Ficha do Proponente
Proponente
- Maria Rita Aguilar Nepomuceno de Oliveira (PPGCOM PUC-RJ)
Minicurrículo
- Maria Rita Nepomuceno é documentarista e doutoranda do Programa de Pós
Graduação em Comunicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
PPGCOM/ PUC-RJ, pesquisadora visitante no Departamento de Artes e Espetáculo da
Universidade de Bolonha, com bolsa CAPES. Cineasta formada pela UFF, mestre em
Multimeios pela UNICAMP, e é sócia proprietária da produtora RioByte – Arte e
Informação.
Ficha do Trabalho
Título
- Um mapeamento da produção documental brasileira sobre trabalho doméstico
Resumo
- O artigo propõe um mapeamento da presença de mulheres da classe trabalhadora no documentário brasileiro como experiências biográficas mediadas pelo aparato cinematográfico. A análise dos registros audiovisuais do trabalho doméstico é expandida pela relação com outros documentos institucionais para problematizar as condições de produção da “trabalhadora doméstica”, da “trabalhadora a domicílio” e da “dona de casa” como sujeitos políticos do processo de democratização brasileira.
Resumo expandido
- A partir da teoria de Ariella Azoulay, o artigo propõe a análise das imagens de mulheres da classe trabalhadora nos filmes “Maioria Absoluta”, 1966, “Trabalhadoras Metalúrgicas”, 1979, “Greve!”, 1979, “ABC da Greve”, 1979, de um lado, e das imagens de mulheres da classe média em “Opinião Pública”, 1964 e “A Entrevista”, 1966, de outro. O objetivo é problematizar a representação hegemônica do proletariado brasileiro como um chefe de família masculino, buscando a presença/ausência das trabalhadoras domésticas remuneradas nesses filmes. A história potencial de mulheres trabalhadoras domésticas é ouvida para além dos documentos audiovisuais, colocada em relação com outros documentos históricos, produzindo fissuras na história hegemônica, colonial e violenta, da invisibilidade da materialidade do trabalho doméstico no contexto brasileiro. Este mapeamento busca a memória subreptícia deste trabalho, como trabalho, no regime diferencial do arquivo e sua eficiência para a produção de conceitos e representações de gênero, raça e classe na História do cinema brasileiro.
Bibliografia
- AZOULAY, Ariella. História Potencial. Desaprender o imperialismo. São Paulo: Ubu Editora, 2024
BERNARDINO-COSTA, Joaze. “Decolonialidade e interseccionalidade emancipadora: a organização política das trabalhadoras domésticas no Brasil”. Sociedade e Estado 30.1 (2015): 147-163.
BUSI, Beatrice (Org.). Separate in casa. Lavoratrice Domestiche, Femministe e Sindacaliste: Una Mancata Alleanza. Roma: Futura Editrice, 2020
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2020.
LAURETIS, Teresa de. “A tecnologia de gênero”. In: HOLANDA, Heloísa Buarque de. Tendências e impasses: o feminismo como crítica cultural. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
SMAILL, Belinda. “The Documentary: female subjectivity and the problem of realism”. In: HOLE, Kristin et al. (Org.). The Routledge Companion to Cinema and Gender. NY: Taylor & Francis, 2019.