Trabalhos Aprovados 2017

Ficha do Proponente

Proponente

    Liliane Leroux (UERJ)

Minicurrículo

    Socióloga (IFCS/UFRJ), Doutorado e Pós-doutorado pela UERJ. Professora e pesquisadora da FEBF/UERJ, pesquisadora do Programa de pós-graduação stricto senso em Educação, Comunicação e Cultura em Periferias Urbanas – FEBF/UERJ. Temas de Pesquisa: Estética e Política, Cinema em periferias urbanas, Sociologia Visual. Coordenadora do Núcleo de Estudos Visuais em Periferias Urbanas – NuVISU (CNPq/UERJ)

Ficha do Trabalho

Título

    Como ir de um lugar a outro? Cartografias da Baixada cinematográfica

Seminário

    Cinemas em português: aproximações – relações

Resumo

    A partir dos anos 2000, uma nova cena ganha força na periferia do Estado do Rio de Janeiro com uma juventude que se relaciona visualmente (cinematograficamente) com a cidade. A experimentação do território através da arte, presente em seus filmes, toma para si um posto narrativo anteriormente exclusivo à antropologia ao evocar histórias, expressões, rotinas, circuitos, convenções, cenários, rituais, sentidos e percepções encarnados em um lugar.

Resumo expandido

    A partir dos anos 2000, uma nova cena ganha força na Baixada Fluminense, periferia do Estado do Rio de Janeiro, com o surgimento de uma juventude que se relaciona visualmente (cinematograficamente) com a cidade. De lá pra cá, é possível elencar mais de 30 cineastas atuantes na Baixada, alguns com filmes exibidos em festivais (nacionais e internacionais) e em canais de TV. A experimentação do território através da arte, presente em seus filmes, toma para si um posto narrativo anteriormente exclusivo à antropologia ao evocar histórias, expressões, rotinas, circuitos, convenções, cenários, rituais, sentidos e percepções encarnados em um lugar.

    Dando continuidade a questões que tenho colocado em debate, apresento para este encontro o work in progress de uma cartografia visual dos trajetos e usos que os cineastas independentes da Baixada Fluminense fazem do lugar, a partir de seus filmes. Os filmes feitos na Baixada por seus próprios cineastas e a antropologia operam por sobreposição nesta pesquisa site-based que desenvolvo no NuVISU – Núcleo de Estudos Visuais em Periferias Urbanas (CNPq/UERJ) e que utiliza o mapeamento em conjunto com a etnografia como métodos de campo para que as relações entre lugar, experiência e sentido possam ser mostradas, e não apenas descritas textualmente. Os mapeamentos são usados como aproximações visuais à experiência vivida (e transformada em filmes) de lugar. Os pontos de vista, cenas, planos, locações e roteiros levantados através da pesquisa etnográfica são introduzidos em sistemas de georreferenciamento baseados na web, que possibilitam reinscrições e palimpsestos pessoais por cima de mapas disponíveis online (como o Google Earth™). Ao mesmo tempo, a partir das novas relações entre antropologia e o estudo da arte, – que implicam em sua mistura com o material que lhe serve de objeto de estudo-, os mapas sofrem intervenções artesanais do pesquisador e dos pesquisados em uma espécie de autoapresentação coletiva, na qual os filmes se transformam em uma ‘auto-etno-cartografia’ do cinema independente da Baixada Fluminense.

Bibliografia

    Didi-Huberman, H. (2011) Atlas
    ¿Cómo llevar el mundo a cuestas? Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid
    Foster, Hal. (2005). O artista como Etnógrafo. Arte e Ensaios – Revista do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais. EBA – UFRJ – Ano XII, n.12, 2005.
    Gordon, A. (2008). An atlas of radical cartography. New York: Journal of Aesthetics and ProtestPress.
    Kracauer. S. (1960). Theory of Film – the Redemption of Physical Reality, London, New York: Oxford University Press.
    Ku¨ng, M. (2000). Orbis Terrarum: Ways of World-making, Museum Plantin-Moretus, Antwerp.
    Lynch, K. (1960). The image of the city. Cambridge: MIT Press.
    Marcus, George & Myers, Fred (eds.) 1995. The traffic in Culture. Refiguring Art
    and Anthropology. Berkeley: University of California Press.
    Thompson, N. (2008–2010). Experimental Geography, Touring multiple venues in North America, in conjunction with the Independent Curators International, New York.