Trabalhos Aprovados 2021

Ficha do Proponente

Proponente

    Solange Straube Stecz (UNESPAR)

Minicurrículo

    Doutora em Educação/UFSCAR. Coordenadora e docente do programa de Pós Graduação em Artes, professora do Curso de Cinema e Audiovisual, coordena o Laboratório de Cinema e Educação da Universidade Estadual do Paraná. Membro do Comitê Brasil, Programa Memória do Mundo da UNESCO. Integra o Projeto Educação Audiovisual na formação de docentes: Uma área de inovação educativa Brasil/Uruguai, com Programa Cineduca do Uruguai e UFF. Integra o GT Artes, educação e cidadania do CLACSO

Ficha do Trabalho

Título

    Vídeo Cartas: imagens e sons que viajam entre o Brasil e o Uruguai

Resumo

    Apresenta a produção de vídeo-cartas dentro do projeto de cooperação “Educação audiovisual na formação de professores: uma área de inovação educativa”,acordo de cooperação internacional Uruguai/Brasil. Realizadas em seis escolas do Uruguai, Niterói e Curitiba.Parte da ideia de que o audiovisual na educação, é peça-chave para a expressão dos sujeitos e de atender a demanda crescente de crianças e adolescentes pela produção audiovisual.

Resumo expandido

    A produção de vídeo-cartas entre Brasil e Uruguai foi uma das atividades realizadas pelo projeto de cooperação “Educação audiovisual na formação de professores: uma área de inovação educativa”, acordo de cooperação internacional, apoiado pelas agências AUCI e ABC vinculadas aos Ministérios de Relações Internacionais dos dois países, entre o Programa Cineduca do Uruguai, Universidade Estadual do Paraná através do Laboratório de Cinema e Educação/ PPGARTES e Universidade Federal Fluminense, sob a coordenação das professoras Cecilia Etcheverry ( Uruguai) Elianne Ivo (UFF) e Solange Stecz(UNESPAR).O acordo visa trocar experiências, estimular, sistematizar e criar mecanismos críticos e investigativos das práticas de ensino audiovisual para docentes nos dois países. Parte da ideia de que o audiovisual na educação, é peça-chave para a expressão dos sujeitos e de atender a demanda crescente de crianças e adolescentes pela produção audiovisual.
    A produção de vídeo-cartas consistiu numa troca entre crianças e jovens de Montevidéu, Niterói e Curitiba, durante os meses de setembro e outubro de 2019. Foi experimentado um processo criativo, que construiu conhecimentos, afetos e pontes culturais, a partir da base teórico metodológica das pesquisas e praticas desenvolvidas nas três instituições.
    Vídeo-carta é um gênero definido nos anos 1980 como “Vídeo em que uma mensagem audiovisual é endereçada a um ou mais destinatários”.(Poissant et al., 2001, p. 43). Permite a junção da palavra e da imagem para a construção de uma narrativa inclusiva permeada pelas novas tecnologias da informação. Nas ações de cinema e educação dentro ou fora da escola, podemos situar vídeo carta em dois contexto formativos:Os projetos Vídeo nas Aldeias e Inventar com a Diferença. O primeiro criado em 1986,precursor na área de produção audiovisual indígena no Brasil,visando o protagonismo destas comunidades e a contestação da imagem estereotipada sobre suas culturas. No projeto Brasil Uruguai o conceito de vídeo-carta vem da experiência do Projeto Inventar com a diferença idealizado e desenvolvido na UFF, coordenado pelo professor Cezar Migliorin. Os dispositivos do Projeto, entre eles as vídeo-cartas, visam abertura para experiências de singularidade e alteridade.
    Foram produzidas nesta atividade seis video-cartas, duas de cada parceiro do projeto que experienciaram diferentes dispositivos de criação, tais como cores e texturas, câmera subjetiva, sons da escola,trilha dos sentidos entre outros. Através deles exploraram seu entorno e cotidiano compartilhando o resultado entre os paises. Escolas envolvidas: Brasil 4toA e 4toB (Montevidéu, Uruguai) , Dionísio Díaz de Salto (Salto, Uruguai), Escola F.(Niterói, Brasil), Centro Juvenil de Artes Plásticas e Colégio da Polícia Militar (Curitiba. Brasil).O resultado está em http://cineduca.cfe.edu.uy/index.php/proyectos-internacionales/brasil/intercambio-videocartas
    Para exemplificar destacamos a uruguaia A escola por dentro,( La escuela por dentro) com duração de 6’30 que traz a casa, a escola e seu entorno em uma narrativa construída por 17 crianças da Escola n.17 Brasil/CEIP, sob orientação da professora de artes visuais Muriel Stathakis e equipe do Projeto Cineduca Cecília Etcheverry, Cecília Cirillo, Sofia Rafa, e Rosário Moyano e a curitibana Encontros (Encuentros), com 4’12, produzida por seis alunas do Centro Juvenil de Artes Plásticas sob coordenação da professor Adriana Carla Dalazen Cichocki que aposta na poesia para falar da igualdade e dos caminhos possibilitam o olhar e encontro na cade. Neles, crianças uruguaias e adolescentes brasileiras partem de um dispositivo definido como linha condutora e mergulham em um universo que se desvenda diante da câmera. O resultado é a apropriação da linguagem audiovisual que permite a narrativa autoral, o protagonismo e a percepção de cada território, com seus encantos e poesia.

Bibliografia

    BERGALA, Alain. A hipótese-cinema. Rio de Janeiro: Booklink/UFRJ, 2008.
    BONDIA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro , n. 19
    DIDI-HUBERMAN, G. O que vemos, o que nos olha. São Paulo: Ed. 34, 2011.
    FRANCO, M. S. – Hipótese-cinema: múltiplos diálogos. Revista Contemporânea de Educação, Rio de Janeiro, v. 05, n.9 p. 01-16, jan/jul 2010.
    FRESQUET, A. Cinema e Educação: reflexões e experiências com estudantes de educação básica, dentro e “fora” da escola. 1˚ edição, Rio de Janeiro: Autêntica, 2013.
    MIGLIORIN, Cezar. Inevitavelmente cinema: educação, política e mafuá. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Azougue, 2015
    Poissant, L., Dupont, C., Langlois, M., & Nelson, L. (2001). New Media Dictionary.
    RANCIÈRE, Jacques. O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual. Belo Horizonte: Autêntica, 2002
    www.inventarcomadiferenca.com.br