Ficha do Proponente
Proponente
- Ana Maria Acker (UniRitter)
Minicurrículo
- Doutora em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e mestra pela mesma instituição. Professora dos cursos de Comunicação Social da UniRitter. É professora na Especialização em Mídia e Educação da UAB/Unipampa. É bacharela em Comunicação Social – Jornalismo e especialista em Cinema pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos. Realiza pesquisas sobre o gênero horror no cinema, experiência estética, tecnologia, Jornalismo e desinformação.
Coautor
- Miriam de Souza Rossini (UFRGS)
Ficha do Trabalho
Título
- Horror e Insólito nas políticas públicas de audiovisual: um estudo sobre o Ecossistema RS Fantástico
Seminário
- Estudos do Insólito e do Horror no Audiovisual
Resumo
- A proposta investiga o desenvolvimento do ecossistema RS Fantástico, único projeto – entre os nove selecionados pelo edital do Ecossistema Regional de Audiovisual do Rio Grande do Sul – que é voltado aos gêneros do horror, insólito, fantástico e ficção científica. Temos como pressuposto que as conexões entre a produção audiovisual local e o universo dos games, bem como a cultura de festivais, contribuem para a expansão das articulações entre produção e academia neste caso peculiar.
Resumo expandido
- A proposta investiga o desenvolvimento do ecossistema RS Fantástico, único projeto – entre os nove selecionados pelo edital do Ecossistema Regional de Audiovisual do Rio Grande do Sul – que é voltado aos gêneros do horror, insólito, fantástico e ficção científica. Temos como pressuposto que as conexões entre a produção audiovisual local e o universo dos games, bem como a cultura de festivais, contribuem para a expansão das articulações entre produção e academia neste caso peculiar de política pública mobilizada pelo crescimento e sustentabilidade de produções desses gêneros. A análise integra a pesquisa “O Cinema gaúcho pós-2000: o Ecossistema audiovisual entre tradições, novas sensibilidades e a urgência do tempo”, desenvolvido pelo ARTIS – Grupo de Pesquisa em Estética e Processos Audiovisuais da UFRGS.
O edital do Ecossistema Regional de Audiovisual foi lançado em 2023, pelo Instituto Estadual de Cinema – IECINE e pela Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul – SEDAC/RS em parceria com a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia – SICT. Viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, a iniciativa busca o fomento e a sustentabilidade da indústria audiovisual do estado gaúcho. A proposta se destina, sobretudo, às pequenas empresas do setor, aos serviços independentes de vídeo por demanda, cuja produção alcance, pelo menos, 70% de obras nacionais. Busca o fomento ao licenciamento de conteúdos audiovisuais para exibição em redes públicas de televisão; a valorização de projetos que promovam ações afirmativas, acessibilidade e formação de profissionais. O levantamento e compartilhamento de dados; o desenvolvimento cultural e social das regiões em que estão inseridos, e a distribuição da produção também fazem parte do escopo do Edital. As empresas proponentes são responsáveis pela gestão dos recursos e contam com o suporte operacional e de apoio de universidades parceiras (BOURSCHEID JR.; ROSSINI; HOFF, 2024).
A partir das discussões da Economia Política da Comunicação, entendemos que os profissionais da cultura e do audiovisual enfrentam contextos complexos em razão dos efeitos da pandemia da Covid-19 e dos cortes de recursos promovidos pelos governos entre 2016 e 2022. Há ainda um fortalecimento dos discursos sobre o empreendedorismo de si na Indústria Criativa (BOLAÑO; SANTOS, 2018), o que pode gerar uma impressão equivocada acerca da necessidade de iniciativas públicas e sustentáveis que intentem a permanência das cadeias de produção.
As entrevistas semiestruturadas são parte da metodologia da pesquisa. As conversas realizadas com os envolvidos no RS Fantástico evidenciam um interesse em narrativas do insólito, horror, fantástico e ficção científica. Essa tendência surgiu, em um primeiro momento, entre estudantes de Jogos Digitais da Universidade Feevale, instituição associada à produtora Bactéria Filmes, proponente do ecossistema. Tal foco alcança os graduandos de Produção Audiovisual, como reforçam o coordenador de curso Eduardo Müller e o professor Francisco Pereira. Em paralelo, a cidade Novo Hamburgo realiza o Festival FantasNoia. Segundo Ian Conrich (2010, p. 1), “o cinema de horror contemporâneo proporciona uma experiência transcultural, que demonstra a presença marcante do gênero globalmente e os níveis de influência e cruzamentos entre diferentes formas e identidades nacionais”.
Assim, a Bactéria filmes prioriza a intersecção entre narrativas audiovisuais e desenvolvimento tecnológico. Daniela Israel, produtora executiva da empresa, destaca qual o foco de atuação: “No Rio Grande do Sul, temos o cinema urbano, aquele realizado no campo e nós queremos mostrar ao resto do Brasil que aqui há um terceiro cinema, o das naves, explosões, alienígenas. Há empresas qualificadas, com entregas competentes, buscando outras formas de contar histórias baseadas no universo fantástico”. Entre produtoras, desenvolvedores de games e prestadores de serviço, há cerca de 100 empresas mobilizadas no RS Fantástico.
Bibliografia
- BOLAÑO, César Ricardo Siqueira; SANTOS, Verlane Aragão. Economia da cultura, trabalho e criatividade: Uma crítica da ideologia do empreendedorismo cultural.In: GUINDANI, Joel F.; SILVA, Marcela Guimarães (Orgs.). Comunicação e Indústria Criativa: políticas, teorias e estratégias. Jaguarão,RS: CLAEC, 2018. p. 47 – 56.
BOURSCHEID JR., Marco Antônio; ROSSINI, Miriam de Souza; HOFF, Rafael Sbeghen. Festivais de Cinema e Audiovisual: mapeamento preliminar e desdobramentos sobre o ecossistema gaúcho. Anais do 23º Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Frederico Westphalen, RS. Jun. 2024. Disponível em: .
CONRICH, Ian. Horror zone: The Cultural experience of contemporary horror cinema. London: I.B Tauris, 2010.