Trabalhos aprovados 2025

Ficha do Proponente

Proponente

    Fabián Vivar (FBAUL/CIEBA)

Minicurrículo

    Fabián Cevallos Vivar
    Investigador na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa; Pós-doutor em Artes, FBAUL; Doutor em Pós-Colonialismos e Cidadania Global pela Universidade de Coimbra; Mestre em Educação Superior, Universidade de Barcelona; Licenciado em Filosofia, Sociologia e Economia pela Universidade de Cuenca, Equador. Seus interesses de pesquisa incluem debates sobre estudos pós-coloniais, subalternidade e teorias feministas decoloniais.

Ficha do Trabalho

Título

    O “Arquivo Desobediente”: arquivo, memória e corpos anticoloniais

Resumo

    Este artigo analisa a construção de narrativas anticoloniais considerando os usos da história e da estética anticolonial através do estudo da instalação “Arquivo Desobediente” na Biennale de Venezia (2024). Metodologicamente, assumo uma perspetiva interdisciplinar, com elementos de estudos da Memória, historiografia, Sociologia das artes, Antropologia. O meu objetivo é analisar as múltiplas relações entre arquivos, memórias e lutas anticoloniais para a construção de justiça cognitiva.

Resumo expandido

    Este artigo analisa a construção de narrativas anticoloniais considerando os usos da história e da estética anticolonial através do estudo da instalação “Arquivo Desobediente” exibido na Biennale de Venezia (2024). O meu objetivo é duplo: a) analisar os processos de conhecimento e as suas múltiplas relações com arquivos, memórias e lutas anticoloniais; e b) discutir os desafios e as contribuições dos movimentos artísticos para a construção de justiça social e cognitiva. Como ponto de partida proponho às seguintes hipóteses:
    1. Ao se envolverem com arquivos, memórias e lutas sociais, as narrativas geradas pelo Arquivo Desobediente desafiam as injustiças históricas e promovem a justiça cognitiva (Vivar, 2024).
    2. Esta prática, quando vista através de lentes interseccionais (Alexander & Mohanty, 2010), confrontam a estética hegemónica e promovem narrativas anti-racistas, anti-capitalistas e anti-heteropatriarcais no âmbito das artes.
    3. A herança colonial partilhada e situada em várias realidades proporciona um contexto particular para a construção de um Arquivo Desobediente que facilita os diálogos locais e internacionais, enriquecendo as teorias estéticas anticoloniais contemporâneas (Richard, 2004).
    Metodologicamente, assumo uma perspetiva qualitativa que me permite o estudo do arquivo desobediente de uma forma interdisciplinar, o artigo está composto de metodologias tão diversas e provenientes de estudos da Memória, historiografia, Sociologia das artes, Antropologia. A abordagem conceitual se apoia na critica teórica anticolonial como ferramenta de análise para formular, finalmente, a ideia da somateca ou de um arquivo dos corpos. Assim, procuro ir ao encontro da proposta artística do arquivo desobediente sem abordar todas as obras e artistas que ele arquiva/representa na Biennale de Venezia (2024). A minha escolha é devido a que meu interesse central é o estudo da desobediência arquivística entanto conceito que possibilita arquivar a pluralidade experiências artísticas e não uma leitura da obra ou gesto artístico, embora esta seja uma tarefa para outros momentos.

Bibliografia

    Alexander, J., & Mohanty, C. (2010). “Cartographies of Knowledge and Power: Transnational Feminism as Radical Praxis”, In Swarr, A., & Nagar, R. (Eds.), Critical Transnational Feminist Praxis (pp. 23-45). Albany, New York: Suny Press.
    Bhabha, H. (1994). The location of culture. London and New York: Routledge.
    Bochner, A. (2013). “Introduction: Putting Meanings into Motion. Autoethnography’s Existential Calling”. in Holman Jones, S., Adams, T. E., and Ellis, C. (eds.), Handbook of Autoethnography. Abingdon: Routledge. Pp. 50–56.
    Chakrabarty, D. (2000). Provincializing Europe. Postcolonial thought and historical difference. Princeton: Princeton Univertity Press.
    Cevallos, S. (2022). “Consultas previas y resolución de conflictos territoriales en el marco del pluralismo jurídico: el caso de los Kichwa del Parque Yasuní (Amazonía ecuatoriana)”. Cadernos De Campo. São Paulo: USP. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v31i1pe186549. Consultado em 6 de fevereiro de 2025.
    Csordas, T. (2018).