema: pensar e fazer filmes – Coordenação: Maíra Norton

25/10/2018 às 16:30 – Sala 5
Alma educadora: Carmen Santos e a produção de Inconfidência Mineira
Lívia Maria Gonçalves Cabrera (UFF)
A apresentação proposta analisa o filme Inconfidência Mineira, Carmen Santos (1948), relacionando as escolhas de produção com o contexto histórico e político da época. O trabalho dialogará com os debates em torno das ideias desenvolvimentistas acerca do cinema, em torno do cinema educação e dos planos governamentais para o cinema. O desejo dos realizadores brasileiros em alcançar um status industrial para o cinema alinha-se ao início de um interesse estatal na atividade cinematográfica.
O Processo de Agenda-Setting nas Políticas para Audiovisual no Brasil
Giovanni Francischelli (ECA/USP)
Pesquisa analisa o processo de definição da agenda na política publica para audiovisual no Brasil, recusando as noções de fragmentação e descontinuidade e mostrando como a articulação entre um grupo de cineastas organizados e o estado foi pautando a definição das políticas ao longo dos anos. O marco teórico que orienta a análise é o do “equilíbrio pontuado” que mostra como esse monopólio se forma e tende a se manter estável, e que também explica repentinos períodos de mudança radical.
Experiências com o Cinema na Educação: crianças com câmeras nas mãos
ARTHUR FELIPE DE OLIVEIRA FIEL (UFF)
Essa comunicação tem por objetivo refletir a respeito das possibilidades de contribuição do cinema ao campo da educação a partir de uma análise do fazer cinema em ambiente escolar. Partiremos dos estudos e experimentos realizados por Alain Bergala, Adriana Fresquet e Cezar Migliorin em diálogo com pedagogia do multiletramento apresentada por Roxane Rojo, considerando a importância do experimento cinema a partir das crianças e da coletividade do corpo escolar.
Desenho animado analógico: antiga nova mídia
Augusto Ramos Bozzetti (Unisinos)
Os desenhos animados analógicos parecem antecipar o funcionamento das mídias na era digital a partir da forma descontinuada e não linear com que são concebidos. Para entender melhor o funcionamento dessa hipótese, esse trabalho compara os princípios das novas mídias descritos por MANOVICH (2001) com a lógica de produção dos desenhos animados na década de 1980.

ST Corpo, gesto e atuação – Sessão 4 – Corpos e espaços no cinema japonês

25/10/2018 às 16:30 – Sala 6
Corporeidades e espacialidades nos filmes históricos de Nagisa Oshima
Pedro de Araujo Nogueira Tinen (UNICAMP)
Em quatro de seus últimos filmes – O Império dos Sentidos, O Império da Paixão, Furyo: Em Nome da Honra e Tabu – Nagisa Oshima explorou a intersecção entre a história da Japão e a história da sexualidade. Esta comunicação tem o objetivo de analisar como Oshima radicalizou a condição háptica das imagens cinematográficas, tanto por sua produção de espacialidades, quanto por sua produção de corporeidades, na medida em que os corpos e espaços, as paisagens e peles se confundem nesses filmes.
Toshiro Mifune, no rastro do tigre.
Guryva Cordeiro Portela (unicamp)
Análise investigativa tem como objeto o trabalho físico e gestual do ator japonês Toshiro Mifune trazendo um olhar analítico e comparativo sobre a sua atuação no cinema e as possíveis correlações com os estilos de teatro clássico japonês – Kyogen, Noh, Kabuki ,Bunraku (Marionete) e dessa forma defender as similitudes relacionais da atuação teatral e cinematográfica. Esta comunicação focará nos filmes Rashomon (1950), Os Sete Samurais (1954), Trono Manchado de Sangue (1957) de Akira Kurosawa.
Eros + Massacre: Presença Corporal do Ator no Retorno ao Passado.
Felipe Leal Almeida Resende (UFRJ)
Este trabalho busca compreender como a presença física do ator pode lidar com as possibilidades de emprestar significados e buscar questões aos acontecimentos passados através de um embate total à representação. Partindo da obra Eros + Massacre (1969), do realizador japonês Kiju Yoshida, a corporalidade deste ator é colocada como grau de engajamento político no retorno ao passado, visando, junto com o espaço cênico tornado não-cotidiano, horizontalizar o tempo para melhor questioná-lo onde urge.

Perspectivas contemporâneas sobre horror e audiovisual

25/10/2018 às 16:30 – Sala 7
Horror e questões de gênero em A mulher que inventou o amor (1980)
Tiago José Lemos Monteiro (IFRJ)
A mulher que inventou o amor é um longa-metragem brasileiro dirigido por Jean Garrett, escrito por João Silvério Trevisan e fotografado por Carlos Reichenbach. O filme se apropria abertamente de alguns códigos estilísticos e narrativos vinculados a um imaginário de gênero (no caso, o horror e o melodrama), ao mesmo tempo em que se mostra disposto a tensionar estes mesmos elementos, ao reenquadrá-los sob uma perspectiva singular em relação às questões de gênero, sexualidade e representação.
Narrativas inquietantes do horror: o estranhamento em Haneke e Lynch
Rogério Ferraraz (UAM)Gabriel Perrone Vianna (UAM)
O objetivo deste trabalho é investigar o estranhamento no horror contemporâneo através da análise de duas obras audiovisuais: o longa O Tempo do Lobo (2003), de Michael Haneke, e a série Twin Peaks – O retorno (2017), de David Lynch. Distintas em diversos aspectos, tais obras se aproximam ao situar suas histórias no ambiente familiar e reconhecível, porém insólito e desconcertante, tornando-se, assim, propícias ao estudo comparativo com base no conceito de inquietante proposto por Freud.
Horror e novo realismo no cinema brasileiro do século XXI
Laura Loguercio Cánepa (UAM)Genio de Paulo Alves Nascimento (UAM)
O trabalho propõe uma reflexão sobre um grupo de longas-metragens brasileiros realizados entre os anos de 2009 e 2014 que articularam a temática social brasileira da “Era Lula” a certos temas e procedimentos estéticos e narrativos típicos do cinema de horror. O objetivo desta reflexão é observar um tipo de prognóstico que esses filmes podem ter feito daquilo que hoje se observa como a derrocada do modelo instituído ao longo dos governos Lula (2003-2011) e Dilma Roussef (2012-2016).

Cinema latino-americano

25/10/2018 às 16:30 – Sala 8
O nascimento de uma nação e o horror: EL MOVIMIENTO, de Benjamín Naish
Natalia Christofoletti Barrenha (UNICAMP)
Pensar como o filme “El movimiento” (Benjamín Naishtat, 2015, Argentina/ Coreia do Sul) (re)imagina o violento nascimento de uma nação flertando com o gênero do horror.
LA CIÉNAGA: HORIZONTALIDADES ANESTÉSICAS E CONVÍVIOS FAMILIARES
Sandra Fischer (UTP)Aline Vaz (UTP)
O estudo dedica-se ao filme La Ciénaga (L. Martel, 2001), enfocando a re-apresentação da instituição familiar. O propósito é indagar as narrativas cotidianas de uma Argentina assolada pelos efeitos de políticas neoliberais, cujas crises e iniquidades configuram-se, em rastros e restos, nas imagens da família que, horizontalmente posicionada nos enquadramentos, instala-se na paisagem anestésica de um ambiente doméstico quadriculado e pontuado pela carência de apropriações físicas e afetivas.
Beleza imperfeita: “Outsiders” e Expressionismo em Guillermo Del Toro
Fabíola Paes de Almeida Tarapanoff (FIAM)
“Outsiders” em um mundo intolerante. O objetivo do artigo é analisar essa temática, tão presente em Guillermo Del Toro, identificando também a influência do Expressionismo alemão e do gótico. A metodologia inclui: levantamento bibliográfico e análise das obras “Cronos” e “A forma da água” segundo a “Jornada do herói”, de Vogler e da mitanálise e mitocrítica, de Portanova Barros.
Palavras-chave: 1. Guillermo del Toro. 2.Cinema de horror. 3.Expressionismo alemão. 4. Gótico. 5. “Outsiders”.

Cinema brasileiro 3

25/10/2018 às 16:30 – Sala 9
INFLUÊNCIA PAULISTA NO CINEMA GAÚCHO: CLUBE SILÊNCIO E DRAMA FILMES
Ivanir Migotto (Boca Migotto) (UFRGS)
A proposta desta apresentação é discutir o impacto do cinema da produtora Clube Silêncio no cinema gaúcho, em especial após o diálogo com o cineasta paulista Beto Brant e sua produtora Drama Filmes. Fundada em 2004 a Clube atou como coprodutora do filme Cão sem dono (2006), de Brand, experiência marcante para a mudança estética que se observa nos futuros longas-metragens realizados pela produtora gaúcha, e que rompem com a linguagem clássica presente na cinematografia rio-grandense.
Mapeamento dos núcleos de animação brasileiros
Marcos Buccini Pio Ribeiro (UFPE)
Ao se juntar em grupos, artistas buscam trocar conhecimento, ideias e experiências, e também diluir custos e dividir tarefas. Núcleos e coletivos artísticos, também são responsáveis por uma renovação de profissionais e de linguagens, técnicas e conceitos. Esta pesquisa exploratória tem como objetivo central mapear os principais núcleos de produção de animação que existem, ou existiram, no país e traçar um rápido perfil de cada um, servindo de base para futuras investigações.
Produção de audiovisuais brasileiros da década de 1970
ROSANE ANDRADE DE CARVALHO (FAV/UFG)
A proposta dessa comunicação é apresentar algumas proposições da minha pesquisa de doutorado que objetiva investigar a constituição do audiovisual como novo meio de produção e expressão artística na arte brasileira da década de 1970. Para tanto, apresentarei um panorama sucinto dessa produção e seu contexto de realização e, ainda, os audiovisuais Bichomorto e Hieróglifo do artista goiano Paulo Fogaça.

Queerness e diversidade sexual

25/10/2018 às 16:30 – Sala 10
Surto&Deslumbramento: perversão estética e narrativa em filmes queer
Bernadette Lyra (UFES)
O cinema queer é atravessado por estratégias que, em sua diversidade, contrapõem-se a modelos usados para perpetuação do binarismo sexual e da heteronormatividade. Em filmes do Coletivo Surto&Deslumbramento, a estética da superfície e a narrativa paródica são formas organizadoras do aparato cinematográfico, que pervertem a norma instituída e contribuem em um projeto específico de resistência e provocação a preconceitos e clichês, promovendo a recolocação das imagens dos afetos e dos desejos.
eXistenZ, de Cronenberg: chamado pouco ouvido a repensar o sexo hetero
Fernando Mascarello (UNISINOS)
Por que, dentre as muitas chaves de leitura possíveis para o polissêmico eXistenZ, de Cronenberg, a da sua alegorização das potencialidades antinormativas do sexo hetero foi tão negligenciada? Proponho um resgate dessa dívida da fortuna crítica do filme, mobilizando reflexões sobre práticas heterossexuais desviantes (P. Bruckner, L. Segal), novas teorias psicanalíticas da subjetivação masculina (S. Bleichmar, M. Schneider) e a moldura dos estudos dos homens e das masculinidades (R. Connell etc.)
Diversidade sexual no videoclipe Flutua
Wilton Garcia (Fatec/Uniso)
Este texto apresenta uma leitura sobre a diversidade sexual no videoclipe Flutua (2017, 7 minutos), de Ricardo Spencer, com música de Johnny Hooker e a participação de Liniker. Da (re)dimensão teórica à política, essa narrativa audiovisual ressalta o uso estratégico do discurso cinematográfico. Os resultados apontam para a produção de conhecimento permeada pela produção de subjetividade, no debate a respeito de uma (re)dimensão queer entre alteridade, desigualdade e diferença.

ST Interseções Cinema e Arte – Sessão 4 Arquivo/Releituras

25/10/2018 às 16:30 – Sala 11
A migração das imagens e os lugares de passagem em John Akomfrah
Eduarda Kuhnert (PPGARTES – UERJ)
O presente texto se atenta para as possibilidades estéticas de deslocamento e incorporação de materiais de arquivos que, uma vez retirados de seu contexto original, são inseridos dentro de uma nova ordem orientada pelo presente que demanda por tais montagens. Serão analisadas obras do cineasta e artista John Akomfrah que, ao refletir a respeito das experiências diaspóricas na Inglaterra, apresentam “a memória como um mapa pelo qual se pode renavegar o presente.” (AKOMFRAH, 2017, p.38).
David Lynch (2016): documentário auto-retrato “intercinearte”
Denize Correa Araujo (UTP)
Este estudo enfoca a cena do documentário David Lynch (2016) que capta o momento em que o artista percebe a relação da imagem fixa com a imagem em movimento, ocasionando sua transição das artes visuais ao cinema. O filme ilustra o conceito de “intercinearte”, e caracteriza um “selfie-biopic”, considerando que Lynch cria uma “persona”. Serão adotados os conceitos de “documentário performático” de Nichols, de “memória subjetiva” de Beatriz Sarlo, de “intercinearte e de “auto-retrato” de Bellour
Um Disney antidisneiano
Annateresa Fabris (USP)
Artista preocupado com os conceitos de duração, lugar e história, David Claerbout explora essas questões ao máximo no filme “A pura necessidade” (“Die reine Notwendigkeit”, 2016), inspirado em “Mogli, o menino lobo” (“The jungle book”, 1967). Embora o artista belga reedite com pequenas adaptações a animação do Estúdio Disney, o resultado é absolutamente antidisneiano, pois os animais perdem os traços antropomórficos do original, sendo apresentados como simples representantes da própria espécie.

ST Montagem Audiovisual: reflexões e experiências – #4: Ética nas Montagens Documentais

25/10/2018 às 16:30 – Sala 12
A montagem nos documentários sergipanos (2005 – 2015).
Luzileide Silva (UFS)
A análise propõe uma reflexão sobre a montagem dos documentários premiados pela Mostra Competitiva de Curtas Sergipanos, no período de 2005 a 2015. A partir da observação da utilização das imagens-sons e das ligações criadas pelos processos operacionais e conceituais da montagem buscamos compreender como se estabeleceram as relações narrativas, significativas, reflexivas ou emocionais nesses documentários. Como também, identificar aspectos específicos da montagem dos documentários sergipanos.
O SEGREDO DO FILME: a construção da voz do filme através da montagem.
Laís Lima Pinho (UFSCar)
Este artigo busca uma reflexão sobre as relações entre os cineastas e os sujeitos filmados, os processo criativos, as representações em torno do momento histórico, as condições de produção, bem como seus dispositivos e suas estratégias de abordagem são elementos fundamentais para a montagem dos filmes documentários. Segundo Nichols (1997; 2005) são estes elementos que, combinados com componentes éticos, estéticos e políticos percorrem e conduzem o processo criativo da montagem cinematográfica.
Montagem, ética e adversário
ana rosa marques (UFBA e UFRB)
Nossa proposta é discutir, do ponto de vista ético, os desafios vividos e as soluções encontradas na montagem para se mostrar, conhecer ou confrontar o adversário em três documentários. São eles Theodorico, Imperador do Sertão (1978), Um lugar ao Sol (2009) e Por trás da linha de escudos (2017). Analisaremos esses filmes à luz de reflexões já empreendidas por teóricos que também se debruçaram sobre o cinema de caráter mais adversativo como Jean Louis Comolli, François Niney e Geráld Collas

ST Mulheres no cinema e audiovisual – Sessão 4 – O cinema de Helena Solberg

25/10/2018 às 16:30 – Sala 13
Notações feministas no cinema de Helena Solberg
Roberta Veiga (UFMG)
Nessa comunicação pretendo argumentar que as obras dos anos 70 de Helena Solberg antecipam cinematograficamente um programa feminista plural, intersecional, que será formalizado nos 90 (terceira onda do feminismo). Trata-se de demonstrar, a cada dispositivo fílmico, que escritura e método atuam de modo a deslocar o olhar eurocêntrico da mulher universal ao engajar rostos e vozes femininas singulares. Busca-se pensar ainda como esse gesto feminizador se desdobra nas obras seguintes da cineasta.
Autoria e criação coletiva em três filmes feministas da década de 1970
Mariana Ribeiro da Silva Tavares (UFMG)
Esta comunicação percorre três documentários feministas pioneiros realizados no continente americano na década de 1970, pela brasileira Helena Solberg, identificando questões como invisibilidade, uso da ficção, crítica à imagem midiática da mulher e processo coletivo de produção. Nos interessa analisar nos filmes, a simultaneidade entre elementos que conformam o universo autoral da cineasta e o processo colaborativo de criação que marcou a elaboração desses filmes.
Raça e classe em A nova mulher (1974)
Karla Holanda (UFF)
Esta comunicação se propõe a abordar a interseccionalidade de raça e classe no discurso feminista em A nova mulher (1974), filme independente de Helena Solberg realizado nos Estados Unidos. O média metragem, que trata de cerca de 200 anos da história do movimento feminista nesse país destaca a luta de mulheres negras e trabalhadoras. Interessa-nos investigar os diálogos que o filme, tão precocemente, estabelece com os movimentos de mulheres.

Teoria(s) do cinema, teoria(s) no cinema 2

25/10/2018 às 16:30 – Sala 14
Produção de presença em formas narrativas de cinema
Guilherme de Souza Castro (UAM)
As relações entre produção de presença e de sentido e os modos cinematográficos de narrar são verificados nos filmes em análise. Em Central, documentário de Tati Sager; Rifle, ficção de Davi Pretto, e Cidades Fantasmas, documentário de Tyrell Spencer, são pesquisadas as modulações formais enquanto materialidades de cinema e efeitos estéticos das tensões entre presença e sentido nas narrativas.
Título: Cinema e Memória – Uma Aproximação Entre Campos
Carolina Goncalves pinto (ECA – USP)
Em nossa proposta de análise, buscamos explorar as formas de aproximação entre memória e cinema, para além da imagem como mero registro de um instante. Indagamos quais seriam estes pontos de contato entre estes dois campos e no que divergem, utilizando como objeto de nosso estudo o filme Tão Longe É Aqui (2013) de Elisa Capai. Partimos do princípio que a montagem cinematográfica, relacionada à articulação de um pensamento em forma de filme, seja um dos vetores possíveis para o cotejamento.
O cinema contemporâneo do entrelugar e o retorno da experiência
Angelita Maria Bogado (UFRB)
O Brasil, assim como o mundo, está diante de um processo extremo de desaprender a ver e a dialogar. O cinema do entrelugar tem sido um espaço dissonante, onde se pode, como pregou Benjamin, “escovar a história a contrapelo” derrubar os muros da história oficial e romper com o discurso dominante. Para esta apresentação, vamos analisar os filmes Café com canela e Ilha. Um cinema que nos ensina como nos aproximar da essência indivisível das coisas e assim poder superar as nossas próprias tragédias

Mesa Redonda: Desinventando o Brasil: vanguardas tropicais e cinemas do presente urgente” – Professores convidados: Anita Leandro (UFRJ), Celso Favaretto (USP) e Ivana Bentes (UFRJ)

25/10/2018 às 19:00 – Sala Teatro Asklepiós – Faculdade de Medicina da UFG

 
 

26/10/2018


ST Cinema Negro africano e diaspórico – Narrativas e representações – sessão 5

26/10/2018 às 09:30 – Sala 1
Órun Áiyé – Tessituras de memória e ancestralidade no Cinema Negro
Edileuza Penha de Souza (UnB)
O trabalho apresenta a animação “Órun Áiyé: a criação do mundo” como possibilidade de edificar um conjunto de categorias acadêmicas para discutir os espaços de representações do Cinema Negro Feminino. Observa-se que ao produzirem e dirigirem filmes, as mulheres negras edificam o cinema como espaço de pertencimento e de referência da história e da cultura negras.
Narrativas e Representações sobre fluxos migratórios: o caso FESPACO.
Maíra Zenun Almada de Oliveira (UFG)
Para esta comunicação oral, apresento um levantamento a respeito dos filmes premiados ao longo do FESPACO, que tratam da questão das migrações forçadas durante os fluxos diaspóricos identificados por Goli Guerreiro (2009). Para tanto, trago um breve apontamento sobre como o cinema negro africano apresentado em tal festival tem retratado tais fluxos, que há séculos vem afetando drasticamente a vida e as práticas culturais relacionadas às populações do mundo negro-africano e afrodiaspórico.
O cabelo afro e sua re-existência nos filmes Kbela e Deixa na Régua
Marcell Carrasco David (PUC-Rio)
É possível perceber que distintos meios de comunicação estão visibilizando a estética negra, anteriormente estigmatizada em relação aos padrões de beleza eurocêntricos. Neste sentido, o objetivo dessa comunicação é investigar a forma como os filmes Kbela (2015), da diretora Yasmin Thayná e Deixa na Régua (2017), do diretor Emílio Domingos, têm contribuído nesse processo de transformação a favor da valorização de uma estética natural afro brasileira, através do cabelo.

ST Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados – Literatura e demais expressões: interlocuções

26/10/2018 às 09:30 – Sala 2
Espectros do real: silêncios e fantasmas em três cinemas insólitos
Fabrício Basílio Pacheco da Silva (UFF)
Partindo do filme Fantasma (2006), de Lisandro Alonso, esse trabalho tece relações entre cinema de fluxo e literatura fantástica, comparando o filme de Alonso com duas narrativas também locadas em salas de cinema: o conto El Espectro, de Horacio Quiroga e o filme Adeus, Dragon Inn (2003), de Tsai Ming-Liang. Para isso, tensionamos as obras a partir de dois eixos: a relação entre figuras e espaços insólitos e a presença de silêncios narrativos como catalisadores de hesitações perante o real.
José Lezama Lima e o anacronismo no cinema latino-americano
Marco Túlio de Sousa Ulhôa (UFF)
O estudo analisa as categorias estéticas e historiográficas produzidas pela obra e a teoria literárias do poeta e escritor cubano, José Lezama Lima, como aportes para a investigação do conceito de anacronismo e suas implicações no cinema latino-americano. As relações tecidas na teoria lezamiana entre a imagem, o tempo e a alteridade, embasam a análise do filme O Viajante Imóvel, adaptação do romance Paradiso, propondo uma perspectiva sobre o anacronismo no espaço-tempo cinematográfico.
Corpos secos e molhados: entre pampas húmidos e sertão cerarense
Natacha Muriel López Gallucci (UFCA)
No presente trabalho temos por principal objetivo analisar comparativamente representações do corpo e da cultura popular que apresentam figuras de desestabilização social nos cinemas de Brasil da Argentina, por fora do tradicional eixo Rio – Buenos Aires. Neste sentido, temos abordado como cinemas “fora do eixo” um corpus fílmico associado a diretores que trazem representações artísticas do sertão, no subgrupo cearense, no Brasil e dos pampas, no subgrupo litoral, na Argentina.

ST Cinema brasileiro contemporâneo: política, estética, invenção – Sessão 5

26/10/2018 às 09:30 – Sala 3
Baronesa: por uma política da amizade feminina
Carla Ludmila Maia Martins (UNA)
A proposta é compreender as estratégias estéticas e políticas agenciadas pelo filme “Baronesa”, a partir da análise de seus procedimentos formais. Menos que isolar tais procedimentos, gostaríamos de compará-los a outros já vistos no cinema brasileiro, para compreender como esse filme renova uma antiga inquietação: face à miséria e a violência do mundo, o que pode o cinema? Buscamos compreender como o filme propõe uma nova perspectiva, formada da relação entre mulheres, dos dois lados da câmera.
Documentário e ação direta em Ressurgentes e Lute como uma menina!
Pedro Augusto Beiler de Siqueira Garcia (UFF)
Filmes como Ressurgentes (2014) e Lute como uma menina! (2016) evidenciam recentes aproximações e entrelaçamentos entre certa produção brasileira de documentários e militâncias contemporâneas. Pretende-se através de sequências destes filmes pensar como corpos, gestos, falas, ângulos e enquadramentos presentes em imagens de ação direta permitem uma momentânea reconfiguração das relações de poder e ao mesmo tempo indicam rupturas na dimensão representativa dos próprios filmes.
A resistência do corpo: artifício e alegoria em Medo do Escuro e Imo
Camila Vieira da Silva (UFRJ)
De que modo o cinema brasileiro contemporâneo pode inventar um corpo capaz de resistir a um espaço de agressão? O artifício e a alegoria nos longas “Medo do Escuro” e “Imo” apontam pistas para pensarmos formas de agir no mundo, sem cair nas armadilhas de um realismo cinematográfico que reforça códigos assimilados. Este trabalho procura pensar as estratégias de criação de imagens no cinema, em que o fragmento e a performance encontram lugar.

Painel – sessão 7: Música e Cinema: intersecções estéticas na narrativa cinematográfica – Coordenação: Marina Mapurunga

26/10/2018 às 09:30 – Sala 4
As músicas de “Ne Change Rien” (2009)
Luiz Fernando Coutinho de Oliveira (UFSCar)
Ne Change Rien (Pedro Costa, 2009), documentário sobre a cantora francesa Jeanne Balibar, remete às problemáticas de Jean-Louis Comolli a propósito da questão “como filmar a música enquanto se faz?”, e desvela relações estimulantes entre cinema e música, não apenas na medida em que as letras e origens das canções interpretadas ao longo do filme apontam para uma história do cinema, mas também porquanto se observam relações ora de oposição, ora de identidade entre o que se vê e o que se ouve.
A música de Livio Tragtenberg em Latitude Zero
Pablo Mendoza (Ufscar)
Esse artigo pretende analisar a música do compositor Livio Tragtenberg no filme Latitude Zero (2000) de Toni Venturi, lançando o olhar sobre a relação da música com os com elementos visuais e narrativos, discutindo as possíveis interpretações que podem surgir dessa relação. O embasamento se dá nas teorias de Claudia Gorbman sobre as funções da música no cinema juntamente com as propostas de Anahid Kassabian que apontam a possibilidade da música evocar informações fora do texto fílmico.
O céu reluzente e ressoante: o brega de Hermila
Iasha Nur Oliveira Salerno (UFSCar)
Partindo do filme O Céu de Suely (Karim Ainouz, 2006) analisaremos de que maneira o uso da canção brega constrói o universo da protagonista. Para isso, nos propomos a realizar um mapeamento dos caminhos que as canções fazem pela cultura e pelo mercado, como suas características estéticas e seus aspectos sociológicos se conjugam à narrativa fílmica e quais as contradições e potências extraídas do diálogo entre as canções utilizadas na trilha musical e o existir feminino de Hermila.
A Música e a Narrativa Fílmica: o Papel da Canção Popular em Aquarius
Breno Mota Alvarenga (UFPE)
O artigo pretende utilizar como objeto de estudo o filme Aquarius (MENDONÇA, Kleber, 2016) para a realização de um estudo de caso que tem como base sua trilha sonora. O objetivo principal é analisar de que forma a canção popular, ao ser inserida no filme, não só é capaz de criar atmosferas mas também participa ativamente no desenvolvimento da narrativa, construção de personagens e se torna sinalizadora de conflitos desenrolados na trama.

Painel – sessão 15: Poéticas da imagem: teoria, discurso e estética – Coordenação: Annádia Brito

26/10/2018 às 09:30 – Sala 5
Por uma Ciência da Imagem
Alan Campos Araújo (UFPE)
A presente comunicação defende que há elementos na imagem cinematográfica que escapam do diretor que o realizou ou do gênero cinematográfico em que ela está inserida. A partir de uma cena do filme Cães Errantes (Tsai Ming-liang, 2013), o seminário investiga sua afinidade com outras imagens, o Saturno da pintura de Goya,
as fotografias da guerra do Vietnã, o cinema de Cronenberg, em um movimento que atravessa diversas mídias e buscando um saber por relação, o saber da imagem.
Là-bas: a performance da voz como expressão do Acontecimento
Daniela Moreira de Faria de Oliveira Rosa (UFRJ)
Este trabalho é uma reflexão sobre as singularidades do filme Là-bas (“Lá”, 2006, Chantal Akerman) a partir da relação com o conceito de “Acontecimento”, de Gilles Deleuze, e devir feminino. O privilégio da fala em Là-bas nos afasta de uma representação habitual e expressa outros sentidos para além de sua materialidade, produzidos pela voz de Chantal Akerman e suas proposições. Pode-se pensar em um “devir feminino”, no qual a potência de criação reside no indeterminado.
O cinema de Evaldo Mocarzel sob a ótica da teoria dos cineastas
Tatiana Vieira Lucinda (UFJF)
Este artigo analisa as reflexões teóricas do documentarista brasileiro Evaldo Mocarzel, observando, a partir da trilogia da margem, obras produzidas entre 2003 e 2008, seu processo criativo e poética fílmica. Como alicerce de análise, utiliza-se a Teoria dos Cineastas, a qual propõe metodologias específicas de avaliação do pensamento do realizador. Conclui-se que Mocarzel tem uma concepção especial do documentário, creditando-lhe a potência de ruptura de estigmas e como espaço de resistência.
A fotografia e a narrativa fantástica em O Fantasma da Sicília
LAIZ MARIA DOS SANTOS DE MESQUITA SOUZA (UFBA)
A proposta deste trabalho é analisar O Fantasma da Sicília, observando as escolhas do diretor de fotografia, Luca Bigazzi, na construção de sua visualidade poética e fantasiosa. Baseado numa vingança real, realizada pela máfia italiana, na década de 90, o filme mescla realidade com fantasia, trazendo aspectos belos em meio à narrativa cruel. A fotografia é elemento importante na construção desta atmosfera fantástica, sendo, portanto, interessante objeto de estudo.

Estudos do roteiro: para além dos manuais e dos filmes realizados

26/10/2018 às 09:30 – Sala 6
Por uma arqueologia especulativa dos roteiros não filmados
Pablo Gonçalo (UnB)
Como compreender a especificidade histórica dos roteiros não filmados? Como realizar uma história dos filmes invisíveis? Esta apresentação propõe dois campos conceituais para pesquisar esse singulares objetos. De um lado o campo da arqueologia da mídia, nos seus vetores retrospectivos e prospectivos. De outro, o campo do realismo especulativo, pelo qual a especulação, na junção de roteiros não filmados de um mesmo período, permite vislumbrar uma peculiar história espectral do cinema.
Arquivo e roteiro: a precariedade a partir de Glauber Rocha
Nayla Mendes Ramalho (UnB)
O roteiro de cinema será tratado a partir do conceito de precariedade, como em um movimento de “desarquivamento” da ideia transcendente de roteiro. Alguns roteiros de Glauber Rocha, para o filme Terra em Transe e possíveis outros documentos e ideias que rodeiam tais roteiros, serão indicações de caminhos e desdobramentos para pensarmos uma história do roteiro necessária, que inclui escritas singulares de todo tipo.
Federico Fellini: anotações de um diretor.
Anna Paula Soares Lemos (UNIGRANRIO)
Neste trabalho, faremos um close reading dos textos avulsos e roteiros originaisdo cineasta italiano Federico Fellini. Os argumentos L’ attore, L’ inferno e Mandrake foram originalmente direcionadas ao projeto Blocknotes di un Regista (Anotações de um diretor) de 1965. Eles serão em parte observados nos roteiros originais, nos textos avulsos e desenhos que estabelecem uma arquitetura muito reveladora dos últimos filmes de Fellini, Ginger e Fred (1985) e Entrevista (1987).

ST Cinema e Educação – Sessão 5

26/10/2018 às 09:30 – Sala 7
Cinema e infância e pesquisa: em modos de re-existência
César Donizetti Pereira Leite (UNESP)
O presente trabalho tem por propósito desenvolver uma discussão em torno de três temas: pesquisa, educação e produção de imagens por crianças no espaço da Educação Infantil, tomaremos como ponto de partida filmes produzidos por crianças, essas produções foram realizadas em pesquisas em escolas da Rede Pública e possuíam como objetivo refletir o poder da imagem realizadas por crianças no espaço de uma creche e de uma pré-escola entre os anos de 2011 e 2014. Será trabalhado as relações entre infâ
Da educação bancária ao modelo sociológico: uma ética da imagem
Isaac Pipano Alcantarilla (UFF)
Arriscando uma aproximação entre campos não-convergentes, convocamos os filmes Maioria Absoluta (1964), de Leon Hirszman, e Teremos infância (1971) e Jardim Nova Bahia (1971), ambos de Aloysio Raulino, para investigar certa isonomia político-estética entre o ato cinematográfico e a produção do saber. Atentando-nos ao lugar do espectador desenhado pelos filmes, bem como as relações entre os sujeitos filmados, procuramos elaborar uma crítica em torno da dimensão ética da imagem na educação.
“Jonas e o circo sem lona”: a escola, o cinema, a estética do risco
Fernanda Omelczuk Walter (UFSJ)
Este trabalho se propõe analisar o filme Jonas e o circo sem lona de Paula Gomes, refletindo sobre o compromisso da arte com a invenção e a relação do cinema com o real. A partir disso sugere-se que o filme está atravessado por uma estética do risco, expressa nas relações que a diretora se dispõe a viver durante sua produção, no que dá a ver ao espectador como experiência da infância e no imaginário que movimenta ao colocar em cena o circo e a escola.

Godard

26/10/2018 às 09:30 – Sala 8
A Resposta das Trevas: regime afetivo em História(s) do Cinema
PABLO GONZALEZ RAMALHO (UFRJ)
Análise de sentido da obra “História(s) do Cinema” de Jean-Luc Godard, com o objetivo de circunscrever o sentido histórico do material audiovisual utilizado. Como as manipulações nas imagens e nos sons contribuem para, entre ficção e documento, traçarem a história do cinema e a do século XX? Que consequências tirar do paradoxo que se impõe com a coexistência entre a complexidade da montagem da obra, e sua tese implícita: a montagem como arte propriamente cinematográfica teria sido massacrada?
GODARD Y EL MAYO FRANCÉS
Alejandro Ventura Comas (UPF)
Un acontecimiento particularmente relevante dentro de la vorágine contracultural de los años 60, fue el Mayo francés. La impronta política que los jóvenes estudiantes le dieron a la creciente escalada de protesta radical antisistema con visos insurreccionales marca una especificidad en el mecanismo de adaptación rebelde predominante de la época. Jean Luc Godard es un artista clave, en términos cinematográficos, para intentar una aproximación comprensiva a un fenómeno de alcance universal.

Pop, queer e multicultural

26/10/2018 às 09:30 – Sala 9
A cultura pop na ambiência queer do filme Elvis & Madona
Gelson Santana (UAM)
O cinema é um catalizador de ambiências, no sentido que este conceito toma na obra de Hans Ulrich Gumbrecht. Ao fazer uso de certas configurações da cultura pop, aplicadas à sexualidade de personagens e a situações narrativas, o filme brasileiro Elvis & Madona (2010), de Marcelo Laffitte, apresenta um gesto alternativo de reconciliação política entre os modos de representação e as sociabilidades representadas, através de sons e imagens que integram uma ambiência queer de alteridade.
A “Salomé” de Oscar Wilde e o (in)consciente criativo de Al Pacino
Alex Beigui de Paiva Cavalcante (UFRN)
Durante muito tempo, a junção entre obra e vida se tornou impensável enquanto categoria crítica. Na obra teatral Salomé (1891) paisagens bíblicas invadem a estrutura dialógica do texto, criando com ele uma reescrita e uma reconfiguração do mito. O filme de Al Pacino (2013) desenha-se de modo híbrido entre a literatura, o mito, o teatro e o cinema, assumindo uma espécie de pacto faustiano com as memórias de Oscar Wilde, sua figura complexa e com os aspectos fulcrais de sua biografia.
Blockbuster Multicultural: O Caso de Pantera Negra
Vilson André Moreira Gonçalves (UTP)
O filme de super-herói se estabeleceu como uma das vertentes mais exploradas do cinema hollywoodiano. Dada a proficuidade do gênero, cabe questionar se este encontra-se desgastado ou se é capaz de ser relevante, tratando de temas de ressonância cultural e política, além de sequências de ação e efeitos visuais. Diante desse panorama, proponho-me discutir o filme Pantera Negra (Ryan Coogler, 2017), a fim de investigar seus principais desdobramentos temáticos.

ST Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil – Sessão 5

26/10/2018 às 09:30 – Sala 10
A Lei do Curta: do documentarismo militante a “Primavera” ficcional
Simplicio Neto Ramos de Sousa (ESPM)
Graças a Lei do Curta, fruto de lutas empreendidas em circuitos alternativos de exibição, pelos movimentos cineclubista e documentarista dos anos 70, garantiu-se um maior espaço no mercado exibidor nacional para o formato, nos anos 80. Contudo, isso permitiu a entrada de outros realizadores, mais afeitos a ficção, na chamada Primavera do Curta. Um fenômeno que embaralha questões de linguagem, gênero, e recepção, e mostra o impacto que políticas de exibição tem nas estéticas do cinema.
Audiodescrição nas salas de cinema: o que mudou e o que falta mudar.
Andreson Silva de Carvalho (ESPM-RJ)
A tecnologia digital permite um número cada vez maior de soluções inclusivas, mesmo que ainda não estejam amplamente disseminadas. Por isso, é preciso que leis sejam criadas e datas estabelecidas para que os simples direitos de ir e vir, ver e ouvir, trabalhar e se divertir, sejam concedidos a todos, sem nenhuma distinção. O prazo para adequação das salas de cinema, permitindo deficientes visuais de ter uma melhor experiência audiovisual, está perto do fim. O que se pode esperar dessa mudança?
CIRCUITO UNIVERSITÁRIO DE EXIBIÇÃO E O PROJETO CINEMAS EM REDE
Cíntia Langie Araujo (UFPel)
A pesquisa investiga o circuito universitário de exibição do Brasil, a partir de um estudo sobre salas localizadas em instituições de ensino. O objetivo é analisar as características de tais iniciativas e as potencialidades de uma curadoria formativa, que visa a expansão do acesso aos filmes que não possuem espaço nas salas comercias. O estudo também aborda o projeto Cinemas em Rede, solução tecnológica que interliga cinemas espalhados no país para fortalecimento da difusão do filme brasileiro.

Espaços e paisagens

26/10/2018 às 09:30 – Sala 11
NARRATIVAS DA PAISAGEM URBANA NO SEGMENTO DONA FULANA / RIO, EU TE AMO
Maria Helena Braga e Vaz da Costa (UFRN)
Esse trabalho discute o cinema como meio de comunicação legitimador de enquadramentos de representações culturais a partir da construção de imagens e narrativas das paisagens urbanas. Em acordo, discute-se aqui o episódio Dona Fulana, um dos segmentos do terceiro filme da franquia Cidades do Amor, o filme Rio, Eu Te Amo (Fernando Meirelles, et al., 2014) enquanto uma narrativa cultural da cidade do Rio de Janeiro voltada à composição de uma paisagem fílmica que se constitui enquanto identidade.
Um passeio pelo espaço de Nunca Fomos Tão Felizes
Fabiano Grendene de Souza (PUCRS)
A comunicação analisa o uso do espaço em Nunca Fomos Tão Felizes, centrando sua abordagem no cenário mais relevante: o apartamento. A partir daí, propõe-se uma reflexão ancorada tanto em elementos específicos do ambiente, quanto nas relações deste local com personagens, elementos cinematográficos e questões inerentes ao cinema brasileiro dos anos 1980.
A Poética do Espaço em Quando eu Era Vivo
Nílbio Thé (Unichristus)
O trabalho visa analisar a direção de arte com destaque para a produção de objetos do filme Quando eu era vivo, (2014) de Marco Dutra. O objetivo é identificar as estratégias utilizadas para que os objetos de cena contem a história do filme acompanhando as mudanças do protagonista configurando que, dialeticamente, são uma síntese entre impressionismo e expressionismo. Faremos isso usando como principal referencial teórico o livro A poética do Espaço (1979) do filósofo Gaston Bachelard.

Regionalidades

26/10/2018 às 09:30 – Sala 12
Cinemação: temas sociais na produção paraibana dos anos 60, 70 e 80
Fernando Trevas Falcone (UFPB)
As produções paraibanas filmadas em 16mm e 35 mm e voltadas para a realidade social da zona rural, caso de “Aruanda” e “O País de São Saruê” marco das décadas de 1960 e 1970, e de “Padre Zé Estende a Mão”, sobrea miséria na capital João Pessoa, são sucedidas pelos filmes em Super-8 com temática diversificada, mas a questão social persiste no cinema paraibano do final dos anos 1970 e da década de 1980, com “Gadanho”, “Abril” e “Registro.
REGIONALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL: um olhar sobre o Norte
Angela Nelly dos Santos Gomes (UFPA)
Este trabalho propõe uma análise sobre a política de regionalização da produção audiovisual a partir dos marcos regulatórios brasileiros mais recentes. O objetivo é compreender como isso está alcançando a produção da região Norte tendo em vista a aplicação dos indutores regionais, a partir das chamadas públicas do Fundo Setorial do Audiovisual e a vigência da Lei 12.485, a lei da TV paga.
Transbordamentos do cinema Pernambucano
Iomana Rocha de Araújo Silva (UFPE)
A produção audiovisual do estado de Pernambuco vem se destacando. Mas para além do reconhecido contexto, há uma produção que se desvincula da forma cinema tradicional. Apresento aqui uma observação sobre estes “outros cinemas pernambucanos”, propondo um recorte panorâmico com o intuito de apontar peculiaridades estéticas e contextuais. Para tal observarei as obras: “Poema” (1979) de Paulo Bruscky, “Resgate Cultural” (2001) do Telephone Colorido e “Estás vendo coisas” (2016) de Barbara Wagner.

ST Teoria dos Cineastas – Sessão 5 – Propostas dos cineastas: autoria e manifesto

26/10/2018 às 09:30 – Sala 14
Teoria, autor e cineasta: observações sobre uma abordagem do cinema
Eduardo Tulio Baggio (Unespar)
O objetivo da comunicação e apresentar observações e exames sobre os conceitos de teoria, autor cinematográfico e cineasta. Em seguida, a partir de tais conceitos, busca-se delinear hipóteses de alcances e restrições quanto ao desenvolvimento de pesquisas via a abordagem da Teoria dos Cineastas. Para tanto, consideram-se como base alguns dos relevantes estudos que apresentam conceitos nos campos de interesse desta investigação e suas possíveis correlações.
A dramaturgia da presença de Albert Serra
Leonardo Couto da Silva (UFRJ)
Será examinado o artigo publicado em 2014 pelo cineasta catalão Albert Serra,intitulado “The Dramaturgy of Presence”, buscando encontrar formas de compreender com maior profundidade não apenas a filmografia do próprio cineasta, mas também uma determinada produção contemporânea, de diretores como Tsai Ming-Liang e Apichatpong Weerasethakul. Cremos que a dramaturgia da presença, proposta por Serra, possa ser uma operação criativa que atravessa todo um conjunto de filmes do cinema mundial.
Desvelando o espaço da dupla autoria nos making ofs documentários
Patricia de Oliveira Iuva (UFSC)
A proposta deste trabalho discute o encontro entre as instâncias diretivas autorais na expressão artística do making of documentário, tomando como horizonte teórico a construção social da autoria (Bourdieu) e a noção da dialética do olhar proposta por Didi-Huberman (2010). Analisamos o espaço autoral do diretor do MDoc sob a perspectiva de uma relação de dupla distância com o filme – a qual evoca sentidos que reverberam no estabelecimento do que estamos considerando uma noção de dupla autoria.

ST Cinema Negro africano e diaspórico – Narrativas e representações – sessão 6

26/10/2018 às 11:30 – Sala 1
“Entre o Norte e o Sul. Entre o quente o frio. Nada é tão simples”:
Jusciele Conceição Almeida de Oliveira (CIAC/UALG)
O texto apresenta, discute e critica algumas questões, demandas e exigências surgidas nas leituras que abarcam os cinemas africanos, como o enquadramento teórico; divergências sobre nomenclatura; questões de ordem nacional, transnacional, transcultural, locais e globais e aspectos históricos; demandas sobre variados temas, enredos, políticas e estéticas que são comuns e muito presentes no debate de ideias contemporâneas, relacionados com os cinemas produzidos no/pelo continente africano.
Ser negra na tela: a construção de um olhar de enfrentamento
Lygia Pereira dos Santos Costa (ECA – USP)
Na história do cinema em países da diáspora africana, vemos em comum a ausência e o uso recorrente de estereótipos em torno das experiências das mulheres negras. Em contraposição, surgem às margens realizadores e teóricos que tem buscado construir posicionamentos críticos em relação a multiplicidade da experiência negra na diáspora. A partir das reflexões acerca da formação do olhar das espectadoras negras, pretende-se investigar o processo criativo e as obras de realizadoras negras brasileiras.
Um modo Elekô de pensar e fazer cinema
Luciana Oliveira Vieira (UFS)
As integrantes do Coletivo Mulheres de Pedra (RJ) subverteram a forma tradicional hierárquica de fazer e pensar cinema e se organizaram de maneira horizontal para produzir o curta-metragem Elekô (2015), além de propôr uma metodologia onde pensar em coletividade e inserir a performance como prática audiovisual em seus filmes, fazem parte do que chamaremos de um modo Elekô de pensar e fazer cinema.

ST Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados – Relatos, afetos e materiais de arquivo

26/10/2018 às 11:30 – Sala 2
El hombre que nació dos veces: o filme argentino de Oduvaldo Vianna
Arthur Autran Franco de Sá Neto (UFSCar)
Esta comunicação aborda o filme El hombre que nació dos veces (1938), dirigido por Oduvaldo Vianna para a produtora PAF no contexto do cinema clássico argentino. Esta comédia é uma adaptação da peça teatral O homem que nasceu duas vezes, do próprio Oduvaldo Vianna. Uma vez que não existem mais cópias da película, buscar-se-á por meio de diversos tipos de documentos reconstituir as características artísticas principais da obra, bem como sua produção, exibição e repercussão crítica na imprensa.
Metraje encontrado, filmaciones familiares, música y derivas afectivas
Irene Depetris Chauvin (Conicet UBA)
Se propone una lectura de las tensiones entre los materiales visuales (el found footage y las filmaciones familiares) y sonoros (las voces de los narradores y las canciones) utilizados en ‘El eco de las canciones’ y en ‘Avanti Popolo’ para problematizar el estatuto del archivo y las características de su constitución a partir de la asincronía y la dislocación en la relación con el pasado, ya no sólo a partir de la pretensión de conocimiento, sino de una lógica vinculada al afecto.
Ora direis, ouvir histórias…(O banal e o extraordinário em…)
denise tavares da silva (UFF)
Criar um “dispositivo” como uma estratégia da construção narrativa do documentário contemporâneo tem sido um caminho fértil na produção latino-americana. E um dos esteios desta opção é a ideia de que a imersão no cotidiano abre, não raro, frestas fecundas para a fabulação do extraordinário em meio ao que é visto como banal. Como ocorre em “Metal & Melancolia” (1994, de Heddy Honigmann), ou em “Galáxia” (2014, de Fabiano Maciel). Filmes distintos que se desenham pela aposta na singularidade.

ST Cinema brasileiro contemporâneo: política, estética, invenção – Sessão 6

26/10/2018 às 11:30 – Sala 3
O Fora de Campo como Dobra da Mise-en-Scène nos filmes de André Novais
felipe maciel xavier diniz (UNIRITTER)
Este texto prevê uma reflexão sobre as formas que modulam o cinema contemporâneo brasileiro, a partir da discussão da natureza da relação do fora de campo com a mise-en-scène nos filmes de André Novais. Ao ampliar o conceito de fora de campo a uma dimensão absoluta compreenderemos que o que está em jogo é a produção de uma relação imanente atravessada pelas desdramatizações e pela inspiração documental expressa pela encenação.
Apropriações da cultura pop em Batman Pobre e Hitler III Mundo
Anderson Luis Ribeiro Moreira (PPGCINE/UFF)
Esse trabalho parte do vídeo Batman Pobre para pensar as maneiras com que o audiovisual brasileiro contemporâneo se apropria de elementos da cultura pop global como estratégia política de resistência. Com esse intuito, analisaremos o vídeo, que mistura registros de performance, documentário e ficção ao colocar a figura do herói em uma manifestação política em 2013, e o compararemos a Hitler III Mundo, filme de 1968 que se utiliza de personagens pop para falar do contexto ditatorial brasileiro.
Pós-Horror Brasileiro: Propostas para uma História
Matheus Batista Massias (UFSC/USP)
A noção de pós-horror, desde de 2017, vem sendo discutida mais cinefílica do que crítica ou academicamente. Pensando o Novíssimo Cinema Brasileiro e destaques como Trabalhar Cansa e O Som ao Redor, é possível trabalhá-los considerando suas peculiaridades e convergências via conceituação embrionária de pós-horror, como ruptura e renovação do horror, sempre concomitante, nunca sucedâneo. Para além de um estudo de gênero, visa-se uma análise histórica preocupada com política, classe, e gênero.

Processos de formação cultural no audiovisual amazônico e nordestino

26/10/2018 às 11:30 – Sala 4
Estética e formas de representação em Uma aventura no Semiárido (2016)
Carla Conceição da Silva Paiva (UNEB)
Como parte da mesa temática “Processos de formação cultural no audiovisual amazônico e nordestino”, esta comunicação analisa o discurso sobre o Semiárido Juazeirense e sua relação com as Políticas Públicas da Convivência com o Semiárido, no filme Uma Aventura no Semiárido (2016), realizado pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), e o desenvolvimento de um hibridismo entre ficção e documentário.
A estética no documentário rondoniense
Juliano José de Araújo (UNIR)
Como parte da mesa temática “Processos de formação cultural no audiovisual amazônico e nordestino”, pretendo estudar a dimensão estética de filmes de três realizadores de Rondônia (Alexis Bastos, o casal Lídio Sohn e Pilar de Zayas Bernanos, e Simone Norberto) para revelar suas singularidades, tendências e influências. Dou continuidade a reflexão que comecei a desenvolver ano passado sobre a produção audiovisual de não-ficção de cineastas de rondonienses.
Cinema, Amazônia e Colonialidade
Claudio Aurelio Leal Dias Filho (IFMT/UFMT)
A proposta desse trabalho é analisar filmes que tratam da colonização da Amazônia brasileira nos anos 70, tendo como referencial bibliográfico o conceito de colonialidade. Os filmes a serem analisados são “Amazônas Amazônas” de Glauber Rocha e “Bye Bye Brasil” de Caca Diegues. Nessa análise será feito um estudo comparado buscando desvelar o discurso produzido nessas produções sobre a colonização e a persistência de dispositivos de colonialidade.

ST Estilo e som no audiovisual – Sessão 5: Vozes dissonantes

26/10/2018 às 11:30 – Sala 6
Arábia. O narrador que tarda, as pessoas que falam devagar
Fernando Morais da Costa (UFF)
Arábia se insere em um conjunto de filmes contemporâneos que trazem, ao mesmo tempo, uma voz de um narrador marcante, em primeira pessoa, e momentos de silêncios evidentes do que seriam os ruídos em torno do espaço no qual os personagens trabalham. Quão ligados, como espectadores, estamos à voz desse narrador improvável, e como isso se dá? Quão importantes são os silêncios que dividimos com ele?
O Menino, a Voz e o Sentido: uma análise da voz em O Menino e o Mundo
Fabiana Paula Bubniak (UNISUL)
O objetivo desse trabalho é analisar o tratamento da voz no filme de animação O Menino e o Mundo (2014) dirigido por Alê Abreu. A partir das teorias de Mladen Dolar, Jacques Lacan, Jacques Derrida e Giorgio Agamben sobre a voz, relaciona-se os diálogos, os sons e as músicas do filme com uma voz que está além da linguagem. A voz tratada aqui não é um veículo para o sentido (logos), não é um fim nela mesma e nem representa uma cultura específica. Adquirindo assim, uma potência política.
A dublagem AFETADA de Doce Amianto (2013)
Joice Scavone Costa (UFF)
Agambem (2005) afirma que “A voz, realmente, é índice da dor e do prazer”. Na compreensão clássica da experiência, trata-se de um som que emite o desejo que agencia potências para além e antes da racionalização (SCOTT, 1999). Doce Amianto (PARENTE & dos REIS, 2013) contém a voz deslocada da boca de seus personagens que, ao libertar-se do signo da fala, amplia as possibilidades do áudio do filme e intensifica as características dos timbres do corpo, dissimulando tais peculiaridades.

ST Cinema e Educação – Sessão 6

26/10/2018 às 11:30 – Sala 7
Motivos visuais do cinema: um exercício de igualdade de inteligências
Leonardo Cesar Alves Moreira (UFRJ)
As discussões ao longo deste ensaio se organizam em três momentos. No primeiro, buscamos refletir em torno do conceito de motivos visuais do cinema. Para tal, apresentamos as origens do termo motivo na pintura, apresentando possíveis aproximações com o cinema. Em seguida, trazemos alguns exemplos de motivos visuais constantemente empregados no cinema. Por fim, buscamos relacionar motivos visuais e igualdade de inteligências como possibilidade para assistirmos aos filmes criticamente.
O AUDIOVISUAL NO ENSINO DE CIÊNCIAS: A CONSTRUÇÃO DO ENDEREÇAMENTO
Renato Campos Vieira (UFRJ)Luiz Augusto Coimbra de Rezende Filho (NUTES-UFRJ)
Esta pesquisa trata da pouca ou mesmo da falta de formação de professores no ensino de ciências para a prática com o audiovisual em sala de aula. Algumas questões fundamentais propostas por autores da área da comunicação e educação são trazidas e discutidas para pensar em possíveis caminhos para diminuir esse déficit, apontando para uma formação mais ampla e aprofundada nesta linguagem. Uma proposta de formação para a leitura e a construção do endereçamento de vídeos no ensino é discutida.
Olhares Móveis: experiências e experimentAções entre cinema e educação
Marcelo Henrique da Costa (UEG)
Olhares Móveis é uma ação de extensão vinculada a uma investigação de doutorado em Arte e Cultura Visual pela UFG, ao CRIA LAB|UEG e ao curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás. O projeto desenvolveu oficinas de realização audiovisual com estudantes de escola pública utilizando aparatos móveis. As ações propostas possibilitaram o desenvolvimento do pensamento crítico acerca das imagens e, sobretudo, sobre as imagens produzidas.

ST Cinema comparado – Sessão 4 – Abordagens comparatistas: sob o signo da política

26/10/2018 às 11:30 – Sala 8
Comparar energias figurais: PM e Arrasta a Bandeira Colorida
Victor Ribeiro Guimarães (UFMG)
No sentido de interrogar como o cinema de Aloysio Raulino retoma motivos, retrabalha iconografias e reelabora figuras do povo presentes em outros cineastas latino-americanos da segunda metade do século XX, busco um cotejo entre PM (Sabá Cabrera Infante & Orlando Jiménez Leal, Cuba, 1961) e Arrasta a Bandeira Colorida (Aloysio Raulino & Luna Alkalay, Brasil, 1970). Ao aproximar e contrastar esses dois filmes, procuro construir uma metodologia de comparação entre energias figurais.
Palavras de ordem: a relação imagem-texto em “A chinesa” e “L’été”
Luiz Carlos Oliveira Junior (USP)
Esta apresentação tem como objetivo comparar os filmes A chinesa (Jean-Luc Godard, 1967) e L’été (Marcel Hanoun, 1968) com base no papel central que a palavra escrita desempenha em ambos. Investigarei como isso se articula com uma história da relação imagem-texto nas artes visuais, sobretudo na colagem cubista, e como os filmes reagem à exigência de legibilidade de algumas frentes militantes em torno de 1968.
Cinema político italiano, dimensões: Daniele Luchetti e Nanni Moretti
Gabriela Kvacek Betella (UNESP)
Revisitamos debates sobre o cinema político italiano ao comparar dois filmes de diretores contemporâneos, considerando momentos complexos iluminados por formas e imaginário. O senhor ministro (Daniele Luchetti, 1991) representa a coexistência entre elevada consideração moral e abomináveis manifestações práticas e O crocodilo (Nanni Moretti, 2006) potencializa o contraste do tom farsesco em meio à gravidade dos fatos reais para representar o estrago provocado pelo berlusconismo nas instituições.

ST Corpo, gesto e atuação – Sessão 5 – Corpos expressivos

26/10/2018 às 11:30 – Sala 9
O close-up e o homem reinventado: à procura do personagem de cinema
João Vitor Resende Leal (ECA/USP)
Esta comunicação pretende investigar o primeiro cinema em busca de marcas do surgimento do personagem cinematográfico para além das órbitas da literatura e do teatro. De “Chapeaux à transformations” (Lumière, 1895) a “Fantômas” (Feuillade, 1913), analisaremos o close-up do rosto como elemento crucial nessa “invenção” do personagem cinematográfico, observando ainda como ele explora e subverte o que normalmente se entende por identidade individual.
O estranho que canta: momentos musicais, corpos dissidentes e fraturas
Luiz Fernando Wlian (UFRJ)
Momentos musicais, em filmes narrativos, são capazes de promover novas formas de engajamento do espectador. Seria possível, nesses momentos, observar uma fonte de investimento queer? A partir do conceito de “momento musical” (Herzog, 2010), articulado a outros conceitos, busco compreender como “fraturas”, forças disruptivas no corpo fílmico, podem dar vazão a corpos e afetos dissidentes. Para tanto, parto da análise de dois filmes contemporâneos, Shortbus (2006) e Zero Patience (1993).

ST Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil – Sessão 6

26/10/2018 às 11:30 – Sala 10
FESTIVAL DO RIO E O CINEMA ODEON: MEMÓRIA, GLAMOUR E CINEFILIA
Tetê Mattos (Maria Teresa Mattos de Moraes) (UFF)
A presente comunicação investigará a experiência de exibição cinematográfica nos festivais de cinema tomando como objeto de análise o Festival do Rio e o papel do Cine Odeon. A escolha do antigo palácio cinematográfico, como sede do Festival remete a inúmeros significados, e o modus operandi está centrado na cultura da memória como cristalização de alguns dos discursos sobre a cidade do Rio de Janeiro, que identificamos como “cidade do passado-presente”, “cidade glamour” e “cidade cinéfila”.
OS MULTIPLEXES DE CAMPINAS NO CENÁRIO DE PÓS-DIGITALIZAÇÃO
Eduarda Wilhelm Possenti (Unicamp)
Com o parque exibidor nacional digitalizado, surgem novas demandas e discussões sobre as configurações das salas. É preciso investir em novos conteúdos e novos atrativos. Campinas possui uma grande variedade de empresas exibidoras, sendo diversas as opções de configurações de salas e tecnologias presentes. Propomos observar essas tecnologias de projeção e modernos complexos instalados, nos questionando como a indústria de exibição de filmes se comporta nesse cenário tecnológico e de consumo.
Para além do ingresso: ida ao cinema e a memorabilia
Pedro Peixoto Curi (ESPM-Rio)Talitha Gomes Ferraz (ESPM-Rio e PPGCine)
O modo como o fã da ida ao cinema se relaciona com materialidades de suas vivências faz com que tais objetos exerçam o papel de extensores de experiências que participam de exercícios de nostalgia e podem ser desdobrados na rememoração de determinado evento e na legitimação e distinção do fã entre demais espectadores. Este trabalho busca refletir como os memorabilia do evento indicam novas relações entre frequentadores, salas exibidoras e a experiência de social e afetiva de fruição fílmica.

ST Interseções Cinema e Arte – Sessão 5 Performance

26/10/2018 às 11:30 – Sala 11
FILMES-COREOGRAFIAS: CORPOS COREOPOLÍTICOS
JOUBERT DE ALBUQUERQUE ARRAIS (UFCA)
Entre as linguagens Cinema e Dança, o filme e a coreografia são possibilidades expandidas para pensar o corpo em movimento e o movimento dos corpos. Certas cenas dançadas são imagens que permanecem, atravessam tempos históricos distintos e, ainda, tensionam a experiência audiovisual como dispositivo fílmico-coreográfico: Bande à part (França, 1964), de Jean-Luc Godard; e O Porto de Santos (Brasil, 1978), de Aloysio Raulino. Seriam, então, filmes-coreografias que performam Corpos Coreopolíticos?
Live Doc: a documentalidade nas performances audiovisuais
Rodrigo Corrêa Gontijo (UNICAMP)
Determinadas performances audiovisuais que acontecem nos âmbitos do teatro, lecture performance ou live cinema produzem narrativas que se aproximam da linguagem documental, podendo ser agrupadas a partir de características formais, estéticas e conceituais semelhantes. Esta pesquisa parte das obras Pixelated Revolution (Rabih Mroué, 2012), Futu Manu (Rodrigo Gontijo, 2014) e Campo Minado (Lola Arias, 2016) para discutir o conceito de documentalidade proposto pela pesquisadora Hito Steyerl.
Ruído como representação: do grão ao código
Patricia Moran Fernandes (USP)
Apresentaremos o contexto de produção audiovisual das vanguardas do cinema e do vídeo que adotam a materialidade da imagem analógica e digital como matéria expressiva para pensar as performances audiovisuais de Caio Fazolin, Fernando Velásquez e VJ Vigas; casos exemplares de realizadores cujos trabalhos experimentam e produzem tendo no ruído uma forma. A imagens estruturas e seu processo de constituição é visível. A materialidade e abstração técnica como poética.

ST Montagem Audiovisual: reflexões e experiências – #5: Arranjos da Montagem via Arquivos

26/10/2018 às 11:30 – Sala 12
Collage: voz, found-footage e filme-ensaio
Rafael de Almeida (UEG)
Propomos nesta comunicação privilegiar o diálogo entre a voz-over, o found footage e o filme-ensaio. Nossa intenção é pensar na relação entre tais elementos como forma de ampliar a nossa percepção e compreensão do procedimento de montagem enquanto collage, em obras que se valham parcialmente ou em sua totalidade de materiais de arquivo.
A estética de álbum na montagem de “No pasarán, album souvenir”
Mili Bursztyn de Oliveira Santos (UFRJ)
O método de montagem do cineasta H-F Imbert será analisado a partir de No pasarán, album souvenir (França, 2003). A montagem do filme, calcada na repetição de imagens sobre fatos ocorridos em 1939, produz um efeito estético de álbum, a ser comentado com base nas noções de escrita de si (FOUCAULT, 2012) e repetição (AGAMBEN, 2007). O documentário será colocado em diálogo com outras obras de Imbert, buscando nesse procedimento comparativo indicações de um método construído a cada filme realizado.
A encruzilhada do arquivo: cinema, história e pós-modernidade
Diego Morais Vieira Franco (UFRJ)
Os curtas-metragens Libertários (1976), de Lauro Escorel Filho, e A Luta Vive (2017), do Coletivo Atos da Mooca, funcionam neste artigo como um díptico através do qual a imagem de arquivo dentro do cinema brasileiro é problematizada. Ao refletir sobre o estatuto da imagem quando usada dialeticamente para buscar um certo conhecimento sobre o passado, a porosidade existente entre o modo documental e o ficcional é ressaltada, de modo a criar outras possibilidades de entendimento sobre a história.

ST Mulheres no cinema e audiovisual – Sessão 5 – Série e Animação

26/10/2018 às 11:30 – Sala 13
A mulher na animação brasileira: Representação em curtas-metragens
Laryssa Gabriele Moreira do Prado (UFJF)Erika Savernini (UFJF)
Considerando o centenário da animação no Brasil (2017) e o destaque que as produções nacionais vem ganhando no país e fora dele, objetiva-se questionar a imagem da mulher em três curta metragens cujas distâncias temporais apresentam contextos diversos de produção da animação nacional e de discussão das questões de gênero no país, oferecendo uma amostra de como a figura da mulher vem sendo representada na animação brasileira: Frivolitá (1930), Dossiê Rê Bardosa (2008) e Guida (2014).
Possibilidades de interação: o lugar de fala em Crazy Ex-Girlfriend
ELEONORA MENEZES DEL BIANCHI (UNICAMP)
A série Crazy Ex-Girlfriend propõe em sua narrativa a busca pelo conceito felicidade a partir da mudança (ou abdicação) de lugares de fala das personagens. Proponho, a partir de teorias feministas (teoria queer, interseccional e dos movimentos feministas culturais e radicais entre 1967-1975 nos EUA), a construção e reconhecimento de elementos do roteiro audiovisual que estimulem o pensamento crítico, a subversão e a procura por novas perspectivas e ambientes de interação.
Mulheres difíceis nas séries policiais britânicas, o caso de The Fall
Maira Cinthya Nascimento Ezequiel (UFS)
O trabalho pretende analisar o modo de representaçao da figura feminina nas telesseries policiais britânicas contemporaneas. A partir do conceito de “mulheres difíceis”, proposto por Castellano e Meimaridis em artigo recente, pretende-se estudar a série The Fall, a partir da análise da protagonista, Stella Gibson. A hipótese a ser averiguada é a de que a construção da personagem dialoga com um discurso de inspiração feminista que atualiza os modos de representar a mulher na narrativa televisiva

ST Teoria dos Cineastas – Sessão 6 – Ideias fílmicas: consagração e novos olhares

26/10/2018 às 11:30 – Sala 14
O cinema antropomórfico de Visconti: ambiguidades e possibilidades
Luis Fernando Severo (UTP)
A partir da análise de Cinema Antropomórfico (1943), um dos poucos textos teóricos sobre cinema publicados por Luchino Visconti, podem ser traçados alguns caminhos que dialogam com sua obra posterior, tirando-se partido de uma leitura plena de possibilidades interpretativas que o texto permite. Nele Visconti faz sua profissão de fé no humanismo, exalta o papel fundamental dos atores na criação cinematográfica e deixa margem para uma livre interpretação de seu conceito de antropomorfismo.
Monte Hellman: visadas trágicas e a crise da imagem-ação
Arthur Fernandes Andrade Lins (UFF)
Em suas entrevistas, Monte Hellman assume uma postura desinteressada com os desdobramentos teóricos e críticos de sua obra. Em seus filmes, ao contrário, é notável as múltiplas perspectivas meta-reflexivas. Pretendemos relacionar alguns procedimentos estéticos/narrativos desenvolvidos em seus filmes nos anos 60 e 70 e levantar questões tendo em vista a crise da imagem-ação (Deleuze) em consonância com um aspecto trágico que surge em seus filmes no seio do desencanto da contra cultura americana.
O pensamento cinematográfico de Alberto Cavalcanti
Tania Arrais de Campos (UNICAMP)
O objetivo do trabalho é apresentar o pensamento cinematográfico do cineasta Alberto Cavalcanti com base em seu livro “Filme e Realidade” e em suas memórias “One man and the cinema”. Além disso, a trajetória do brasileiro conhecido principalmente por sua participação no campo cinematográfico brasileiro nos anos 1950, seria tanto uma fonte rica para uma teorização de suas ideias relativas ao cinema quanto fonte de análise desafiadora diante da diversidade de produções de que participou.

ST Cinemas pós-coloniais e periféricos – Encerramento

26/10/2018 às 14:30 – Sala 2
Caminhos documentais em espaços amazônicos
Uriel Nascimento Santos Pinho (UFF)
Apresentamos resultados iniciais de um levantamento de documentários do estado do Pará, exibidos em mostras e festivais locais entre 2007 e 2017. Interessa-nos uma cartografia de realizadores, fontes de financiamento, arranjos institucionais e temas, de modo a desenhar uma constelação de onde emergem produções singulares para análise. Do ponto de vista estético narrativo, nos interessam personagens e espaços postos em movimento, frente a repertórios eurocêntricos e nacionalistas sobre a Amazônia
Figurações do corpo refugiado em Ressonâncias (Nicolas Khoury, 2017)
PEDRO HENRIQUE ANDRADE DE SOUZA (UFRJ)
O presente trabalho investiga como os imaginários da experiência do refúgio em Ressonâncias (Nicolas Khoury, 2017) propõem reflexões sobre as relações entre cinema, vigilância e poder. A obra reúne depoimentos e imagens de sírios que deixaram seu país para viver no Líbano. Com base na análise das estratégias de figuração do corpo refugiado, questiono em que medida o dispositivo cinematográfico pode também constituir-se como dispositivo de controle, perpetuando modos opressivos de visibilidade.

Universos fantásticos

26/10/2018 às 14:30 – Sala 3
ESPAÇO, TEMPO E TECNOLOGIA EM 2001: UMA ODISSEIA NO ESPAÇO
João Guilherme Barone Reis e Silva (PUCRS)
Relato de um experimento da pesquisa Interseções tecnológicas, espaço e tempo. O bias do audiovisual. Consiste em revisitar 2001: Uma Odisséia no Espaço (Stanley Kubrick, 1968)verificando como as relações de espaço e tempo construídas no filme- mediadas pela tecnologia- transbordam para o cinema, estabelecendo um marco. Pensar o ambiente tecnológico da obra como um bias, na acepção de Innis, e buscar evidências de contribuições para a expansão do cinema como matriz do audiovisual
Star Trek: Entre a paz perpétua kantiana e a falibilidade humana
Ricardo Tsutomu Matsuzawa (UAM)
A comunicação pretende discutir a nova adaptação do universo Star Trek; Discovery. O mundo Trekker tem inspiração no pensamento Kantiano da Paz perpétua e apresenta um futuro utópico com uma concepção republicana, concomitante a um humanismo preocupado com a individualidade e a experiência. A ambiguidade do pensamento moderno/republicano e do erfahrung benjaminiano é reatualizada, questionando a autodeterminação Kantiana, a autoridade moral e a experiência centrada no indivíduo.
Uma guerra infinita: narrativas mitológicas no Universo Marvel
Renné Oliveira França (IFG)
A narrativa de filmes voltados para o êxito comercial costuma seguir estruturas bem estabelecidas. Propõe-se aqui analisar um atual sucesso que segue o padrão industrial de vender o velho como novo: Vingadores – Guerra Infinita. A partir do estudo de Raymond Williams sobre relações entre texto e encenação, o filme será compreendido como processo, embate de sentidos que atualiza narrativas da Ilíada, Antigo Testamento e western, revelando como valores contemporâneos repaginam antigas histórias.

Repensando o realismo

26/10/2018 às 14:30 – Sala 4
A febre das ficções no cinema contemporâneo
Leonardo Bomfim Pedrosa (PUCRS)
Nesta comunicação apresentaremos relações entre filmes de quatro diretores contemporâneos – Mariano Llinás, Hong Sangsoo, Apichatpong Weerasethakul e Miguel Gomes – a partir do modo como suas obras provocam uma febre das ficções, instigando artifícios de narração e encenação, numa abertura incondicional ao ato de fabulação, revelado especialmente na busca pela acumulação heterogênea de gêneros e formas, na tendência ao desvio e no jogo com a repetição e com o duplo.
Uma segunda “última dança”: realismo, morte e memória no cinema
Nicholas Andueza (UFRJ)
Quando aborda “Memory of the camps”, Jean-Louis Comolli nos fala de uma espécie de dança entre vida e morte, feita por nazistas que, forçados pelos Aliados, se abraçaram a cadáveres para carregá-los às valas. Tomo esse motivo da dança para abordar “S-21: a máquina de morte do Khmer Vermelho”, de Rithy Panh, em que ex-guardas demonstram “coreograficamente” como tratavam corpos de presos que já não estão mais lá. Neste percurso, observo relações entre morte, memória e realismo no cerne do cinema.
Entre espécies: uma reflexão sobre animais não humanos e cinema
Eveline dos Santos Teixeira Baptistella (Unemat)
A partir da comparação dos filmes “Orca: a baleia assassina” e “Blackfish: fúria animal”, o presente trabalho busca refletir sobre as relações entre animais humanos e não humanos na sociedade contemporânea, abordando a inserção dos animais na esfera ética por meio de um enfoque interdisciplinar que contempla teorias da análise cinematográfica e dos estudos animais e de uma metodologia que articule ficção e não-ficção a partir da perspectiva de sua representatividade histórica e social.

Narrativa, intratextualidade, técnica

26/10/2018 às 14:30 – Sala 5
A figura da repetição no cinema: três momentos
Alexandre Wahrhaftig (ECA-USP)
Com o intuito de realizar uma investigação sobre a figura da repetição no cinema, propomos aqui um percurso inicial por três momentos distintos. Primeiramente, abordaremos a “lógica da repetição” presente no primeiro cinema, a partir das observações de Doane. Em seguida, no contexto das vanguardas dos anos 20, o filme Balé mecânico (1923-4) aparece como caso incontronável. E, por fim, há a afirmação de peso de Luc Moullet de que a repetição é uma característica central para o cinema moderno.
Entre a Performance expandida e o Cinema expandido.
Roderick Steel (ECA/USP)
Esta pesquisa prática-teórica tem como objetivo potencializar a relação entre a performance, as artes visuais e o cinema dentro de dispositivos artísticos experimentais em ambientes diversos. Explorar relações entre a performance e a intencionalidade de seu registro quando este é concebido para cinema, vídeo-instalação ou vídeo-performance. Entender a construção e conceituação de ações performáticas em conjunção com o propósito dos seus registros, tendo como base pesquisas práticas-teóricas.
Os diálogos intratextuais de Woody Allen em Roda Gigante.
Alexandre Silva Wolf (FAE / UTP)
É uma prática conhecida o uso do texto de um outro, na praxis da construção de filmes e roteiros, para a construção de uma nova obra comunicacional, sendo este caracterizado frequentemente, nos estudos de cinema, como intertextualidade. O norte-americano Woody Allen vai além e apresenta em seu último filme, “Roda Gigante” (2017), um diálogo que pode ser entendido como intratextual com outro de seus filmes, “A Rosa Púrpura do Cairo” (1985) a partir do roteiro e escolhas do cineasta.

ST Estilo e som no audiovisual – Sessão 6: Experimentos sonoros

26/10/2018 às 14:30 – Sala 6
O Foley entre o ator, o artista de Foley e o editor
debora regina opolski (UFPR)Luis Bourscheidt (IFPR)
Esta comunicação trata da concepção artística do Foley no filme Tentei, apresentando uma reflexão sobre um processo que é comum para muitos filmes: o compartilhamento da ação do Foley, ou da performance dos elementos sonoros relacionados com os movimentos do personagem. Compreendendo a prática como fundamental para a composição do personagem, pretendemos refletir sobre possibilidades de encontro entre as três performances, considerando as questões de estilo que permeiam o processo.
Espaços no Escuro
Marina Mapurunga de Miranda Ferreira (UFRB/USP)
Neste trabalho, analiso os espaços da performance audiovisual que se relacionam a uma montagem sonora em tempo real e a uma montagem visual em tempo diferido, onde a imagem funciona como uma partitura gráfica para a construção sonora do filme. Nosso objeto de estudo é o filme Medo do Escuro (Ivo Lopes Araújo, 2014) no qual sua montagem sonora é realizada em tempo real. Tenho como embasamento teórico Makela (2006), Chion (2012), Flôres (2013) e Gardies (1993).
A força dos fracos é seu tempo lento: notas de um processo de trabalho
Alexandre Brasil de Matos Guedes (UFRJ)
A partir da apresentação e análise de um trabalho audiovisual meu sobre o pensamento de Milton Santos, procurarei abordar alguns pontos interessantes para o campo dos estudos do som e dos estudos do som no audiovisual. A proposta é de contribuir tanto para as discussões sobre práticas audiovisuais na academia, como para aquelas que problematizam as relações entre o visível e o audível, assim como entre os elementos aurais e verbais que formam o discurso.

ST Cinema comparado – Encerramento – Abordagens constelacionais e espectros ibero-americanos

26/10/2018 às 14:30 – Sala 8
Constelação e série histórica: uma análise de fantasmagorias no cinema
Mariana Souto (USP/UNA)
A partir de um breve debate em torno da constelação e da série histórica como formas de operacionalização de uma pesquisa comparatista no cinema, procedemos a uma espécie de teste metodológico de cada proposta, escolhendo como eixo um ponto instigante no cinema contemporâneo: a presença de fantasmagorias nos cinemas ibero-americanos, tendo como âncora o filme A mulher sem cabeça (Lucrecia Martel, 2008), que se expande em possibilidades interpretativas na relação com outras obras.
A virada colonial do cinema latino-americano: Jauja, Zama e Vazante
Angela Freire Prysthon (UFPE)
Pretendemos abordar as figurações paisagísticas da América tal como engendradas em três filmes recentes do cinema latino-americano: Jauja, Vazante e Zama. Nosso objetivo é compreender como cada um processou a tradição cartográfica e topológica da América Latina e ver por essa perspectiva por essa perspectiva comparatista os diferentes modos de articulação do discurso colonial, enumerando, detalhando e analisando as diversas estratégias utilizadas nas malhas desses três filmes.
Morte e fotografia em A Erva do Rato e O Estranho Caso de Angélica
Liciane Timoteo de Mamede (UNICAMP)
Já imediatamente após sua invenção, a fotografia gerou diversas especulações sobre sua suposta relação com a morte, tendo sido muitos os teóricos que exploraram o tema (André Bazin, Roland Barthes). O objetivo desta comunicação é mostrar de que maneira essa qualidade fantasmagórica da fotografia é explorada em dois filmes, A Erva do Rato e O Estranho Caso de Angélica. Há aí pontos em comum ligados à forma como a temática da morte é potencializada nas obras pela presença do elemento fotográfico.

ST Corpo, gesto e atuação – Sessão 6 – Questões de gênero (genre/gender)

26/10/2018 às 14:30 – Sala 9
Encenando o monstro queer: aspectos sensórios e engajamentos corporais
Erly Milton Vieira Junior (UFES)
A partir da articulação entre aspectos sensórios e estratégias de encenação, discutimos aqui a ambígua relação entre a monstruosidade/abjeção e a condição queer dos corpos (filmados, fílmico, espectatoriais) no cinema. Abordam-se aqui três momentos históricos: a figura do vilão/outsider no horror e sci-fi clássicos; as metáforas da aids nos anos 80/90, seja no moralismo do slasher ou na ambígua subversão do New Queer Cinema; e a câmera-corpo que amalgama o concreto e o mágico em Mal dos trópicos
A Mulher que Inventou o Amor: em busca do sensorial e da ambivalência
Luciano Carneiro de Oliveira Junior (UFF)
Esta comunicação vai se centrar na análise das estratégias de encenação do filme A Mulher que Inventou o Amor (1980), com atenção às coreografias e gestualidades dos corpos em cena. O objetivo é lançar um olhar localizado para o gênero das pornochanchadas em sua aproximação a um fluxo do sensacional. Dessa forma, pretendemos perceber possíveis ambivalências no que se refere às categorias de gênero e sexualidade dadas no jogo da mise em scène e nas corporalidades envolvidas no filme.
Menos roupa e mais pão. Uma dançarina e suas cobras
Karla Bessa (UNICAMP)
Propõe-se uma leitura do filme Luz Del Fuego de David Neves (1982) a partir de uma abordagem queer. Isto é, que indaga a produção das lutas representacionais dispostas visual e narrativamente no filme na perspectiva das sexualidades e corporalidades que se encontram subalternizadas pela cor/classe e às margens das normas hegemônicas de gênero e sexualidade. Neste sentido, prioriza na leitura do filme os modos como masculinidades e feminilidades disputam espaço na coreografia dos corpos em cena.

ST Interseções Cinema e Arte – Sessão 6 Materialidade / Poesia Visual

26/10/2018 às 14:30 – Sala 11
Montagem icônica na cinemática audiovisual
Irene de Araújo Machado (USP)
Estudo semiótico do movimento cinemático na dramaturgia audiovisual de A. Sokúrov. Questiona-se a articulação lógica baseada na ilusão da contigüidade em nome da analógica da iconicidade que, no curta analisado, se manifesta na voz que enuncia, no cinematismo do movimento, na invenção dos procedimentos composicionais. Espera-se alcançar a montagem icônica em que o discurso compõe plasticamente cenários interiores de formas que se movem, se transformam e se reproduzem sob forma de metanarrativas.
Da invisibilidade à materialidade: videoinstalações e data centers
Ruy Cézar Campos Figueiredo (UERJ)
O presente trabalho visa apresentar e discutir aspectos de videoinstalações que convergem em um interesse por abordarem infraestrutura das mídias como data centers e data farms, chamando atenção para materialidades e detalhes pouco visados em estudos de mídia e arte no contexto pós-digital. Ao lançar o olhar para trabalhos de artistas como Emma Charles, John Gerrard e Timo Arnall, espera-se destacar a importância da interseção entre arte e cinema para uma melhor compreensão do que é a rede.

ST Montagem Audiovisual: reflexões e experiências – #6: Formas Fílmicas da Imagem-Montagem

26/10/2018 às 14:30 – Sala 12
DESMONTAR PARA RECONTAR
Fernanda Bastos Braga Marques (ECO – UFRJ)
Sempre atento ao seu tempo, Jean-Luc Godard constrói “Je vous salue, Sarajevo”, um filme curtíssimo, em que tudo tem seu teor concentrado. A partir de duas fotografias e discursos múltiplos, o cineasta interroga a cultura de seu tempo, questionando a maneira como a sociedade europeia lida, culturalmente, com a morte, a guerra e o semelhante. Nesse artigo, veremos como tudo isso se articula através do processo da montagem audiovisual.
Cinema Científico – possíveis poéticas
Maria Luiza Dias de Almeida Marques (ECA)
Este artigo trata da linguagem no cinema científico, ou seja, os filmes realizados com o propósito de fornecer dados para uma pesquisa em andamento, ou de promover a divulgação científica. A partir do resgate de filmes realizados nos anos 1970 na USP, por cineastas-cientistas, propomos uma leitura comparativa de dois filmes que trabalham o mesmo tema, a cosmovisão de Nicolau Copérnico, pelo eixo da montagem. Um dos filmes foi realizado pela ECA-USP, o outro, por Ray e Charles Eames.
A MONTAGEM EM SIMULTANEIDADE E EM MULTICAMADAS NO CINEMA CONTEMPORÂNEO
Maria Dora Genis Mourão (USP)
O desenvolvimento da tecnologia possibilita avanços na linguagem cinematográfica que, de alguma maneira, sempre ocorreram dentro de uma tradição cultural e de uma perspectiva histórica.
Nesta apresentação, discutiremos as estruturas complexas de montagem em simultaneidade e em multicamadas, já pensadas por Eisenstein em sua teoria, e seu uso no cinema contemporâneo facilitadas pela tecnologia digital.
Os exemplos serão o projeto de Eisenstein A Casa de Vidro e Lars Von Trier Dogville (2003)

ST Mulheres no cinema e audiovisual – Sessão 6 – Documentário e Experiência

26/10/2018 às 14:30 – Sala 13
Documentário, novela e vídeoarte: corporalidades em Televizinho
Esther Hamburger (USP)
Essa apresentação aborda interações entre mulheres, uma paulistana e outras habitantes de uma comunidade amazônica ribeirinha, em torno de novelas de televisão, programas reconhecidos como femininos, embora seu alcance extrapole esse segmento do público. Televizinho é um documentário experimental, dirigido pela video artista e performer Veridiana Zurita, que re-encena trechos de novela contracenando com mulheres, não atrizes profissionais, com quem conviveu por 3 meses.
Uma longa viagem, de Lucia Murat: mulheres, corpo e punição
Gabriela Santos Alves (UFES)
A partir da obra Uma longa viagem (2011), da cineasta Lucia Murat, propõe-se uma reflexão sobre o filme com foco nas estratégias de representação utilizadas pela diretora, como as cartas enviadas, entrevistas e comentários em voz over que retratam os traumas do claustro e da distância e questionam a tênue e delicada linha que separa as noções de prisão e liberdade. A noção de punição do corpo feminino no sistema prisional guia a proposta teórica da análise e parte do pensamento de Angela Davis,
A MISE-EN-SCÈNE DA ESPERA NO CINEMA DE MARIA RAMOS
Andrea França Martins (PUC-Rio)
Há no cinema de Maria Ramos um movimento de restituir o mundo sensível da espera. A câmera extrai do enquadramento e dos silêncios um rigor formal que solicita concentrar a visão na composição e na duração da cena. Tais momentos convidam o espectador a partilhar dessa experiência resignada vivida por sujeitos em situação de fragilidade/precariedade. O Processo (2018) subtrai essas cenas de suas imagens. A proposta é avaliar tal ausência à luz das cenas de espera recorrentes nesse cinema.

Cinema brasileiro contemporâneo e a crítica

26/10/2018 às 14:30 – Sala 14
Notas do cinema brasileiro pós-golpe e a crise discursiva
Lia Bahia (UFF/ESPM)
A crise política, social e econômica incide sobre cinema brasileiro. O fazer e pensar cinema está inserido em um tempo e espaço. Houve mudanças nos discursos e documentos oficiais dos principais órgãos de política pública. Realizadores vêm se manifestando reativamente por meio de cartas e atos públicos. Esta comunicação analisa as alterações discursivas e práticas no contexto pós-golpe de 2016, considerando suas incidências sobre movimentos estético-ideológicos do cinema nacional contemporâneo.
Notas sobre a crítica ao cinema brasileiro contemporâneo
Regina Lucia Gomes Souza e Silva (UFBA)
O objetivo desta comunicação será o de apresentar alguns resultados preliminares do projeto de pós-doutorado intitulado Crítica e cinema brasileiro contemporâneo realizado no PPGMPA-USP entre 2017 e 2018. Chegaremos a algumas reflexões sobre a formação dos críticos de cinema, a compreensão de suas práticas discursivas e, sobretudo, sobre seus modelos de leitura acerca do cinema brasileiro contemporâneo. Utilizamos como estratégia de pesquisa a entrevista estruturada.
Um país operário: a recepção crítica de Arábia
Eduardo Paschoal de Sousa (ECA/USP)
Esta pesquisa busca analisar a recepção crítica do filme Arábia (Affonso Uchoa e João Dumans, 2017). Com base em textos de dez críticos, investigamos os principais termos utilizados para caracterizar a obra e também discutimos como o político, o social e o popular estão refletidos em uma concepção de país operário, tanto na figura do personagem principal da narrativa –perspectiva da produção –, quanto na maneira como os críticos trataram dessas temáticas a partir do longa – a partir da recepção.

Assembleia Geral SOCINE

26/10/2018 às 16:30 – Sala Teatro Asklepiós – Faculdade de Medicina da UFG
TOTAL: 156 SESSÕES