Ficha do Proponente
Proponente
- Bruno de Sousa Araujo (UNICAMP)
Minicurrículo
- Graduado em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos (2017). Codiretor de som dos curtas Trilhos (2017) e Rapaz em Amarelo (2018). Designer de som da peça Alice no seu pequeno grande quarto das maravilhas, contemplada pela 15ª edição do Prêmio Zé Renato de Teatro da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo (2023). Desenvolve pesquisa sobre culturas paracinemáticas, estudos culturais e de gênero e estudos das políticas do corpo no cinema.
Ficha do Trabalho
Título
- Cinema de excessos: entre a pornochanchada e o sexploitation.
Formato
- Presencial
Resumo
- Esse trabalho busca entender como o conceito de excesso foi postulado como uma sensibilidade própria de um imaginário moderno que se consolida concomitantemente à consolidação do aparato cinematográfico enquanto entretenimento popular e massivo. Seguindo esse rastro dos estudos do excesso cinematográfico, tentaremos modular tal conceito a fim incluir um determinado tipo de cinema excessivo, a pornochanchada brasileira, no centro das discussões sobre excesso e cinema.
Resumo expandido
- O trabalho pretende discorrer sobre as teorias do excesso no tangente ao campo cinematográfico. A princípio buscou-se definir com precisão a filiação da qual o trabalho descende: o excesso enquanto uma economia estética que transborda a ordem da mise-en-scène, causando estranhamento; economia essa que descende de uma matriz cultural popular e massiva, constitutivamente ambivalente, e está intimamente relacionada às práticas de mediação cultural e artística da modernidade. Abordamos, a partir da tendência ramificadora dos gêneros na cultura popular, a repetição simbolizadora como forma de engajamento espectatorial e cristalização dos gêneros, bem como o surgimento dos “gêneros do corpo” como teorizados por Linda Williams, e os filmes oriundos desta genealogia que ganharam proeminência nos anos 1960 e 1970. Ao fim, dado o devido recorte no contexto brasileiro, tentamos realocar os estudos pornochanchadeiros nesse arcabouço do excesso e da popularização do cinema de gênero, a fim de estabelecer as devidas distinções que cabem à essa produção do cinema nacional (que diverge do cinema moderno de vanguarda) e alguns de seus similares que surgiram em outras partes do mundo.
Bibliografia
- ABREU, Nuno César. Boca do Lixo: cinema e classes populares. Campinas: Unicamp, 2. ed. 2015.
BALTAR, Mariana. Tessituras do excesso: notas iniciais sobre o conceito e suas implicações tomando por base um Procedimento operacional padrão. In: Significação: Revista de Cultura Audiovisual, v. 39, n. 38, p. 124, 23 dez. 2012.
DENNISON, Stephanie. Sex and the Generals: reading Brazilian Pornochanchada as sexploitation. In: RUÉTALO, V.; TIERNEY, D. (org.). Latsploitation, Exploitation Cinemas, and Latin America. New York, London: Routledge, 2009. p. 230-244.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2003.
SCONCE, Jeffrey. ‘Trashing’ the academy: taste, excess, and an emerging politics of cinematic style. In: Screen, Volume 36, Issue 4, Winter 1995, Pages 371–393, December 1995.
THOMPSON, Kristin. The concept of cinematic excess. In: Ciné-Tracts: A Journal of Film, in Cinema. pp. 54-66. 1977.