Trabalhos Aprovados 2017

Ficha do Proponente

Proponente

    Fabricio Fernades (Ufes)

Minicurrículo

    Mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Estado do Espírito Santo. Bolsita Capes. Possui graduação em Comunicação Social pela Fundação de Assistência e Educação (2001), pós-graduação em Docência de Nivel Superior, pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB).

Ficha do Trabalho

Título

    ARQUEOLOGIA HOMOERRÁTICA DE A CRUZ NA PRAÇA – GLAUBER ROCHA (1959)

Seminário

    Cinema Queer e Feminista

Resumo

    Arqueologia para o curta-metragem A Cruz na Praça (1959), de Glauber Rocha, um filme desaparecido do cinema brasileiro. Nesta arqueologia, retoma-se um período em que Glauber Rocha havia concluído seu primeiro filme, Pátio (1959), e, no mesmo ano, filmado A Cruz na Praça – ambos são projetos que antecedem a realização do seu primeiro longa-metragem Barravento (1961).

Resumo expandido

    Uma dissertação que se arrisca na produção de uma arqueologia para o curta-metragem A Cruz na Praça
    (1959), de Glauber Rocha. Neste estudo, faz-se um exercício arqueológico com três movimentos de pesquisa. Primeiro, uma historiografia homoerótica com relatos da prática de pegação na década de 1950 e no início de 1960, a partir de registros literários e pesquisas etnográficas, além de representações de personagens homoeróticos no cinema brasileiro, em períodos próximos ao da produção do curta estudado. Um segundo passo é dado com a retomada da biografia de Glauber Rocha na primeira fase do movimento Cinema Novo, entre 1955 e 1959, situando as atividades literária, ensaística, jornalística, teatral e cinematográfica de um artista pré-Barravento, seu primeiro longa-metragem. O terceiro e último movimento é o da produção da arqueologia de A Cruz na Praça. Nessa fase, realiza-se o levantamento de fragmentos sobre o objeto desta pesquisa a partir de um exercício de compreensão sobre o inacabamento e o desaparecimento do copião de um filme com abordagem sobre a perambulação homoerótica na Bahia de 1959 – tema historicamente transgressor, de confronto com a hegemonia heteronormativa.

Bibliografia

    CARELLA, Tulio. Os Diários de Tulio Carella, Recife, 1960. São Paulo: Opera Prima
    FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Tradução: Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro:
    Forense, 2007.
    _________Arqueologia de uma Paixão. In literatura e pintura, música e cinema. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
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    2016. Entrevista de Michel Foucault a R. de Ceccaty. J. Daniel e J. Tradução de Wanderson Flor
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    __________. O saber gay. Tradução de Eder Amaral e Silva e Heliana de Barros Conde
    Rodrigues. Revista Ecopolítica, n. 11, jan-abr, 2005. pp. 2-27.ROCHA, Glauber. Revolução do Cinema Novo. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.
    ________. Revisão crítica do cinema brasileiro. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
    ________. O sékulo do kynema. Rio de Janeiro: Alhambra, 1983.