Trabalhos aprovados 2025

Ficha do Proponente

Proponente

    Juliana Ferreira Torres (UNICAMP)

Minicurrículo

    Doutoranda em Multimeios na Unicamp. Roteirista e realizadora audiovisual. Tem licenciatura em Letras (UVA-RJ) e mestrado em Cinema e Artes do Vídeo pela Unespar. Pesquisa o cinema de autoria negra e feminina. Organizadora do catálogo Cineastas das Margens (Secec-RJ).

Ficha do Trabalho

Título

    Resistência e insubordinação: A construção de Imagens de Mulheres Negras no Cinema Negro Feminino

Resumo

    Esta pesquisa tem a intenção de analisar as imagens de mulheres negras produzidas por cineastas negras como estratégias de discurso contra-hegemônico, a partir da pergunta-guia de Rosane Borges: “qual a responsabilidade das imagens nas mudanças necessárias no campo da estética e do visível?” a partir dos filmes do Cinema Negro Feminino brasileiro, tendo em mente o alcance que a imagem fílmica tem sobre o imaginário coletivo ao potencializar as variadas representações.

Resumo expandido

    A luta pela representação digna da mulher e da mulher negra pelo Cinema, não é nova. Muitas intelectuais questionadoras têm levantado a voz contra o discurso sexista e racista que tenta subalternizar a imagem da mulher desde o início do Cinema. E por mais que o olhar masculino tenha sido imposto pela sociedade patriarcal, e aparentemente tenha dominado a produção artística, a maior prova de que esse domínio e falso é a resistência e a insubordinação das mulheres artistas ao longo da Historia, que além de questionar as imagens produzidas, também se propuseram a criar alternativas pelas quais as mulheres se identificassem.
    As críticas ao cinema são muitas, para bell hooks (2019), além de criticar as imagens construídas e difundidas em contexto hegemônico, e preciso que novos tipos de visualidades sejam propostas. E é isso que esta pesquisa busca nos filmes do Cinema Negro Feminino brasileiro, pensando no alcance que a imagem fílmica tem sobre o imaginário coletivo ao potencializar as variadas representações. Assim, a intenção e analisar as imagens de mulheres negras produzidas por cineastas negras a partir da pergunta-guia de Rosane Borges: “qual a responsabilidade das imagens nas mudanças necessárias no campo da estética e do visível?” (BORGES, 2022).
    Acreditando que o diferencial no tratamento dado aos personagens negros da narrativa está vinculado a sua autoria, discutiremos o papel da autoria negra no cinema contemporâneo brasileiro. Veremos como a mulher negra na posição de diretora de cinema reflete na imagem fílmica da mulher negra, em construções de imagens respeitosas como estratégias de discurso contra-hegemônico.

Bibliografia

    BORGES, Rosane. Mídia, racismos e representações do outro: ligeiras reflexões em torno da imagem da mulher negra. In: BORGES, R. C. S.; BORGES, R. (org.). Mídia e racismo. Petrópolis, 2012.
    FERREIRA, Ceiça; SOUZA, Edileuza. P. . Formas de visibilidade e (re)existência no cinema de mulheres negras. In: HOLANDA; TEDESCO. (Org.). Feminino e plural: Mulheres no cinema brasileiro. Campinas: Papirus Editora, 2017
    HOOKS, bell. Olhares Negros: raça e representação. São Paulo: Editora Elefante, 2019.
    LAURETIS, Teresa. Tecnologias do gênero. In Tendências e impasses: O feminismo como crítica da cultura. HOLLANDA, Heloisa Buarque de (orgs). Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
    MARTINS, Leda Maria. Performances do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela. Rio de Janeiro: Cobogó: Encruzilhada, 2021.
    OLIVEIRA, Janaína. Cinema negro contemporâneo e protagonismo feminino. In: FREITAS; ALMEIDA (orgs). Catálogo da Mostra Diretoras Negras no cinema brasileiro. Caixa Cultural, Rio de Janeiro, 2017.