Trabalhos Aprovados 2021

Ficha do Proponente

Proponente

    Juliana Muylaert Mager (LABHOI/UFF)

Minicurrículo

    Doutora em História pelo PPGH/UFF, tem se dedicado aos estudos sobre festivais audiovisuais, memória e usos públicos da história. É autora do artigo A contribuição do Festival É Tudo Verdade ao cânone do documentário brasileiro (2021) publicado no último número da revista Aniki. Desde 2020, atua na formação do Grupo de Pesquisa de Festivais e Mostras Audiovisuais, ainda em processo de formalização. É pesquisadora associada do Laboratório de História e Imagem (LABHOI/UFF).

Ficha do Trabalho

Título

    Entrevista: Festivais audiovisuais e/como políticas públicas

Mesa

    Festivais audiovisuais e (como) políticas públicas

Resumo

    A mesa propõe a realização de um debate em forma de entrevista conduzida pela pesquisadora Juliana Muylaert Mager (autora da proposta), com dois pesquisadores com ampla trajetória prática no campo dos festivais audiovisuais, Eduardo Valente e Amaranta Cesar. Como eixo central da discussão proposta para os festivais, estão as relações entre esses eventos audiovisuais e as políticas culturais.

Resumo expandido

    Desde os anos 2000 e, sobretudo 2010, uma série de artigos, dissertações, tese e capítulos de livro foram publicados no Brasil sobre a temática dos festivais de cinema e audiovisual. Como também aconteceu mundialmente, o fenômeno acadêmico acompanhou, ainda que com algum atraso, o crescimento acentuado do número de eventos audiovisuais no país, saltando de 38 festivais em 1999 (Leal, Mattos, 2007) para 239 em 2020 – tendo atingido 362 eventos em 2018 (Corrêa, 2020).
    A consolidação desses trabalhos entre nós, conformando um espaço de pesquisas, a partir de questões e desafios comuns, é, portanto, muito recente. Desde 2020, essas articulações passaram a ser realizadas também na forma de encontros que estão na origem da formação de um grupo de pesquisas sobre festivais e mostras audiovisuais, reunindo integrantes de diferentes estados e regiões do Brasil (RJ, SP, BA, DF, CE). Como gesto inaugural desse processo, propusemos a live Festivais de Cinema como objeto de pesquisa – métodos e práticas como parte das atividades do Socine em casa de 2020, atraindo um público significativo interessado no tema, e tendo como desdobramento a organização de um dossiê que se encontra com a chamada para trabalhos aberta na Rebeca.
    Essa mesa é um prolongamento desse gesto inicial, surgindo do encontro desses debates da pesquisa com a reflexão desenvolvida por diretores de festivais a partir de suas práticas na curadoria e organização dos eventos. A realização de entrevista com dois profissionais do campo, Eduardo Valente e Amaranta César, eles próprios parceiros ou integrantes do grupo de estudos, tem como objetivo instaurar um debate sobre as políticas culturais que se encontram na origem dos festivais, mas que também são gestadas a partir dos eventos, promovendo um impacto na vida cultural das localidades e dos públicos que movimenta. A relação entre os eventos e as políticas públicas torna-se particularmente relevante no atual cenário de crise das políticas culturais gestadas nas últimas décadas e diminuição do financiamento público ao setor, situação à qual têm se somado os desafios impostos aos eventos pela pandemia da Covid-19 desde 2020.

Bibliografia

    CALABRE, Lia. Políticas culturais no Brasil: dos anos 1930 ao século XXI.Rio de janeiro: FGV Editora. 2009.

    CESAR; MARQUES; COSTA; PIMENTA.(Orgs). Desaguar em cinema: documentário, memória e ação com o CachoeiraDoc. Salvador: EdUFBA. 2020.

    CORRÊA, Paulo Luz. Estudos acerca dos festivais audiovisuais no Brasil. Os Festivais Audiovisuais Brasileiros em 2020: Geografia e Virtualização | 2021. Disponível em: