Trabalhos Aprovados 2021

Ficha do Proponente

Proponente

    Deisy Fernanda Feitosa (SENAC, USP e FAPCOM)

Minicurrículo

    Graduada em Ciências da Comunicação – Rádio e TV (2007) e Jornalismo (2009) pela UFPB; mestre (2010) em TV Digital pela Faac/Unesp; doutora (2015) em Ciências da Comunicação pela ECA/USP; pós-doutora (2020) em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades pelo Diversitas – FFLCH/USP; pós-doutoranda do PPGMPA (CTR-ECA/USP). Colaboradora da Revista da SET e cocoordenadora do Obted (CTR-ECA/USP).Professora e coordenadora do curso de Jornalismo da Fapcom e professora do curso de Audiovisual do Senac.

Ficha do Trabalho

Título

    Experiências de ensino e práticas audiovisuais em âmbito virtual

Mesa

    A propósito de investigação sobre a produção pandêmica no audiovisual.

Resumo

    A proposta deste trabalho vem do desejo de se fazer uma abordagem de forma sistematizada sobre experiências estéticas e pedagógicas de ensino do audiovisual e suas práticas, bem como de eventos acadêmicos realizados em âmbito virtual, por ocasião da crise sanitária gerada pela Covid-19. Ademais, pretende-se refletir sobre soluções, desafios e sobre o futuro do ensino a partir de tais vivências extraordinárias, como também discutir o papel do professor com vistas à manutenção desse ecossistema.

Resumo expandido

    Da noite para o dia o mundo mudou. Fomos orientados e, até, obrigados a ficar em casa para proteger a nós mesmo e aos outros. Um vírus que eclodia na Europa avançava dia após dia no Brasil. Como é de se esperar, a educação foi fortemente atingida em suas estruturas. E para que a ignorância e o negacionismo não prevalecesse ao bom senso e à condição cidadã, a educação precisava se reinventar, adequar-se ao novo cenário. Era preciso continuar em movimento. Com o ensino de Audiovisual não foi diferente: o professor foi convidado a se envolver na criação de propostas metodológicas que se aplicassem à realidade que nos foi imposta de maneira inesperada, culminando com o ensino remoto.
    Trata-se de um cenário desafiador, especialmente para aqueles que estão à frente de disciplinas práticas, como é o nosso caso. O desafio era se apropriar das tecnologias e soluções disponíveis para facilitador o processo educativo, de forma a incluir e garantir a autoestima dos aprendizes. De repente, fomos constritos a analisar cenários, desenvolver estratégias e aplicá-las, de modo a envolver os alunos nas novas experiências e estimulá-los a continuar.
    A princípio, muitos se negavam ou resistiam a cursar as disciplinas de forma remota, sob a alegação, legítima, de que estão matriculados no ensino presencial, não a distância. Além disso, lembravam que as novas condições exigiam um esforço de concentração e perseverança. Eles falavam, e falam, em prejuízos no aprendizado, argumentando, especialmente, que o curso de Audiovisual depende de suportes técnicos e práticas em ambientes externos e de estúdio. Eis o desafio. Com isso, aumentou-se, de certa forma, a tensão e a pressão sobre o professor, que foi orientado a pensar estratégias para evitar a evasão acadêmica e, no caso de universidades privadas, a garantir a continuidade dos cursos de graduação, e, consequentemente, o seu vínculo empregatício. Some-se a isso, um fator ainda mais relevante para ambos os lados, que é a conjuntura de perdas e lutos (de entes queridos, de trabalho, de projetos, de uma vida que se abre mão) em que nos encontramos.
    O fato é que o audiovisual está acontecendo de forma remota por toda parte, inclusive da parte de grandes veículos de comunicação, e parafraseando aqui palavras de Arlindo Machado acerca da televisão, pode-se dizer que ele “será aquilo que fizermos dele”. Piaget “defende que a absorção do conhecimento se dá através de adaptações geradas por todo o contexto vital e material em que o indivíduo está inserido” (FEITOSA, 2010). Nesse sentido, a proposta deste trabalho vem do desejo de se fazer uma abordagem de forma sistematizada sobre experiências estéticas e pedagógicas de ensino do audiovisual e suas práticas, bem como de eventos acadêmicos realizados em âmbito virtual, por ocasião da crise sanitária gerada pela Covid-19. Ademais, pretende-se refletir, na sessão “A propósito de investigação sobre a produção pandêmica no audiovisual”, sobre soluções, desafios e sobre o futuro do ensino a partir de tais vivências extraordinárias, como também discutir o papel do professor com vistas à manutenção desse ecossistema.
    Através da corrente proposta e estudos de caso, pretende-se mostrar a eficácia desses recursos na produção de conhecimento e no auxílio ao ensino remoto. É importante ressaltar que, mesmo com todas as limitações, temos cases de sucesso a apresentar. Serão compartilhadas experiências vivenciadas “in loco” nos cursos de bacharelado em Audiovisual da Universidade de São Paulo e do Centro Universitário Senac – Santo Amaro, através das disciplinas Roteiro e Direção de TV, Práticas de Estúdio e Interfaces Audiovisuais. Some-se a isso as metodologias aplicadas (através das ferramentas de streaming) para a viabilização da Semana do Audiovisual do SENAC 2020 e 2021 e do X-Reality USP 2021, eventos acadêmicos que exigiram uma organização planejada com o máximo de precisão por parte de seus organizadores, que incluíram os corpos docente e discente.

Bibliografia

    FEITOSA, Deisy Fernanda. Educação a distância e TV digital: o uso da plataforma A3TVl. 2010. 150 f. Trabalho de conclusão (Mestrado em TV Digital: Informação e Conhecimento) FAAC − UNESP, sob a orientação da Profa. Dra. Elisa Tomoe Moriya Schlünzen e coorientação da Profa. Dra. Cosette Espíndola de Castro, Bauru, 2010.
    FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
    HANCOCK, Alan. A educação e as novas tecnologias da informação e da comunicação. In: DELORS, Jacques: A educação para o século XXI: questões e perspectivas. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 222- p.235
    MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. 4. ed. São Paulo: Edit. Senac, 2000, 244 p.
    PEÑALVO, F. J. G. Docência. Salamanca: Universidade de Salamanca, 2008.